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Robinho e Piqué dão exemplos das consequências da irresponsabilidade do mau jornalismo

Virada de temporada, tempo de especulações e muita notícia plantada, por empresários querendo emplacar jogadores em clubes grandes e gente nossa da imprensa querendo dar notícia em primeira mão. Com o surgimento da internet os “furos” de reportagem se tornaram espécie em extinção, porque ficou quase impossível saber quem contou primeiro a “bombástica” informação. Nessa, muitos colegas vão entrando de sola, sem pensar nas consequências de uma informação mal apurada ou movida por interesses comerciais ou até mesmo inconfessáveis, o que não é raro em nosso meio.

Mas, o normal é a vaidade exacerbada, de querer ter a primazia da notícia. A partir da segunda metade dos anos 1990 a internet mudou tudo e estamos vivendo um momento de rearranjo das coisas. Acabou aquilo de era chamado de “4º Poder”, quando a imprensa era colocada no patamar do Executivo, Legislativo e Judiciário. Esse poder foi detonado pelas mídias virtuais e quem não souber se adaptar será condenado pelo mais rigoroso dos juízes de qualquer jornalista: o público, seja leitor, ouvinte ou telespectador, todos unidos na mesma plataforma que é internet.

E foi um jogador de futebol que fez o melhor alerta que vi até agora aos maus profissionais do jornalismo em geral, do esporte principalmente. Disse o zagueiro Gerard Piqué semana passada: “A urgência da notícia, agora, tem mais importância que o rigor. Sempre haverá alguém que se importa em dar a notícia antes de apurá-la”. E emendou: “Compreendo que o Barça blinde seus jogadores”.

Continua falando o zagueiro do Barça: “O clube tinha que cortar pela raiz o mal da imprensa. O jogador tem cada vez mais poder, e usa menos a imprensa. Alguns têm mais seguidores que o jornal esportivo mais lido na Espanha.” Piqué arrematou dizendo que “…poderia não dar mais entrevistas, e nada aconteceria”. Pois é! Esta semana Robinho, do Atlético, viveu situação que tem tudo a ver.

Pelo que foi escrito por um jornalista paulista, Robinho estava acertando o retorno ao Santos. O jogador do Galo utilizou suas redes sociais e seguiu a mesma toada do Piqué: “É de se estranhar agora no final do dia, de forma quase que simultânea, sair em vários veículos de comunicação notícias levianas, que geralmente, antes de publicarem, costumam ouvir a outra parte para verificar a veracidade, fato que não ocorreu. Será que vale tudo mesmo por uma notícia? Vale tudo pelo “ibope”? Será que não pensam no impacto que uma notícia leviana pode causar, principalmente quando envolve torcida, clube, família, emoção…?”

Como discordar destes jogadores? O que falaram precisa ser refletido por novos e veteranos da imprensa ou por quem pretende ingressar nessa profissão. A irresponsabilidade na informação gera cada vez mais o descrédito da categoria, numa instantaneidade absurda.


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Comentários:
14
  • geovany altissimo disse:

    Se o radio não toca a musica que você quer ouvir, é muito simples, é muito simples, é só mudar de estação, é só girar o botão. Boa Lembrança Renato Cesar. Rauzito é o cara.

  • Jonathan disse:

    Sinto em lhe dizer, meu caro Chico Maia, mas do jeito que as coisas andam, a grande mídia e principalmente o jornalismo terá que se reinventar muito rapidamente para que essa profissão de jornalista não entre em extinção. A credibilidade as agências e aos profissionais da área nunca esteve tão em baixa como agora.

  • Gomes disse:

    Chico, tudo o que o você disse sobre os jornalistas esportivos serve, também, para os jornalistas políticos”…muitos colegas vão entrando de sola, sem pensar nas consequências de uma informação mal apurada ou movida por interesses comerciais ou até mesmo inconfessáveis, o que não é raro em nosso meio….”

    Pena que o povão não consiga enxergar isso…

  • Pedro Vítor disse:

    Muito dificil fugir dessas especulações cabe ao clube não dar importancia a isso, seguir o planejamento, e aos jogadores curtirem suas férias, descansarem e deixa os torcedores perderem as noites de sono. Torcedor tem que ser mais lucido pra analisar a noticia e o noticiador.

    Na UOL por exemplo todo dia sai noticia que o Atlético esta perdendo jogador, é que o clube é o mais incomoda a turma do eixo, já tirou jogador de Corinthians, São Paulo, Santos, Palmeiras, Flamengo, Fluminense, Botafogo.

    UOL inventou que o Atlético ia trocar o Pratto pelo Arouca, eu dei uma risada. Aí disseram que seria o Marcos Rocha, eu dei uma gargalhada. Depois falaram numa troca com Thiago Ribeiro e Casares, eu quase tive dor de barriga de tanto de rir. Agora insistem no Robinho, e ainda fala que o Santos só paga o que deve se o Robinho for pra lá kkkkkkk

    A diretoria do Galo esta certissima, tem que ficar preocupada em reforçar o time, renova os contratos do Leandro Donizete e Giovanni, trazer um bom zagueiro, um lateral esquerdo e bom volante, vender o Lucas Pratto por mais de 50 milhões, e depois ao invés de perder, tem que tirar deles um jogador, por exemplo o Lucas Lima do Santos, e do Palmeiras o Victor Hugo cairia como uma luva!

  • Renato César disse:

    O público em geral também precisa ter consciência do papel da imprensa. Especificamente falando de futebol, para esta falsa imprensa, como já diria o sábio Raul Seixas, “É só girar o botão!”.

    Comentei aqui outro dia sobre as especulações envolvendo jogadores do Galo. A cúpula atleticana nos últimos anos está marcada pela forte coesão e unidade política. O que acontece na diretoria não vaza. Até Ronaldinho Gaúcho chegou para treinar sem ninguém ficar sabendo da sua contratação.

    Poucos jornalistas têm noticiado as transações corretamente. Mesmo assim, nada de muita antecedência. Normalmente alguns dias ou até algumas horas antes da diretoria confirmar é que eles “acertam”.

    Eu sigo conselho do Raulzito e “mudo de estação” quando vejo estas asneiras publicadas. Fica a dica!

  • Julio Cesar disse:

    Tambem estou curioso como sera essa do Daniel ser secretario e presidente do Galo. Mas tambem não vou preconizar o pior para o ano que vem, por não sabermos se o vice do Galo assume. Quanto a “noticias”, é o que mais tem nesta epoca do ano. Mas plantar noticias é demais. Va la, o Santos querer contar com Robinho mas o seus representantes deveriam ser os primeiros a desmentir reuniões que não aconteceram.
    Outro assunto delicado. Mancini que vai comandar a Chape ja fez declaraçãoes criticando as ofertas de jogadores que estão sendo feitas para ajudar a reconstrução da Chapecoense. O sentimento de tristeza que tomou conta do mundo ficou. Mas os times tem titulares e reservas para varias disputas durante o ano. Então os que estão sendo pouco ou não estão sendo aproveitados serão os que vão estar disponiveis a Chapecoense. Criticou o Gremio que ofereceu um terceiro reserva. Ora o Atletico ja teve um terceiro reserva de outros times e o mais conhecido é Guilherme. Um zagueiro terceiro reserva do Fluminense tambem se deu bem por aqui (Rogerio Correa, me corrijam se estiver errado). Ele pode aceitar ou não ! Aceitou Groli porque ele saiu de la, da Chapecoense, e ate hoje não foi aproveitado.
    Os times brasileiros não tem “cacife” pra bancar custos elevados e fazer da Chapecoense o time que não era.
    Sei que muitos vão dizer que estou sendo duro mas, é a realidade do futebol brasileiro. O Atletico é quase certo que negociara Lucas Pratto pra aliviar um pouco o custeio de seu futebol. Então Rafael Moura surge como reserva de Fred. Não da pra libera-lo pra Chape. Pro lugar de Pratto meu nome preferido é Tardelli. Este ano que esta no fim, o Atletico sofreu com uma serie de contusões de varios jogadores simultaneamente (e termina com Victor com contusão séria) e com o que tinha a disposição não conseguiu encontrar solução.
    Mancini tem que entender o que o futebol brasileiro tem a oferecer são aqueles jogadores que não são aproveitados. É ajuda pra compor o banco de reserva. Ele tem que selecionar sim, mas insinuar que são refugos não pega bem. Exemplo, se o Atletico oferecer Ronaldo (aquele zagueiro) seria menos vantajoso, apesar de ser jogador rodado.
    Mancini esta batendo na tecla errada. A Rede Globo ja se manifestou sobre como vai ajudar? A CBF ? A FIFA ?
    Escutei que PSG e ate CR7 doaram ou doariam recursos a Chape. É verdade ?
    Mudando o assunto, o arbitro “amarelou” e não expulsou o Sergio Ramos ontem, no jogo contra o Kashima. Que papelão !!

  • Silvio T disse:

    E especialmente o galo parece ser sempre a vítima preferencial dessas plantações de boatos. Talvez porque empresários e “profissionais” da imprensa tenham ficado mal acostumados com outras épocas do clube. Da “selegalo” até Kalil foram vinte anos de desmandos e absurdos que ainda têm reflexos na imagem e dia a dia do clube. Antes do Kalil, o Santos trocava fácil o Robinho e o Cazares pelo Tiago Ribeiro (kkkk) e o Palmeiras levava o Pratto a preço de wiliam bigode, dividido em cem vezes.

  • Marcão de Varginha disse:

    Alguns “profissionais” da imprensa são demasiadamente apressados e vivem plantando notícias (sic) “inéditas” no Galo, e aqui em MG há um carioca que só abre a boca e digita bobagens em sua coluna e em seu programa, e rotineiramente é rotulado como falastrão, fofoqueiro, intrigueiro…, tudo à caça insana de holofotes; isso sem contar a tal da desprezível “bancada democrática” de determinada emissora de TV, que atrás de certos comentários despistadamente só propagueiam a violência entre torcidas.
    – Se o dono do baú acompanhasse tal programa indigesto no horário do almoço, com certeza iria proibir sua exibição, mas infelizmente isso não acontece.
    – #benecyeternomito

  • Tonho ( Mineiro ) disse:

    No caso de Robinho e Lucas Prato e a midia paulista sendo bairristas e diminuindo o Galo, nestes casos nao faria sentido consultar ” outra parte ” uma vez que tanto Robinho e Patto tem contrato em vigor com o Galo e qualquer pessoa sem influencia de álcool ou drogas, ( nao estou incluindo torcedor do pirangi pq eles vivem no mundo da Lua ) acreditaria que o Galo iria liberar estes jogadores para Santos e Palmeiras !

  • Lucas H. Nobre disse:

    Gostaria que alguém da imprensa colocasse Tardelli, Jadson, Elias, Bernard e Othamendi no Galo. Que o Galo vendeu Pratto e Cazares por uma fortuna…
    Estava eu assistindo ao sufoco que o Kashima Antlers dava no Real Madrid ao fim do jogo, quando o árbitro deixou de expulsar o Sérgio Ramos em falta acintosa para o 2° amarelo. Ele chegou a levar a mão no bolso, mas acho que o ponto pediu pra ele não fazer aquilo. Desliguei a TV e só depois fiquei sabendo da vitória do Real. Futebol está chato pra assistir. As regras são assinaladas conforme a camisa.

  • Raul Otávio da Silva Pereira disse:

    Chico, o “gênio” que decidiu criar uma lei desobrigando jornalistas de serem formados fez um desserviço à todos nós.
    Não que o simples fato de cursar uma faculdade seja sinônimo de capacidade e honestidade na hora de divulgar notícias, mas que seria um belo filtro, isso sim seria.
    Além disso, a grande mídia não incorporou ainda a internet. Faz uns sitezinhos porcaria e meia-boca, achando que com isso entrou no século XXI.
    E aí, quebram. Ou quase. Quando quebram, quando começam a faturar menos, devem (não posso afirmar com certeza porquê nunca vi, mas acredito que seja a realidade) encher as redações de estagiários e leigos. Custam barato, não é ? E o pior, provavelmente também já deve ter sido eliminada a figura do redator-chefe, que fazia a triagem das besteiras.
    Não passa um dia sem que a gente veja erros grotescos de português tanto na Internet quanto em jornais impressos.
    Se não sabem nem escrever, o que dirá ter noções de respeito, de ética e de senso jornalístico ?

    • Alisson Sol disse:

      Não há qualquer motivo para que alguém seja necessariamente formado em jornalismo para ter ética, bom-senso, e conhecimentos da língua. Se estes são os “diferenciais” do jornalista, então é bom mesmo que a profissão esteja acabando. Ninguém mais aguentava “jornalista profissional” fazendo perguntas idiotas (link).

      No campo do esporte, a falta de preparação dos jornalistas e comentaristas já é ruim no mundo todo, e no Brasil pior ainda. O narrador no Brasil é “divertido”, e pouco informa. O comentarista ou analista, não analisa nada, e faz comentários políticos, pois amanhã pode chamar um jogador ou treinador para entrevista, e não sabe separar sua missão de dizer claramente que um time foi mal-escalado ou treinado, ou que um jogador está mal fisicamente ou tecnicamente da amizade fora de campo.

      E nem vamos entrar neste negócio da promiscuidade entre jornalistas e aqueles que eles deveriam analisar no Brasil. Ex-presidente, presidente do senado, tudo tendo filho fora de casamento com jornalista. E o ex-presidente da Camera era também casado com uma ex-jornalista. Jornalistas estão lá reportando sobre um clube, e passa um tempo e são empregados do clube (com o Cruzeiro sendo um dos exermplos desta triste realidade). Haja promiscuidade!

  • humberto disse:

    O preocupante para a torcida do galo é que parece que o que já estava ruim parece que a partir do ano que vem vai piorar, ou seja o nosso presidente assumir duas funções, presidente e uma secretaria em BH. Só em uma ele já deixou o barco a deriva este ano, imagina com duas. Espero estar enganado.