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Cruzeiro x Atlético, segunda-feira, à noite, no Independência. Origem dessa aberração está na entrega do Mineirão a empreiteiras para a Copa de 2014

Muito ligado à diretoria do Cruzeiro à época, o então governador Aécio Neves pediu que a Raposa e o Atlético parassem de falar em construir seus próprios estádios, porque depois da reforma do Mineirão para a Copa do Mundo, o estádio seria entregue à dupla, para que fosse administrado nos moldes do San Siro/Giuseppe Meazza, de Milão, cujos arquirivais, Milan e Inter, constituíram uma empresa para administrá-lo.

Quando saiu o edital da licitação, surpresa geral: os clubes não poderiam nem sequer disputar, e apenas um grupo de empreiteiras se se apresentou, e ficou com o estádio, num contrato que só previa benefícios. O Atlético se rebelou e foi jogar no Independência. O Cruzeiro assinou um contrato péssimo para ele e até hoje vive às turras e endividado com o Consórcio Minas Arena.

Em 2013 o pau começou a comer. Em 2016, o auge da crise entre Cruzeiro e seu “parceiro”.

No dia 25 de maio de 2016, relembrei fatos em minhas colunas nos jornais O Tempo e Super Notícia, além de postar aqui no blog:

Meu estádio, minha vida! Onde muitos políticos ganharam!

Novo Mineirão continua custando caro ao futebol mineiro: Minas Arena volta a cobrar do Cruzeiro aluguéis não pagos

Muita gente ganhou dinheiro com a Copa do Mundo, principalmente nas construções e reforma de estádios. Mas a conta ficou para os clubes e seus torcedores. No Rio a confusão está armada há tempos. Em Minas, o Cruzeiro vive às turras com o consórcio formado pelas três empreiteiras que reconstruíram o Mineirão.

O Thiago Reis da Itatiaia twittou agora há pouco:

@thiagoreisbh 

* BomBa: Minas Arena aciona Cruzeiro na justiça!!!! Administradora do Mineirão alega que o clube não paga desde julho/13 pelo estádio…”

E que a dívida está atualmente em R$ 9 milhões.

Ação foi impetrada esta semana!!!

Interessante é que no dia 17 de abril do ano passado o blog Dois Toques, do portal ESPN publicou a mesma notícia, porém com valores daquela época:

* “Mineirão cobra dívida de R$ 5,5 milhões do Cruzeiro e diz que não aceita a ‘perda desses valores’”

A exemplo de outras empresas, a Minas Arena, gestora do Mineirão, também divulgou o seu balanço financeiro de 2014 nesta semana. O documento chama a atenção por um detalhe, dentre outros: uma suposta dívida de R$ 5,535 milhões não pagos pelo Cruzeiro em custo de operações de jogos.

Ao todo, a diretoria celeste teria deixado de repassar à concessionária R$ 3,890 milhões no ano passado e R$ 1,645 milhão em 2013.

A administração deixa claro que se encontra em negociação com os atuais bicampeões brasileiros para resolver o assunto, mas que “não tem a expectativa de perda desses valores”.

A confusão toda teve início após a final da Libertadores de 2013, entre Atlético-MG e Olimpia, em que o time alvinegro se aproveitou de uma brecha no acordo com a Minas Arena para utilizar o estádio sem custos. A partir de então, mesmo tendo contrato com a empresa, o Cruzeiro informou que não arcaria mais com as despesas. Essa é a explicação do clube para as cifras em aberto.

O consórcio, por sua vez, realizou cobranças extraoficiais para tentar receber todo o montante.

https://blog.chicomaia.com.br/2016/05/25/meu-estadio-minha-vida-onde-muitos-politicos-ganharam/

https://blog.chicomaia.com.br/2016/03/17/novo-mineirao-continua-custando-caro-ao-futebol-mineiro-minas-arena-volta-a-cobrar-do-cruzeiro-alugueis-nao-pagos/

http://espn.uol.com.br/post/501771_mineirao-cobra-divida-de-r-55-milhoes-do-cruzeiro-e-diz-que-nao-aceita-a-perda-desses-valores


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Comentários:
16
  • Horacio disse:

    Novo mesmo é a saf do Ronaldo querer peitar a MinasArena. Sempre achei essa saf mandrake. Vamos ver se a minasarena vai pedir bloqueio de contas, ou ressarcimento dos gastos com as depredações que o estádio sofreu. O inquérito sobre as depredações corre onde mesmo? isso tem sigilo?

    O financiamento para construção de todos os estádios foi do bndes, é empréstimo, tem que pagar. O que pega mesmo são os contratos de parceria pública privada para execução e pagamento do empréstimo que eu nunca vi ou li. Sei por alto. Dinheiro é público, os contratos não, esse contrato também tem sigilo de 100 anos ou são produto de ementa secreta?

  • Julio Cesar disse:

    Nem os black bloc foram a Brasilia dar o vexame para o mundo (fora os “acampamentos” diante de quartéis). Não há registro de policiais e qualquer general mané envolvido (Mané, só o Garrincha).
    Afinal qual “cerebro” produziu a frase “não se faz copa do mundo com hospitais)?
    Então “senta e chora”.
    No mais “um indio descerá de uma estrela colorida brilhante…e as coisas que ele dirá fará dizer assim de um modo explicito”. Se me recordo +/- isso.
    No mais fico por aqui. E quem quiser e faz por merecer fique pra lá com Gustttavo Lima.
    Esse tres “t” copiei de um texto do Fred Melo Paiva.

    • Flávio Lopes de Oliveira disse:

      Memória curta amigo… Qual o governo promoveu a Copa, coadjuvado por Ronaldo? Gasto fabuloso reconstruindo elefantes brancos e obras públicas superfaturados por todo o país. O Brasil ressente daqueles gastos até hoje. 7 X 1!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • Fred disse:

    O problema vai muito além do futebol. Pelo contrato firmado na PPP, há um lucro previsto para o consórcio, uma meta que a bilheteria do Mineirão deve atingir mensalmente. Caso não alcance, o Estado (com dinheiro de impostos) deve custear a diferença. Por obvio, colocaram uma meta de bilheteria que seria preciso uma grande final de campeonato todo mês pra atingir. O Mineirão ficando ocioso, significa dinheiro de impostos de todos os mineiros indo pro Minas Arena. Quem topou essa PPP deveria ser preso, foi criminoso.

  • Victor Maia disse:

    Toda vez que a Minas Arena cobra a dívida do cru cru na justiça, cria esse imbróglio. O cru cru dá o piti só pra não pagar. Calote a vista!

  • ivan junior disse:

    A 1ª foto desta reportagem mostra a desgraça que assola o pais desde Jose Sarney. Enquanto não destruírem de vez nossa pátria mãe essa turma não ficará em paz. Tudo que é me*da esse pessoal pensa para implantar em nosso país. Até quando iremos suportar isso?? Infelizmente o Brasil não deu certo. Acho que está na hora de pensarmos seriamente em uma ruptura geográfica. Cada estado ou região se tornar um país e deixarmos para trás este transatlântico chamado Brasil que já afundou faz décadas lamentavelmente.

  • Luiz disse:

    O Mineirão é de todos. Do Villa, dos Democratas , do Uberlândia, Uberaba, Tupi, Guarani de Div., Caldense, America TO, Ateneu, Meridional até do Suaçuiense FC de São Brás do Suaçui.,etc etc..Foi construído com o dinheiro do povo e em terreno público. Seu objetivo maior é atender ao futebol. Se cada clube quiser jogar lá tem o seu direito. O espaço é publico e por direito não deve ser ser obstruído. Esse contrato entre o Governo do Estado e a Minas Arena é muito estranho. Só um lado leva vantagem. Prejuízo essa Minas Arena nunca terá. Assim é fácil demais. Depois que o Galo for para seu estádio,e o Cruzeiro para Santa Luzia, ai eu quero ver.

  • Silvio Torres disse:

    Alertei N vezes aqui. O gordão é guloso. O objetivo do gordão é ser o grande mafioso dono do futebol no Brasil. E tudo na mão grande, sem gastar nada, sem pagar ninguém. Tá todo mundo vendo que ele quer fazer com o Mineirão o que fez com o massa Falida. O que trava essa abocanhada é que o Mineirão está dentro de terreno federal, tem regime de comodato e no final do contrato vai pertencer à UFMG. Se não fosse isso, bau bau, a pressão midiatica e política já tinha entregado o estádio pro guloso.

    • Eduardo Silva disse:

      A sua ingenuidade em ACHAR que só Ronaldo Gordão Guloso quer levar vantagem no futebol brasileiro é comovente.

      Ou vc acha que os Menin da MRV, o R.Guimarães do BMG, a Leila do Palmeiras e muitos outros são realmente mecenas, benfeitores que não querem ter lucro, só querem ajudar seus clubes do coração?

      A sua indignação seletiva só alcança inocentes torcedores úteis.

  • Germano Brás disse:

    Que divida monstruosa azulina e a imprensa mineira alardeando que Ronaldo saneou o clube. Nada foi pago até hoje. Os processos correm a passos de tartaruga na justiça. Todos preocupados com as dívidas do Galo, que todo dia é obrigado a pagar seus débitos. Quando o Galo inaugurar seu estádio, no outro dia o Crucru ganha o Mineirão e a dívida fica por isso mesmo.

  • Ives Souza disse:

    Olá Chico e demais que acompanham o blog, como estão?

    Sobre o “Novo Mineirão” são inúmeras as dissertações e teses que analisam o caso: os estudos de administração pública sobre o contrato da parceria privada, os estudos de lazer em relação ao modo de torcer, os estudos de sociologia sobre a alteração da dinâmica para a cidade, etc.

    Em relação ao factual daquele período, a partir de 2009, 2010, é sempre válido recordar as matérias assinadas pelo Breiller para a Placar e, posteriormente, para o El País Brasil.

    João Lamêgo, em recente trabalho de conclusão de curso de jornalismo da UFMG (https://ufmg.br/comunicacao/noticias/formandos-em-jornalismo-produzem-livro-sobre-o-itinerario-de-clubes-de-futebol-em-direcao-a-autonomia), tentou resumir:

    “Ainda em 2011, relatório apresentado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontava irregularidades nas obras do Mineirão. Indícios de superfaturamento e de contratação de serviços sem a licitação necessária foram comprovados. Em 2016, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) constatou que as empreiteiras contratadas para reformar e administrar o histórico estádio desviaram mais de R$35 milhões dos cofres públicos somente em 2013 e 2014, por meio de fraudes de seus balanços oficiais nos números dos lucros líquidos das partidas e receitas obtidas com a venda de ingressos de Cruzeiro e Atlético. […] até em 2022, os repasses do governo de Minas para a administradora já ultrapassaram a casa de R$1 bilhão de reais.”

    Da minha parte, deixo aqui um programa histórico do horário eleitoral obrigatório de Antonio Anastasia em 2010. (https://www.youtube.com/watch?v=I4eIq35TLco):

    – (KALIL): Zezé, a maior torcida de Minas é a do Atlético.
    – (ZEZÉ): Não tem nem comparação, né, Kalil. A do Cruzeiro é muito maior.
    – (KALIL): E a camisa mais linda do Brasil também é do Atlético.
    – (ZEZÉ): Que é isso, rapaz, azul é azul.
    – (GARÇOM): Desculpem, mas quer ver eu acabar fácil com essa discussão?
    – (GARÇOM): Para vocês, quem vai ser o melhor governador para Minas Gerais?
    – (KALIL E ZEZÉ): Anastasia.
    – (KALIL): Porque Anastasia está com Aécio desde o primeiro dia.
    – (ZEZÉ): E ajudou Minas a crescer, não é?
    – (INTERLOCUTOR): Quando o futuro de Minas está em jogo, todas as torcidas se unem.

    Qual foi o acordo para que ambos apoiassem Aécio? O Mineirão? Kalil seria suplente do Itamar feito Zezé? Qual foi o acordo com as empreiteiras do Mineirão (Construcap, Egesa e HAP) para a eleição de 2010 e as seguintes? Quais os partidos não estão envolvidos? As colaborações financeiras seguem a acontecer de quais formas?

    Mais especificamente em relação ao futebol praticado por Cruzeiro e Atlético, quais foram os prós e os contras do agregador Aecismo?

    Lembro que há as memórias de um tal Francisco Duarte nisso tudo, que quem sabe, um dia, possam vir à tona para indiciar um bocadinho sobre as várias questões que envolvem o “Novo Mineirão”.

    Por enquanto, nem um pio vindo dos concretos e “drywalls” de BH.

    Abraço,
    Ives