Três ex-árbitros de projeção nacional, dois deles muito manjados pelas torcidas mineiras, Simon e Roman, trocaram o apito pela política.
Dez entre dez brasileiros que gostam de futebol apostavam que Carlos Eugênio Simon seria premiado com o emprego de comentarista de uma grande rede de TV ou rádio depois que largasse o apito. Mas ele preferiu um cargo político no Rio Grande do Sul, onde certamente terá maior retorno.
Notícia do Uol esporte:
* Arbitragem migra para a política em órgãos da Copa de 2014
A pouco mais de três anos da Copa do Mundo, três árbitros de futebol brasileiros participam da preparação do país para o torneio de 2014.
Enquanto o paulista Rodrigo Martins Cintra virou o secretário de Natal para o evento, o gaúcho Evandro Rogério Roman comanda a pasta do Esporte do Paraná –e seu conterrâneo, o já aposentado Carlos Eugênio Simon, toca o comitê do Rio Grande do Sul para o Mundial brasileiro.
Único que não acumula funções, Simon, 45, assumiu há menos de um mês, quatro depois de se aposentar, convidado pelo governador Tarso Genro (PT).
“Somos antigos companheiros e me foi dito que não haveria problema em conciliar com a minha outra atividade”, afirma.
Recordista nacional em Copas, com três no currículo (1998, 2002 e 2006), ele também atua como instrutor de árbitros da Fifa na América Latina. Não quis seguir os passos de colegas e se tornar comentarista na TV.
“Recebi convites de emissoras, sou jornalista formado, porém prefiro trabalhar pelo povo gaúcho. A notícia soou muito bem em todos os setores aqui”, diz Simon.
Além da militância no Sindicato dos Bancários, ele afirma ter “trajetória política” graças à experiência na arbitragem, em que se vê marcado por predicados como caráter e dignidade, apesar das polêmicas na carreira.
“Isso tudo você traz do berço. Por isso tenho certeza de que vamos fazer as coisas da maneira mais transparente possível. Tenho um nome a zelar”, conclui o gaúcho.
Mestre e doutor em educação física pela Unicamp, Evandro Roman, 38, é outro que estreia em um cargo público. E admite: “O futebol acaba te projetando”.
“O governador Beto Richa (PSDB) detectou deficiências mais agudas em algumas pastas, em que apostou em quadro técnicos. Fiquei feliz pelo reconhecimento.” Secretário desde janeiro, Roman afirma que “dá para levar” as duas funções.
Os 22 anos de arbitragem, ele acredita, permitem encarar melhor as cobranças fora dos gramados. “Quem passa por uma função como essa, está ali dentro, vive a pressão pré, durante e pós-jogo, vê sua imagem estampada de forma negativa por um erro cometido ou não… Isso te dá uma couraça de proteção que ajuda muito”, garante.
Mas reconhece que será cobrado como secretário de Esporte. “A comunidade esportiva aguarda resultado.”
Rodrigo Cintra, 34, que vem apitando partidas aos finais de semana na Bahia, está em viagem para os Estados Unidos e não foi encontrado.
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