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Morte de torcedora do Palmeiras deveria servir como ponto de partida no rigor para diminuir a criminalidade no futebol do Brasil

Anunciada esta manhã a morte de Gabriela Anelli Marchiano, de 23 anos (foto/twitter), vítima de uma garrafada quando aguardava na fila para entrar no estádio do Palmeiras antes do jogo contra o Flamengo. Justiça, clubes, entidades do futebol e toda a imprensa nacional deveriam tomar como marco mais essa morte absurda para fazer valor o máximo rigor da legislação existente e a adoção de outras medidas que coíbam de forma efetiva brigas e atos que cada vez mais tornam um risco grave a ida a um estádio para se assistir uma partida de futebol. A cada rodada de uma das séries do nosso futebol, e nos campeonatos estaduais, há cenas de violência, em todo o país, cada semana em uma região.

Clubes, federações e personalidades do esporte soltam notas de repúdio e de solidariedade às vítimas e suas famílias, mas isso não resolve.

Há quem defenda que haja torcida única nos estádios, só do mandante, o que também não resolve, muito pelo contrário. Seria a rendição aos marginais, assassinos, vândalos que aprontam. São figuras manjadas e identificadas.  Tanto que a polícia de São Paulo já prendeu o sujeito que atirou a garrafa que provocou a morte da moça.

O exemplo deveria começar com este infeliz, cujo nome ainda não foi falado nem a cara dele apresentada à imprensa.

Para quem acha que é impossível resolver o problema da violência no futebol é só recorrer às notícias sobre o tema nos anos 1980 na Inglaterra, quando a então Primeira Ministra Margaret Thatcher, com mão de ferro, resolveu a questão lá. Mas tem que ter a coragem dela para enfrentar a reação. Até hoje há manifestações de envolvidos, entre clubes e torcidas, contra ela, que morreu em oito de abril de 2013, aos 87 anos.

Mais informações no portal ESPN:

* “Torcedora do Palmeiras morre após ser atingida por garrafada durante confusão em jogo contra o Flamengo”

A torcedora do Palmeiras Gabriela Anelli Marchiano, de 23 anos, morreu na manhã desta segunda-feira (10), após não resistir a um ferimento no pescoço causado por uma garrafa arremessada na direção de torcedores do Alviverde antes do duelo contra o Flamengo, na noite do último sábado (8), no Allianz Parque.

A informação foi publicada pela família da vítima nas redes sociais. Felipe Marchiano, irmão de Gabriela, publicou um texto em sua conta no Instagram.

“Obrigado a todos que oraram pela minha irmã, mas ela foi morar com papai do céu. Tem coisas que acontecem que estão além do nosso limite de entendimento, sei o quanto você lutou cada segundo, e você de fato sempre foi uma guerreira. Olhe por nós do céu e proteja a nossa família”.

“Eu te amo, minha irmã. O seu lindo sorriso estará para sempre em minha memória”. Mariana Anelli, prima da vítima, também foi às redes sociais e escreveu sobre o ocorrido.

“Não dá para acreditar. Gabi, uma menina de 23 anos, cheia de sonhos pela frente. Perdeu a vida por causa desses loucos, foi atingida por pura covardia. As pessoas estão ficando doente por causa do futebol.

A dor da família é imensurável, não dá para acreditar em tanta maldade nesse mundo, e a Justiça tão falha deste Brasil! Nossa família não merece passar por esse luto, meu Deus.

Descanse em paz minha prima, sua passagem na terra foi linda. Cuida da sua família aí de cima nosso anjinho da guarda. Obrigado a todos pelo carinho. Nossa família”, escreveu Mariana.

Entenda o caso

Gabriela havia sido atingida por uma garrafa de vidro arremessada durante a confusão enquanto aguardava para entrar no estádio. De acordo com informações da Polícia Militar, duas pessoas ficaram feridas e foram socorridas por uma viatura da GCM que estava no local.

Em estado mais grave, Gabriela foi levada às pressas ao Pronto Socorro da Santa Casa. A palmeirense sofreu duas paradas cardíacas e passou por cirurgia. Nos últimos dias, a família da vítima, torcedores e até mesmo o atacante Dudu, do Palmeiras, fizeram campanha nas redes sociais por doações de sangue à Gabriela.

O homem que lançou a garrafa em direção às vítimas foi preso em flagrante.

Gabriel Jesus se manifesta nas redes sociais

Gabriel Jesus, ex-atacante do Palmeiras, publicou uma mensagem de pesar em sua conta oficial do Twitter. Atualmente no Arsenal, o atleta pediu o fim da violência e mandou condolências aos familiares.

https://www.espn.com.br/futebol/palmeiras/artigo/_/id/12294700/torcedora-do-palmeiras-morre-apos-sofrer-ferimento-no-pescoco-durante-briga-em-jogo-contra-o-flamengo

 


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Comentários:
3
  • Fred disse:

    Sou absolutamente contra a punição para esses casos ser “X rodadas com os portões fechados” ou “torcida única”. Esse não foi um desrespeito à regras desportivas, foi um assassinato que um criminoso cometeu contra uma pessoa em um momento de lazer. E assim deve ser tratado. A polícia tem que investigar com eficácia (e ser cobrada pra isso) quem foi o criminoso, tirá-lo de circulação e a justiça condená-lo, dentro da lei, mas de maneira exemplar.

    É claro, sabemos o quanto torcidas de futebol têm acumulado casos de violência. Mas se, hipoteticamente, o homicídio tivesse acontecido na fila da entrada de um grande show musical, ou no acesso a Interlagos antes de um GP, a punição seria fechar as portas dos eventos? Seria punir todos os participantes e espectadores do eventos? Imagino que não.

    Vejamos o próprio crime contra a torcedora. Os jornais informaram que o assassino é torcedor flamenguista, time que visitava o Palmeiras. A CBF irá fechar os portões de que time, Flamengo ou Palmeiras? Num cenário de fanatismo, quem garante que um torcedor visitante não vai cometer crimes pra causar punição a um outro time, que disputa diretamente o título do torneio?

    Na minha opinião, a legislação precisa ser atualizada para que os clubes tenham a responsabilidade de colaborar com as autoridades, instalando câmeras nos estádios, identificando aqueles que possuem vínculo com torcidas organizadas, etc etc. Para além disso, as forças policiais e a justiça é que devem cuidar do caso, com o devido rigor. É essa falta de rigor que tem provocado a sensação de impunidade que estimula criminosos agirem dentro de torcidas.

  • Luiz disse:

    Ví a notícia agora e busquei no GE a confirmação. Que moça linda e jovem. Triste demais da conta!
    “….O caso aconteceu por volta das 18h, na região da rua Padre Antônio Tomás, próximo ao setor de visitante do Allianz Parque.
    De acordo com o Boletim de Ocorrência, Leonardo Felipe Xavier Santiago, torcedor do Flamengo de 26 anos, atirou a garrafa quando a divisória que separava a torcida local e visitante foi aberta próxima ao portão D para a passagem de uma viatura da Guarda Civil Metropolitana (GCM)……”

    O que leva um vagabundo como esse jogar garrafas em alguém? Isso em nome da torcida do Flamengo? É por essas e outras que eu estou mais distante do futebol . Esse mundo esportivo virou um rolo tão grande que não se acha o fio da meada para consertar. É dirigente aproveitando de clube quebrado, é jogador fazendo corpo mole, são torcidas organizadas se matando, é gente ganhando os tubos e nós, os coitados dos torcedores decentes, pagando por essa corja. Enojado com tudo isso.
    Perdi até a graça de brincar com meus amigos cruzeirenses e flamenguistas. Futebol acabou para mim.
    Pobre futebol brasileiro!

  • Raul Pereira disse:

    C***lho, que m****.

    Só fiquei sabendo disso agora. Inacreditável, lamentável, vergonhoso, criminoso.

    Além de buscar o assassino (coisa praticamente impossível), 10 rodadas sem público. E depois passa prá 20. E daí diante