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Cruzeiro em quatro finais da Copa SP: quem brilhou e quem foi “foguete molhado” entre estes finalistas

Minha coluna no BHAZ:

Quem brilhou e quem foi “foguete molhado” entre os finalistas com o Cruzeiro na Copa SP

Ao bater o Flamengo por 2 a 1 o Cruzeiro se garantiu na sua quarta final da Copa São Paulo. Foi campeão em 2007, vice em 1996 (perdeu para o América, 2 x 1) e em 2002, derrotado pela Portuguesa por 1 a 0.
Vai disputar o título depois de amanhã, às 15h30, contra o Corinthians (que venceu o Novorizontino), no Itaquerão. Seria no Pacaembu, mas as obras de reforma não foram concluídas a tempo.


Missão cumprida, pois na final tudo pode acontecer. O mais importante o time conseguiu, que é chegar à finalíssima. Certamente porque tem bons jogadores e boa comissão técnica. A concorrência é muito forte.
E aí? Quantos jogadores vão se sobressair, ser úteis ao profissional, dar alegrias à torcida e retorno financeiro à Raposa? Será que vai sair algum craque dessa “ninhada”?

Foto: @Cruzeiro – No time finalista da Copa SP 2024, vários jogadores de enorme potencial, além do técnico Fernando Seabra. 


O técnico Fernando Seabra é muito elogiado por quem acompanha a base de perto. Ele usou na partida contra o Flamengo: Otávio, Carlos Gómez (Victor Jesus), Pedrão, Bruno Alves (Rhuan Gabrie), João Gabriel; Henrique Silva (Gui Meira), Jhosefer, Xavier (Kelvin); Tevis (Ruan Índio), Fernando (André) e Arthur.
O time campeão de 2007 era dirigido por um treinador que se deu bem na profissão: Enderson Moreira, que nunca fica desempregado.
A conquista foi sobre o São Paulo depois de 1 a 1 no tempo normal e 6 a 5 nos pênaltis.
Confira os placares e quem fez os gols em toda a campanha:
Cruzeiro 2 x 0 Portuguesa, gols de Guilherme
Náutico-RR 0 x 6 Cruzeiro – gols de Guilherme, Vinícius 2, Márcio, Aldo e Jonathas
Amparo 1 x 1 Cruzeiro, gol de Luiz Fernando
Cruzeiro 3 x 2 Corinthians, gols de Guilherme e Anderson 2
Cruzeiro 2 x 1 Vitória, gols de Jonathas e Vinícius
Cruzeiro 6 x 2 São José-SP, com três gols de Guilherme, Wellington, Carlos e Pablo
Na semifinal, 5 a 4 sobre o São Bernardo-SP, gols do Anderson, Jonathas 3 e Márcio. Na final
1 a 1 com o São Paulo 1 x 1, gol do Anderson e 6 a 5 nas penalidades.
O time da final: Rafael; Aldo (Marcos), Maicon, Wellington e Anderson; Paulinho Dias, Carlos Magno, Carlos (Luis Fernando) e Guilherme; Vinícius (Simões) e Jonathas.
O maior destaque, que rendeu alegrias e dinheiro foi o Guilherme, que depois passou por vários cubes do Brasil e do mundo, inclusive com participação importante no título do Atlético da Libertadores da América de 2013. Ainda joga, agora no Cianorte, do Paraná.
Jonathas jogou pouco tempo no profissional, mas rendeu dinheiro, vendido ao futebol europeu. Anselmo Ramón foi bem no próprio Cruzeiro, campeão brasileiro em 2013. Está com 35 anos e joga no CRB.
O goleiro Rafael, ótimo jogador, aos 34 anos, faz sucesso no São Paulo, depois de penar na reserva do Fábio no Cruzeiro, e bater de frente com Jorge Sampaoli, na sua ida para o Atlético, porque o treinador argentino preferia Everson, que sabia jogar “com os pés”.
O zagueiro Maicon também se destacou, rodou o mundo e atualmente está no Vasco.
Em resumo, a safra foi boa.
Em 1996 uma final sensacional entre mineiros e o Cruzeiro foi derrotado pelo América, que tinha um timaço e era dirigido pelo Ricardo Drubsky. O zagueiro William, que depois faria sucesso no Grêmio e Corinthians, abriu o placar, Rinaldo marcou o segundo e Da Silva diminuiu para a Raposa.
• Outro destaque do Coelhãozinho foi o lateral Evanílson, vendido ao Borussia Dortmund, da Alemanha.
O Cruzeiro tinha como técnico o Vantuil Rodriges. O time da final: Rodrigo Posso; Marquinho, Derlam, Lúcio Mauro e Alex; Dante, Léo (Gu) e Missinho; Picoto (Jefferson Feijão), Da Silva e Dê (Nado).
Na final de 2002 o Cruzeiro perdeu de 1 a 0 para a Portuguesa, com um time que teve como destaque o goleiro Gomes (revelado pelo Democrata de Sete Lagoas), campeão brasileiro de 2003, sucesso depois, também, no PSV Eindhoven/Holanda, Tottenham e Watford/Ingaterra. Um dos goleiros do Brasil na Copa da Alemanha em 2006.
O treinador naquela final era o Ney Franco, que escalou: Gomes; Cleiton, Emerson, Irineu e Marcos Túlio (Paraguaio); Mancuso (Alemão), Jardel, Wendell e Walter Minhoca; Diego (Eraldo) e Kanu.

Outro grande adversário na final de depois de amanha será a torcida do Corinthians, que recebeu os agradecimentos do clube, ontem, pela presença contra o Novorizontino. – Foto: @Corinthians


Os campeonatos estaduais precisam existir, mas em formato completamente diferente

Minha coluna no BHAZ:

Mesmice da pior qualidade. Estaduais já estão rolando. O Mineiro vem aí!

Dureza é aguentar a imprensa nacional achando que o Brasil se resume a São Paulo e Rio de Janeiro. Os programas de rádio, TVs e agora internet só falam dos times de lá. Uma praga.


Os campeonatos estaduais precisam existir, mas em formato completamente diferente. No mundo, tudo evolui, mas o futebol brasileiro não altera as fórmulas tacanhas destes estaduais, que, do jeito que são, só servem para atender aos interesses dos dirigentes das federações, de alguns comandantes de clubes e do monopólio da rede de TV que detém os direitos. Assunto para outras conversas nossas por aqui.


Dentro de campo são campeonatos que pouco ou nada acrescentam. Antigamente os times do interior eram mais competitivos, tinham bons jogadores, formados por eles mesmos, que os revendiam pós-campeonato, principalmente para os maiores clubes do próprio estado. Com a lei Pelé, os clubes do interior perderam essa condição para os atravessadores, batizados mais tarde como “agentes FIFA”. Hoje, são eles quem mandam, no mundo todo.


Em estados em que apenas dois clubes normalmente ficam com o título, perder o campeonato significa crise à vista, com demissão de treinador, irritação da torcida e recomeço às vésperas da primeira rodada da principal disputa, que é o Brasileiro.
Também é um inferno para as arbitragens. O vice-campeão acusa pesadamente os apitadores, auxiliares e agora o VAR de ter beneficiado o adversário e que o departamento de árbitros é uma “máfia” a serviço daquele que ganhou o título.


O clube do interior melhor colocado geral ao fim da disputa vai acusar os árbitros e a FMF de sempre ajudar os times da capital.


Aí, somos obrigados a ouvir canastrices como a do Tite, de que o campeonato carioca é melhor entre todos os estaduais. Demagogia e hipocrisia neste país é mato. O ex-técnico da seleção deveria continuar aposentado. Assim pouparia nossos ouvidos de ter de registrar as sandices deles.
Sobre as perspectivas do Galo, Raposa e Coelho, também é assunto para outro dia.


Cruzeiro atropela Santos e segue às quartas de final, com destaque para goleiro, zagueiro, volante e atacante

Foto: Alexandre Battibugli/Ag. Paulistão

Os elogios são de quem conhece muito futebol: Ronaldo Peláu, que foi um dos maiores goleadores do futebol amador que já vi jogar, nos anos 1970/80.

Cruzeirense, curtindo vida boa de bem aposentado no mesmo bairro da minha infância, Boa Vista, em Sete Lagoas. Assiste tudo de futebol na TV e está ligado na Copa São Paulo sub-20.

Depois dos 3 a 0 ontem sobre o Santos, ele nos deu a honra de enviar este sucinto e claro comentário, do jeito que ele era em campo: “Amigo 3 a 0. O Cruzeiro tem 4 bons jogadores. O goleiro, zagueiro, volante e atacante: Otávio, PEDRÃO,  Xavier e Fernando.”

Ronaldo Pelau

Como realçou em caixa alta o nome do Pedrão, é porque o viu como principal promessa entre os citados.

Mas o eleito melhor da partida pela organização da Copa SP foi o atacante Fernando, autor do primeiro gol.

Foto: Alexandre Battibugli/Ag. Paulistão

Hoje o América enfrenta o Corinthians às 21h35 em Marília. Poderá ir pela terceira vez consecutiva às semifinais da competição. Pena que não sabe utilizar a sua base no time profissional.


Fica sempre a esperança que o América aproveite melhor as suas revelações

Minha coluna do BHAZ:

Ano passado o “Coelhãozinho” (os americanos matam quem falar ou escrever Coelhinho) foi vice-campeão da principal competição sub-20 do país. Com um bom time e talentos promissores, perdeu o título para o Palmeiras, numa final por 2 a 1.


Mas, enquanto Abel Ferreira aproveitou vários jogadores em mais uma vitoriosa temporada do Palmeiras, o América se valeu de veteranos manjados e foi rebaixado para a Série B do Brasileiro.
O Coelho tem tradição em revelar bons jogadores, na mesma proporção em que não sabe aproveitá-los no time profissional, que é a principal razão de existir do clube.

Este ano, faz boa campanha de novo e vai enfrentar o Corinthians pelas quartas de final, nesta quinta-feira, 21h35, em Marília. Nas oitavas, bateu o Ituano por 2 a 1. O Corinthians passou pelo CRB com uma goleada de 6 a 1.

Foto: @Cruzeiro
Daqui a pouco, 19h30, o Cruzeiro enfrenta o Santos, na Arena Barueri, pelas oitavas de final, depois de eliminar a Portuguesa, por 1 a 0.


Para quem ainda são sabe, o Atlético dançou na segunda fase da disputa.


Itabirito mandará seus jogos no Independência este ano, em 2025, possivelmente, na Arena Telê Santana

Em 2007, um ano após a sua morte Telê se tornou estátua, homenagem da cidade de Itabirito, por iniciativa da prefeitura. Alvo de vandalismo (teve a bola roubada), como ocorre em todo o Brasil com esculturas como essa, foi restaurada em 2021 (Foto: Prefeitura de Itabirito/Divulgação)

Minha coluna no BHAZ:

O Itabirito F. Clube no dia do acesso à primeira divisão. Primeiro time 100% Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Brasil, cujas 100% das ações pertencem a um único investidor, que é o empresário Maycon Pereira (Foto: Otávio Silva/FMF)

Caçula da primeira divisão mineira deste ano, o Itabirito F. Clube, vai mandar seus jogos no estádio Independência no campeonato que começa dia 24, quarta-feira. A estreia será em Governador Valadares, contra o Democrata Pantera, às 20h30. Mas, para 2025 o desejo é jogar em casa, diante da sua torcida, que tanto apoiou o time na terceira e segunda divisões em 2022 e 2023, no acanhado atual estádio da cidade, Dr. Alberto Woods Soares, conhecido como Campo do União.


Dentro do projeto de recuperação da infraestrutura e implantação do Centro Municipal de Esportes e Lazer, a prefeitura de Itabirito fez um acordo com o União Sport Clube, desapropriando o estádio de forma amigável, para uma reforma completa.


Terá a capacidade aumentada para 5 mil torcedores e ganhará o acréscimo do nome de Telê Santana, o filho mais ilustre de Itabirito, um dos treinadores mais emblemáticos do Brasil e do mundo, que nos deixou em 21 de abril de 2006, aos 74 anos.

A exemplo do Athletic de São João Del Rei, o Itabirito é uma SAF de sucesso, que foi criada em 2022 e chegou imediatamente à primeira divisão de Minas, conquistando o acesso em dois anos consecutivos.
Sustentado por empresas e patrocinadores privados, conta com a boa vontade do prefeito Orlando Caldeira (Cidadania), do Secretário Municipal de Esportes, Raphael Rondow, e o apoio institucional e logístico da prefeitura.


O mascote do clube é o Gato do Mato, cuja apresentação foi feita durante a maior festa popular de Itabirito, a Julifest, em agosto de 2022. Na ocasião, o prefeito Orlando Caldeira pronunciou: “Apaixonemos pelo Gato. É uma projeção enorme que estamos fazendo, como São João del Rei fez com o Athletic, como o Tombense com Tombos, o América, com Teófilo Otoni

(Foto: sounoticia.com.br)

Secretário Municipal de Esportes, Raphael Rondow (esq.), prefeito Orlando Caldeira, e o procurador Alexandre Sampaio, representante do União, na solenidade de entrega das chaves do antigo estádio à Prefeitura de Itabirito, em 17 de agosto de 2023 – Foto: itabirito.mg.gov.br


Como faz falta o Bebeto de Freitas, que estaria completando 74 anos, hoje

Minha coluna no BHAZ:

Em 2019 o jornalista Rafael Valesi lançou o livro “O que eu vivi”, que se tornou uma homenagem póstuma a Bebeto de Freitas, pela Editora 7 Letras, com 256 páginas – Foto: divulgação

Um dos maiores do esporte brasileiro, Bebeto de Freitas estaria completando 74 anos, hoje

Paulo Roberto de Freitas foi um grande jogador e treinador de vôlei, campeão de tudo, no Brasil e na Itália, técnico da seleção brasileira da “geração de prata”, medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984. Em 1999 topou o desafio proposto por Alexandre Kalil e trocou o vôlei pelo futebol, se tornando diretor executivo do Atlético. E como em tudo que fazia, foi brilhante, participando da montagem e da campanha do time vice-campeão brasileiro, que perdeu a final para o Corinthians.

Em 2003 outro desafio gigante: foi eleito presidente do Botafogo que acabava de ser rebaixado para a Série B. Ficou até 2008, depois de reestruturar o clube, retornar à Série A e conquistar o Campeonato Carioca de 2006. Em 2017, atendeu outro chamado de Alexandre Kalil, para assumir a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer da prefeitura de Belo Horizonte, onde ficou até o início de 2018, quando foi chamado por Sérgio Sette Câmara para assumir a diretoria administrativa do Atlético.

Infelizmente, um infarto interrompeu essa belíssima trajetória profissional e de vida, no dia 13 de março de 2018, aos 68 anos. Ele estava trabalhando, num evento na Cidade do Galo, e nem com toda a pronta assistência médica que teve foi possível salvar a vida dele.

Grande ser humano, primo do craque do Botafogo dos anos 1940, Heleno de Freitas. Sobrinho do comentarista João Saldanha. Bebeto manteve até a morte, a sua capacidade de indignação contra as mazelas dos dirigentes dos esportes olímpicos e do futebol brasileiro, sempre botando a boca do mundo, denunciando federações e CBF, o que lhe custou muitos dissabores.

Pessoas como o Bebeto fazem falta demais ao Brasil.

Bebeto de Freitas em sua segunda passagem como diretor executivo do Atlético em 2009 – Foto: Bruno Cantini

Em 2001 tive o prazer de apresentar o Minas Esporte, da Band, num dia de férias do Flávio Carvalho, que teve Bebeto de Freitas (ao meu lado, direita) como convidado especial e participação da banda de pop-rock, Iris de Seda, que estava lançando seu segundo disco. O baterista Toninho Silva (esquerda), guitarrista Fabrício Matos, vocalista George Machado e à direita o contrabaixista Renato Valente.

Cruzeiro fala em Douglas Costa. Importante se informar bem como ele está

Minha coluna no BHAZ:

Foto: twitter/Grêmio

Douglas Costa se informa sobre o Cruzeiro. Quem tem que se informar é o clube sobre ele

Douglas Costa no Grêmio em 2021, ano do último rebaixamento: 28 jogos, 3 gols, 2 assistências, 3 lesões musculares, 8 vitórias, 6 empates,14 derrotas, 35,7% de aproveitamento

O noticiário sobre o Cruzeiro informa que a Raposa está em conversas com o atacante Douglas Costa, revelado pelo Grêmio, que teve grandes momentos no Bayern de Munique e Juventus da Itália, mas que foi um retumbante fracasso no retorno ao tricolor gaúcho em 2021, participando do rebaixamento do time para a Série B.

E que o jogador, de 33 anos, estaria buscando informações mais detalhadas sobre a SAF controlada pelo Ronaldo e sobre o técnico Larcamón. Também que muitos cruzeirenses estão lotando as redes sociais ligadas a ele, pedindo que ele “venha logo” para jogar pelo time.

Ora, ora, é bom que o Cruzeiro e torcedores se informem melhor sobre Douglas Costa, como foi a segunda passagem dele pelo Grêmio e como ele está fisicamente hoje. Um dos maiores salários do futebol brasileiro na época, de relação custo/benefício questionadíssima.   

Vale a pena dar uma “pesquisada” nos jornais gaúchos. No Zero Hora, por exemplo, serão lidas manchetes tipo essa: “Lesões, polêmicas e poucos gols: como foi a segunda passagem de Douglas Costa pelo Grêmio”.

Zero Hora de 30 de dezembro de 2022:

https://gauchazh.clicrbs.com.br/esportes/gremio/noticia/2022/12/lesoes-polemicas-e-poucos-gols-como-foi-a-segunda-passagem-de-douglas-costa-pelo-gremio-clcax6vua007l0182m63hor6a.html


O longo “mistério” que trava as categorias de base do Atlético

Escalação do time que começou jogando contra o Sfera/SP e perdeu de 1 a 0, gol aos 30 do primeiro tempo. (Foto: @Atletico)

Minha coluna no BHAZ:

O sub-20 do Galo foi eliminado na segunda fase da Copa São Paulo por um time chamado Sfera, da capital paulista, fundado por empresários em 2021.

Espera-se que agora, que se tornou uma empresa, o Atlético finalmente dê a devida transparência e ponha gente competente e séria para cuidar do setor. Ali está a galinha dos ovos de ouro de todo clube brasileiro, que precisa formar jogadores, utilizá-los em seu time profissional e fazer dinheiro com eles. Há muitos anos a base do Atlético não revela ninguém.

O último foi o Bernard, que estava prestes a ser dispensado, mas foi emprestado ao Democrata de Sete Lagoas para disputar a terceira divisão mineira e arrebentou lá. Essa história conheço muito bem, pois participei dela do princípio ao fim.

A diretoria do Atlético deveria chamar o pai do Bernard, Délio Duarte, para uma conversa. Cidadão correto, certamente prestará um grande serviço ao futebol e do Galo, contando coisas estarrecedoras sobre o que acontece nas categorias de base, não só do Atlético, mas também da maioria dos grandes clubes. Um rápido e único exemplo: determinados dirigentes da base exigem que o pai de jogadores, de bom potencial, passem procuração para determinados agentes/empresários para que eles cuidem da carreira do jovem, negociando tudo em nome dele. De contratos com os clubes, a fornecedores de material esportivo, publicidade, enfim.

Eu, entre o Bernard e o pai dele, Délio Duarte, numa das últimas vindas do atacante a Belo Horizonte

Óbvio que mediante uma boa comissão sobre tudo, inclusive dos salários do jogador. Quando a família se recusa a aceitar a “sugestão” do dirigente, ele fica fora até do banco de reservas na maioria dos jogos, desaparece, por melhor jogador que seja.

Como a imprensa não cobre a base e a torcida não sabe quem é quem, nem o que acontece por lá, fica por isso mesmo, e muitas carreiras são prejudicadas ou interrompidas. Uma ciranda perversa.

O atleticano Luiz Souza comentou no blog:

“Chico,
Termina, com mais uma vergonhosa participação do Galo, a Copinha SP. Entra ano e sai ano e sempre com a mesma promessa de ”ajeitar a base” e que para o ano as coisas serão diferentes, e que blá..blá..blá. Há quantos anos não se revela ninguém!. Será possível que o Galo será apenas comprador de jogador? Qual foi a última revelação? Desse jeito não faz sentindo manter essa estrutura caríssima. É preferível alugar um time que tenha expertise em revelar jovens atletas e, na época da copinha vestir a camisa do Galo. Time de atletas de empresários e joga quem tem poder de ser indicado. Que time horroroso, crendospai! Preferível encerrar a base. É o fim da chance de quem deveria estar jogando. Depois não reclamem”


Opinião de um cruzeirense da “gema”: o que esperar do Cruzeiro este ano?

Minha coluna no BHAZ:

Cruzeirenses da gema: o saudoso J A Ferrari (esq.) e Alex Elian – Foto: arquivo pessoal

Pedi a um cruzeirense da “gema”, Alex Elian, desses que ficam ligados até nos treinos do time, para avaliar os movimentos da diretoria visando esta temporada, comparando com 2023.
Ele é o da direita nessa foto, ao lado de um ícone da imprensa esportiva mineira, outro cruzeirense, o J.A. Ferrari, integrante do programa “Bola na Área”, grande sucesso das TVs Itacolomi/Alterossa, nos anos 1970/80, de acalorados debates com o Xico Antunes (atleticano) e o americano Paulo Papini.
Infelizmente o Ferrari nos deixou no dia 24 de novembro do ano passado e rendo aqui a minha homenagem.

Eis o que pensa o Alex sobre as perspectivas do Cruzeiro 2024:
* “Muitas incógnitas ainda”
“Não pelo treinador, Larcamón, pois desde a chegada do “fenômeno” as contratações dos treinadores desconhecidos de fora (estrangeiros) foram ótimas surpresas. Mas pelo elenco, já que perdemos, na minha opinião o melhor zagueiro (Luciano Castán) e atacante (Bruno Rodrigues) para 2024!
Trouxemos dois campeões da série B de 2022, que foram bem naquela competição: o zagueiro Zé Ivaldo e o atacante Rafa Silva.


Gostei também do retorno do Lucas Romero (faltava um pitbull), que entretanto, está longe de ser craque de ser buscado no aeroporto, do centroavante argentino, Dinenno (pelos vídeos parece muito bom) e o Gabriel Verón, que no Palmeiras era muito útil. Uma ótima tentativa de recuperação! Em relação a 2023 eu creio que melhorou, mas não tanto ainda para buscarmos o papel de preponderância no futebol nacional!
Precisa de mais jogadores de bom nível!”

Alex é primo de um dos maiores atleticanos que conheço, o jornalista Sérgio Moreira, hoje um dos papas da imprensa brasileira especializada em Turismo


E o Rei comemora 67 anos! Prazer e honra ter sido súdito dessa realeza

Minha coluna no BHAZ:

Em 2022, com que satisfação participei, como um dos entrevistadores dele, do programa BH Todo Dia, comandado pelo Elias Sunshine, no Canal Viver Brasil. Da esquerda para a direita. Elias, o Rei, os grandes jornalistas Elton Novais e Nina Abreu, dia 24 de maio.

Parabéns ao Rei, 67. Que honra ter vivido um pouco dessa realeza

Ser repórter e comentarista de futebol era meu sonho, desde os tempos de criança, no Campo do Algodão/Estação Experimental, hoje Embrapa), em Sete Lagoas. Com 11 anos de idade, o hoje saudoso Geraldo Tolentino publicou a minha primeira coluna, “Pílulas Esportivas”, no Jornal do Centro de Minas, atual peça do Museu da cidade. Aos 13, outro Geraldo, o Padrão (que está firme, em seus 85 anos), levou-me para “chefiar” o departamento de esportes da Rádio Cultura. Chefe de mim mesmo, o único funcionário do “departamento”.

Aos 18, outro saudoso, o Gil Costa, buscou-me lá, para a Rádio Capital, que iniciaria as suas atividades em Minas. Era 1979, o início da primeira rede de rádio do Brasil, a Rede Capital de Comunicações, oficialmente de propriedade de um grupo de educação de São Paulo. Dizia-se que era coisa do então governador Paulo Maluf, que estaria montando a sua estrutura para a “iminente” primeira eleição direta para presidente da república, pós regime militar iniciado em 1964.


A nova emissora investiu na contratação dos maiores nomes do rádio de Belo Horizonte, na tecnologia mais moderna que existia no mundo e buscou repórteres e locutores “emergentes”, para “compor” a equipe. Foi onde eu entrei.
Gil Costa era um gênio do rádio, maior audiência de Belo Horizonte com a sua “Resenha do Jegue”, na Rádio Itatiaia, que levou para a Capital, de 12 às 14 horas.


Para obter audiência com uma nova emissora, que saía do zero, enfrentando as poderosas Itatiaia, Guarani e Inconfidência, seria preciso fazer algo diferente, além de contratar campeões de audiência como Vilibaldo Alves, Aldair Pinto e tantas outras feras.
Na enorme sala dele na sede da Capital, na Avenida do Contorno 5057, sempre cheia de gente, entre uma talagada e outra em seu inseparável Marlboro, teve um estalo:
__ Taí, o Reinaldo vai ser nosso comentarista.


E antes que alguém perguntasse qual Reinaldo, ele já emendou com a lembrança de que o José Reinaldo de Lima estava no “estaleiro”, em longa recuperação de mais um de seus sérios problemas nos joelhos, em função das pancadas que levara desde os tempos do infantil.
Depois da Copa do Mundo da Argentina, em 1978, o maior artilheiro do Brasil naqueles tempos, ainda não tinha voltado a jogar e o país inteiro falava do drama dele, que usava o “Nautilus”, equipamento revolucionário na época, importado por uma fortuna dos Estados Unidos. Origem dessas máquinas fitness das academias atuais.
E o Rei, topou! Gostou tanto da ideia que nem cobrou nada. Ele tinha 22 anos de idade.


O mundo do futebol era assim. Reinaldo, que completa 67 anos hoje, continua assim, simples, amante do futebol e sem ganância por dinheiro.
Dessa forma tive a honra de ser colega de trabalho, ainda que por poucas semanas, de um dos maiores jogadores de futebol que o planeta já teve.


Realizei meu sonho de ser repórter e comentarista. Daquele início, cobrindo o futebol amador de Sete Lagoas até hoje, foram 11 Copas do Mundo, cinco Olimpíadas e incontáveis outras grandes coberturas. Conheci lugares e pessoas no Brasil e no mundo, histórias mil, de todo tipo.


Sou muito feliz com tudo o que vivi, mas um dos maiores orgulhos da minha vida foi ter sido convidado a participar do livro “Punho Cerrado: A História do Rei”, de autoria do filho dele, Philipe.
Eu era colunista dos jornais O Tempo e Super Notícia. E que honra receber este e-mail, quase oito anos atrás, cuja íntegra repasso às senhoras e aos senhores:

De: Philipe Van vanrali@gmail.com
Data: 5 de agosto de 2016 11:10
Assunto: Convite participação na biografia do Rei
Para: chicomaia@otempo.com.br

Bom dia Chico,

Estou lançando em setembro a biografia do meu pai, Reinaldo.
Em janeiro próximo ele completa 60 anos e gostaria de incluir no livro algumas homenagens.

Como você acompanhou de perto toda a carreira dele, gostaria de convidá-lo para participar com um texto sobre os “60 anos do Rei.”

Pensei em algo na linha de um texto seu sobre ele que você publicou há uns anos atrás (abaixo).

Você teria disponibilidade?
Desde já agradeço.

abraço

“Quando vim da Rádio Cultura de Sete Lagoas para a Rádio Capital, cobri o América por três meses e depois me mandaram para a cobertura do Atlético que tinha um dos melhores times do Brasil na época. Reinaldo era a principal estrela; um Neymar da época. Comparado com as feras de então como Zico, Maradona e outros menos conhecidos.
Mas quem convivia com ele não acreditava que aquele sujeito simples, boa prosa e aberto a qualquer pessoa, da mais humilde à mais poderosa, era o “Rei” do Galo.
Vi o Reinaldo praticando gestos de extrema bondade a pessoas que realmente precisavam, que ele nunca tinha visto e pedia a nós da imprensa que não divulgássemos.
Nunca pediu o tratamento de estrela que sempre teve; nunca se considerou “intelectual” como poetas e artistas famosos da época o classificavam; jamais vi uma postura arrogante dele com quer que fosse.
Quando, aos 28 anos, disse que pararia com o futebol, nós que cobríamos o Atlético, o questionamos, já que ainda tinha muito a exibir, e ele respondeu sem pestanejar: “Não aguento mais essa vida no departamento médico; fisioterapia todo dia; concentração, remédios que dão efeitos colaterais…”.
Enfim, a vida dele era um calvário.
Naqueles tempos, jogador de futebol não ganhava nada em relação às fortunas que são pagas hoje pelos clubes e empresários. Reinaldo insistiu mais um pouco, passou pelo Palmeiras e cometeu seu “crime” maior de jogar alguns minutos pelo Cruzeiro.
Fato que seria normal se ele não representasse tanto para os atleticanos como representava.
Antes do 30 ele já tinha se retirado dos gramados, mas o prestígio continuou.
Tudo que o Rei falava, fazia, fala e faz, continuava repercutindo e repercute.
Aproveitou o embalo do prestígio, entrou para a política, tornou-se deputado e vereador.
Teve revezes pessoais, profissionais e continuou cidadão, correto, honesto e batalhador pela vida.”


Foto: Editora Letramento/divulgação

E assim, com um artigo especial, que está lá no livro, participei do “Punho Cerrado: A História do Rei”.
Desejo felicidades sempre ao fantástico Reinaldo, jogador e gente, um grande ser humano!