Fotos: CMBD
Pelo andar atual da carruagem, não tem outro jeito. É SAF ou SAF, ou voltar àqueles tempos de jogador sendo despejado de hotel por falta de pagamento, salários atrasados, venda de patrimônio, enfim. Período terrível, que teve fim com a gestão do Alexandre Kalil, que arrumou a casa a partir de fins de 2008 até 2014.
O presidente do Conselho Deliberativo, Ricardo Guimarães, enviou mensagem aos conselheiros pedindo de forma enfática que todos comparecessem nesta reunião de ontem porque o Rubens Menin apresentaria informações importantes sobre a proposta da Sociedade Anônima do Futebol para o Atlético, em reta final para ser discutida e votada.
O auditório lotou. Tive o prazer de rever grandes atleticanos, inclusive muitos amigos da imprensa, com quem há tempos eu não me encontrava.
Se tudo o que foi falado e prometido for concretizado o futuro do Galo é promissor.
Em resumo:
1 – O Atlético continuará sendo Atlético, Galo, das montanhas de Minas Gerais, comandado por mineiros, realmente atleticanos. Na prática, os que já comandam, com outros do círculo de amizades e negócios deles, que têm credibilidade e também endinheirados. Afastando ou diminuindo o risco de aparecer um maluco, descompromissado com as tradições e peculiaridades da instituição fundada em 1908. Já imaginou, um dono gringo ou um ex-jogador cheio de dinheiro que compra e resolve acrescentar um azul na camisa, por exemplo! Ou, manda trocar o mascote Galo por um “franguinho”. No mundo dos negócios, tudo é possível, desde que dê dinheiro.
2 – Pelo que disse o Dr. José Murilo Procópio, vice-presidente, uma das maiores autoridades do Direito Comercial/Empresarial do Brasil, todo atleticano poderá se tornar sócio, pois haverá previsão de adesão para todos os tamanhos de bolsos e capacidade de investimento. Imaginemos que milhões de atleticanos do mundo inteiro resolvam investir alguma grana, por menor que seja. Isso somado, torna o Atlético um dos clubes mais poderosos do planeta.
3 – A dívida que chega perto dos R$ 2 bilhões será assumida pela SAF que ainda vai aportar à vista, em torno de R$ 915 milhões. Detalhe importante: à vista, diferentemente de todas as outras SAFs que já estão formalizadas no país, em que os investidores se comprometem a colocar o dinheiro em médio e longo prazo.
4 – Com SAF, que torna o clube uma empresa, duvido que um dos investidores aceite que algum funcionário/dirigente contratado cometa absurdos muito comuns no futebol, como por exemplo, estipular uma multa de seis milhões de dólares com um treinador. Principalmente quando se trata de um meia-boca, como este argentino Eduardo Coudet.
Ou assine ou renove contratos nada interessantes ou razoáveis, com jogadores de desempenho abaixo do esperado, por salários altos, como no caso do Pedrinho, atualmente, em torno de R$ 450 mil mensais.
Com a SAF, estes grandes empresários que vão assumi-la, cada real gasto terá que ser justificado e explicado, com consequências para quem gastar errado. Pois é assim que qualquer empresário de sucesso age em sua empresa.
5 – E o fato que considero mais importante: os principais investidores além de serem daqui, moram aqui e são sensíveis a críticas (como o próprio Ricardo Guimarães disse na fala dele ontem) e temerosos do rugir do “monstro”, que é a massa. Ninguém quer saber de multidão na porta de casa xingando, soltando foguetes e etecetera e tal. Ou ser abordado de forma desagradável em qualquer lugar que vá pela cidade e pelo estado.
Quando o dono mora no exterior e aparece em Belo Horizonte apenas de vez em quando, se hospeda em hotéis inacessíveis, não está nem aí para rufar de tambores ou xingamentos. E se encherem muito o saco do sujeito, ele ameaça largar tudo e vender a SAF para um empresário torcedor do maior rival.
Vida que segue, força e sucesso ao novo Galo que vem aí.
O resto é perfumaria!
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Um dos prováveis investidores da SAF do Galo, tradicional conselheiro, grande empresário Marcelo Patrus (camisa preta), de tradição familiar centenária no Atlético. O pai dele, Marum Patrus, foi um dos grandes beneméritos e dos mais atuantes e corajosos presidentes do Conselho Deliberativo que o Atlético já teve. À esquerda, o Dr. Wanderley Ávila, ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado; sentado, o Dr. Paulo Schetino, ex-presidente da Federação Mineira de Futebol. À direita o ex-presidente Ziza Valadares.
A querida Lenir Rocha (Lenir da Sombrinha), conselheira tradicional, que deu uma “sombrinhada” no pé do ouvido do árbitro Cleber Wellington Abade, depois de um jogo contra o Paraná, em 2003, no Independência. Entre os conselheiros Alcides Pires (esq.) e Adalmir Santos.
Obrigado ao Eduardo Avila, que me corrigiu. Escrevi antes que teria sido o pernambucano Wilson Souza Mendonça, que na realidade tomou uma porrada foi do André Brant, fotógrafo, que mandou o pedestal no lombo dele, aí sim, depois do jogo contra o Palmeiras, também no Independência.
Lenir da Sombrinha, Hissa Moisés e o Dr. Marcus Vinícius dos Santos Lima, médico queridíssimo, da equipe do Dr. Neylor Lasmar, por quase 30 anos no Galo.
Nem sempre foi assim; muito pelo contrário: Daniel Nepomuceno dando gargalhada ao lado dos amigos da imprensa. Já tomou porrada demais de todos nós. Aí, ao lado do Fred Ribeiro (Globoesporte.com), Guilherme D’Assunção (assessor para assuntos administrativos do Atlético), Cláudio Rezende e Henrique André, da Itatiaia.
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