O problema na boate Chalezinho foi mais grave e precisa ser apurado. Tudo indica que foi discriminação, que a casa não é chegada em aceitar jogadores de futebol e negros.
Ora, ora!
Nazismo, facismo? Ou está de volta o integralismo verde e amarelo?
Acabei de receber e-mail do Leonardo Bastos, da Media Press – Assessoria e Comunicação, que conheço e tem credibilidade.
Publico na íntegra o relato dele, a quem sugeri encaminhar também ao Ministério Público para a devida apuração e providências.
“Prezado Chico,
Segue um fato que ocorreu comigo e alguns atletas do Cruzeiro, no último domingo.
Tentei encaminhar para o senhor com exclusividade toda a minha revolta com este estabelecimento, mas só hoje consegui o e-mail de você, se puder divulgar, agradeço!
Segue abaixo uma das centenas de manifestações que recebi e que mais me chocou e anexo duas matérias que saíram hoje nos jornais Super Notícia e O Tempo, onde o responsável pelo marketing do Chalezinho, Vinícius Veloso, alega que “Nosso evento no domingo começa às 18h e os atletas chegaram às 23h. A casa estava lotada e, por isso, eles não entraram, assim como aconteceu com outras 200 pessoas”
“Leo,
parece que a discriminação é pesada mesmo.
Repassei o seu e-mail para todos os meus contatos. Veja o que um deles respondeu (não vou citar por questões óbvias):
“Seguinte: lá não pode entrar negros!
Uma menina que já foi promoter lá me disse isso! Eles inventam qualquer coisa para a pessoa e não a deixam entrar. Êh ate engraçado essa história do Léo porque eu perguntei a ela: para com isso, quero ver se aparecer um jogador de futebol lá…, e ela disse: a gente era obrigado a barrar qualquer pessoa negra, ate mesmo jogador de futebol!
Odeio aquele local!”
Abraço
Leonardo Bastos
Prezados Amigos (as)
Peço que me ajudem a divulgar, indignação foi pouco!
Abs,
Léo
Preconceito contra jogadores de futebol – Barrados no baile
Uma das formas mais abjetas do comportamento humano é o preconceito. Hoje, no Brasil, há leis duras para combater qualquer tipo de preconceito, seja ele de credo, cor da pele ou opção sexual. No entanto, menosprezar alguém por sua profissão é algo difícil de acreditar. O episódio de execração moral ocorreu no último domingo (23-01-2011), no Clube do Chalezinho (@clubechalezinho), empreendimento localizado em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e envolveu jogadores do atual elenco do Cruzeiro. Fui personagem da história e abaixo vou narrar elementos dessa pérfida história.
Por razões de sigilo profissional, não vou revelar neste espaço o nome dos atletas. Em um momento de indignação, ontem à noite, citei os envolvidos no meu perfil do twitter (@leobrodrigues). Quero destacar que tratava-se de um evento de organização entre os atletas, sem nenhum excesso e a reunião ocorreria após duas semanas de intensa pré-temporada, antes do início de competições oficiais. Ressalto, mais uma vez, que a presença dos jogadores (os casados acompanhados de suas esposas e namoradas) em nada prejudica o rendimento dos mesmos.
Vamos aos fatos.
Para atender a um pedido de um jogador que é meu amigo pessoal, indiquei o Clube do Chalezinho (@clubechalezinho) para a confraternização. O encontro ocorreria após o retorno da delegação de Uberlândia, onde o time celeste goleou os donos da casa.
Depois de decidido o local, entrei em contato com dois amigos que costumam freqüentar a casa aos domingos. Particularmente, não freqüento o @clubechalezinho, justamente por já ter presenciado esse tipo de babaquice – se pisei lá 10 vezes desde 2002, quando se iniciou a casa, foi muito.
Um dos meus amigos entrou em contato com o promoter Alê, que informou que a casa tinha três camarotes mais reservados e que tinha uma consumação mínima exigida para fechar o mesmo. Falei com meu amigo que poderia fechar um deles para os jogadores e depois passaria os nomes de quem estava indo.
No domingo pela manhã, recebi uma mensagem confirmando os nomes: sete jogadores, alguns amigos, primos e namoradas. No total, a lista tinha 17 pessoas, ou seja, bem reservado entre eles.
Depois de passar os nomes das pessoas da lista, esse meu amigo me liga e fala que não tinha mais camarote. “Léo, o Alê me ligou e disse que uma pessoa comprou os três camarotes de hoje e não tem mais nenhum disponível.” No mínimo, achei estranho depois de passar os nomes, não é mesmo? Foi nesse momento que comecei a desconfiar de alguma atitude preconceituosa do Clube do Chalezinho com jogadores de futebol, mas mesmo assim pedi para que o meu amigo confirmasse a lista e que eu iria mais cedo para tentar reservar um lugar mais discreto para os mesmos.
Cheguei ao @clubechalezinho por volta das 20h, juntamente com o meu amigo @luciofilho e esse tal de Alê estava na porta. Me apresentei e disse que estava organizando o camarote dos jogadores e que tinha pedido para um amigo entrar em contato com ele. Nesse primeiro momento, ele me falou que infelizmente os camarotes estavam comprados por uma única pessoa, mas que o nome dos jogadores estavam na porta e que ele ficaria de ver, se possível, um local mais reservado para eles.
Sendo assim, peguei minha cartela (R$ 30 de entrada e R$ 30 de consumação, até achei estranho porque é a única casa de Belo Horizonte que cobra consumação e entrada) e entrei para tentar reservar um lugar para os atletas.
O Cruzeiro chegaria de Uberlândia por volta das 21h30 e os jogadores iriam em casa e depois para o @clubechalezinho. Também tinha convidado minha amiga @izabelasant para ir ao evento e foi quando ela chegou e foi barrada, comprovando que não tinha nada de lista na porta.
Um dos atletas me ligou e disse que estava chegando. Então fui atrás do Alê e disse: “uma amiga minha já foi barrada, e os jogadores estão chegando, então tem ou não tem essa lista?” Ele se esquivou e disse que iria resolver um problema e que quando os atletas chegassem que era para entrar em contato com ele.
Nesse momento, um camarote estava com algumas pessoas e os outros dois estavam vazios, ou seja, mais uma mentira da casa que havia falado que os três eram da mesma pessoa. Então para comprovar de vez o “preconceito” e toda aquela mentirada, cheguei ao garçom Deivison, que estava atendendo aos camarotes e perguntei a ele se os outros dois camarotes estavam vazios. Ele me respondeu que estavam e me explicou como funcionavam os mesmos, o que eu já sabia. Peguei o meu cartão de consumação e passei para ele fechar um dos camarotes e disse que era para alguns jogadores do Cruzeiro. Depois de 30 minutos ele voltou e me disse que um dos promoters (de alcunha Juninho) da casa não teria autorizado a liberação do camarote.
Então fui para a porta do @clubechalezinho conversar com o Alê e ele tinha sumido, encontrei outro promoter e expliquei a situação a ele (nesse momento dois jogadores já se encontravam barrados na porta do estabelecimento). Para a minha surpresa, esse promoter me disse que a casa não tinha o perfil deles e que jogador de futebol não entrava ali. O mais engraçado dessa história é que o presidente do Cruzeiro e seu filho estão sempre presentes no @clubechalezinho, além de Kléber, Marcelo Moreno e Fred que também são freqüentadores assíduos da mesma.
Depois desse momento paguei a minha conta, sai da casa e expliquei aos dois jogadores o ocorrido, eles ligaram para os demais companheiros, falaram que tinham sido barrados e que não era para irem mais ao estabelecimento. Foi quando todos, chateados com aquela situação, pegaram o carro e foram embora, numa situação humilhante.
Outro detalhe é que várias pessoas da “alta sociedade” continuavam entrando na casa e os mesmos barrados na porta (vereadores, inclusive). Indignação foi pouco!
Pelo que eu sei preconceito é causado pelo não conhecimento do outro que é diferente e foi isso que senti da casa ontem. Será que é porque os jogadores representam o povo, a massa? Qual é o perfil das pessoas para freqüentarem o @clubechalezinho? Preto? Branco? Rico? Pobre? Gordo? Magro? Enfim, é inadmissível que nos dias de hoje possamos verificar esse tipo de comportamento. Ontem, me senti humilhado por essa casa, onde, pretendo NUNCA mais pisar! E essa indignação também foi presenciada e sentida pelos cruzeirenses que lá estavam: @blograposaazul, @izabelasant e @luciofilho!