Blog do Chico Maia

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Frio danado, e vai piorar!

Que os amigos me desculpem pela demora em postar qualquer coisa aqui hoje, mas o bicho está pegando. Pela manhã, fui à inauguração da Casa Brasil, uma espécie de embaixada do governo brasileiro aqui, onde as cidades sedes da Copa de 2014 venderão seu peixe durante o período do Mundial aqui. Evento cheio de figurões!

Saí de lá direto pro Ellis Park, onde imaginei que teria as ótimas condioções de trabalho de costume na sala de imprensa do estádio. Enorme e confortável, com internet banda larga da melhor qualidade, onde poderia inserir o monte de fotos legais que tenho para o blog.

Cheguei às 15 horas daqui, 10 daí, e para minha surpresa, todos os postos de trabalho da sala estão lotadíssimos, por causa da estreia do Brasil e mais ainda: do frio de doido que está fazendo. Todo mundo quer ficar no ar quente e meus planos deram errado.

Tive que vir para a tribuna de imprensa do estádio, em frente a linha que divide o gramado, visão privilegiada, porém… é como se eu estivesse dentro de um freezer, ligado no grau quase máximo.

E pior, com um vento soprando sem parar. Coisa de maluco mesmo!

Só passei por situação semelhante em 1995, na Copa América do Uruguai, na cidade de Rivera, durante um Brasil x Argentina.

Estou muito bem agasalhado, mas é como se não estivesse.

Além do mais, se ponho luvas não tem jeito de escrever.  Fiquei sem elas agora para escrever essas mal traçadas linhas, mas voltarei ao hibernamento para ganhar fôlego para durante o jogo.

A previsão para o intervalo de Brasil x Coreia do Norte é de menos 3 graus de temperatura.

Inté mais!


Estreia do Brasil e a má vontade com a Copa na África

* Apesar das reclamações por causa da não convocação de um ou outro jogador, o time do Dunga é bom e pode voltar com o hexa para o Brasil. A estreia contra a Coreia do Norte é esperada pela imprensa internacional aqui como a possível maior goleada da Copa até agora.

Pode até ser, mas os baixinhos correm muito, e entrarão em campo pressionados pelo fato dos arquirrivais deles, Coreia do Sul e Japão terem estreado com vitória.

 

Cheirando a naftalina

 

A Coreia do Norte é um dos poucos países comunistas à moda antiga que ainda existe, e lá os jogadores “jogam pela pátria”, ou melhor: para o ditador, o mesmo que apodrece no poder há anos, depois de suceder o pai. Conforme o desempenho, na volta para casa, levam porrada e cumprem cana, com direito a trabalhos forçados!

Mas nem por isso devem ameaçar o time canarinho.

 

Má vontade

 

Por tudo que tenho visto, ouvido e lido, não tenho a menor dúvida que há uma grande má vontade da imprensa internacional contra a realização da Copa na África. E boa parte dos colegas brasileiros entra no embalo. Querem comparar a África do Sul com a Alemanha de 2006, onde além das facilidades naturais de um dos países mais ricos do planeta, havia mordomias mil para a imprensa.

 

Exageros

 

É verdade que há incontáveis problemas aqui, mas nada assustador, principalmente para nós, brasileiros, acostumados com o nosso país. A segurança é o ponto mais falado, porém, não falam que a polícia daqui trabalha bem e com rapidez. Em menos de 48 horas, recuperaram tudo que foi roubado dos portugueses e espanhol, assaltados à mão armada, prenderam os bandidos, e o mais importante: devolveram todo o material e dinheiro roubado ás vítimas.

 

Estranho silêncio

 

A seleção uruguaia foi roubada no hotel na Cidade do Cabo. O chefe da delegação foi registrar queixa numa delegacia, mas quando viu a fita das câmeras da segurança do hotel, desistiu. Tudo indica que o ladrão era um próprio membro da delegação. A imprensa só falou do roubo. Nada sobre o recuo do comandante dos uruguaios.

 

E os atentados?

 

A imprensa dos Estados Unidos e Europa espalhou que havia risco de atentados da Al Qaeda, nos jogos Inglaterra x EUA, sábado, e Holanda x Dinamarca. Fiz questão de ir ao estádio Soccer City, onde os holandeses venceram por 2 x 0. Risco nenhum, porém, milhares de europeus e norte-americanos cancelaram suas viagens para a Copa.

 

Preparemo-nos

 

Não tenham dúvida que o Brasil vai enfrentar a mesma sacanagem da imprensa internacional, logo depois que a Copa aqui terminar. Vão nos detonar também. Porém, não tenho a menor dúvida que 2014 será um sucesso, que surpreenderá ao mundo. Além de saber receber e fazer festa, o Brasil tem uma estrutura geral melhor que a África do Sul, apesar da roubalheira pública que enfrentamos.

 

Meio time

 

Diz o velho e sempre atual ditado que “goleiro é meio time”, e não tem jeito. A Inglaterra deixou escapar a vitória sobre os Estados Unidos por causa do peru do goleiro; a Argélia pela mesma forma, com frango muito parecido, contra a Eslovênia, e hoje o Villar, capitão do Paraguai, errou um soco na bola, que caiu na canela do De Rossi, que empatou para a Itália.

Mas, faz parte!

 

* Estas e outras notas estarão em minha coluna de amanhã, no Super Notícia, nas bancas!


Uma imagem impressionante e a chegada das autoridades mineiras

Assisti a vitória da Holanda sobre a Dinamarca, 2 x 0, em jogo razoável. Continuo no Soccer City, sala de imprensa, onde escrevo minhas colunas do O Tempo e Super Notícia, além de falar para a Rádio Alvorada FM.

Acabei de receber telefonemas da Stella Kleinrath, da Belotur, e do Tiago Lacerda, coordenador do Comitê da Copa 2014 pela prefeitura de Belo Horizonte. Eles chegaram agora em Johanesburgo. Amanhã será inauguarada a Casa Brasil, espaço do governo federal, montado para que os estados e cidades-sedes de 2014 mostrem o seu trabalho.

Dia 17 chega o Tadeu Barreto, coordenador geral do Comitê do estado.

A comitiva de Belo Horizonte está indo de metrô, inaugurado dia 8, do aeroporto R. Tambo até o Distrito de Sandton, para conhecer.

São 12 minutos, em quase 30 km de distância. Pena que só cobre este percusso, porque o resto não deu tempo. É triste ver parados trechos da obra que atrasaram pelos mesmos motivos que atrasam as obras no Brasil.

Por coincidência eu estava postando essa foto que recebi do professor Marcio Amorim, quando o telefone tocou. Vejam a nossa Serra Curral e o que a mineração faz com ela.

Pelos mesmos ingleses que fazem bem pior com a África, e em especial a África do Sul:BH Sec XXI


A Copa da gratidão e do perdão!

A Copa começou sexta passada mas ainda é tempo de prestar uma justa homenagem ao continente anfitrião, que tanto tem a ver conosco.

E faço-o através de texto que recebi do Juiz de Direito da Vara Criminal de Sete Lagoas, Dr. Edilson Rumbelsperger Rodrigues, que nas horas vagas, também é um grande colaborador da imprensa esportiva da cidade:

 “COMEÇOU A COPA DO AMOR, DA GRATIDÃO E DO PERDÃO!”

                    Digo isso para registrar clima de amor e de alegria pelo qual o mundo se sentiu invadido com as transmissões dos jogos da Copa da África do Sul-2010.

                    Um povo alegre, feliz, simpático, afável. Marcadamente contagiante.

                    As suas “vumvumzelas” __ que não param nunca __ são símbolos de um povo que nunca desiste, que luta e que grita, dizendo, com a sua zuada ininterrupta, que estão aqui, vivos, orgulhosos, apesar de todas as injustiças históricas que sofreram.

                    É vendo, desfilando em nossa tela, este lindo povo africano, percebemos o quanto temos __ nós brasileiros __ em comum com ele. E nos sentimos orgulhosos disso. Antes, o preconceito macabro, hoje o orgulho, a satisfação e a honra de termos __ cada brasileiro, em nossas veias e no nosso DNA __ um pouco do sangue desse povo altivo e generoso.

                    Por isso, esta Copa do Mundo é também a Copa da Gratidão, a Copa do Agradecimento, porque somos por eles eternamente gratos __ agradecidos pela influência que deles recebemos e que faz de nós todos brasileiros, um povo de uma cultura rica e diversificada. Um povo com um profundo sentimento religioso.

                    Mas principalmente é a Copa do Perdão. Perdão pelo tráfico escravista, perdão pela arrogância, perdão pelo desrespeito e pela afronta cometida com os seus costumes; perdão pelo fomento da divisão de suas terras, transformando numa colcha de retalhos um continente todo de uma cultura só, de um povo só, de uma nação só.

                    Perdão pelo irremediável e imprescritível crime de termos separados famílias inteiras, levados nos porões do inferno para lugares distantes, sem direito sequer de chorar, trazidos de longe para nos servir. Só porque eram (e são) negros. Apenas por causa da cor de sua pele.

                    Quanto ignorância nossa, meu Deus!

                     Tudo portanto que investíssemos em África seria pouco para nos resgatar e nos redimir da crueldade incurável.

                    África __ África do Sul __ em teu coração bom e generoso é que reside a esperança nossa de um pedido sincero de perdão.

                     Que Deus abençoe Mandela, redimido, depois de tudo, ao ver o seu País filmado pelo mundo __ e encantando o mundo __ sede de uma Copa do Mundo.

                    Mãe África, querida! O mundo hoje te reverencia, te admira, vive o seu amor, e te pede perdão, humildemente.

 Dr. Edilson Rumbelsperger


Rogério Perez está de volta com as suas colunas, agora na internet

PEREZPara tantos leitores que nos perguntam pelo jornalista Rogério Perez, que escrevia ótimas colunas no jornal Hoje em Dia, uma boa notícia: ele está de volta, porém, agora na internet e estreou um blog da melhor qualidade.

O texto de hoje e o endereço são os seguintes: 

http://rogerioperez.wordpress.com/

Brasil está com a cara de Dunga

Rogério Perez

A Seleção Brasileira de 2010 tem a cara e estilo de Dunga e também de Jorginho, seu fiel escudeiro, que são unidos desde a Copa de 1994, nos Estados Unidos, Copa que o Brasil ganhou o  título mundial, nos pênaltis contra a Itália, comandado por Carlos Alberto Parreira, agora técnico dos Bafana Bafana.  A prova de fogo para a dupla Dunga/Jorginho será nesta terça-feira, dia 15, às 15h30, em  Joanesburgo, contra a Coréia do Norte.

O treinador gaúcho manteve seu estilo duro e não se importou com as críticas e reclamações dos jornalistas, comentaristas e demais integrantes das mídias brasileiras e internacionais em busca de mais informações sobre o time brasileiro. Neste domingo, pelo segundo dia seguido, os jogadores da Seleção Brasileira fizeram um treino de portões fechados. Torcedores e jornalistas não puderam assistir ao treinamento na escola Hoërskool Randburg, na região norte de Joanesburgo. Quando perguntado como foi o treino fechado, Ramires foi curto e grosso, dizendo que se foi fechado não era para contar. Faz sentido e mostra que Dunga conseguiu implantar seus métodos e todos estão afiados mesmo na hora do primeiro jogo do Brasil contra os coreanos.

Desde que chegou à África do Sul, no dia 27 de maio, Dunga e seus assessores só permitiram a entrada da imprensa e da torcida poucas vezes. Nesta segunda-feira, sob exigência da Fifa o chamado treino de reconhecimento  no local do jogo pode ser liberado para imagens e parte do treinamento. Mesmo o  outro treino determinado pela Fifa, em Soweto, foi visto por um público pequeno em comparação com a capacidade do estádio, já que o Brasil anunciou apenas algumas horas antes que abriria as portas ao torcedor africano e de todo mundo. A CBF não confirmou se o treino desta segunda-feira, o último do Brasil antes da estréia na Copa, será aberto aos jornalistas.

Na  entrevista coletiva deste domingo,  também prevista nos cadernos da Fifa,  Maicon e Ramires disseram que apoiam a decisão de Dunga. Os dois ficaram sabendo que o treino seria fechado à imprensa durante a conversa com os jornalistas.

“Isso é opção do treinador. Se o Dunga optou por fazer um treino fechado é porque ele quer achar um esquema para a equipe”, disse Ramires. Questionado sobre as atividades da seleção no treino de sábado, Ramires disse que não poderia revelar o que foi trabalhado. “O treino foi fechado. Se fosse para eu falar, acho que teria sido aberto”, disse o jogador. Maicon disse desconhecer o que levou Dunga a fechar os treinos, mas afirmou que, para os jogadores, a presença de torcedores e jornalistas nos treinos não faz diferença maior. Mas certamente ao fechar treinos e limitar contatos, Dunga cria um clima ruim para ele e seus comandados naturalmente.

Depois do jogo contra Zimbábue, há duas semanas, Dunga  disse que prefere treinos abertos à torcida, mas que a experiência da preparação para Copa passada – quando houve assédio exagerado aos jogadores – fez com que ele decidisse mudar a prática. Certamente ele tem razão por todos saberem o que aconteceu antes do Brasil de Parreira ir para a Alemanha e o time brasileiro acabou eliminado  pela França. Agora, com a cara e o estilo de Dunga, o Brasil vai tentar o hexa. Se derrotar todos adversários e for campeão, tudo vai ser relevado. Mas se não for bem, vai pagar caro por proibir a presença da torcida e, principalmente, dos jornalistas.


Falta um Duke!

A África do Sul tem ótimos jornais, mas nenhum deles tem um chargista como o Duke. Essa é a dele de hoje no Super Notícia, como sempre bom demais da conta!

DUKE


Um outro lado da África

* Assim como quase toda grande cidade do mundo, Johanesburgo tem um pedaço que uma minoria privilegiada pode frequentar: é Sandton, onde prevalece o Apartheid, porém, financeiro; aquele que nunca vai acabar em nenhum lugar do planeta. É o Distrito rico daqui, onde está o coração econômico da África do Sul, com os grandes bancos, os hotéis das maiores redes internacionais, as lojas de grife, bares e restaurantes chics.

 

Figurões

 

Em Sandton está a Mandela Square, uma mistura de praça com Shoppings, hotéis e ruas cercadas de toda segurança e atrativos. Estrelas do mundo artístico e esportivo podem ser vistas e abordadas sem muita dificuldade. Quase todo turista que vem a Johanesburgo dá uma passada por lá. Nesta época de Copa, vira o ponto de encontro de bacanas e curiosos.

 

Frustração

 

Um grupo de paulistas ficou empolgado por encontrar com o ex-craque francês, Michel Platini, atual presidente da Uefa, muito gentil, que topou tirar fotos com todos. Escolheram um deles para ser o fotógrafo, mas sujeito ficou tão emocionado que se complicou todo. Quando foram conferir as fotos, cadê!? Não apareceu nada.

* Estas e outras notas estarão em minha coluna de amanhã, no Super Notícia, nas bancas!


O veto ao Adilson no Internacional

Adilson Batista era uma opção viável, chegou a ser contatado, mas o Internacional preferiu Celso Roth. A qualidade do trabalho dos dois tinha a mesma importância na avaliação da diretoria, mas pesou a rejeição geral da torcida ao ex-técnico do Cruzeiro, considerado um ingrato pelos colorados. Como jogador, foi muito bem acolhido no clube, num momento difícil da vida dele, mas sempre demonstrou maior ligação com o Grêmio. A língua solta do Adilson o queimou no Inter, na final do Mundial Interclubes de 2006, quando ele deu entrevistas dizendo que estava torcendo para o Barcelona.

Essas informações me foram passadas ontem por dois dirigentes do clube gaúcho que estão em Johanesburgo: o vice-presidente Emídio Marques Ferreira e o secretário-geral Alexandre Mussoi Moreira. Eles estavam na mesma mesa do médico José Carlos Rogedo e a esposa Letícia, ambos cruzeirenses, de Belo Horizonte, em um restaurante da Mandela Square, no Distrito de Sandton, a região mais nobre de Johanesburgo, onde estão os hotéis das principais celebridades do mundo do futebol nesta Copa do Mundo.

INTERFoto: Eugênio Sávio


A convivência amigável de brasileiros e argentinos, atleticanos e cruzeirenses

Na Mandela Square presenciei a maior demonstração que já vi, de que torcedores arquirrivais podem conviver pacificamente, quando há educação entre eles: milhares de argentinos e brasileiros cantavam seus refrões tradicionais, juntos, cada um puxando para o seu lado, mas sem nenhum tipo de agressão. Mesmo com muito álcool embalando os dois lados.

Até ontem, víamos muito mais argentinos e mexicanos nas ruas de Johanesburgo, mas a brasileirada finalmente chegou. De todos os cantos do Brasil, com predominância de São Paulo.

 

Mais uma

 

Nesse mesmo ambiente da Mandela Square, tive outra prova de que arquirrivais podem conviver bem quando há racionalidade e respeito. Neste caso, envolvendo diretamente a nossa disputa doméstica: o atleticano Felipe Antonini foi sorteado para vir à Copa, pelo cartão Visa, com direito a acompanhante. Convidou o amigo cruzeirense Matheus Amoni, e eles estão aqui, cada um ostentando a camisa do seu time. Ambos de Belo Horizonte.CAMCRUFoto: Eugênio Sávio


Alemanha põe fim à monotonia dos primeiros jogos da Copa

A Alemanha foi a responsável pelo fim da monotonia nestes primeiros jogos da Copa, com o massacre para cima da Austrália, adversário que não é lá essas coisas, mas que foi colocado no seu devido lugar pelo mais forte, que soube se impor.

Normalmente a primeira fase de toda Copa é assim mesmo: cautela, correria, predominância de muitos empates, poucos gols e jogos frustrantes, como França e Uruguai, de quem se esperava uma grande partida. A primeira rodada só termina quarta feira, quando a Espanha, uma das favoritas entra em campo contra a Suiça. A expectativa geral é que o Brasil dê uma goleada terça-feira, na Coreia do Norte, mas pouco se conhece do adversário.