Na volta a Buenos Aires uma parada em Rosário, quase na metade do caminho, para uma visita ao “Gigante do Arroyito”, o lendário Estádio Lisandro de la Torre, do Rosário Central, de duras histórias para o futebol mineiro, e para a maioria dos times que o visitam. Nele, o Atlético perdeu a Copa Conmebol de 1995, depois de vencer no Mineirão por 4 x 0. Poderia perder até de três, perdeu de quatro e foi derrotado nos pênaltis.
Em 1975 o Cruzeiro sofreu pela Libertadores, conforme conta o então meia Toninho Almeida: “Fomos hostilizados desde a chegada a Rosário. À noite, barulho e foguetes no hotel; partida tensa do início ao fim. Moedas e pedras atiradas o tempo todo. Perdemos de 3×1 com o último gol em impedimento. Quando protestamos, a polícia jogou gás lacrimogêneo pra nos dispersar. Depois, nossa delegação teve de sair escoltada do estádio.”
No Arroyito foram disputados seis jogos da Copa do Mundo de 1978, inclusive Brasil 0 x 0 Argentina, e o vergonhoso Argentina 6 x 0 Peru, quando os argentinos armaram o resultado com os peruanos para eliminar a seleção brasileira da fase seguinte. Foi quando o treinador Cláudio Coutinho soltou a frase que ficou famosa: “somos os campeões morais deste Mundial”.
Em 2009, o Brasil venceu a Argentina por 3 x 1, pelas eliminatórias da Copa da África do Sul.
Mas, cada vez mais coibida e condenada pela opinião pública, a pressão extra campo já não traz tantos benefícios ao Rosário Central, nem à seleção argentina. O time, que já teve Mário Kempes, Chamot e Di Maria, dentre outros, está na segunda divisão do país. Fundado em 1889, tem a 6ª maior torcida da Argentina, e a maior da cidade, onde o arquirrival é o Newell’s Old Boys, que pertence à primeira divisão.
O estádio do Rosário Central tem capacidade para 41.600 torcedores pagantes e serve ao futebol argentino desde 1929. Quando entro em uma arena como esta, e tantas outras mundo afora, não consigo entender como Atlético e Cruzeiro não têm as suas próprias casas para jogar. Minas Gerais é maior em população e economia que muitos países, e os nossos clubes deveriam tirar mais proveito de suas torcidas gigantes.
Estádio Gigante de Arroyito, o “caldeirão” do Rosário Central, onde o Atlético perdeu, na pressão, a Conmebol de 1995, com Taffarel no gol. Também onde o Cruzeiro, sofreu com Raul, Nelinho, Piazza, Dirceu Lopes, Palhinha, Joãozinho e cia, pela Libertadores de 1975.
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