Foto: Mauricio de Souza

Ótima reportagem da Émile Patrício na edição de ontem do Hoje em Dia, com o Adriano Sacchetto, mineiro considerado revelação do triathlon brasileiro.

Confira:

Triatleta de BH mira Olimpíadas

Adriano Sacchetto, atual 5º colocado no ranking nacional, é promessa de medalhas em Londres-2012 e no Rio-2016

Émile Patrício – Repórter

Considerado um dos melhores pedais do triathlon brasileiro, Adriano Sacchetto é uma das grandes revelações do esporte. Com apenas 23 anos, o atleta de Belo Horizonte já conseguiu resultados expressivos em competições nacionais e no exterior que o levaram a ser convocado para a seleção brasileira. É o atual Campeão Mineiro e uma das apostas para as Olimpíadas de 2012 e 2016. Ele se prepara para o Panamerican Cup, que será disputada em Salina, no Equador, dia 27 de fevereiro.

 
Adriano começou na modalidade em 2007, por influência de um amigo. Já no ano seguinte começou a colecionar medalhas e não parou mais. Logo no primeiro ano competindo ele foi o 7º lugar do Mundial da Itália e conquistou o ouro em duas etapas do Campeonato Brasileiro de Triathlon Sub-23, além do Sul-Americano Sub-23 da Venezuela.
Mas foi no ano passado que ele conseguiu um grande feito: ingressar na seleção brasileira. A vaga veio pelos bons resultados alcançados no Pan-Americano do México Sub-23 (9º), no Mundial de Budapeste (30º) e nos Pré-Olímpicos do Canadá (6º) e dos Estados Unidos (3º).
O triatleta fechou o ano de 2010 no 5º lugar no ranking brasileiro e é atualmente o 8º lugar no ranking Pan-Americano. Em dezembro, ele passou por treinamento na cidade portuguesa de Rio Maior, que possui um dos centros de especialização mais modernos do mundo. Tudo para brigar neste ano por uma vaga no Pan-Americano de Guadalajara e, claro, somar pontos para ir à Olimpíada de Londres-2012.
São muitos os sacrifícios para os treinos diários em Belo Horizonte, como abstenção às diversões e foco só em medalhas.
Por semana ele chega a percorrer 25 quilômetros nadando, 320 quilômetros pedalando e 70 quilômetros correndo pelas ruas da capital. Sob a bike, ele vai até a cidade de Confins, enfrentando o trânsito da rodovia. Seu técnico é o renomado treinador e comentarista esportivo, Lauter Nogueira, que passa as instruções por telefone, já que mora no Rio de Janeiro.
Segundo o diretor técnico da Confederação Brasileira de Triathlon, Marco Antônio La Porta, o atleta mineiro é a grande revelação da modalidade. De acordo com La Porta, a média de idade em que um triatleta começa a competir internacionalmente é de 28 a 32 anos. Para surpresa de todos, Adriano despontou com apenas 23 anos e já está vestindo o uniforme brasileiro.
“Ele conseguiu em pouco tempo ficar entre os cinco melhores do Brasil e por isso hoje ele está na seleção brasileira. Ele é jovem e estamos trabalhando para que ele alcance mais experiência em competições internacionais. Este ano ele tentará vaga nas próximas Olimpíadas. Nada é impossível, mas as reais chances de medalhas ainda são do primeiro colocado do ranking nacional, o Reinaldo Colucci. O nosso projeto com o Adriano é transformá-lo em uma potência para as Olimpíadas do Rio-2016”, explicou.
Adriano faz parte do Projeto Rio 2016 que tem como objetivo o acompanhamento técnico e apoio financeiro em competições internacionais a oito jovens atletas do triatlo.

Minas fora do circuito do triathlon nacional
Há dois anos Minas Gerais não recebe uma prova oficial de triathlon. A última que ocorreu foi em 2008, quando Belo Horizonte recebeu uma etapa do Campeonato Brasileiro e a prova mais importante da modalidade ocorreu no ano de 1997 com a triathlon Cup. Alguns atletas mais experientes resolveram se unir e formar paralelamente à Federação Mineira, a Associação de Triathlon Master de Minas Gerais com o intuito de retomar as competições no estado.
Segundo o presidente da Associação, Schubert Abreu, a entidade nasceu do desejo dos triatletas de reviver este esporte que estava há muito tempo sem uma direção. “Vamos reviver o triathlon em Minas. Vamos fazer eventos competitivos e dar apoio às necessidades dos atletas. Queremos ganhar credibilidade com a Confederação Brasileira de Triathlon (CBtri) e principalmente, descobrir novos talentos. O triatletas iniciantes até agora não tiveram espaço”, ressalta o presidente.
“Era lamentável que muitos precisavam sair do estado para treinar e principalmente competir”, pontua Schubert.
Esta realidade já começa a mudar. Dia 26 de março será realizada em Sete Lagoas a primeira etapa do Circuito Trilogia. A expectativa é de que 150 atletas disputem em várias categorias. O torneio terá mais oito etapas em diferentes cidades.

* http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje-em-dia/esportes/triatleta-de-bh-mira-olimpiadas-1.229870