Blog do Chico Maia

Acompanhe o Chico

CBF E STJD CONDENADOS A PAGAR UM MILHÃO DE REAIS À AMCE

Obrigado ao Dr. Gustavo Lopes Pires de Souza que nos enviou essa interessante informação:

Em ação movida pela Associação Mineira de Cronistas Esportivos (AMCE), o Juiz da 6ª Vara Cível de Belo Horizonte/MG, Dr. Wauner Batista Ferreira Machado, confirmou liminar concedida e declarou ilegal ato do STJD e da CBF que obrigou o Clube Atlético Mineiro a disputar partida contra o Criciúma fora do Estado de Minas Gerais. Como a CBF e o STJD teriam descumprido a decisão, foram condenados ao pagamento da multa de um milhão de Reais. Trata-se de decisão em 1ª instância e ainda cabe recurso.

 

Em 25/10/2004, a 4ª Comissão Disciplinar do STJD puniu o Clube Atlético Mineiro com a perda de mando de campo por três partidas e determinou que o Departamento Técnico da CBF indicasse o local das partidas que deveriam se realizar a pelo menos 150 km de distância da Capital. O Departamento Técnico da CBF indicou o estádio do Morumbi, em São Paulo.

 

Em razão disso, a AMCE, com base no Estatuto do Torcedor, propôs ação aduzindo que a determinação da CBF teria ofendido direito dos associados, bem como violado o Regulamento Geral de Competições que estabelece que a pena de perda de campo obriga o clube a mandar seus jogos nos estádios distantes 150 km de sua sede.

 

A liminar foi deferida em 27/10/2004 sob pena de multa de um milhão de reais. Entretanto, a partida entre Atlético e Criciúma acabou sendo realizada em 30/10/2004, no estádio do Morumbi.

 

O STJD não apresentou defesa e a CBF em sua contestação alegou que foi intimada da decisão somente em 03/11/2004 e que as demais partidas foram realizadas em Minas Gerais, uma vez que o STJD acolheu recurso do Clube Atlético Mineiro.

 

Em sua sentença, o julgador afirmou sua competência para decidir, eis que a ação não fora proposta por entidade desportiva e declarou a revelia do STJD. Sobre a alegação da ausência de intimação, o sentenciante entendeu ter havido ocultação com a finalidade de não receber a ordem judicial e declarou ter sido presumida a intimação.

 

Assim, foi confirmada a liminar e a conseqüente aplicação da multa de um milhão de reais, além das perdas e danos que, segundo a decisão, deverão se objeto de ação própria.

 

Processo n. 0024.04.496.749-5


Itamar Franco e as infelizes coincidências

Comecei minha caminhada nessa manhã de muito sol em Buenos Aires, às 10 horas, quando o Canal TyC Sports mostrava no canto direito do vídeo que a temperatura era de – 1 grau.

Foram quase duas horas em ritmo acelerado, pelo Congresso, San Telmo, Puerto Madero, Plaza de Mayo, Casa Rosada, Florida, 9 de Julio e de volta ao hotel, na Ayacucho.

Raramente a tristeza me bate à porta, mas hoje, me abati ao chegar de volta, abrir a internet e tomar conhecimento da morte do Itamar Franco.

ITAMAR

Uma infeliz coincidência marca minhas passagens pela Argentina. A primeira vez que vim, morreu durante minha estadia nesse país espetacular, o Papa João Paulo I, “o breve”; na segunda, os Mamonas Assassinas, e agora o Itamar.

Também, raramente lamento a morte de um político, e essa convicção se fortalece a cada dia, quando nos decepcionamos com um que julgávamos merecedor de crédito.

Claro que a perfeição não existe em nenhuma atividade humana e em nenhum ser humano. Porém, a retidão de caráter e o respeito ao interesse da coletividade têm de ser obrigatórios em alguém que ocupa cargo de confiança popular, seja na política ou uma instituição de perfil público, mesmo que seja privada, como um clube de futebol, sindicato, associação e por aí vai.

Dias atrás escrevi sobre minha admiração pelo político Itamar e chegaram comentários desqualificando-o por questões menores do meio político. Claro que publiquei todos, porque assim é a democracia, e o Itamar era um democrata.

Mas, de todas as porradas que levou no blog, nenhuma por desonestidade ou ato de afronta à cidadania no exercício dos cargos que ocupou, de prefeito de Juiz de Fora, passando por parlamentar, à presidência da república.

Também fiquei “p” da vida quando ele, no fim do governo em Minas, reatou com o panaca do FHC.

Claro que não gostei do jogo do qual ele participou de aceitar as determinações do Aécio Neves para a composição da chapa dele ao Senado, mas a política é assim, e quem não negocia o mínimo necessário é extirpado do meio.

JK, o político que mais admiro, cometeu muitos pecados; Getúlio Vargas, outro da prateleira de cima, mais ainda, e mais graves, e por aí vai.

Mas são pecados menores em relação à bandidagem galopante que assola da vida pública brasileira.

Homens como estes têm muito mais virtudes que defeitos em suas biografias, e temos que exaltá-los; torcer para surjam outros de nível similar, para que nossas esperanças não acabem.

Descanse em paz, Itamar! 

Tomei conhecimento da sua morte pelo twitter e selecionei algumas twittadas interessantes, de diversas pessoas que sigo, de diversas categorias profissionais, os quais admiro e sugiro, além da minha própria twittada.

renatoalvesdf Renato Alves

Corpo de Itamar Franco será velado em Belo Horizonte e Juiz de Fora.

chicomaiablog Chico Maia

Com tanto político vagabundo e ladrão no Brasil, lá se foi um que era exceção. Que o exemplo de homem público Itamar Franco tenha seguidores

 

joaovitorxavier João Vitor Xavier

O Brasil perde, com a morte de Itamar, uma reserva moral da nossa Politica. Fundamental para a estabilidade da democracia e da economia.

 

joseluizgontijo GONTIJO

Itamar foi um político verdadeiramente honesto e honrado. Com certeza redes de TVs não vão passear com seu corpo na busca de audiência.

 

GHPMendes Guilherme Mendes

Pres. Zezé Perrella se encontra no RJ. Nas próximas horas deve retornar a Minas Gerais. Por enquanto não existe nenhuma coletiva programada.

 

henriqueandre Henrique André

Tem gente que acha que tem o direito de ofender pessoas públicas e não ter uma resposta à altura. Por que, hein? Todo mundo é igual!

 

_henriqueandre Henrique André

Médico, faxineiro, engenheiro, atleta, presidente da república, advogado, desempregado, mendigo, etc. NINGUÉM É MELHOR DO QUE NINGUÉM!

 

couttinho Coutinho – Galocast

RT @Fred_Kong: Zezé Perrela triste com a morte de Itamar Franco —> http://migre.me/59KNU

 

Lincolnpinheiro Lincoln Pinheiro

O Perrela vai ser fiel ao PDT (base do governo) ou ao Aécio (oposição)?

 

Lincolnpinheiro Lincoln Pinheiro

Que a morte do Itamar chame a atenção para a necessidade inadiável da reforma política, acabando com suplentes de senadores.

 

ClesioGiovani Clésio Giovani

Te cuida Aécio Neves. Primeiro foi o senador Eliseu Rezende e agora o senador Itamar Franco.

 

emmaurilio Emmerson Maurilio

Desde a barrigada da morte de Romeu Tuma, o UOL tem sido o último a divulgar falecimentos. Todos portais publicaram, menos eles. #ripItamar

mariocaixa Mário Henrique Caixa

Globo News agora: “Dilma ofereceu o Palácio do Planalto para o velório, mas as homenagens serão só em Minas Gerais, como desejava Itamar”.

uol_noticias UOL Notícias

Blog: Morte de Itamar Franco faz presidente do Cruzeiro ganhar destaque no Twitter: http://bit.ly/mbF5eG


Quando as estrelas maiores não resolvem as da prateleira do meio quebram o galho

 Sob uma temperatura de zero grau a Argentina passou apertada para conseguir empatar com a Bolívia, num 1 x 1 chorado em La Plata.

Impressionante é que a torcida não vaia em momento algum, nem depois do jogo! E imaginar que eles estão há 18 anos sem conquistar nem uma Copa América.

Agora entendo porque os argentinos não ficam sentados e pulam durante os 90 minutos: é pra espantar o frio! Só pode!

DSC09453As seleções durante o hino

Depois que a condição física passou a imperar, o futebol se transformou nisso: quem tem jogadores diferenciados dificilmente perde, mesmo não jogando bem: Batista pôs em campo o Aguero que fez o golaço de empate, depois do cruzamento perfeito do Burdisso e a ajeitada de peito do Zanetti.

Se as estrelas maiores, Messi e Tevez, sumiram, as da prateleira do meio resolveram, pelo menos parcialmente.

Duvido que a Bolívia jogue bem e com essa vontade toda contra os demais adversários. É sempre assim, igual aos times pequenos do Brasil contra os grandes.

DSC09456

Messi e Tevez só brilharam no telão gigante sobre o gramado, mas não foram vaiados

DSC09457

Marcelo Moreno, ex-Cruzeiro, concede entrevista na zona mista, depois do jogo

DSC09465

Essa zona mists faz lembrar um corredor polonês, onde os repórteres disputam um entrevistado na base do “salve-se quem puder”, quase no tapa. Os caras vão passando em direção aos ônibus e a turma gritando, pedindo uma entrevista

DSC09469

Depois de zero grau na tribuna de imprensa, uns cinco graus na sala de imprensa, onde aparece parte da equipe da Itatiaia e este locutor que vos fala.

Da esquerda para a direita, Milton Naves, Stella Kleinrath, e o Maurílio Costa, sentado.

DSC09474

A organização da Copa América não está lá essas coisas. Quando a sala de imprensa estava lotada, com uns 500 jornalistas mandando reportagens e falando para suas emissoras de rádio para várias partes do mundo, a energia elétrica acabou, e com ela a internet.

Justamente quando o ônibus da seleção argentina entrava no estádio.

Que o Brasil fique esperto, porque a tendência de situações como essa se repetirem durante a Copa das Confederações em 2013 e Copa de 2014 é grande!


Estádio Único, mas problemas, não!

A Copa América foi aberta com as devidas pompas no Estádio Único, de La Plata, com seus 36 mil lugares lotados. Chama-se “Único” porque só ele tem gramado removível na América do Sul, e outras modernidades únicas, como um super telão sobre o gramado que pode ser visto pelos torcedores nos quatro lados do campo.

É um orgulho argentino e de Buenos Aires a La Plata, há placas gigantes anunciando quantos quilômetros faltam para chegar e que ele é “único” no continente.

 

Gramado

 

Claro que aqui não se fala que esse gramado removível vem trazendo sérios problemas para os jogadores que o utilizam, já que a cobertura do estádio impede a entrada do sol em algumas partes, e as placas de grama suplentes nunca estão em perfeitas condições. Que o diga o Cruzeiro, cujos jogadores reclamaram horrores desta grama, em março, contra o Estudiantes, pela Libertadores.

estadio_007

 

Faz lembrar

 

O Estádio Único é uma beleza de obra, apesar da construção fazer lembrar a dos estádios brasileiros para a Copa de 2014. Começou em 1997, parou por falta de verba, e foi inaugurada provisoriamente em 2003. Em 17 de fevereiro deste ano, finalmente, foi entregue definitivamente à comunidade de La Plata, pela presidente Cristina Kirchner. Depois de investidos mais US$ 100 milhões na conclusão.

 

Muito a ver

 

Outra semelhança conosco é que o Estádio Único é administrado pelos dois clubes de La Plata, Estudiantes e Gimnasia, junto com o governo da província. O mesmo que está previsto para o novo Mineirão, depois de 2014, com Atlético, Cruzeiro, América e o governo de Minas.

E assim como prevê o projeto do nosso, no Único se realizam grandes shows: em março, o U2 se apresentou para 57 mil pessoas. Em julho, será a vez de Madona e depois o Aerosmith.

 

Seria uma boa

 

Lamentável que as semelhanças argentinas conosco se resumam a estes aspectos dos estádios. Seria ótimo se fosse assim também nas estradas, por exemplo. De Buenos Aires a La Plata são 60 Km em uma ótima autoestrada. Passei por aqui, 15 anos atrás, indo para Tandil, cobrir o pré-olímpico das Olimpíadas de Atlanta. Era um lixo de estrada: pista simples; passava dentro das cidades; perigosíssima. Fazia lembrar a MG-424 que liga BH a Sete Lagoas.

 

estadio_010

 

Determinação

 

Os argentinos fazem valer a sua cidadania. Raramente há um dia sem protesto nas ruas de alguma classe trabalhadora ou reivindicatória. Chegando ao estádio, um grupo de senhoras e senhores estava posicionado onde a imprensa tinha que passar. Era a FAVIFA – Familiares Victimas do Futbol Argentino, cuja presidente, Liliana Suárez de Garcia, estava presente. Empunhando a bandeira contra a impunidade dos crimes ocorridos entre torcedores de futebol.

 

Impunidade

 

O filho de Liliana, Daniel Garcia, foi morto durante a Copa América de 1995, em Paysandu, no Uruguai, por “barras bravas” argentinos; similares das “organizadas” violentas do Brasil. Na época ele tinha 19 anos e os criminosos estão impunes até hoje.

A organização da Copa América impediu que a FAVIFA entrasse no Estádio Único, mas seus integrantes conseguiram fazer chegar até a imprensa que está aqui a sua mensagem.

 

Outra

 

Apesar da Bolívia ter goleado a Argentina por 6 x 1 em La Paz, pelas eliminatórias, ninguém acreditava que ela pudesse ser páreo para a seleção anfitriã nessa estreia. A expectativa de todos em mais uma Copa América é a mesma de sempre: Brasil x Argentina na final. Apesar do Uruguai ter sido o melhor Sul-americano na Copa do ano passado.

Mais uma semelhança conosco, que sempre prevemos, antes de começar o Campeonato Mineiro, que vai dar Atlético x Cruzeiro.

 

Confundiu

 

O vocalista Bono Vox, da Banda U2, foi vaiado pelo público no Estádio Único, ao abrir o show dizendo que era um prazer estar em “Buenos Aires”. A cidade é La Plata, na província de Buenos Aires, a 60 Km da capital argentina. Consertou e foi aplaudido depois.

* Essas fotos foram feitas hoje pelo jornalista Ricardo Corrêa, companheiro do O Tempo nessa cobertura.

Este prédio fica entre o hal principal e as cabines de rádio, televisão.

A cerveja vendida nos estádios da Copa América é a Quilmes, a mais famosa da Argentina.

estadio_002


Americano pede à imprensa mesmo tratamento dado a Atlético e Cruzeiro

Caro Chico!
Como você está envolvido com a Copa América e não tem postado nada do Coelhão, sugiro o seguinte:

“Muito estranho o comportamento da nossa imprensa em relação aos times mineiros. Enquanto o Cruzeiro esteve na zona do rebaixamento, foi muito forte a pressão sobre a diretoria, exigindo a demissão do Cuca.

Assim que terminou o jogo do Atlético contra o Inter, todos os repórteres se dirigiram diretamente ao Dorival Júnior, quase que o pressionando a demitir-se.

Veja bem: O América faz uma campanha ridícula desde o final do mineiro, quando perdeu em casa para o América/TO (o mesmo que tomaria duas sapecadas homéricas em seguida), perdeu e empatou amistosos (Flamengo e Botafogo) e, até agora, no brasileiro, só venceu o Bahia. Seguidamente, são 7 derrotas, uma vitória e 3 empates e cinco pífios pontos em 18 disputados.

Onde anda a imprensa que, diante de tantos resultados negativos seguidos, não cobra a dispensa do técnico, como quando se trata de Atlético ou de Cruzeiro? Infelizmente, o seu conterrâneo já passou da hora. O grupo é razoável mas não apresenta nada. Não tem jogada ensaiada; não tem batedor de falta (quando aparece uma, quem pegar a bola primeiro bate, como em peladas, e sempre é um chutão em direção à barreira); falta cobertura para os zagueiros que têm levado gols seguidos e ridículos. Falta treinamento mesmo.

O time ficou 10 dias, literalmente parado, porque fez tão somente dois coletivos e ainda liberou jogadores para tratar de assuntos particulares. Resultado: no início do segundo tempo, contra o Flamengo, o time estava arrastando-se em campo. Ficou com dez e o empate e virada viriam fatalmente, como vieram.

Não vejo a imprensa – talvez envolvida demais com técnico novo no Cruzeiro, que iniciou a reação por causa da troca e envolvida com as goleadas que o Atlético levou e com o compromisso de ela, a imprensa, demitir do Dorival – repito, não ouço a imprensa  falar do América.

Fui ao jogo América X Flamengo e, tendo saído de casa às 17:30, só entrei no estádio às 20:10 com mais de 30 minutos já jogados. Apenas um canal de televisão passou os lances mais importantes do jogo. Assim pude ver a roubalheira que foi, muito além do que vi no campo. Lances decisivos, que influenciaram no resultado final.

Ninguém fala nada? Isto vai até o fim desse jeito? A imprensa, que deveria ser MINEIRA e não atleticana ou cruzeirense, nada vai falar? Se fosse com um dos dois, o silêncio seria o mesmo? Claro que não! Foi algo de muito escandaloso.

Vamos deixar que “mandem” o América de volta à Série B, sem nenhuma reação? Sinto que decidir, desde logo, qual é um dos 4 rebaixados, e venho falando nisso há muito tempo, é muito bom para os grandes em crise, porque sobrariam apenas três vagas. Entretanto, é justo que se faça isso?

A minha saga para chegar à Arena do Jacaré foi a mesma de muitos outros americanos que só chegaram no intervalo. Isto deveria merecer um pouco mais de respeito da imprensa, da diretoria e do time,  já que, se o rebaixamento estiver definido, não vale a pena tanto risco como o que temos passado para prestigiar. Dá vontade de jogar a toalha como já o fez a maioria dos americanos”.

Um abraço!

Marcio Amorim


Primeira divisão argentina terá clube com uniforme igual ao do América

SAN MARTIN

O próximo Campeonato Argentino da Série A terá um time com uniforme idêntico ao do América. É o San Martin, de San Juan, da província de Jujy, que ontem garantiu o acesso ao empatar em La Plata com o Gimnasia em 1 x 1.

Ótimo jogo, e o Gimnasia tinha em campo, Guilhermo Schelloto, jogador que já tinha encerrado a carreira, mas voltou para tentar ajudar o seu clube do coração, onde começou, e do qual o seu pai foi presidente.

Schelloto ganhou fama e virou mito no Boca Juniors, campeão de quatro das seis Libertadores que o clube de conquistou.

Amigo de Maradona, contou com o apoio dele no estádio ontem à tarde, mas em vão.

Seu time precisava vencer, por qualquer placar, mas ficou no 1 x 1.

Como o San Martin venceu o jogo de ida por 1 x 0, classificou-se.

CAMISADOSANMARTIN

Um dos destaques do San Martin é o brasileiro Roberval, 25 anos, que jogou no Santa Cruz, de Recife.


O pai do João Vitor está precisando de doadores de sangue

O João Vitor Xavier enviou mensagem solicitando ajuda para a doação de sangue para o seu pai, senhor José Odilon Faustino:

“Caros amigos,

Precisamos de 20 doares de sangue para o meu pai. Quem puder ajudar, a doação precisa ser feita na Rua Juiz de Fora, 861, Barro Preto, de 2ª a 6ª feira, de 8 às 13 horas, ou no sábado, de 8 às 12 horas (no sábado precisa agendar). Telefone 3335-6600. O nome do meu pai é José Odilon Faustino.

Quem fizer a doação, por favor, me avise.

Abraço,
 
 
João Vítor Xavier”


Crônica de uma tragédia inesperada

Inacreditável!

Diante de 7.595 atleticanos pagantes, mais um vexame do Galo!

A mesma história: criou oportunidades, não teve competência para romper uma defesa bem fechada no primeiro tempo.

No início do segundo, levou o primeiro gol em falha individual.

De novo, Renan Ribeiro.

Disse bem o goleiro Marcos na entrevista ao O Globo, que transcrevi aqui: “goleiro é cargo de confiança do treinador!”.

Mas se não inspira confiança ao time e à torcida, precisa ser trocado.

Ou que se troque o treinador.

Dorival Junior se mostrou perdido depois desse gol, tirando Wendell que tinha acabado de entrar.

Ouvi o jogo pela Itatiaia na internet e o Thiago Reis disse que o jogador mandou o comandante pra “aquele lugar”!

Uai, se é assim, o chefe perdeu o comando!

Nas entrevistas, depois do jogo, Wendell disse que xingou a situação dele, e jamais ao treinador.

Porém, disse que o Dorival nunca fala nada nem conversa com ninguém, antes ou depois dos jogos.

Estaria vivendo a síndrome do Cuca?

Que ambiente!

Depois do segundo gol, Emerson Romano disse que o Inter entrou na defesa do Atlético em ritmo de “pelada”, e que ele já tinha visto este filme.

Sim, contra o Flamengo.

Aí, foi só esperar pelo resto da tragédia!

E o tal Guilherme Santos, expulso, saiu fazendo gestos obscenos para a torcida.

Inacreditável!


Simplificação argentina para tentar voltar a vencer

A Argentina comemorou, quarta-feira, os 25 anos da conquista do bi-campeonato mundial, no México em 1986. Dias antes já havia comemorado os 18 anos da última Copa América, em 1993, no Equador.

Neste espírito de cobrança e pressão, estreia nesta sexta-feira à noite na competição da qual é anfitriã, contra a Bolívia. Diferente dos seus antecessores, o técnico Sérgio Batista é discreto e bem humorado. Volante, e um dos líderes do time campeão da Copa do México, foi auxiliar de Diego Maradona na África do Sul, ano passado.

Na entrevista coletiva não se perturbou com nenhuma pergunta e riu muito da pergunta feita por um repórter do programa CQC, da Band: “No último confronto foi Bolívia 6 x 0; sendo assim, um empate na estreia contra eles será um bom resultado?”

 

Tranquilo

 

Também respondeu com tranquilidade se Tevez foi escalado como titular por causa da pressão da torcida e imprensa do seu país: “Não, vai jogar porque mereceu e pode formar um grande ataque com Messi”.

A Bolívia vai ter de suar muito para não ser goleada em La Plata. A Argentina optou pela simplicidade e até as principais estrelas do time agem como se fossem principiantes.

É questão de honra voltar a levantar um título, 18 anos depois da última conquista.

 

Diferentes

 

Conversando com as pessoas aqui constato que a rivalidade entre River e Boca é muito diferente das brasileiras, principalmente em MG e RS, onde cruzeirenses e atleticanos; gremistas e colorados querem que o rival desapareça do mapa.

A maioria dos boquenses não gostou da queda do River. A sério, dizem que foi muito ruim para o futebol do país. Na gozação, afirmam que assim, o Boca não terá mais seis pontos garantidos.

 

Vão se apresentar

 

As novas estrelas da seleção brasileira são pouco ou nada conhecidas por aqui. Nem a conquista da Libertadores deu notoriedade a Neymar e Ganso entre os argentinos. Neymar é citado por alguns, especialmente os muito jovens; Ganso, só é conhecido pelos jornalistas.

Estão diante de uma grande oportunidade de se destacarem e aumentar suas cotações perante o mundo. A mídia europeia está presente em boa quantidade para cobrir a Copa América.

 

Ô inveja

 

Falei dos jornalistas que pegam os 79 Km que separam Buenos Aires de Campana, onde a seleção brasileira está concentrada e da qualidade das estradas, que impressiona e muito.

Mas não falei do mais importante: poucos pedágios e muito baratos.

Até Campana são apenas dois, que não totalizam R$ 4.

 

Os dispensados

 

Os meios de comunicação argentinos estão debatendo se a direção da seleção mexicana agiu corretamente ao mandar embora oito jogadores que participaram de uma festa com quatro prostitutas num hotel em Quito, antes de viajar para cá.

Os críticos da decisão mexicana afirmam que é um absurdo tratar dessa forma, jovens de vinte e poucos anos que ficarão mais de um mês confinados, por conta da seleção do país.


Ótima entrevista do goleiro Marcos

Estava devendo essa entrevista que li, aos senhores do blog.

É do goleiro Marcos, que vale a pena.

MARCOS2

Saiu no O Globo, de sábado, dia 25:

“Marcos: ‘Não quero parar como um cara que se arrastou pelo campo’” 

Por Carol Knoploch (carolk@sp.oglobo.com.br) | Agência O Globo – sáb, 25 de jun de 2011

SÃO PAULO – Marcão, goleiro do Palmeiras e pentacampeão, vai parar. Ele, que não quer se arrastar em campo, diz que este ano está bipolar. Tem dias que gosta da ideia da aposentadoria, mas também tem horas que se sente angustiado. Isso porque nunca teve um plano B, só queria ser goleiro do Palmeiras, o time do coração e pelo qual a mãe é fanática. Bem-humorado, o goleiro, ídolo até de torcidas rivais, comentou sobre a última temporada, momentos marcantes e o porquê não aceitou convite para atuar no exterior. O que ele vai fazer depois? Engordar muito e, claro, continuar no futebol.

Vai parar mesmo?

MARCOS: Em dezembro. Faço treinos diferentes e apenas um por dia. É para não forçar demais o joelho. Não adianta forçar no treinamento e ficar fora do jogo. Treinei hoje (dia 9), no frio e na chuva, e o joelho ficou estalando.

Pode parar antes?

MARCOS: Quero me acostumar com o fato de que vou ter de largar a única coisa que sei fazer. Sou apegado e procuro aproveitar os últimos treinos, jogar o número máximo de partidas. Mas sem colocar o time em risco se eu não tiver condições. Difícil jogar todo o Campeonato Brasileiro.

O que passa na cabeça?

MARCOS: Meu humor está mudando muito. Estou bipolar (risos). Em dias frios, como o de hoje, que tenho de cair no chão molhado, penso “graças a Deus que não farei mais isso”. Ao mesmo tempo, faz 19 anos que jogo futebol e vou ter de mudar de profissão. O que quer que eu faça não vai chegar aos pés do futebol. É uma mistura de sentimentos. Fico tenso, melancólico, triste, feliz.

Já começou a chorar?

MARCOS: Ainda não, mas estou preocupado. Eu me saí bem no futebol, consegui meus objetivos e para continuar no esporte estou velho. Eu me questiono sobre o que vou fazer e se serei bom, me cobro muito.

E quem segura a sua onda?

MARCOS: Todo mundo acha que tenho condições de jogar mais. Mãe, mulher, cunhado, ainda mais quando vou bem numa partida. Daí escuto: “Pô, dá para jogar mais um ano”. Mas tem mais de 70 partidas num ano! Treinei muito para conquistar meus objetivos e me machuquei muito por não ter limite. As dores incomodam e vou me irritando com coisas do tipo, atuar num campo duro. Dói tudo. Também sei que não estou 100%. Fico com receio que isso me prejudique no jogo. Olha: quero parar por cima. Aqui no Brasil a gente sabe que não é primeira impressão que fica e sim, a última. Não quero parar como um cara que se arrastou pelo campo.

O que achou da despedida do Ronaldo? Ele se arrastou?

MARCOS: Achei legal, digna para quem foi. Toda vez que um grande jogador para como ele ou como o Romário, por exemplo, ficamos tristes, né? Todo mundo gosta de um cara que joga bem, mesmo que seja no time adversário. E entendo o Ronaldo, que já tinha deixado de treinar. Já está com a vida estabilizada, tem projetos. Fiquei triste porque convivi com ele na Copa do Mundo (2002) e ele era fantástico. Gostaria de vê-lo mais tempo em campo.

Lembrou que sua hora está aí? Quer uma despedida da seleção também?

MARCOS: Ah sim! Já passou quando o Washington, o Coração Valente, se aposentou. Vi a coletiva dele no Fluminense e pensei: “Vixe, ano que vem sou eu!”. Esta hora chega para todo mundo. Mas não tenho o mesmo moral que o Ronaldo. Só joguei 29 vezes pela seleção. Tive poucas convocações e também fiquei muito no banco. Titular mesmo, só na Copa (2002). Agora, se tivesse a conta bancária do Ronaldo, eu me aposentaria antes (risos).

É verdade que Felipão disse que não queria nem saber quem eram os goleiros, que você seria o titular dele em 2002?

MARCOS: Verdade… A seleção estava passando por um momento difícil e… não quero que pareça que estou reclamando, que acho que sou perseguido. Mas no Palmeiras você tem de provar que é muito, muito, mas muito melhor que alguém para ser convocado. E quando o Felipão assumiu a seleção, que quase ficou fora da Copa, sabia do meu potencial porque tínhamos trabalhado juntos no Palmeiras. Isso me ajudou porque o Dida e o Ceni estavam em fases brilhantes. A disputa era acirrada e joguei a Copa com esta cobrança.

O Rogério Ceni já disse que não teve a sorte de trabalhar com um técnico na seleção que tivesse sido seu treinador em clube…

MARCOS: Acho que o Ceni teve pouca chance na seleção. E eu também! Mesmo com o Palmeiras na Segunda Divisão (2003), tinha acabado de ser campeão mundial. Pensei: “pô, vou ficar pelo menos mais um ano de titular, um ano de crédito.” Aí o Felipão saiu e entrou o Parreira. Joguei uma vez e fui para o banco. O Dida ficou como titular. Pô, tinha sido campeão do mundo. É que goleiro é cargo de confiança. Então, minha sorte foi o Felipão ter assumido a seleção. E meu azar, o Felipão ter saído. O Zetti, um baita goleiro, também não teve chance com o Taffarel. Já o Júlio César pegou uma boa fase, sem concorrente à altura.

Qual destes é excepcional?

MARCOS: São fases. Hoje, o Victor (Grêmio) e o Fábio (Cruzeiro) estão bem. Este negócio de “o melhor de todos os tempos” é a maior besteira do mundo. Só o Pelé, que é Pelé.

Como começou sua amizade com o Felipão?

MARCOS: Talvez eu tenha aprendido a conviver com ele mais rápido, quando chegou ao Palmeiras (1997). Nunca abusei do moral em nenhuma situação. Mesmo quando estava bem e ouvi cobras e lagartos do Felipão, abaixei a cabeça, escutei e fui treinar. Ele era o técnico! Se elogiou, agradeci. Sei o meu lugar. E ele sempre soube que podia confiar em mim porque jamais iria apunhalá-lo pelas costas. Posso não concordar com escalações, mas a tarefa é dele. Mas também, sou amigo dele assim… Nunca fui jantar na casa do Felipão nem ele na minha. É uma amizade de cumplicidade. Não gosto de misturar as coisas. Quer fazer marketing? Jogue bem!

Você se despede em ano em que o Palmeiras joga fora de seu estádio (em reforma). Mas com o Felipão…

MARCOS: No futebol, você não chega longe se as pessoas não te ajudarem. O Luxemburgo foi quem me deu a primeira oportunidade. O Zagallo me convocou para a seleção pela primeira vez. O Felipão, quando chegou ao Palmeiras, me colocou nos aspirantes, pois estava acima do peso. Ele gostava de mim e eu estava bem, daí pensei: “gaúcho desgraçado, quer me ferrar”. No futebol é assim, sempre alguém quer te ferrar, nunca é você se ferrando sozinho. Não falei nada. Levei a sério os aspirantes e fui abaixando o peso. O Velloso se machucou (1997) e ele me chamou. Não me ferrou, me ajudou. É o que se faz com um filho.

Qual a maior qualidade dele?

MARCOS: Honestidade. Fala na cara. A gente toma dura no treino (risos), ele xinga, fala palavrão, arregaça com a gente, mas depois, no vestiário, já está brincando, não mistura as coisas. Trabalho é trabalho.

Goleiro troca muita camisa?

MARCOS: Sempre toquei, em todas as partidas. Não consigo levar para casa. Até porque não sei falar não… Algo como “já prometi esta”. E na seleção também troquei muito. Inclusive com brasileiros, Ronaldinho, Ronaldo, Cafu… Da seleção de 2002, tenho o time completo.

Neste Brasileirão, a procura pela sua camisa aumentou? A da estreia ficou com o Maicosuel (Botafogo), que disse que era “a camisa de um campeão mundial”…

MARCOS: (risos). Aumentou! Já tem jogos para frente que os caras me ligaram para deixar reservada! Lúcio (Grêmio) é um deles. Dizem que querem a camisa do ano de despedida.

Onde guarda a coleção?

MARCOS: Em malas. Às vezes, quando um muito rival vai jogar uma final, saco a camisa do adversário e visto em casa (risos).

Tem camisas corintianas?

MARCOS: Várias! E ainda por cima tenho de arrumar para amigos que são corintianos e que me pedem. Toda vez, contra o Corinthians, o Andrés Sanchez me dá várias para distribuir.

De quem quer a camisa? Tem a do Neymar?

MARCOS: Putz! Não tenho nem do Neymar nem do Ganso. Está aí. Mas fico meio assim de sair correndo atrás dos caras para trocar a camisa. E também, se trocar com qualquer um tá bom, porque neste Santos todo mundo joga demais! O único cara que corri atrás mesmo foi o Jorge Campos, da seleção do México, numa Copa das Confederações (1999). Ele jogava com umas camisas incrementadas.

Sempre foi Palmeiras?

MARCOS: Fui influenciado. Meu pai, meu irmão mais velho e minha irmã mais velha são corintianos. Mas minha mãe e meu irmão acima de mim, palmeirenses. Torcia para o Guarani e meu irmão falou assim: “O Palmeiras é maior e é verde também!” Quando cheguei ao Palmeiras e vi o Velloso, quase desmaiei. Você não imagina como era difícil na minha cidade (Oriente, no interior de São Paulo), arrumar uma camisa do Velloso, quanto mais treinar com ele. Sempre torci pelo Palmeiras! Não se joga na Coca Cola e torce para o Guaraná Antarctica.

Tem vários!

MARCOS: Hoje tem, mas digo assim: se você é palmeirense e joga no Corinthians, tem de torcer pelo Corinthians. Graças a Deus eu sou palmeirense e jogo no Palmeiras, sempre joguei no Palmeiras e vou me aposentar no Palmeiras.

Quando chegou no clube, foi o Sérgio que te acolheu?

MARCOS: Foi um dos caras mais importantes da minha carreira. Me ajudou a não desistir. Eu morava no alojamento e quando estava frio, congelava. Quando era calor, os mosquitos mordiam. Pensava: “isso é vida?” Tinha horário para comer e se chegasse tarde, do treino em Pirituba, não tinha mais comida. Passava apertado e era bobão. Minha cidade tem cerca de cinco mil habitantes. Cheguei a São Paulo e fiquei três meses para ir ao shopping porque achava que tinha de pagar entrada (risos). O Sérgio me convidou para morar na casa dele quando estava em lua de mel (risos). Estou com um primo na mesma situação. Veio fazer teste e se passar vou arrumar um lugar legal para ele ficar.

Você só defendeu o Palmeiras por 15 anos. Mas teve a oportunidade de jogar no exterior, logo após o título mundial. No entanto, continuou no Palmeiras, rebaixado. Por quê?

MARCOS: A fase da Série B foi horrível pela pressão. Chegava para disputar um jogo na cidade, seja ela qual fosse, e parecia que era o Michael Jackson. Olha, é fácil falar te amo! Esta foi a oportunidade para eu provar (beija o escudo do time). Quando veio a proposta do Arsenal, optei pelo meu salário que era R$ 80 mil. Sei que é ótimo para os padrões brasileiros, mas era campeão do mundo! Hoje, qualquer um ganha R$ 200 mil. Ficava pensando em casa que, se eu não me adaptasse, poderia rescindir o contrato e voltar. Mas achava pilantragem. E tinha a coisa de largar o Palmeiras na hora que mais precisava. Esse momento me deu mais moral com a torcida do que se pegasse 50 penaltis do Marcelinho Carioca.

Lembra-se de algo engraçado?

MARCOS: Em Garanhuns, jogamos num campo que tinha cabrito. E antes da viagem vi a foto do lugar e falei que não poderíamos jogar num pasto. Era um jogo importante, contra o Sport. Quando cheguei na cidade tinha uma faixa assim: “aqui pode ser pasto mas a vaca da sua mãe não come aqui!” Fui aquecer perto do público e chovia tijolo! Para a torcida, a Série B foi péssima, mas para quem jogou foi motivo de orgulho.

Quando jogava num campo assim pensava no Arsenal?

MARCOS: Depois que decidi ficar, virei a página. Até hoje, não me arrependo. Além do dinheiro e de gostar do que se faz, você tem de ter raiz num lugar, para você ser lembrado. Não dá para jogar seis meses no Flamengo, um ano no Fluminense, três no Vasco… A hora que parar, vão falar: “É o Zezinho, lateral-esquerdo que jogou no Fluminense”. E outro vai dizer: “Pô, não me lembro…”

Tem medo de ser esquecido?

MARCOS: Para mim este não é um problema. É difícil parar porque sou goleiro! Quero ser goleiro e só sei ser goleiro. É verdade quando dizem que o jogador morre duas vezes (a primeira na aposentadoria).

Você é querido por torcedores de outros clubes…

MARCOS: De vários. Muitas vezes dou autógrafo em camisa do São Paulo, do Corinthians, do Flamengo. É engraçado. Vou lá e meto a caneta, na boa!

Tem algum clube, de outro estado, pode ser do Rio, que gostaria de ter defendido?

MARCOS: Nunca pensei nisso. Mas no Rio sou Vasco. Também curto o Coritiba, no Paraná, apesar dos 6 a 0 (risos) na Copa do Brasil. Já tive proposta para ir para o Corinthians, mas não dava. Teria de comprar um caveirão para jogar lá. Sou muito identificado com o Palmeiras. Acho que hoje os jogadores ficam com medo de não acumular fortuna, sabem de histórias de caras que perderam tudo.

E por que se repetem? Gastam com carrão, joia, na noite?

MARCOS: (risos) Porque é jogador de futebol. E para isso não precisa ter estudado. Quando se ganha muito dinheiro, pira mesmo. Quer tudo. Eu estudei até o segundo colegial. Minha mãe me moía se não passasse de ano… E olha que pulei muito o muro da escola. Admito que tenho até uma invejinha destes caras (risos). Desmanchei com a minha namorada de seis anos e já comecei a namorar a minha atual mulher. Estamos juntos há 12. Fui calouro, hein! Não aproveitei as baladas (risos). É que sempre achei que centroavante e goleiro são profissões. O resto, posições. Se não fizer gol (atacante) e se não fechar o gol (goleiro) está ferrado. Sempre fui caxias e não tinha plano B. Tinha de ser um ótimo goleiro. Você acha que gosto de ligar a TV e ver todo mundo metendo o pau em mim?

E a história do cafezinho?

MARCOS: Qual a diferença de tomar energético, água ou café (risos)? Contra o The Strongest, da Bolívia, estava um frio desgraçado, a bola não vinha no gol. O Palmeiras pressionava. Aí pedi para o roupeiro pegar um cafezinho. Tampei o copo mas uma imagem da TV pegou a fumacinha. Os adversários ficaram putos porque eu estava tranquilão. No jogo de volta, os bolivianos queriam me matar. Nos gols, os caras sentavam na minha cara e faziam o gesto com a mão, como se estivessem tomando café. A torcida gritava: “Uh, cafezinho, uh cafezinho”. Acredita que depois de três anos, com a seleção, voltei lá e os caras gritaram de novo?

A conquista da Libertadores em 1999, quando surgiu o apelido de São Marcos, foi o título mais importante no clube?

MARCOS: Para mim foi o da Série B, de 2003. Pela pressão, pelo período, pelo significado. Na Libertadores, era coadjuvante, tinha Paulo Nunes, Zinho, Júnior Baiano, César Sampaio, Arce… Um baita time. Na Série B, eu era “o cara”, o mais cobrado.

E a fase mais difícil?

MARCOS: 2007 foi a pior. Quebrei o braço três vezes no ano. Fiquei oito meses do ano engessado. Fazia fisioterapia e quando treinava, numa pancada, quebrava de novo. Achei que já tinha osteoporose (risos).

Conseguiu ganhar dinheiro? Investiu bem?

MARCOS: Consegui. Penso em dinheiro dentro dos meus padrões, do que vivo. Mas se comprar com o que vejo por aí, não. Mas também não sou um cara que ando com carro de R$ 500 mil, que usa correntão de ouro, relógio de R$ 30 mil. Não gosto e estaria ferrado. Vou parar ano que vem e em dezembro de 2012 já estaria sem nada (risos). Também não dou cartão de crédito para minha esposa (risos). Dou um dinheirinho e falo: “se acabar, acabou hein!” Ela diz que sou mão de vaca. Investi pouco também. Meu perfil no banco é conservador. Mas aumentei a propriedade da família (de 9 hectares para 900 hectares).

Você é certinho?

MARCOS: Sou nada (risos)… Já tive minhas épocas! Saía muito. Mas a fama atrapalha. Os torcedores pegam no pé. Se saia na quinta, depois de uma derrota na quarta… Nossa, um desrespeito. Então, comprei uma cobertura e faço churrasco lá. Ninguém vê, posso beber minha cerveja. O negócio é cumprir as obrigações. Claro que ninguém é santo. Mas também não me envolvo em confusão. Não vou sair sem minha mulher, né? Ainda mais agora que vou me aposentar. Imagina me separar e perder 50%? (risos).

O que fará logo de cara?

MARCOS: Eu me acostumei com as limitações. Não sinto falta, sabe? Mas tem duas coisas que vou fazer já a partir do primeiro dia de aposentado: não vou mais acordar antes do meio dia nem cumprir horários rígidos. Ah! E quero ficar muito gordo! Mas depois da despedida, hein! (risos). Não aguento mais comer frango com purê de batata. Agora, aposentado, imagina a mesa de jantar do Ronaldo? Ele tem bem mais dinheiro (risos). Também vou aproveitar mais a companhia dos amigos e da família.

E profissionalmente?

MARCOS: Tenho contrato com o Palmeiras por mais três anos quando parar. Sem cargo definido. É bom porque vou continuar no meio, vendo meus amigos. Mas não levo jeito para ser cartola, presidente. Também não quero mexer com dinheiro, contratação. Preparador de goleiros também acho que não vai rolar porque o Palmeiras tem um dos melhores do mundo… Sobrou… Bom, também não vou pintar o campo. Tenho certeza que temos um cara que pinta melhor do que eu (risos).

Você é um cara que fala mesmo, sem dó… Te ajudaria nessa fase?

MARCOS: Ou não. Acho que pegam no meu pé com esta coisa das declarações polêmicas. Normalmente analiso um jogo, não fico falando de coisas para frente. E, se perdemos de 6 a 0 para o Coritiba, não sei chegar na beira do campo e falar: “infelizmente, tivemos uma noite infeliiiiiz, mas vamos levantar a cabeeeeça e na próxima partida teremos tudo para somar três pontos (tom de texto decorado, típico dos boleiros).” Pô, o time jogou mal, tomou seis e como pode achar alguma coisa boa nisso? Fico mordido quando a gente perde… Minha mãe é tão palmeirense, tão palmeirense que na derrota ela fica ferrada. Daí, sento a lenha nestes vagabundos e sei que ela, ao menos, vai falar: “Aê filhão!”