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A gingada do Vitor Roque e razões do Felipão para cravar que acabaram com o futebol de verdade

O VAR está sendo a “tampa do caixão”, mas uma série de medidas adotadas pela FIFA e autoridades públicas vão tirando a graça da maior paixão nacional. “Arenas”, “padrão FIFA” que enveloparam e encheram os estádios de frescuras; fim da “geral”, que garantia ingressos baratos e dava oportunidade de quem ganha pouco ir aos jogos; proibição da entrada de bandeiras com mastros; proibição até dos radinhos de pilhas; tratamento de gente a bandidos que se organizam em torcidas, garantindo a violência sem fim, etecetera e tal…

Vamos à frase do Felipão após a derrota do Galo para o Grêmio, sábado: “Infelizmente não existe mais futebol no Brasil. O termo futebol não existe mais. Futebol não existe mais. Acabou o assunto, é a minha opinião. Bola ao cesto, bola quadrada. Futebol, não”.

Importante lembrar que o Atlético também já foi beneficiado por erro grave do VAR, contra o Palmeiras, por exemplo. quando aquele golaço de bicicleta do Rony, foi anulado, no Mineirão.

A tecnologia que funciona tão bem em outros esportes, realmente, no futebol não está funcionando no Brasil. Constantemente algum absurdo tem sido praticado pelo VAR e por consequência pela arbitragem. Nem falemos da demora para se definir os lances, que esfria os jogos e mata o torcedor de raiva. Os excessos em determinadas marcações, a falta de critério dos árbitros para chamar ou não a ajuda das câmeras e por aí vai.

O gol anulado do Alan Kardec ontra o Grêmio foi um exagero, uma ducha de água fria em quem gosta de futebol. Porém, se o mesmo critério tivesse sido usado no jogo Vasco 0 x 2 Athletico/PR, o mundo do futebol teria sido privado de uma das mais belas jogadas dos últimos anos, pois não seria repetida por nenhuma TV. Aos 30 minutos, Vitor Roque (ex-América e Cruzeiro) invadiu a área pela esquerda, deu uma ciscada, daquelas que entortam os defensores, pra cima do zagueiro Zé Vitor e foi derrubado. Pênalti incontestável. Fez lembrar Garrincha, Jairzinho, Joãozinho, Ronaldinho Gaúcho e outros gênios da bola. Quando o Vitor Bueno pegou a bola para bater, o árbitro mineiro Paulo Cesar Zanovelli mandou esperar, porque foi chamado pela turma do VAR que pensou que o Vitor Roque poderia estar impedido quando recebeu o belíssimo lançamento que originou a jogada.

Felizmente, as tais linhas que determinam se um pedaço da camisa, do cotovelo, do tornozelo, da unha do pé de alguém estavam juntas, e o VAR então confirmou que não houve impedimento.

Coisa de doido, que dá razão ao Felipão. O futebol de verdade está dando lugar a um circo ruim, ridículo.

Neste caso específico, a maioria dos editores de imagens das TVs também contribui para atrapalhar: só mostram a cobrança do pênalti. Não mostram a jogada.

E vida que segue!


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Comentários:
11
  • Raul Otávio da Silva Pereira disse:

    A concepção e o critério para acionamento do VAR está completamente errada.

    Tira a autoridade do juiz de campo. Ignora os apelos de capitães e técnicos. Fica tudo nas mãos de um zé ruela qualquer na cabine.

    Quando foi implementado comentei aqui que o modelo deveria ser parecido com o do vôlei – número limitado de acionamentos sob a responsabilidade de cada time e ponto final. Do jeito que está não resolveu absolutamente nada, só criou novas discussões.

  • Marcio Amorim disse:

    Chico, aproveitando que tenho aparecido pouco, acho que é hora de aproveitar e fazer umas colocações necessárias sobre o América. Como tenho acompanhado opiniões de torcedores de diversos cantos do Brasil e das Américas, vejo que a exposição obtida pelo time com a participação positiva em torneios diversos, mormente nos internacionais, vem criando um novo modo de ser avaliado.
    Hoje o América tem o respeito dos torcedores nacionais, pouco se lixando para o pensam dele em Minas Gerais. Recentemente venceu e convenceu times como o Inter, o Corínthians e o Fortaleza e os campeões do Uruguai, da Colômbia e do Chile.
    Este último causou uma comoção dentro e fora da Conmebol, dentro e fora de Minas, dentro e fora do Brasil. Há movimentos no Paraguai e na Argentina contra a presença de times brasileiros na Libertadores e na Sul americana. Querem, no mínimo, a saída da maioria dos times. Devem, imagino eu, querer fugir dos confrontos com equipes que eles desconhecem. Até hoje lamentam o baile que levaram dos reservas do América – apenas Pasinato e Lucas Kal de titulares. Um massacre, uma humilhação impensável. O Tal de Valdívia, em rede de TV chilena, onde comenta futebol, havia dito após os 2 x 1 em Santiago, que o América era um time medíocre e que não reverteria o resultado. Patético!
    Não há como negar que o América evoluiu, cresceu, agigantou-se. Sair da zona parece o próximo passo. Não vejo 8/9 times melhores do que o América e vejo 8/9 bem piores. E viva o Coelhão! Abraços!

  • Márcio Amorim disse:

    Caro Chico e amigos!
    A propósito de VAR, acho muito importante uma voz de peso ter-se levantado. Chorar contra ajuda aos grandes é chover no molhado. No caso do Grêmio x Atlético, não se sabe o porquê, porque os times se igualam. Por que motivo teria o VAR beneficiado o Grêmio e não o Atlético se ambos são grandes?
    Penso que a coisa mal feita gira mais em torno de Flamengo, Corínthians, possivelmente Palmeiras. Márcio Resende é uma voz insignificante para dizer que houve pênalti não dado contra o Flamengo. Até porque não foram as únicas dúvidas do jogo, sempre em benefício do Flamengo. Eu me acostumei a seguir as matérias esportivas pelo You Tube, que apresenta oportunidades de participação bem democráticas. Lá, os torcedores do Brasil inteiro, do norte ao sul, e muitos torcedores do próprio Flamengo, foram unânimes em afirmar, de forma até contundente, que o América foi roubado e, tiveram coragem de dizer que o pobre América jogou muito melhor do que o poderoso Flamengo em um Maracanã lotado à espera de uma goleada histórica. Falou-se, inclusive, que o Flamengo iria reforçado por um tal “quarteto mágico”. Ao final, restou risível e patético.
    Criei muita resistência ao Felipão, depois dos 7 x 1. Apareço agora para dizer que ele está certo. Queria que ele visse e analisasse os lances citados do Flamengo x América. Sei até o que ele diria: apodreceram de vez o futebol. Abraços!

  • Fred disse:

    Chico, se não me engano um dos motivos para os argentinos não se candidatarem a sediar Copa do Mundo é justamente esse, serem obrigados a transformar seus estádios populares em arenas “padrão Fifa”.

  • Ed Diogo disse:

    Sim principalmente quando se joga contra os chamados grandes e protegidos da CBF , no gol do América contra o Flamengo um impedimento estranho e uma linha traçada ainda pior foi mostrada na tv . Então como todos pensavam que com o VAR seria melhor para os menores porque concordo que em alguns lance o juiz para decidir em segundos as vezes e complicado , acho de depois do VAR o trem descarrilhou de vez .
    Acredita Coelhão

  • Luís Cláudio disse:

    A diferença entre Crucru e Atlético e América; é que o time azulino perde por ruindade mesmo, já os outros dois, vira e mexe são garfados pelas arbitragens. Se não fosse a as amizades de Ronalducho…

  • Jesum Luciano da Silva disse:

    Não acabaram, tão tirando o prazer de torcer, clube virar empresa, aindaais no Brasil que tudo é feito sem transparência alguma, infelizmente achei em muitas ocasiões que o galo era a coisa mais importante que existia, a partir de agora não deixarei de torcer mas como uma empresa que se transformou se tiver bem estarei torcendo se tiver mal vou ligar o botão tô nem aí, vou enriquecer ninguém, só olhar fechou a janela de transferência e não contratou ninguém.

  • Victor Maia disse:

    Futebol virou um “circo”, onde os palhaços estão na plateia. Futebol de resultados conforme interesses da elite do Eixo. E muita gente brigando e matando por causa de nada… Quando um time vai perder, não pode olhar para o adversário e lá vem cartão amarelo. Sem contar as linhas ridículas dos impedimentos, os penais de bola na mão, lance cuja interpretação depende da cor e do símbolo, expulsões arranjadas, etc. No Brasil atual, calote e ilícitos estão compensando, não há julgamento justo. Dois pesos e duas medidas!

  • Marlon Brant disse:

    Chico, bom dia. Futebol já acabou faz tempo…….Temos uma pelada sábado a tarde, quando estiver um BH passa lá para nós visitar, estamos lá no Bairro Tupi, na Arena Guarani, todo sábado de 15:30hs as 18:00hs, depois aquela resenha que se deixar, vai até a madrugada de domingo. Temos 35 peladeiros, uns 06 atleticanos e o restante Cruzeirenses. Deste 35, 99% não frequentam mais estádio devido a tudo que foi exposto no seu post. Infelizmente, o futebol perdeu espaço para outros esportes….

  • Juca da Floresta disse:

    Bom dia Chico,
    Você tem que colocar uma lugar nos comentários para um “assino embaixo ” . Irreprochável seu artigo. Estádios padrão Fifa, no caso de BH o Mineirão foi estragado por um arquiteto que nunca frequentou o estádio. VAR estragando o jogo com linhas de impedimento que ninguém entende, fio de cabelo causa impedimento. O cruzeiro, apesar da ruindade do time, é a equipe que mais teve decisões contrárias do VAR.
    Depois disso tudo ainda temos as SAFs. Onde entra $$ acaba a paixão, acaba o romantismo e tudo mais. Já contei que meu pai era porteiro da Ademg nos fins de semana para complementar a renda para sustentar os seis filhos e esposa, então, todo domingo eu ia ao Mineirão, América, Atlético ou Cruzeiro jogando. Assisti Dirceu, Tostão, Nelinho, Joãozinho, Piazza, Reinaldo, Paulo Isidoro, Luizinho, Amauri, Horta, Jair Bala…entre outros craques da bola.
    Esses jogadores não tinham o corpo coberto de tatuagens, não passavam mais tempo no salão fazendo cortes de cabelos ridículos do que treinando, nao tinham Staff…e por aí vai.
    O Felipão tem razão: o futebol de verdade acabou.