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O desinteresse crescente pela seleção se fez mostrar na primeira convocação do Dorival

Minha coluna no BHAZ:

Foto: Staff Images/CBF

Seleção Brasileira: mais do mesmo na primeira convocação do Dorival

Não tenho a ilusão de que, algum dia, apareça um treinador que faça diferente: peite o sistema e convoque a maioria dos jogadores que atuem no Brasil. Dorival é um grande ser humano, ótimo treinador, mas não este perfil. Fernando Diniz, o querido dos intelectuais da imprensa verde e amarela, nem tentou e muita gente pensou que ele fosse “o cara” pra fazer isso.

Nessa toadda, o desinteresse crescente pela seleção brasileira, de grande parte de quem gosta de futebol, se fez mostrar nessa primeira convocação do Dorival, ontem.
Em outros tempos, coletiva de convocação era um acontecimento nacional. Com a ida dos nossos melhores jogadores cada vez mais cedo para o futebol europeu, a “Canarinho” foi perdendo a graça, aliada à falta da conquista de uma Copa desde 2002.


Dos 26 convocados, 20 do exterior, seis que jogam no Brasil.
Ao contrário da maioria da imprensa nacional, que aplaudiu a lista, entendo que se trata de “mais do mesmo”. A maioria dos convocados deveria atuar no Brasil. De fora, só os muito acima da média.
Ricos e realizados profissionalmente, a maioria usa a seleção para melhorar seus contratos de publicidade. Ganhar ou perder, pouco importa. Sem falar na dificuldade para reunir essa turma espalhada mundo afora e treinar.

Mas, se a banda toca é desse jeito, vida que segue. E neste contexto, gostei da avaliação do amigo jornalista Fernando Rocha, na coluna dele no Diário do Aço, de Ipatinga:

“Mandou bem”
Dorival Jr, o novo técnico da seleção brasileira, fez sua primeira convocação visando os amistosos contra Inglaterra e Espanha (23 e 26 de março, respectivamente).
De um modo geral sua primeira convocação agradou e teve boa repercussão junto à crônica, sobretudo no eixo Rio/SP, até porque o grande problema do futebol brasileiro não é falta de bons jogadores.

Não há dúvida que a renovação pregada por ele é mais do que necessária e na sua lista está representada por cinco nomes: o goleiro Rafael, os zagueiros Beraldo e Murilo, volante Pablo Maia, o atacante “cria do Galo” Savinho.


Serão dois desafios dificílimos, principalmente devido ao descrédito da Seleção, que em 2023 só ganhou da Guiné, Bolívia e Peru, além de sofrermos três derrotas consecutivas na fraquíssima Eliminatórias sul-americanas, onde estamos em 6º lugar, atrás da Venezuela.

A simpatia pessoal do Dorival Junior ajuda amenizar as críticas dos jornalistas. À esquerda, o diretor Rodrigo Caetano. Foto: Staff Images/CBF

Imagem: CBF


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Comentários:
9
  • Germano Brás disse:

    Este Danilo nunca fez por merecer convocações, mas está em todas. Muitos outros também… Enquanto estiver jogadores midiáticos, que atuam mais fora dos gramados – inclusive nas páginas policiais – o Brasil corre o perigo de ficar de fora de uma Copa pela primeira vez. Aqui em Minas: a inveja continua no ar.

  • Paulo F disse:

    O curioso caso do “menino” que, por ser muito novo, não servia pra ser titular do Galo e por isso foi vendido a preço de banana, mas serve pro vice líder do espanhol, pro atual campeão da champions league e pra seleção brasileira.
    Agora botaram jogadores da base num jogo e arrebentaram, como premiação vão voltar todos pro banco ou terceira reserva.

  • Márcio Luiz disse:

    Zzzzz… nossa, “gentem”. zzz… foi convocada a SELEÇÃO, né (uuulha!!!)
    Zzzzzzz!!!!!

  • Raul Pereira disse:

    Quem verdadeiramente se importa mesmo ?

    Melhor ficarmos aqui, cruzeirenses e atleticanos, um falando mal do outro.

  • Marco disse:

    Acertou na mosca Eduardo! Seleção Brasileira simplesmente virou balcão de negócios e já faz muito tempo! É cada draga de jogador que é chamado! Se começarmos a listar, ficaremos no mínimo dois dias escrevendo os nomes.

  • Fred disse:

    “A maioria dos convocados deveria atuar no Brasil. De fora, só os muito acima da média.”
    Chico, você tocou num ponto fundamental pra melhorar a qualidade (cada dia mais) sofrível tanto dos campeonatos nacionais quanto da própria selecinha.
    Precisamos de alguma reserva de mercado, semelhante a que ligas europeias lançaram nos anos 90. Uma regra simples já bastaria: jogador da base, ao profissionalizar, deveria atuar por no mínimo 3 anos no Brasil antes de ser negociado pra clube do exterior. Isso faria com que grandes revelações melhorassem o nível das partidas nacionais, além de serem convocados (até pra Copa do Mundo) enquanto ainda estivessem atuando por clubes brasileiros.
    Mas sabemos que isso nunca vai acontecer, pois quem manda no futebol são os empresários, e eles faturam muito com esse modelo de exportação precoce dos atletas.

  • Eduardo Silva disse:

    As vezes a gente não sabe porque determinado jogador é convocado para um jogo da Seleção Brasileira e eis que convocam o Savinho e aparece uma reportagem falando que se ele tiver X convocações ativa uma cláusula de venda no seu contrato e o clube e os agentes ganham mais dinheiro, coisa de milhões. BINGO!
    Outra coisa, esse Rodrigo Caetano pra mim é o famoso Rolando Lero, um pau mandado que não conseguiu renovar o elenco de bois cansados do ASA e cheio de enganador com contrato longo e ganhando altos salários. Mas falam que é o cara!
    Embaixo desses angus, tem muito caroço!

  • Diogo Gonçalves disse:

    Grande Chico!
    Concordo plenamente com você e, além do exposto, faço uma observaçâo.
    Não me lembro de ver em uma convocação a presença de 07 volantes e apenas um meia de criaçâo.
    Mudança radical de cultura.
    Não me agrada essa toada.

    Abraço

  • Robinho Ferreira disse:

    Gente de Deus. Se os que jogam na europa ja não são grandes coisas imagina chamar a maioria que joga aqui? o negocio é saber convocar pois ainda temos bons jogadores que da pra jogar de igual com a maioria das seleções que também como nós não tem os craques de outrora.