Quem chegou a Buenos Aires nos últimos dias sem hotel reservado está passando aperto. A cidade normalmente fica lotada no mês de julho, por causa das férias, quando tanto o turismo interno quanto externo, dobram. Além disso, duas feiras gigantes foram abertas quinta-feira na capital argentina: agropecuária e de tecnologia. Com a fase decisiva da Copa América, tornou-se impossível conseguir qualquer tipo de hospedagem com facilidade. E olhem que esta cidade é uma das mais ricas em hospedaria do mundo, mais que São Paulo, que dizem ser, a mais preparada do Brasil.
O tema é importante porque o que mais se fala ultimamente é que Belo Horizonte não estaria apta a receber o jogo de abertura da Copa do Mundo porque não tem hotéis. Realmente é preciso aumentar o numero de leitos da nossa capital, e isso já está acontecendo. A previsão é que tenhamos mais sete mil quartos até 2014, nos 29 novos hotéis que estão sendo construídos, nas categorias entre três e cinco estrelas.
Só a rede francesa Accor Hospitality está abrindo nove em Beagá, a terceira a receber mais investimentos dela no Brasil, atrás do Rio, 17, e Salvador, 10.
Porém, por mais hotéis que qualquer cidade tenha, jamais dará conta de abrigar a todos os visitantes durante muitos eventos ao mesmo tempo.
A primeira vez que eu vivi este problema foi durante as olimpíadas de 2000. A primeira fase do futebol foi jogada em Brisbane, que fica a 988 Km de Sydney. Quando chegamos à sede dos Jogos, no meio da competição, simplesmente não havia nenhum tipo de hospedagem. Graças aos voluntários do comitê organizador e à Neuma Graciano, jornalista mineira que mora lá, e ao seu marido, Thomas, consegui vaga na cidade de Parramatta, a meia hora de carro de Sydney.
A solução são as cidades do entorno, para socorrer as metrópoles. Dortmund, uma das importante sedes da Alemanha em 2006, montou até camas de campanha, do exército, em colégios e clubes, para abrigar os visitantes. E também é uma cidade preparada para o turismo, acostumada a receber milhões de pessoas anualmente.
Cidades vizinhas a Buenos Aires, que ninguém nunca ouviu falar no Brasil, estão quebrando o galho.
Certamente cidades em um raio de até 150 Km de Belo Horizonte vão se beneficiar neste aspecto com a Copa das Confederações em 2013 e a Copa no ano seguinte. O nosso grande problema são as estradas, sempre péssimas, mal sinalizadas e sem fiscalização. Essa é uma preocupação que as autoridades mineiras precisam ter: melhorar os acessos e criar facilidades para as pessoas. Será bom para os mineiros e fundamental para os gringos.
Os brasileiros que já lotavam as ruas de Buenos Aires, agora tomaram conta de vez. O mês de julho é o auge disso, quando o português está se torna língua comum nos restaurantes, lojas, entre garçons, atendentes de hotéis e vai se espalhando entre todos os argentinos no dia a dia.
Nas lojas, cartazes com informações da cotação das principais moedas correntes aqui em relação ao peso deles. Pela ordem: dólar, euro e real.
Se em Córdoba os paraguaios eram numa proporção de 3 x 1 nas ruas antes do jogo, e no estádio, em Buenos Aires está sendo diferente. A proporção é quase a mesma. O Estádio de La Plata, deverá ficar bem dividido, domingo, entre a seleção do Mano Menezes contra a do argentino Gerardo Martino, comandante paraguaio.
Acredito que o Brasil irá às semifinais. O time melhorou e o Paraguai quase sempre treme quando encara a camisa verde a amarela.
A valorização do real proporciona atualmente algo inimaginável tempos atrás na capital argentina: dólar, euro e a nossa moeda como atrativos promocionais dos comerciantes que põem cartazes informando cotações nas lojas, melhores que a dos bancos e casas de câmbio.
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