Blog do Chico Maia

Acompanhe o Chico

Torcedor agredido vai hoje à corregedoria da Polícia Militar

O caso é grave e merece a atenção de todos, porque é questão de cidadania.

Qualquer um de nós está sujeito a abuso de qualquer autoridade, em qualquer ambiente, e é preciso denunciar.

O autor da denúncia, Samuel Galvão, vai hoje à corregedoria da Polícia Militar, que certamente vai agir porque a nossa PM é séria.

Há várias outras denúncias, mas esta passa dos limites.

Veja do relato do que ocorreu com ele na Arena do Jacaré, domingo, antes de Atlético 2 x 0 Avaí:

“Saímos de Belo Horizonte de carro por volta das 13 horas do dia 17 de outubro de 2010, haja visto que não havia transporte intermunicipal suficiente para atender a torcida com destino a Sete Lagoas para assistir a partida entre Atlético e Avaí pelo campeonato brasileiro. Ao chegar no estádio fomos estacionar o carro e nos deparamos com pessoas descredenciadas vendendo um espaço de estacionamento sem qualquer tipo de recibo e obtemos informações de que se estava comercializando um espaço público que pertence ao estádio.

Paramos o carro e, como estava com minha filha, fomos procurar um lugar para nos escondermos da chuva, pois o acesso reservado à torcida do Atlético foi feito por um espaço descoberto, infringindo mais uma vez o estatuto do torcedor.

Por volta das 15h20 fui até o meu veículo, guardar a mochila da minha filha e, como o estacionamento de terra estava vazio no momento, resolvi soltar um foguete que tinha comprado para soltar depois da partida. Ao soltar esse foguete, chegaram cinco policiais militares sem identificação e muito agressivos apreendendo meus foguetes e me tratando como um marginal. Como desconhecia que não poderia soltar foguete em uma área aberta por se tratar de estar próximo ao estádio, pedi eles para se identificarem e perguntei o que estava fazendo de errado, e se os mesmo possuíam um estatuto do torcedor para me orientar sobre a proibição, que artigo do estatuto do torcedor eu estava infringindo. Neste momento, fui ironizado pelos policiais que alegaram que não tinham a obrigação de me mostrar nenhum estatuto do torcedor, então contra argumentei falando que ia ligar para meu advogado para ele me orientar já que os policiais nem sabiam informar com clareza a lei que eu supostamente estava infringindo. Neste momento o policial riu e falou que se meu advogado não fosse presidente da republica eu estava perdendo tempo. O policial me empurrou e continuou pegando os foguetes dentro do meu carro, e colocando a caixa de isopor que estava na minha mão vazia dentro do meu porta mala, mandando eu fechar o carro e sair de perto dele. Falei com um dos policiais que ele não podia fazer isso e neste momento ele tentou fechar o porta malas quase acertando minha cabeça. Neste momento minha esposa, minha filha e meu cunhado que tinham ido comprar água chegaram e quando minha esposa chegou perto o policial falou com ela que não era para ela segurar minha filha no seu colo por que ela estaria usando ela de escudo.

Quando perguntei por que ele havia dito isso, o policial começou a rir, mandando a gente sair do carro e ir embora. Buscando nossos direitos continuamos no carro, tentando entender o que estava acontecendo e por que os policiais estavam tão agressivos e me empurrando insistentemente. Quando os policiais começaram a me empurrar com toda força falei isso era abuso de poder e que ia chamar a imprensa, neste momento o policial me empurrou contra o carro me virando de costas e me algemando com tanta brutalidade que chegou a cortar meus pulsos. Depois de ser algemado comecei a tomar varias rasteiras e ser quase jogado no chão, perdendo meu calçado.

Quando minha esposa foi perguntar por qual motivo eu estava sendo preso o policial a agrediu jogando-a no chão, o que causou inúmeros hematomas no seu corpo. Neste momento comecei a gritar para alguém ajudar por que três homens estavam agredindo a minha esposa e o policial falou no meu ouvido que se eu gritasse ia ser pior para mim.

Neste momento já havia muitas pessoas acompanhando, manifestando sua indignação, muitos desconhecidos, entre eles alguns advogados dizendo aos policiais que eles não tinham esse direito. Os policiais mais uma vez ironizaram a situação que os advogados não entendiam de leis e que eles iam fazer comigo o que bem entendessem. Fui jogado dentro da viatura de numero 17709 e quando minha esposa falou que queria ir junto o policial a agrediu novamente falando que ela não iria para lugar nenhum porque quem mandava ali era ele. Ela perguntou para onde eu iria então e o policial falou que não ia dizer e que era para ela se virar para me encontrar caso tivesse interesse. Dentro da viatura, com as algemas extremamente apertadas, fui orientado a ficar calado novamente porque seria melhor para mim.

Fui conduzido até uma unidade da polícia onde havia uma vã que estava estacionada há alguns quilômetros do local. Lá os policiais começaram com várias frases descabidas, entre elas: “Alguém tem que justificar nosso salário”, aos risos. Por que ele foi preso? Porque está algemado? Necessita mesmo ser conduzido até a delegacia? A mulher e filhos chorando no estacionamento são parentes desse réu? Além disso, nenhum policial ali queria assumir a ocorrência, foi um verdadeiro empurra empurra até eu ser transferido para uma viatura Blazer. Junto de uma pessoa que tinha furtado um ingresso no estádio, fiquei aguardando mais de 40 minutos dentro da viatura até ser conduzido para a delegacia local.

Chegando à delegacia, fui atendido e liberado depois de pessoas que chegaram ali com drogas, problemas no trânsito e até dois elementos que foram pegos com uma faca ameaçando matar o outro.

Minha liberação ocorreu por volta das 18h50, com muito cansaço, marcas no braço e auto-estima no chão, fui abraçado pela minha família que ali estava extremamente indignada com o ocorrido.”

Samuel Galvão


» Comentar

Comentários:
14
  • POLIANA TRAVESTI disse:

    POIS FUI GREDIDA TANBEM NA RUA ONDI PROCUREI OS MEUS DIREITO DE SIDADAM BRASILEIRO KE PAGA SEUS IMPOSTOS EM DIA…………………………………

  • Geovany JS disse:

    Sou cruzeirense e particularmante hesito em ir aos estádios de futebol devido a todsa essa violência não bastante de marginais vestidos de “falsos torcedores” e agora essa da polícia. Acredito e muito na versao deste cidadão q com certeza foi ao estádio com a familia e por mais q ele fosse um torcedor fanático de nao levar desaforos pra casa, infelizmente sempre vimos a policia ser desrespeitosa com todos. Tb sabemos q muitas torcidas criam situaçoes desconfort’aveis para a policia, mas descontar a raiva deles em pessoas “normais”, é um imenso absurdo. Lamentávelmente os outros torcedores q viram o acontecido podiam ter tirado fotos dos rostos destes militares despreparados. Agora basta relamente a corporaçao averiguar e vai ser facil; bastar ver no BO da delegacia quais foram os policiais q o entregaram”lá. Que venha a verdadeira justica…..

  • Mauro de Paula Ferreira disse:

    Isto é uma palhaçada, queria ver esses “policiais” covardes fazer este procedimento lá em cima dos morros onde o bicho pega, com pessoas de bem e indefezos é faácil.
    Espero que o Ten. Cel. Ricardo venha a público relatar o que foi apurado.
    Sera?

  • Renato Paiva - 7 Lagoas disse:

    Lamentável! Também passei por situação constrangedora há poucos dias quando me encaminhava ao estádio a pé de mãos dadas com minha namorada e com uma lata de cerveja na mão. Um policial completamente despreparado, como muitos e muitos da PM, disse aos berros pra eu colocar a latinha no chão. Falei com ele que se o problema era estar perto do estádio com a cerveja, eu pegaria o caminho de volta. O truculento berrou novamente que era pra eu colocar a lata no chão, desceu de um pequeno barranco que estava e ameaçou me prender caso não fizesse isso.
    Fui tratado como um marginal e fiquei de cabeça baixa o jogo todo, tendo minha namorada com pena ao meu lado. Muito triste!
    E quando sofri um arrastão no Mineirão há uns 4 ou 5 anos, não vi nenhum policial chegar pra me ajudar enquanto apanhava como um cachorro e era roubado. É por essas e outras que muitas vezes o cidadão desiste até de registrar um boletim de ocorrência, contribuindo para a suposta redução na criminalidade.

  • Ten Cel Ricardo Matos Calixto disse:

    Caro Chico Maia, bom dia!

    Com relação as denúncias de agressão de Policiais Militares a torcedores, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, a Corregedoria da Polícia Militar de Minas Gerais, com base nas informações publicadas nesse site, já determinou a instauração de procedimento interno para apurar os fatos narrados.
    A Polícia Militar não coaduna com qualquer tipo de violência desnecessária e a identificação dos agressores será prioridade.
    Caso seja comprovado o uso de violência desnecessária, os responsáveis poderão ser punidos com a pena de advertência, podendo chegar até a perda do posto, isso sem contar com a ação penal decorrente.

    Assessoria de Comunicação Organizacional

  • Aurélio disse:

    Chico, nossa polícia é séria? Você pode dizer que aqui não é como Rio e São Paulo, mas que a polícia é séria é forçar a barra. Esses abusos são os que mais acontecem e o medo que esses policiais impõem a nós, cidadãos, faz com que muitos não denunciem. O que falta é formação humanística aos policiais.

  • Dudu GALOMAIO - BH disse:

    Brasil!!! Brasil!!! Brasil!!!
    Me desculpem, mas trata-se de uma ironia em forma de protesto, ou protesto em forma de ironia, como queiram.
    Quando digo que é difícil ser patriota em um país como esses, pessoas ainda conseguem criticar.
    Sou solidário a você Samuel Galvão, além de um irmão atleticano, sois mais um injustiçado pela cultura bestial que se prega nesta nação. Sem generalizar, é claro!
    A truculência destes “guardiões do bem estar” não se justifica, mas se explica pela falta de critério com relação à seleção para se adentrar nos órgãos de segurança pública. Basta fazer uma prova e atingir bons resultados em baterias de exercícios físicos.
    A parte psicológica (preparação para o enfrentamento e atividades nas ruas) fica relegada à segundo plano.
    Já observaram a quantidade de “pit-boys” que ingressam hoje em dia na PM? Será que eles (sem generalizar) têm interesse em zelar pela minha segurança, enquanto cidadão de bem e contribuinte (involuntário, diga-se de passagem… rsrs), pagador que sou (e somos todos) de tantos impostos?
    Fica a questão.

  • RAMON MENEZES disse:

    Lamenta’vel.
    E aposto com quem quiser, a culpa vai cair no torcedor porque o corporativismo impera.
    Mas mesmo que seja esclarecido, nada, NADA vai pagar e apagar a humilhacao, a pressao psicologica que este cidadao passou perante a familia e a sociedade.

  • Frederico Dantas disse:

    Quem nos dera ser como os franceses, que não aceitam desmandos de qualquer espécie. Quando acontece algo que a coletividade não concorda vão pra rua e botam pra quebrar mesmo. Vejo o que está acontecendo lá por causa da proposta de reforma previdenciária.

    Já, nós, brasileiros, aceitamos tudo, principalmente dos governos que nos empurram o que querem goela abaixo.

    Por isso, Samuel, tem que reclamar mesmo! E espero que a PM seja digna como se espera que uma força policial decente seja.

  • RIDÍCULO!!!!!! , essa é a unica palavra q descreve o acontecido;;;Ate quando cidadãos de bem terão de sucumbir a uma policia mal treinada e incapacitada?

    Parabéns Chico por colocar isso em seu Blog!

  • Marcus disse:

    Nossa PM é séria, Chico Maia? Sabe tb aquela do português?

  • LOBATO disse:

    Só acaontece nos jogos do Galo!! O policial dever ser cruzeirense!!

  • Alex Dylan disse:

    Não se preocupe, Samuel. Isso não ficará impune. Sabemos de sua integridade e do quão desmoralizante foi essa situação. Tomaremos todas as providências cabíveis.

  • João Souza Carvalho disse:

    Cenas como essa continuam se repetindo ano após ano e nada acontece. Pergunta se aqueles bandidos fardados do jogo contra o vitória no independencia foram punidos… devem agora estar comandando esses novos porcos fardados que espancaram este torcedor. Esses policiais que são destacados para ir aos jogos (salvo engano são do Batalhão de Eventos) geralmente são os mais vagabundos e despreparados. Falta competência, seriedade, treinamento, respeito, falta tudo. Tratam todos os torcedores como marginais, indiscriminadamente. É revoltante para o cidadão de bem ter que se submeter a isso. Parabéns ao torcedor que peitou esses bandidos. Cadê o comando da PM corporativista que nunca faz nada???