Pouca gente creditava que Portugal fosse complicar a vida da Alemanha, possivelmente na mesma proporção que não se esperava que fosse tão fácil para os alemães. Espero que este jogo e o placar corrijam uma injustiça que se comete a grandes times, sejam de clubes ou seleções. É comum dizer que o jogador tal ganhou tal Copa “sozinho”. Constantemente ouço isso em relação a equipes históricas; Argentina de 1986 a maior injustiçada. Maradona foi o gênio daquela disputa, incomparável, o motor daquele time, mas o grupo ajudava. Ótima defesa, representada por Ruggeri; meio campo fortíssimo com Batista na marcação e atacantes velozes e habilidosos como Burruchaga e o fantástico Valdano. Citei apenas os que me lembrei de memória, mas o time era “equilibrado” como diria o Celso Roth, além de bem treinado por Carlos Salvador Bilardo.
Senti pena do Cristiano Ronaldo em meio a tantos companheiros limitados tomando aquele vareio de bola da Alemanha. Melhor jogador do mundo, lutando com todas as forças para que Portugal faça a sua melhor campanha na história das Copas, ele também deve ter acreditado nessa tese burra de que algum craque, por melhor que seja, possa carregar um time ruim nas costas.
Em esportes coletivos ninguém ganha “sozinho” ou leva pernas de pau a título nenhum. Nem Pelé conseguiu.
Ainda mais Portugal com um grupo que não passa de bonzinho, com um zagueiro que se acha craque, Pepe, que pode ser comparado, no máximo, a um Júnior Baiano, melhorado, cujo destino foi gentil demais e o levou a vestir da camisa do Real Madri, onde o grupo é acima da média e as fragilidades do zagueiro provocam menos estragos.
Se o jogo contra os alemães já era o mais difícil dessa primeira fase, com a expulsão irresponsável do Pepe, naquele momento, virou brincadeira para o excelente time do Joachim Low. O placar ficou de ótimo tamanho para os lusos, que ainda tiveram a cara de pau de reclamar da arbitragem.
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Pelo que estamos vendo em Belo Horizonte e vimos sábado e domingo no Rio de Janeiro tem mais gente jogando “em casa” além da seleção brasileira. Os argentinos já estavam muito à vontade nas ruas e todos os ambientes verde-amarelos e dentro do Maracanã, Messi e Cia., gostaram de jogar naquele palco, símbolo mundial do futebol.
Sábado no Mineirão estarão mais em casa ainda, já que adotaram Beagá como a casa deles durante o Mundial.
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Finalmente uma pelada na Copa e sem gols. Demorou, mas aconteceu.
Pensei que Nigéria e Irã fossem fazer um jogo de correria e muitos gols. Ficaram só na correria e futebol de dar calo nas vistas em Curitiba. Dois times muito fortes fisicamente mas sem nenhum futebol e nem perspectivas de que possam incomodar Argentina e Bóznia neste grupo.
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A Alemanha foi a última seleção candidata ao título a entrar em campo e apenas confirmou o que se falava dela. Os argentinos deverão fazer uma chuva de gols no Irã, vão chegar às oitavas com o moral nas alturas; o Brasil volta a campo hoje e deve crescer; o destino está em débito com a Holanda nas Copas; não vejo a Espanha fora do jogo, nem a Inglaterra; e a Itália é a Itália.
Haja coração!
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