Se houvesse seriedade no comando do futebol brasileiro, Marcelo Oliveira seria o sucessor de Felipão
O Cruzeiro deu um banho de bola no Figueirense, praticando futebol de encher os olhos e gols de bela feitura, resultados de jogadas muito treinadas. Enquanto Dunga se vira para explicar sua atuação como empresário de futebol e enfrenta enorme rejeição geral como velho/novo técnico da seleção brasileira, o Brasil vê o sucesso extraordinário de Marcelo Oliveira como a maior novidade do país como treinador nos últimos anos. Pelo segundo ano consecutivo o Cruzeiro faz campanha irretocável no Campeonato Brasileiro, jogando bem, dando espetáculos com nova chuva de gols, poucos cartões amarelos e vermelhos, substitutos mantendo o mesmo ritmo dos titulares quando entram e disparado na liderança de uma competição das mais equilibradas e difíceis do mundo.
Discípulo assumido de Telê Santana, último treinador venerado como amante do autêntico futebol brasileiro, que dá espetáculo e é competitivo, Marcelo Oliveira sequer nem foi cogitado na CBF para ser o sucessor de Luiz Felipe Scolari, com a cumplicidade da maioria absoluta da imprensa nacional que tanto fala em mudança e resgate do autêntico futebol nacional. Fora da imprensa mineira, o único comentarista de veículos nacionais a lembrar o nome do técnico do Cruzeiro foi o Renato Maurício Prado, do jornal O Globo e canal Fox Sports.
Não é difícil entender esta situação. Marcelo não circula entre empresários, intermediadores, dirigentes suspeitos e nem lobistas, inclusive da mídia. Se depender de alguma mudança de caráter ou comportamento pessoal da parte dele para chegar à seleção, jamais será chamado. Até nisso ele é semelhante a Telê Santana, que mesmo ostentando números invejáveis como treinador só foi chamado para a seleção no início dos anos 1980 porque assumia o comando do nosso futebol um dos poucos dirigentes sérios que a CBF já teve: o empresário carioca Giulite Coutinho.
A entidade estava nascendo em fins de 1979 no lugar da CBD, até então comandada pelo Almirante Heleno Nunes. Assim como agora o país exigia mudanças já que a seleção tinha sido eliminada pelo Paraguai da Copa América daquele ano, quando era dirigida por Cláudio Coutinho.
Só que agora a CBF é uma entidade estranha, mal vista e dirigida por cartolas que não passam nenhuma credibilidade, e as escolhas que fizeram para dirigir a seleção recentemente só reforçam estes sentimentos.
Deixe um comentário para Vinicius Campos Cancelar resposta