Foto feita pelo Cosme Rímoli, no Estádio Ellis Park, em Johanesburgo, ano passado, momentos antes de Brasil x Coreia do Norte
Que prazer!
Quase toda criança sofre pressão para optar pelo time de futebol da preferência de alguém muito próximo. Do pai, avós, tios, padrinhos, amigos da família, enfim!
Comigo não foi diferente e nunca vou me esquecer da minha Tia Geralda, irmã mais velha do meu pai, atleticana apaixonada, presenteando-me com camisas e brindes do Galo, nos meus cinco, seis anos de idade. Ela era incisiva e já tinha feito a cabeça do meu irmão mais velho, Gilmar. Meu pai gostava do Cruzeiro, que àquela altura já era respeitado como o time que destronou Pelé, do Santos quase imbatível. Mas o seu Vicente era um democrata, respeitador de vontades, e nunca me pressionou porque no fundo, achava que eu acabaria me rendendo (como quase toda criança daquela geração), à força do time que encantava o Brasil com as suas cinco estrelas, senhor absoluto do recém inaugurado Mineirão.
Mas o Galo foi campeão brasileiro em 1971, e deu mais argumentos à tia Geralda. E, em abril de 1972, veio o golpe fatal: Tostão foi para o Vasco!
Aí não teve mais jeito, apesar de Raul, Piazza, Dirceu e cia. permanecerem.
Decidido
Tia Geralda venceu, e eu que era Botafogo no Rio, passei a gostar também do Vasco, do Tostão! O tempo passou, o grande craque trocou a bola pela medicina e virou mito.
Tornei-me repórter, mas não tive o prazer de entrevistar o Tostão jogador. Numa noite de 1992, o vi de perto, num concerto no Palácio das Artes.
Resisti e não me aproximei, mas tive vontade de pedir um autógrafo.
Especial
Menos de um ano depois de vê-lo no Concerto da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, quase não acreditei quando o Flávio Carvalho nos comunicou na TV Bandeirantes, que o Tostão seria nosso companheiro de bancada no “Minas Esporte”. A Band São Paulo também gostou demais e o levou para a rede nacional. Audiência aumentada e um colega muito especial.
Raridade
Tostão é uma das pessoas mais corretas que conheci no futebol. Dessas que ainda têm a capacidade de se indignar e rechaçar de forma veemente a tantos interesses inconfessáveis que rondam o mundo da bola e a cidadania em geral. Da Band, trabalhamos juntos também na Alvorada FM e convivemos na cobertura de Copas do Mundo e outros eventos.
Bem vindo!
Tostão concedeu-me a honra de ser um dos primeiros a ler os originais do seu livro “Lembranças, Opiniões, Reflexões sobre futebol”, de 1997, prefaciado pelo Armando Nogueira.
O tempo continuou passando, fomos trabalhar em empresas diferentes, mas a amizade continuou.
E agora terei o prazer de conviver novamente com ele no O TEMPO, e sua coluna às quartas e domingos.
* Estas e outras notas estarão em minha coluna de amanhã, no O Tempo, nas bancas!
Nos bons tempos de Minas Esporte, 1993/94: Tostão, Valdir Barbosa, eu e Luiz Carlos Alves