Num primeiro momento a saída de Alexandre Matos não provoca nenhum estrago no Cruzeiro, já que o time está montado, o treinador de contrato renovado e poucas aquisições precisam ser feitas para a próxima temporada. O grande mérito dele, junto com o Marcelo Oliveira, na montagem deste grupo vencedor é que os dois conheciam jogadores de grande potencial que jogavam em clubes das prateleiras do meio e de baixo e nas categorias de base de vários, o próprio Cruzeiro inclusive; que poderiam dar certo na Toca da Raposa.
Antes de ganhar a oportunidade de ouro no mundo azul, Alexandre trabalhou até então no América, e conhecia como a palma da mão a segunda divisão nacional, os clubes do interior do estado e a base, assim como o Marcelo. Era onde o América buscava e busca jogadores em função do pouco dinheiro para investir, ao contrário dos maiores clubes do país.
Marcelo foi técnico das categorias de base a vida toda, com períodos rápidos como “tapa-buraco” do profissional do Atlético. Ganhou a sua grande chance por parte do Ney Franco, como auxiliar dele no Coritiba, e o substituiu quando este saiu para comandar a base da CBF. Competentes que são, o diretor de futebol e o treinador souberam usar o respaldo que tiveram do presidente Gilvan de Pinheiro Tavares, que enfrentou pesadas críticas e advertências por arriscar tanto com dois supostos inexperientes.
Chegaram onde quase ninguém acreditava e o grupo que montaram deverá continuar dando bons resultados pois a única perda importante é o próprio Matos, que entretanto, não joga futebol, e em curto e médio prazos, sua ausência não pesará. Além do mais, o Cruzeiro tem lá dentro nomes à altura para substituí-lo. Sem falar na estrutura administrativa remontada por Benito Masci em meados dos anos 1980, que teve sequência e evolução com os irmãos dele, César e Salvador, e depois Zezé e Alvimar Perrela. O Dr. Gilvan acompanhou tudo de perto e participou diretamente de quase todas as gestões do Cruzeiro, começando com Felício Brandi. Ele tem 53 anos de clube; é inteligente, honesto e dedicado em tempo integral. Por isso está se dando tão bem na presidência.
Continua imune a pressões, principalmente no que se refere a abrir os cofres do Cruzeiro.
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