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Fifa está se virando para evitar estádios vazios na Copa da África

Do blog do jornalista Luciano Borges, de São Paulo:

Para evitar encalhe de ingressos, Fifa monta postos móveis em vizinhos da África do Sul

Por Luciano Borges

A partir de abril, a Fifa coloca em funcionamento centros de venda de ingressos tipo 4 em diversas cidades da África do Sul, a maioria fora dos lugares onde serão disputados os jogos da Copa do Mundo. A entrada custa cerca de US$ 20 dólares.

A estratégia dos organizadores do torneio é atingir quem tem menos poder aquisitivo. Além dos postos de venda fixos, unidades móveis vão circular pelo território sul-africano e também por países vizinhos (Namíbia, Moçambique, Zimbábue e Botsuana) para atrair mais torcedores aos jogos da Copa.

A FIFA disfarça. Diz que já vendeu 75% da carga total de entradas. E que tem uma carga separada para vender aos países que passarem para a segunda fase do torneio. Mas é evidente que os preços determinados para buscar turistas europeus afastaram os torcedores africanos.

Em 2006, durante os Jogos Olímpicos de Pequim, o próprio secretário-geral disse ao Blog do Boleiro que o ingresso tipo 4 (mais barato) representaria uma fatia de apenas 10% do total colocado à venda. O afluxo de turistas, abaixo do previsto, obrigou a revisão desta quantidade.

Outra dificuldade para atrair público de outros continentes foram os preços de hotelaria e transporte aéreo. “O ministério do turismo sul-africano detectou a prática de ‘dumping’ no setor. O resultado foi um aumento de preço que está sendo combatido com medidas severas e, com isso, já se vê uma queda”, disse.

Este assunto interessa ao Brasil, sede da Copa do Mundo de 2014. Enrique Byron, homem responsável pelo setor de ingressos da organização na África do Sul, já fala em aproveitar a experiência de 2010 e aplicar soluções mais rápidas para aumentar afluxo de torcedores de outros continentes e vender mais ingressos baratos.

“Para um inglês ou alemão de classe trabalhadora ou mesmo há uma dificuldade para comprar passagens de avião, hospedagem e os ingressos. Fora do continente europeu, se torna muito mais restritivo. Então teremos que pensar numa maneira de contar com os torcedores brasileiros no Mundial”, disse Byron ao Blog do Boleiro.

 

Segundo o secretário-geral da FIFA, Jéróme Valcke, há uma preocupação em atrair africanos para um torneio organizado na África pela primeira vez. “Nesta semana, a Argélia pediu mil ingressos. Esperamos que mais países façam isso, principalmente os que participarão do Mundial”, disse.


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