* Ecos do passado
Quase uma semana depois de terminado o nosso Campeonato, por incrível que pareça, deparei-me com um “Guia2010/Brasileirão”, num banheiro de Bolonha. É a publicação anual da revista Placar, trazida para a Itália por algum torcedor brasileiro, que a deixou no Velho Mundo.
Claro que não resisti e fui conferir as previsões dos colegas da Placar, feitas nesta edição de maio deste ano, para as Séries A e B brasileiras. O Fluminense era apontado como candidato a uma vaga na Libertadores e o Cruzeiro como candidato ao título. A margem de acerto aí foi boa, assim como os indicados ao rebaixamento: Vitória, Guarani, Goiás e Prudente, justamente os quatro que caíram. Em compensação Placar previu que Atlético e Flamengo brigariam pela Libertadores e a situação foi outra.
Na Série B os acertos e erros da revista foram maiores, com a previsão que Coritiba, Figueirense e Bahia subiriam. Mas, apontou o América como “mero figurante”. Acreditava que Brasiliense, Portuguesa, Náutico e Sport brigariam pela quarta vaga. O Brasiliense caiu para a terceirona e o Náutico lutou até o fim para não cair também.
Boa aposta
O saudoso Osvaldo Faria gostava de usar uma metáfora em seus comentários para mostrar que algum time ou treinador não era um “azarão”. Dizia: “se um cavalo ganha uma corrida, pode ser sorte; se ganha duas corridas, olho nele; se ganha três corridas, aposte nele!”.
Essa mesma edição da Placar que encontrei em Milão, conta a história do Mauro Fernandes na Série C, que me fez lembrar o Osvaldo.
Memorável
Diz o Guia 2010 de Placar que em 2008 “sob comando de Mauro Fernandes, o Atlético-GO fez uma ótima campanha na Série C. Em 32 partidas, venceu 27 jogos e perdeu apenas 6. No octogonal final, ganhou o título com folga (8 pontos à frente do Guarani). O destaque foi a parte ofensiva da equipe: marcou 64 gols em 32 jogos, e aplicou a maior goleada do Campeonato, 7 x 1 sobre o Itumbiara-GO.
Retranqueiro
Nessa campanha do Atlético-GO, dirigido pelo Mauro Fernandes, o time fez também o artilheiro daquele Campeonato, que foi Marcão, com 25 gols. O interessante destes números, é que eles desmentem aqueles que insistem em chamar o treinador do América de “retranqueiro”.
Entendo que ele usa as armas das quais dispõe em cada elenco que comanda.
Socorro
Por falar em Bolonha, diferentemente do que ocorre no Brasil, na Itália clube de futebol tem falência decretada e isso quase ocorreu com o clube que é uma paixão local. O presidente que adquiriu o seu controle acionário fraudou a prestação de contas e o Bolonha só foi salvo porque o tradicional café Segafredo, que é da cidade, injetou muito dinheiro e assumiu o comando.
* Estas e outras notas estarão em minha coluna de amanhã nos jornais o Tempo e Super Notícia.