Essa disputa entre as Redes Globo e Record pelos direitos das transmissões esportivas é excelente para todo mundo: o público que passa a ter mais opções; o mercado de trabalho que gera mais oportunidades e para instituições e atletas que passam a negociar melhor os seus contratos.
Mas poderia ser melhor ainda para o Brasil se o comportamento editorial das TVs fosse diferente. Pelo que vi a Record só quis jogar para cima, como faz a Globo em suas transmissões exclusivas. Não critica nem cobra dos dirigentes e muito menos das autoridades públicas, induzido ao telespectador e outros veículos de comunicação a pensar que estamos muito bem, que tudo são flores.
No balanço final do Pan, estão tentando nos fazer acreditar que evoluimos muito, porque nos “consolidamos” como terceira força das Américas!
Que palhaçada é essa? Tivemos performance inferior à do Rio, quatro anos atrás, com menos medalhas de ouro, 48, e menos medalhas no quadro geral, 141; contra 52 e 157 do Rio’2007.
Nesse escândalo do Ministério do Esporte foi divulgado que o governo distribuiu de 2005 para cá, R$ 20 bilhões para as tais ONGs, que deveriam ter sido investidos na formação de atletas.
Ora, aonde foi parar este dinheiro? Quantos atletas foram beneficiados e qual a evolução de cada modalidade esportiva proporcionada por essa fortuna?
O maratonista medalha de ouro, Salonei Silva, 28 anos, foi lixeiro até 2009, e só conseguiu se tornar atleta pelo seu esforço pessoal e coincidência do destino. Se dependesse de verba do Ministério do Esporte estaria catando seu lixo em Penápolis-SP até hoje.
Além do atletismo, os outros esportes que deram medalhas de ouro ao Brasil foram os de quase sempre, acrescentado a ginástica agora: vôlei, natação e judô, patrocinados pelo Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Correios, Petrobras, outras estatais e empresas privadas.
Cadê os bilhões do Ministério do Esporte?
Washington Alves/Inovafoto/COB
E como explicar Cuba, que permanece firme no segundo lugar e a cada ano com menos dinheiro para investir no esporte?
O ideal seria a presidente Dilma importar um Ministro do Esporte de Cuba.
Custaria muito mais barato e o resultado prático seria infinitamente maior.
Mas não vi a Record questionando essas coisas; muito pelo contrário. Vi foi um ufanismo danado, falando em “amor à pátria”, “suor pelo Brasil” e outras lorotices.
Até Romário, que não tem papas na língua, disse coisas semelhantes na decisão do futebol feminino.
Mas, assim como a Globo e demais grandes veículos de comunicação, fica difícil criticar, já que os patrocinadores principais, normalmente são as estatais e outras instâncias do governo.
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