No início da semana separei para os senhores essas reportagens que li na Folha de S. Paulo e no O Globo, mas só hoje lembrei-me de postá-las.
A primeira, da Folha, fala da chegada da Fox News com o seu canal exclusivo de esportes ao Brasil em 2012, tendo como primeira consequência, o fim das transmissões dos jogos da Libertadores da América, pelo Sportv do sistema Globo.
A segunda, é da série de reportagens do O Globo, de todos os domingos, sobre os maiores clubes de futebol do mundo.
A história do Manchester United é fantástica e serve de exemplo para grandes clubes do futebol brasileiro; mineiros, inclusive:
* “Fox tira Libertadores do Sportv”
A sorrateira chegada do Fox Sports ao Brasil, programada para 2012, pode pôr água no angu esportivo da Globosat. A Fox, que está montando estruturas de produção em São Paulo e no Rio, promete ser concorrente dura para os canais Sportv (Globosat). Fontes do mercado dizem que o Fox Sports pode entrar no lugar do canal Speed, para não ter de mendigar espaço nas operadoras de TV paga.
A chegada do canal no país tira do Sportv eventos importantes, como Libertadores da América e Copa Sulamericana de futebol, que pertencem ao Fox Sports.
* “Os maiores clubes do mundo”
Manchester United superou rebaixamentos e morte de oito jogadores para se tornar referência na Inglaterra
LONDRES – A festa de torcedores adversários foi compreensível quando, em maio, em pleno gramado de Wembley, o Manchester United foi envolvido e humilhado pelo Barcelona na final da Liga dos Campeões. Pois da mesma maneira com que arrebanha admiradores, o clube inglês coleciona inimigos. Sobretudo numa Inglaterra cujo campeonato nacional, desde 1992, apenas em seis temporadas não foi conquistado pela equipe do noroeste. E cujo modelo de administração esportiva teve o Manchester como o principal empreendedor.
Ao contrário do rival Manchester City, que há três anos recebeu da família real dos Emirados Árabes um cheque em branco e contou com um generoso acordo da administração municipal para herdar Eastlands (estádio que recebeu os Jogos da Comunidade Britânica de 2002), o Man U, como é conhecido, não acordou milionário. A posição de um dos clubes mais ricos do mundo – na classificação recente da consultoria Deloitte, aparece atrás da dupla Real Madrid e Barcelona – foi conquistada com suor e sangue.
RETROSPECTO:Manchester United é o segundo maior vencedor da Liga
Diferentemente do que a coleção de títulos ingleses e a Liga de 2008 sugerem, a história do Manchester United é mais de resistência que hegemonia. Além de uma série de rebaixamentos, o mais recente em 1974, o clube ficou na fila do título inglês de 1967 a 1992. Não tão grave como os eventos de 6 de fevereiro de 1958, quando o avião em que o time viajava depois de um jogo da Copa Europeia se espatifou no fim da pista do aeroporto de Munique, matando oito jogadores.
Entre eles, o meia-atacante Duncan Edwards, de apenas 21 anos e uma das maiores promessas do futebol inglês. Sobreviventes como o treinador Matt Busby e o meia Bobby Charlton foram considerados acabados para o futebol. No entanto, dez anos depois o Manchester levantava em Wembley a famosa taça de alças compridas, na memorável exibição contra o Benfica.
Em campo, Charlton, já com a medalha de campeão mundial (1966), e o zagueiro Bill Foulkes, outro sobrevivente, uniram-se às revelações, como o escocês Dennis Law e o norte-irlandês George Best. No banco, Busby, cujo abraço no capitão Charlton após o apito final se transformou numa imagens emblemáticas do futebol inglês, que conquistava a Europa pela primeira vez.
– O acidente despertou imensa simpatia pelo clube, ao ponto de a Inglaterra inteira ter torcido por nós, o que definitivamente não aconteceu depois – brinca Charlton, sempre que fala sobre a partida.
Não foi a última vez em que as divisões de base do clube mostraram sua importância. O elenco, que na temporada de 1992-93 quebrou o jejum de títulos ingleses, ao vencer a primeira edição da Premier League, tinha, ao lado dos veteranos Bryan Robson e de astros internacionais como o goleiro dinamarquês Peter Schmeichel e o atacante francês Eric Cantona, um bando de garotos encabeçado por David Beckham – grupo que formaria a base da equipe por uma década.
Ainda há um remanescente daquela era no time que em 2010-11 conquistou o 19 título nacional do clube, ultrapassando o arqui-rival Liverpool: o galês Ryan Giggs. O que não muda desde 1986 é o treinador: o escocês Alex Ferguson, que ganhou da rainha do título de Sir após levar o Manchester ao título europeu de 1999, conquistado no mesmo dia em que Busby completaria 90 anos – o velho treinador (de 1945 a 1969 e 1970 a 1971) morreu em 1994.
Mas o Manchester também chamou atenção nos anos 90 pela forma como contribuiu para a revolução comercial do futebol. Além de ter sido um dos 20 clubes que romperam com a Federação Inglesa (FA) e fundaram uma liga paralela em que concentrariam as receitas de TV e venda de ingressos, anteriormente distribuídas pelas quatro divisões, Old Trafford foi o epicentro de um terremoto em termos de marketing.
– Quando cheguei em 1992, para assumir as operações de merchandising, função que não existia, o departamento de vendas tinha apenas um telefone fora do gancho, pois a toda hora telefonavam a procura de produtos – conta Edward Freedman, executivo que viu no passado e no futuro do Manchester um potencial comercial.
Hoje, a marca do Manchester está em uma infinidade de produtos e atrai patrocinadores. No início da semana, o clube anunciou acordo com a empresa de transportes logísticos DHL: US$ 64 milhões por quatro anos para estampar o nome nas camisas de treino. E um valor maior que o recebido por rivais em contratos de camisa de jogo.
Já o contrato com uma empresa chilena de vinhos resultou na visita dos mineiros resgatados no início do ano. O clube tem acordos com a Nike e com uma empresa americana de seguros. Mas suas finanças não são paradisíacas, porque a polêmica aquisição do Manchester pelo milionário americano Malcolm Glazer, em 2005, foi feita por meio de empréstimos absorvidos pelo clube, cuja dívida é de US$ 750 milhões.
Mas será que existe outro clube mais habilitado em questões de sobrevivência?
* Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/esportes/mat/2011/08/28/manchester-united-superou-rebaixamentos-morte-de-oito-jogadores-para-se-tornar-referencia-na-inglaterra-925231578.asp#ixzz1Wo51kdpr
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