Felício Brandi recebendo Abel na sede do Barro Preto em 1981 (Foto: @procopiocardozo)
Minha coluna de ontem no BHAZ:
Em seu penúltimo ano como presidente do Cruzeiro, em 1981, Felício Brandi contratou o então zagueiro Abel Braga. Felício foi o maior presidente da história da Raposa e um dos maiores do Brasil. Pensava à frente do tempo dele, para dentro e fora dos gramados.
Abel Carlos da Silva Braga. Jogou e dirigiu alguns dos maiores clubes do Brasil e da Europa, com destaque especial no Fluminense, Vasco e Paris Saint-Germain, como jogador. Jogou no Cruzeiro um curto período, já quase parando, em 1982.
Foi técnico do Atlético, no início da carreira como treinador, 2001, e fez um bom trabalho. Em 22 jogos teve 12 vitórias, oito empates e duas derrotas. Campeão da Libertadores e do Mundial com o Internacional em 2006 e campeão Brasileiro com o Fluminense em 2012.
Aos 30 anos de idade, Abel retornava do PSG e vivia às voltas com problemas num dos joelhos. Ficou apenas um ano no Cruzeiro. Entrou numa “fria” em um de seus primeiros jogos com a camisa cinco estrelas. Jogo das faixas do Democrata de Sete Lagoas que acabava de ser campeão da segunda divisão mineira, depois de quase 10 anos afastado do futebol profissional.
Amistoso apenas para o Cruzeiro, porque o “Jacaré”, com o estádio José Duarte de Paiva lotado, encarou como uma decisão de campeonato. Rubão, centroavante emprestado pelo Atlético, artilheiro da segundona, estava endiabrado e entortou o Abel várias vezes.
Rogério, meia habilidoso, deu chapéu no zagueirão, contratado como o “xerife” que arrumaria a defesa do Cruzeiro naquele ano. Foi 3 a 0 para o Democrata e o Abel saiu sob desconfiança total da imprensa e torcida cruzeirense.
Esta foto é do jogo da entrega das faixas de campeão no amistoso contra o Cruzeiro no lendário estádio José Duarte de Paiva, onde hoje é o supermercado Bretas. Em pé, os três irmãos que comandaram o Democrata naqueles anos: Pedro e Álvaro Antônio da Costa (diretores) e Geraldo Negocinho, o presidente. O capitão Saúva, Edson Vampiro, Misael, Prego, Baiano, Souza, Careca e o técnico Arizona. Agachados, eu (na época da Rádio Capital) que fui chamado para a foto pelo Geraldo, o supervisor Edson Carmelito, Astolfo, Rogério, Rubão, Dinei, Edu e o massagista Zé da Pomba.
E voltas que a vida e a bola dão. Em 2001, Abel foi demitido do Galo pelo então manda chuva do futebol, Alexandre Kalil, que era também presidente do Conselho Deliberativo. O presidente do Atlético era Ricardo Guimarães, que hoje preside o Conselho. Os dois eram amigos, hoje, que ninguém os convide para a mesma mesa.
No dia 19 de abril de 2001 a Folha Online dava a informação:
“Abel não é mais o técnico do Atlético-MG
A demissão foi anunciada em entrevista coletiva hoje pelo presidente em exercício do clube, Ricardo Guimarães, e pelo presidente do conselho deliberativo, Alexandre Kalil.
O motivo da saída de Abel do comando da equipe mineira foi a eliminação do clube na Copa do Brasil.
Ontem, o Atlético-MG empatou com o Goiás por 2 a 2, no Mineirão, e acabou desclassificado da competição nacional, pois havia perdido o primeiro jogo por 3 a 1, em Goiânia.
O novo técnico do Galo será José Maria Pena, que era treinador das equipes de base do clube.
O presidente Guimarães disse que, dependendo da conversa com o novo treinador, novas mudanças podem ocorrer no futebol do Atlético-MG. (Com Sportpress)
O elenco do Galo em 2001: Velloso, Kléber e Milagres. Laterais: Cicinho, Paulo Baier, Baiano, Ronildo, Michel Pereira e Edson Canhão. Zagueiros: Carlão, Luiz Carlos, Álvaro Luiz, Rodrigão, Alexandre Pereira, Paulo Afonso e Marcelo Djian. Volantes: Gilberto Silva, Djair, Cacá, Anderson, Rolete, Cleison, Romeu e Edgar. Meias: Ramon Menezes, Valdo, Lincoln, Felipe e Alexandre Alves. Atacantes: Guilherme, Marques, Valdir Bigode, Rinaldo, Wellington Amorim, Kim e Afonso Alves.
O sucessor do Abel foi o José Maria Pena que foi substituído por Levir Culpi na sequência.
Abel Braga em foto do Daniel Ramalho/Vasco
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