Viajo daqui a pouco para a Argentina e enquanto isso deixo um ótimo relato do Alisson Sol, direto dos EUA, sobre a experiência de um torcedor em um estádio de futebol na terra do Tio Sam.
Ainda estão fracos dentro de campo, mas fora, já nos fazem ter inveja.
E põe inveja nisso!
Confira:
“Hoje (domingo), depois de muito tempo, fui ver como está o futebol nos EUA.
Escolhi esta partida principalmente por ser contra o New England Revolution, que é o atual campeão da liga. É aquele time contra o qual o Cruzeiro fez um amistoso ano passado, vencendo de 3×0 mesmo sem ter técnico. Fácil de ver porque. O jogo em si foi uma pelada só, com o time de Seattle vencendo por 2×1. Mas a “experiência” é fantástica. Tudo organizado, famílias em peso no estádio, e “serviços complementares” (trânsito, estacionamento, comida, etc.) de primeira. Conseguem também fazer uma “promoção complementar” com praticamente qualquer coisa. Hoje, um sorteado tentou jogar uma bola para que ela entrasse no teto solar de um carro estacionado no campo. Se conseguisse, acho que ele ganhava o carro (mas ele não conseguiu, e saiu com o prêmio de consolação).
Com mais de 36mil pagantes a uma média de 50 dólares por ingresso, só de bilheteria foram gerados U$1,8 milhões. Com o preço de tudo no estádio cerca do dobro do normal, e com o jogo à 1:00 da tarde, praticamente todo mundo já vai para almoçar no estádio. Idéia fantástica de quem pensou nisto. O resultado é que não deve ser difícil imaginar que mais uns 2 milhões de dólares circularam nos serviços complementares. Se conseguirem continuar assim por mais uns 10 anos, os EUA vão passar a competir com a Europa pelo primeiro escalão do futebol mundial.
Falando um pouco do futebol dentro de campo, por enquando é preciso “suspender a descrença” no que se está vendo. Os times são uma mistura de jovens americanos com “experientes” de outros países. Os americanos tem um preparo físico impressionante, e correm feito ladrão fugindo da polícia. Mas não tem habilidade nenhuma, e enganam com os 3 famosos recursos de quem não sabe jogar futebol: se livrar da bola rapidamente, e quando possível dar toque de calcanhar e driblar para trás. Os “experientes” andam em campo, e vez ou outra mostram alguma coisa. Pela regra da liga, cada clube pode ter apenas dois “jogadores especiais”, com salários acima do limite padronizado. O time do Seattle Sounders tem 2 destes “especiais” (link). Mas, depois de vê-los em campo, entendi porque eles ganham um décimo do que recebem o David Beckham e o Thierry Henry para andarem em campo no ocaso de suas carreiras. Mas fica o aviso: com o dinheiro que está entrando, não vai demorar muito para o sonho de um jovem talentoso ser jogar nos EUA.”