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O maior lateral e batedor de faltas da história completa hoje 73 anos, bem vividos. Parabéns Nelinho!

Em foto que circulou muito na internet ano passado, “resenha” de mitos de verdade no apartamento do Marcelo Oliveira: Nelinho, entre Paulo Isidoro (esq.), Marcelo, Reinaldo, João Leite e Toninho Cerezzo.  

***

Quem viu, viu. Quem não viu, só por vídeos que, felizmente, lotam a internet. Vai demorar para o mundo ver em ação novamente um lateral direito e batedor de faltas como o Nelinho.

Tive o privilégio de vê-lo jogando, e privilégio maior ainda de conviver com ele, como repórter setorista. Dentro e fora de campo um ser humano espetacular. De personalidade ímpar, sincero, foi o primeiro jogador a ter coragem de contestar abertamente a imprensa, num tempo em que a palavra de determinados comentaristas soava como lei, para pressionar dirigentes e fazer a cabeça dos torcedores, contra ou a favor de quem não rezasse em suas cartilhas.

Apesar de ser um dos maiores astros do futebol brasileiro enquanto jogou, era de uma simplicidade impressionante, com todos que o abordavam.

Contador de histórias como poucos sabem contar, mantém o carisma dos tempos em que assombrava os adversários quando partia com a bola dominada ou corria para bater uma falta.

Sou fã do “Seu Manoel”, com quem aprendi muito para ser um bom repórter. Dos poucos jogadores que prestavam atenção em todas as perguntas que lhe faziam, palavra por palavra. Se o entrevistador não estivesse preparado, pagava mico, porque ele não perdia a chance de constrangê-lo. E de forma educada, didática, sem arrogância.

Fui procurar textos sobre ele para essa homenagem e fiquei o tempo quase todo em meu próprio blog, em que sempre escrevi demais sobre, sempre citando como referência positiva de alguma coisa.

Destaco a seguir, detalhes da ida dele do Cruzeiro para o Atlético; o exemplo dele de saber a hora de parar de jogar (grande dificuldade de incontáveis craques) e o dia em que ele, Sócrates e Raul, já ex-jogadores, bateram um papo sobre tudo, numa promoção do Jornal Diário de Pernambuco, em Recife. No fim, indico o link do Terceiro Tempo/Uol, do Milton Neves, que mostra vídeos e conta história sensacionais sobre ele:

Começo com o que escrevi no dia 11 de setembro de 2020, quando Victor estava em fim de carreira, teimava em continuar jogando, e o Galo acabava de contratar o Everson:

A possível estreia do goleiro Everson e o grande exemplo do Nelinho na hora de parar

… No futebol brasileiro imperam o paternalismo e saudosismo. E nem todo grande jogador sabe a hora certa de pendurar as chuteiras e partir para outra atividade profissional, no futebol ou fora dele. Nessas situações sempre me lembro do Nelinho, que aos 36 anos jogava muito e continuava sendo o maior cobrador de faltas do nosso futebol. Mas, marcou a data do jogo de despedida e não abriu mão. Mesmo com tantos apelos para que continuasse por mais um ano jogando no Atlético. Numa entrevista a mim, na Band, ele disse: “Vocês que hoje dizem que devo jogar mais um ano, serão os primeiros a me detonarem no primeiro lance em que eu não conseguir acompanhar o ponta e o Atlético tomar o gol”.

Claro que ele tinha razão. No mesmo ano de 1986, jogava e pedia votos para deputado estadual pelo PDT. Foi eleito e no inicio de 1987 fez o jogo de despedida no Mineirão. Um sucesso, casa cheia. Parou por cima…

***

24 de dezembro de 2017

Lembranças do dia em que Nelinho trocou a Toca da Raposa pela Vila Olímpica

João Leite, Nelinho, Batista, Elzo, Heleno, João Paulo e o vice-presidente de futebol Ivo Melo (que convenceu ao presidente Elias Kalil a tirar Nelinho do Cruzeiro); Sérgio Araújo, Paulo Isidoro, Tita, Éverton e Edvaldo. Foto – CAM

Ontem pela manhã o Alexandre Simões escreveu uma ótima reportagem no portal do Hoje em Dia, reavivando a memória de todos nós contando a história da troca de lado por um jogador da prateleira de cima, que realmente mexeu com o nosso futebol. Nelinho saindo do Cruzeiro e indo para o Atlético.

Eu era repórter da Rádio Capital e tive o privilégio de cobrir o dia a dia do Galo naquela época. Só não concordo com a pergunta que o Alexandre faz no título da reportagem: “Fred no Cruzeiro: um troco depois de três décadas e meia?”.

Não dá pra comparar. Nelinho era, simplesmente, o maior lateral direito do país, um dos mais badalados do mundo.

Confira: (mais…)


Catatau, o “secretário” do Nelinho, se deu bem na carreira; Almir virou empresário e o frangueiro, jornalista

Prazer enorme reencontrar dois grandes amigos de infância, com quem joguei no Ideal, no Democrata e no Independente do saudoso Zé Belarmínio, em Sete Lagoas: Almir (direita) e Catatau, que foi um ótimo ponta-direita do Atlético, Guarani de Divinópolis, de Campinas e vários outros clubes. Foi semana passada, na Casa Progresso, uma das maiores casas de material de construção da cidade, cujo o proprietário é o Almir, que era um excelente centroavante. Ele teria futuro no futebol profissional, não fosse um rompimento de ligamentos, que interrompeu a trajetória de artilheiro dele. Eu era um “frangueiro”, de altos e baixos (mais baixos do que altos), e depois de um teste no Galo, caí na real e vi que meu lugar no futebol era na reportagem e comentários.

Catatau entre a irmã, Perpétua, e Almir, na Casa Progresso em Sete Lagoas

Vivaldo Maria de Souza, “Catatau”, venceu na garra, na vontade e no correto profissional que era fora de campo. Tinha habilidade, mas suas principais virtudes eram a coragem, velocidade e condição física. Buscado pelo Atlético no Guarani de Divinópolis, para jogar num dos melhores times da história atleticana, não desperdiçou a chance e foi titular de 1982 a 1986. Apelidado pela imprensa de “secretário” do Nelinho, atacava e defendia, ajudando o grande lateral na marcação. Nelinho já era um veterano, mas não abria mão de ir ao ataque e assim, o Galo se dava bem pelo lado direito.

Negociado com o Guarani de Campinas em 1986, Catatau foi e é feliz lá também, dentro e fora de campo. Parou com a bola em 1995, na Ferroviária de Araraquara, e se tornou empresário em Campinas, onde tem uma fábrica de embalagens. Está com 59 anos, jogando suas peladas toda semana com ex-companheiros de futebol.

Nunca esqueceu as origens, nunca deixou de dar assistência à mãe e a toda a família, indo sempre a Sete Lagoas. O mesmo alto astral de sempre.

Em 1982, Catatau saiu do Guarani de Divinópolis para entrar neste time: João Leite, Nelinho, Osmar Guarnelli, Luisinho, Cerezo e Jorge Valença; ele, Heleno, Reinaldo, Renato Dramático e Éder. Soube agarrar a oportunidade.

Fomos campeões juvenis juntos, pelo Ideal, de Sete Lagoas em 1975

Em 1982, nós com o Éder, no aeroporto de Barcelona, a caminho de Bilbao, numa excursão do Atlético. Eu era repórter da Rádio Capital, o Catatau recém chegado ao Galo e o Éder tinha sido um dos destaques da Copa da Espanha dois meses antes, com a seleção do Telê Santana, eliminada pela Itália no Estádio Sarriá.


A possível estreia do goleiro Everson e o grande exemplo do Nelinho na hora de parar

Twitter do Atlético anunciou que o goleiro foi registrado na CBF e está em condições de jogo

Graças à lambança do Mariano, que, com aquele erro de passe, ferrou o Rafael contra o Santos, o goleiro preferido do Sampaoli deverá estrear com a camisa do Galo bem antes do previsto. Nascido em São Paulo, capital, 30 anos de idade, Everson se destacou primeiro no Guaratinguetá em 2010, indo para o River do Piauí em 2013, Confiança de Sergipe (2014), Ceará (2015), Santos, ano passado e agora Atlético.

Se por um lado, a falha do Mariano foi péssima para o Rafael, que é excelente goleiro, em ótimo momento, por outro, mostrou que o Jorge Sampaoli estava certo ao insistir na aquisição de um outro goleiro de alto nível. Só assim a imprensa e a torcida puderam ver aquilo que o treinador está vendo e sentindo diariamente no trabalho na Cidade do Galo: Victor agora pertence à história gloriosa do Atlético. O goleiro mais vencedor, o “São Victor” que foi fundamental na conquista principalmente do maior título do clube, a Libertadores, enfim, tudo de importante que ele foi, mas, infelizmente o tempo passa e é inexorável. Com 37 anos de idade, não rende mais o que precisa para ser jogador do Clube Atlético Mineiro. Todo o reconhecimento a ele, profissional exemplar e muito bem pago pelo trabalho pelo qual foi contratado.

Importante fazer todas essas ressalvas, porque senão aparecem uns malas sem alça dizendo que estou sendo injusto com o Victor. No futebol brasileiro imperam o paternalismo e saudosismo. E nem todo grande jogador sabe a hora certa de pendurar as chuteiras e partir para outra atividade profissional, no futebol ou fora dele. Nessas situações sempre me lembro do Nelinho, que aos 36 anos jogava muito e continuava sendo o maior cobrador de faltas do nosso futebol. Mas, marcou a data do jogo de despedida e não abriu mão. Mesmo com tantos apelos para que continuasse por mais um ano jogando no Atlético. Numa entrevista a mim, na Band, ele disse: “Vocês que hoje dizem que devo jogar mais um ano, serão os primeiros a me detonarem no primeiro lance em que eu não conseguir acompanhar o ponta e o Atlético tomar o gol”.

Claro que ele tinha razão. No mesmo ano de 1986, jogava e pedia votos para deputado estadual pelo PDT. Foi eleito e no inicio de 1987 fez o jogo de despedida no Mineirão. Um sucesso, casa cheia. Parou por cima.


Aniversário do Raul, 13 anos de Cruzeiro, e do Careca, aquele que defendeu uma bomba do Nelinho com a cabeça

Duas importantes personalidades da história do nosso futebol fizeram aniversário esta semana. E dois grande goleiros: Raul e Careca.

O Cruzeiro prestou homenagem ao Raul, para mim, o melhor e mais emblemático goleiro da história do clube, além de um ser humano fora de série:

Cruzeiro Esporte Clube @Cruzeiro – 27 de set:

* “Hoje é o aniversário do goleiro, ídolo da nossa história, que jogou 13 anos com a camisa Celeste e sagrou-se campeão diversas vezes na equipe Celeste entre 1966 a 1978. ⠀ … um grande nome a ser lembrado na história do clube: Raul Plassmann! Parabéns!”

***

O Democrata de Sete Lagoas homenageou Careca, revelado por ele…

E em minha coluna do jornal SETE DIAS, de ontem, prestei a minha homenagem ao Careca, que me impressionou num Atlético e Cruzeiro no Mineirão, em 1975. Eu criança, com o meu pai na arquibancada, vi o Nelinho partindo com toda velocidade para uma cobrança de falta quase do meio de campo. Zero a zero no placar. Chovia muito, campo molhado. Saiu uma bomba, que quicou no gramado, à meia altura e para o meu espanto e de mais quase 100 mil pessoas no estádio, Careca abriu os braços e defendeu com a cabeça. A bola bateu na testa dele e foi pra longe, para aquele clássico “Ohhhhhhhh!!!” das duas torcidas.

Na sequência, Palhinha (Wanderley Eustáquio de Oliveira), que estava sendo lançado no time principal naquela época, arrebentou com o jogo, o Cruzeiro venceu por 2 a 1 e foi campeão mineiro neste dia.

Muitos anos depois, já repórter, perguntei ao Careca porque ele se arriscou ao não usar as mãos para a defesa. Ele respondeu:

__ Com as mãos o risco seria maior; de soltar a bola para o rebote dos atacantes do Cruzeiro ou ela passar entre os meus dedos por causa da força do chute e a trajetória irregular que só o Nelinho sabia como fazer.

Eis a nota em minha coluna de ontem no SETE DIAS: “Ontem, 26 de setembro, foi aniversário do Careca (Jésus Carlos da Silva), nascido em Baldim, revelado pelo nosso Democrata, sucesso no Atlético nos anos 1970 e em vários outros clubes. Encerrou a carreira profissional no Jacaré.

Em 1975, ele (esquerda) era o goleiro desse time do Galo. À direita dele, Getúlio, Vanderlei Paiva, Osmar Barão, Vantuir e Flávio; Arlem, Reinaldo, Danival, Marcelo e Ângelo. Parabéns Careca!”

* Obrigado ao Junior Moreira (da Itatiaia) pela colaboração na foto do Careca, homenageado nas redes sociais do Democrata Jacaré.


Lembranças do dia em que Nelinho trocou a Toca da Raposa pela Vila Olímpica

João Leite, Nelinho, Batista, Elzo, Heleno, João Paulo e o vice-presidente de futebol Ivo Melo; Sérgio Araújo, Paulo Isidoro, Tita, Éverton e Edvaldo.

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Ontem pela manhã o Alexandre Simões escreveu uma ótima reportagem no portal do Hoje em Dia, reavivando a memória de todos nós contando a história da troca de lado por um jogador da prateleira de cima, que realmente mexeu com o nosso futebol. Nelinho saindo do Cruzeiro e indo para o Atlético.

Eu era repórter da Rádio Capital e tive o privilégio de cobrir o dia a dia do Galo naquela época. Só não concordo com a pergunta que o Alexandre faz no título da reportagem: “Fred no Cruzeiro: um troco depois de três décadas e meia?”.

Não dá pra comparar. Nelinho era, simplesmente, o maior lateral direito do país, um dos mais badalados do mundo.

Confira:

* “Foram 105 gols em 410 jogos. Isso lhe garante a 13ª posição no ranking dos principais artilheiros da história do clube. Mas num determinado momento da carreira, já veterano, ele agitou a maior rivalidade mineira trocando de clube em Belo Horizonte. Não é de Fred que estou falando. O personagem é Nelinho, o maior lateral-direito da história cruzeirense e que encerrou a carreira vestindo a camisa atleticana.

A troca de lado de Nelinho aconteceu em 1982, logo após a disputa do Campeonato Brasileiro, que naquela época era a primeira competição do ano. Considerado “laranja podre” pelo técnico Yustrich, que assumiu o time após a eliminação precoce na competição nacional, ele deixou a Toca da Raposa e foi para a Vila Olímpica.

No Atlético, em cinco anos, foram quatro títulos mineiros, três semifinais de Campeonato Brasileiro e 52 gols em 274 partidas. Inicialmente, o cruzeirense comprou a ideia do novo treinador e da diretoria. Mas esse sentimento logo se transformou em depressão, pois o antigo ídolo logo se transformou num dos destaques do rival.

O último jogo de Nelinho pelo Cruzeiro foi em 20 de março de 1982, uma derrota de 1 a 0 para a Anapolina, de Goiás, no Mineirão, que decretou a eliminação do time comandado pelo técnico Brito do Brasileirão daquele ano.

Em 2 de maio do mesmo ano, um jogo pela Taça dos Campeões, torneio criado para manter em atividade os clubes eliminados do Brasileirão, levou 52.328 pagantes ao Mineirão. A atração era justamente a estreia de Nelinho num time quase reserva do Atlético, pois Luizinho, Toninho Cerezo e Éder já estavam treinando na Seleção Brasileira, para a disputa da Copa do Mundo da Espanha, e Reinaldo estava machucado.

Agora, depois de 35 anos, a história pode se repetir. Fred não sai do Atlético por causa de treinador ou diretoria, pelo menos oficialmente, como foi o caso de Nelinho em 1982. De toda forma, o Cruzeiro, onde ele jogou em 2004 e 2005, marcando 55 gols em 71 jogos, tem no final de 2017 a chance de dar o troco em um dos capítulos mais polêmicos da história do clássico.

Luís Antônio, Nelinho, Mundinho, Marquinhos, Zézinho Figueroa e Luís Cosme. Agachados: Eduardo, Eli Carlos, Tião, Erivelto e Joãozinho.

Afinal, Nelinho não era laranja podre. Muito pelo contrário. Era o maior lateral-direito da história do futebol mineiro. E o cruzeirense, acostumado com sua qualidade e gols por quase uma década (1973 a 1982) foi obrigado a seguir acompanhando o seu sucesso com  camisa rival.

Fred já movimentou o futebol mineiro quando veio para o Atlético, na metade do ano passado. Agora vai virar um troco cruzeirense depois de 35 anos? Como diz Adilson Batista: “vamo aguardá!”.”

http://hojeemdia.com.br/esportes/fred-no-cruzeiro-um-troco-depois-de-tr%C3%AAs-d%C3%A9cadas-e-meia-1.584291


Galo tem o melhor ataque do Campeonato e nenhum gol de falta. Um espanto, para quem já teve Nelinho e Eder

Reinaldo sofria a maioria das faltas para Eder e Nelinho balançar as redes e todos ganharem a Bola de Prata da revista Placar ao fim das temporadas

* * *

A bola volta a rolar hoje no Brasileiro e vamos ver quem se aproveitou melhor da pausa de 10 dias por causa das eliminatórias. Galo e Inter prometem um grande jogo a partir das 19h30 no Independência. O Atlético tem o ataque mais positivo do campeonato, 51 gols, mas por incrível que pareça é um dos quatro times da disputa que ainda não tiveram nenhum gol de falta sequer. Uma semana atrás o jornal O Tempo fez reportagem sobre isso e lembrou que 84% dos gols alvinegros “tiveram origem dentro da área, enquanto outros 8% foram de pênalti. Mesma porcentagem e quantidade são válidas para os gols marcados de fora da área, que neste caso se caracterizam por chutes de longa distância, como os golaços do meia Dátolo contra Vasco e Flamengo, no segundo turno do Brasileiro.” Até 2013, com Ronaldinho Gaúcho, saíam muitos gols de falta, depois dele, minguaram.

Isso me fez lembrar do saudosíssimo Elias Kalil, grande presidente do início dos anos 1980, pai do Alexandre, que não abria mão de pelo menos um cobrador de falta de qualidade no elenco.  De 1982 a 1985 era sacanagem com os goleiros adversários: Nelinho e Éder. Quando a falta era pelo lado esquerdo a massa gritava: “Nelinho, Nelinho…”; quando pelo lado direito: “Eder, Eder…”. Quando era pelo meio: “É qualquer um, é qualquer um…”. E daí a pouco a comemoração do gol.

Nunca mais houve batedores de falta no Brasil como Nelinho e Eder; de vez em quando aparece um de boa qualidade. Mas esta é uma falha de preparação grave dos clubes. A excelência em cobranças de faltas está diretamente ligada a treinos, muitos treinos, à exaustão. Nelinho e Eder chegavam a ficar horas treinando, antes e ou depois dos coletivos. Para as faltas “colocadas”, Éder pendurava uma camisa na “gaveta”, entre o poste e o travessão. Enquanto não acertava sete em 10 tentativas não parava. Nelinho era quase sempre na porrada, cada uma mais certeira que a outra. Depois de uma partida em que ele marcou dois, um colega repórter o cumprimentou, pela “sorte”. Ele riu irônico, e usou frase que muitos atribuem ao astro do basquete Michel Jordan, mas que eu ouvi pela primeira vez dele: “Tá certo; quanto mais eu treino, mais a sorte me aparece”.

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Sem Ronaldinho desde 2013 os gols de falta minguaram para o Galo

CLASSIFICAÇÃO PG J V E D GP GC SG %
Corinthians 61 29 18 7 4 50 24 26 70
Atlético-MG 56 29 17 5 7 51 30 21 64
Grêmio 52 29 15 7 7 42 26 16 60
Santos 46 29 13 7 9 49 35 14 53
São Paulo 46 29 13 7 9 36 30 6 53
Palmeiras 45 29 13 6 10 50 36 14 52
Flamengo 44 29 14 2 13 39 39 0 51
Internacional 44 29 12 8 9 30 32 -2 51
Ponte Preta 41 29 10 11 8 34 33 1 47
10° Sport 40 29 9 13 7 40 31 9 46
11° Atlético-PR 38 29 11 5 13 30 33 -3 44
12° Fluminense 37 29 11 4 14 31 39 -8 43
13° Cruzeiro 37 29 10 7 12 29 28 1 43
14° Chapecoense 34 29 9 7 13 25 33 -8 39
15° Avaí 33 29 9 6 14 30 46 -16 38
16° Coritiba 33 29 8 9 12 21 30 -9 38
17° Goiás 31 29 8 7 14 29 30 -1 36
18° Figueirense 31 29 8 7 14 28 44 -16 36
19° Vasco 27 29 7 6 16 19 48 -29 31
20° Joinville 24 29 5 9 15 20 36 -16 28

Mais duas coisas muito importantes sobre o Nelinho

Manoel Rezende de Mattos Cabral em foto recente quando comentava no Globo Esporte

 

Marcelo Mineiro perguntou aqui no blog: “Nelinho foi escorraçado do Cruzeiro,alguém poderia me responder?”

 

Foi uma situação parecida com a que o Marcos Rocha vive no Atlético. A torcida pegava demais no pé dele e achava que ele era o culpado pelos péssimos resultados do time, que entretanto, só tinha ele e o Joãozinho como “diferenciados”, craques mesmo. As outras feras pararam ou foram negociados de forma equivocada pela diretoria que em menos de um ano acabou com o time que era chamado de “velho” por grande parte da imprensa. O saudoso Aldair Pinto, grande radialista, fundador e comandante da charanga do Cruzeiro cansou-se de alertar ao presidente Felício Brandi, no ar, pela Rádio Capital:

__Presidente, não vá na onda de muitos comentaristas que estão fazendo a cabeça da torcida, dizendo que o time está velho. Isso é conversa.

 

Mas Felício não ouviu o Aldair e também acreditou que as críticas eram corretas. Piazza foi um dos primeiros a sair e ali começava um dos piores períodos da história do Cruzeiro.

 

Thiago Prado Oliveira comentou sobre o Nelinho:

…”excelente comentarista, pena que as emissoras não deem oportunidade pra ele…”

 

Não é isso caro Thiago; é exatamente o contrário: Nelinho é que, gentilmente, recusa todos os convites. Ele chegou a ser comentarista da Globo por alguns meses mas se cansou logo. Nem tanto pelo cachê que era baixo, mas por ter que ir para estádio de futebol nos meios de semana, sábados e domingos, além de não poder almoçar todos os dias com a esposa e filhas, coisa que ele não abre mão. Aguentou concentrações e viagens a vida toda e depois de realizado profissionalmente só quer saber de curtir a família, os amigos e fugir de estresse.

É realmente uma figura diferente!


Avaliação realista de Nelinho sobre o Cruzeiro

Início de temporada muita gente gosta de partir para o oba-oba e encher a bola de jogadores contratados.

Na ânsia de agradar a dirigentes, mesmo sabendo que o torcedor pode estar sendo iludido, falam em “reforços” que chegam e nem tomam o cuidado de alertar que todo contratado pode dar certo ou não.

Como repórter, um dos jogadores que eu mais gostava de entrevistar era o Nelinho, que nunca falava asneira, nem ficava na mesmice da maioria dos jogadores.

Como ouvinte, sempre gostei dos seus comentários. Era um dos melhores comentaristas da Rede Globo. Pena que durou pouco, pois se cansoue rápido da vida de imprensa, que trabalha bastante e ganha pouco.

Felizmente Nelinho sempre soube administrar o que ganhou e vive vida de empresário bem sucedido, que não precisa de trabalhos paralelos para completar sua renda.

Esta semana ele foi homenageado pelo Cruzeiro, no Hall da Fama da Toca da Raposa, e deu a seguinte resposta sobre o Cruzeiro para esta temporada:
“A montagem do grupo é sempre atrelada à realidade do clube e quem conhece essa realidade é a diretoria. Não adianta ficar pensando em grandes jogadores, atletas de nível de seleção, se não tem dinheiro para pagar. Você não consegue fazer com que esses jogadores venham e se sintam bem financeiramente. Dentro da realidade do Cruzeiro, o que a diretoria conseguiu fazer foi isso.

O material humano do Cruzeiro, no momento, não é melhor nem pior do que o de outros clubes do Brasil. Com os jogadores que estão aqui, o Cruzeiro pode chegar a uma final de Copa do Brasil, à ponta de um Brasileiro ou alcançar a Libertadores tranquilamente. Basta planejar-se da forma correta”.

NELINHONelinho em foto do Superesportes

Vagner Mancini está testando formações nos coletivos que vem comandando: Marcos na lateral esquerda para Gilson (ex-América), e Diego Renan foi para a direita.
Com o capitão Fábio treinando no time reserva, o time fez o último coletivo com: Rafael, Diego Renan, Leo, Victorino e Gilson; Leandro Guerreiro, Diego Arias, Everton e Montillo; Anselmo Ramon e Wallyson.
Os reservas com: Fábio, Marcos, Thiago Carvalho, Mateus e Sebá; Amaral, Rudnei, Marcelo Oliveira e Roger; Wellington Paulista e Bobô. Sobre a disputa no meio-campo, Vágner Mancini anunciou que pretende escalar três volantes e que há duas vagas. “Hoje tenho o Leandro Guerreiro e mais duas posições para cinco jogadores. Quero volantes que obrigatoriamente chegam à frente e façam gols, não só de contenção”, avisa o treinador celeste. No coletivo de sábado, os escolhidos foram Arias e Everton. Ontem, após sua regularização, Marcelo Oliveira ocupou o lugar de Everton. Nas laterais, Diego Renan atuou pela direita e Gilson ocupou a esquerda.

VALTER

O atacante Walter, sendo apresentado pelo presidente Gilvan, em foto do site do Cruzeiro


Leitura de fim de semana: uma cerva e um papo com Sócrates, Nelinho e cia.

Agradeço ao colaborador do blog, Evandro, que enviou este ótimo texto do Cassio Zirpoli, jornalista do Diário de Pernambuco, relatando um evento onde Sócrates e outros grandes nomes do futebol brasileiro abriam o coração e contavam histórias da melhor qualidade.

Entre os ex-craques, Nelinho, o maior chutador que vi, um dos melhores laterais do mundo e uma figura humana sensacional.

Vale a pena ler:

SOCRATES1

* “Cerveja, futebol, medicina e política

Sócrates nunca negou que gosta de uma boa cerveja gelada. Aos 54 anos, ele admite que gostaria de parar de fumar, mas ainda não conseguiu largar o vício. Carismático, o ex-craque do Corinthians e da Seleção Brasileira roubou a cena ontem à noite, durante o evento Toque de Classe, que aconteceu nos Aflitos, e que também contou com a participação dos ex-craques Paulo Cezar Caju, Nelinho e Raul Plassmann. Zé do Carmo e Lúcio Surubim foram os convidados especiais.

Bastava um dos amigos começar a falar na palestra para “Magrão”, como o doutor também era conhecido nos gramados, começar a provocar, com muito bom humor.

Paulo Cezar Caju, organizador do evento, abriu a palestra, após um vídeo com grandes momentos de sua carreira, no futebol carioca.

“Essa idéia surgiu quando eu estava no Rio de Janeiro, lançando a minha biografia”, dizia PC, até que…

“Mas você está gordo, hein?!”, gritou Sócrates, que ainda não havia sequer sentado à mesa de debate. O ex-meia aproveitava os últimos instantes para pedir mais uma cerveja no balcão.

Paulo Cezar tentou conter o riso e seguiu falando. Passou a apresentar os demais integrantes do Toque de Classe.

Tranquilão, Sócrates finalmente subiu no palco armado no bar Spirit Hall.

Olhou para a platéia (mesas lotadas), e comentou de leve:

“Mas só tem homem aqui… Não tem jeito. As mulheres gostam mesmo é do Raí”, numa clara referência ao irmão mais novo, ídolo do São Paulo nos anos 90.

Quando Zé do Carmo brincou com a fama de boêmio de Paulo Cezar Caju (“Ele era o negão das louras”), Sócrates completou: “Eu adoro uma loura também. Gelada”.

Entre um chope e outro, Sócrates relembrou alguns ‘causos’ que marcaram a sua carreira. Em um deles, contou sobre a excursão do Timão ao México, na década de 1980, com a companhia de Paulo Cezar Caju, já veterano na época.

“Numa folga lá, fomos para um bar e começamos a beber cerveja. Paulo chegou falando francês e pediu champanhe. Olhei desconfiado, mas a diversão do grupo seguiu. Depois, ele pediu mais uma taça. Minutos depois, Paulo foi para o banheiro. E nunca mais voltou. Estava sem dinheiro. Os outros jogadores tiveram que pagar a conta dele. E ali nascia a ‘Democracia Corintiana’”, disse Sócrates, contextualizando o episódio com o movimento que entrou para a história do clube paulista, no qual todas as ações eram decididas no voto, entre todos os funcionários.

Apesar das brincadeiras, também houve espaço para seriedade, como no momento em que falou sobre o jogador brasileiro.

“O jogador brasileiro é uma criança, e é fácil de ser manipulado. Um jogador só deveria se profissionalizar se tivesse pelo menos o ensino fundamental. Mas não… O cara nasce na favela e quer sair do buraco jogando bola, como o ídolo dele, que nunca estudou também. Ele precisa estudar, porque se não der certo no futebol, já teria um caminho para conseguir outra formação”.

Depois, criticou o modelo de gestão da maioria dos clubes brasileiros (após ser questionado sobre a situação do Santa Cruz).

“Não existe um modelo padrão para comandar um clube. O que existe é uma boa gestão. Não tem mais espaço para aquele dirigente cego pelo time, que faz tudo pelo seu clube do coração, mas que não é preparado para a função. O dirigente precisa ser profissional e responsável. A legislação precisa passar a punir de vez os responsáveis pelas grandes crises nos times”.

Finalizou comentando sobre o gol mais bonito. A resposta foi curiosa…

“Não lembro de um gol mais bonito. O que eu tinha mais prazer mesmo era dar o passe para o gol. E aí, todos foram bonitos”.

SOCRATES

http://blogs.diariodepernambuco.com.br/esportes/?p=1276

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Raul e Nelinho, amanhã no Sócio PFC

O Programa do Sócio PFC desta terça-feira, dia 25, às 22h, abre o Arquivo da Bola para comemorar os 80 anos do Majestoso, o clássico Corinthians x São Paulo de 25 de maio de 1930, primeiro confronto entre os dois clubes. No estúdio, Sérgio Lobo recebe Raul Plassmann e Nelinho, que jogaram juntos no Cruzeiro nos anos 70.