O América é patrimônio nosso que precisa se fortalecer. O futebol mineiro tem que ser mais forte e para isso é fundamental que o Coelho não sofra nenhum retrocesso. A conquista da Série C ano passado gerou uma euforia geral e a expectativa que 2010 poderia ser um ano bem melhor.
Mas o time não engrena e há um medo generalizado que ele vá mal na sua volta à Série B. Por isso, toda discussão em torno do assunto é importante e tem que ser agora, quando ainda há tempo para se corrigir rumos.
Terça feira recebi e-mail de um grande americano que sempre envia bons comentários sobre o Coelho. É o Marcio Amorin, que saiu chateado do Mineirão, depois do 1 a 1 com o Democrata-GV.
Ele lembra que fui contra a demissão do Marco Aurélio no início do trabalho. Assim como sou contra uma eventual demissão do Mauro Fernandes. Para mim o grande problema do América é a falta de continuidade dos treinadores, aliado ao medo e impotência de lançar os jogadores da base no time profissional.
Alguém é capaz de me explicar o porquê do clube que mais revela jogadores em Minas não conseguir montar um time competitivo?
Com a palavra o Márcio Amorin e que outros americanos, e quem gosta do América, também se manifestem:
“Saí ontem do Mineirão com a sensação de que os dias do seu conterrâneo, à frente do América, estão contados. Se o Marco Aurélio foi dispensado, para você, precocemente (eu já penso que não se poderia arriscar mais, esperando que as coisas piorassem), a dispensa do atual é, também, uma questão de tempo e curto. O primeiro, mesmo tendo tido mais tempo do que as demais equipes, por ter começado mais cedo, não conseguiu apresentar nada. O segundo, o Mauro, tem feito algumas coisas, além de obter péssimos resultados, que não o credenciam a continuar. Não sei como vocês da imprensa formulam opiniões, quando não vêem todos os jogos – alguns vêem de um único time e querem dar palpite. Nem sei, também, o que você ouviu sobre o fatídico empate de segunda. Eu sei que eu vi, de novo, diga-se, um time medroso, com três zagueiros, e um monte de jogadores fora da posição, em casa, precisando ganhar. Um time de peladeiros, que corre, corre e só corre. Um dos zagueiros, o novato Fabrício, sentindo-se inútil na zaga, achou um buraco pela lateral esquerda e se mandou para lá, já que não tinha o que fazer entre outros dois. Recebia um monte de passes e não sabia dar seqüênca, por não ser do ramo. O do ramo, Zé Rodolpho, estava no banco e o buraco estava na defesa do Democrata e não no banco. Quando anunciaram a esperada entrada do Zé, eis que, surpreendentemente, entra improvisado no lugar do Moisés, cabeça-de-área nato. Aí o buraco mudou de lado e, por ali, o Democrata criou chances de ganhar fácil. Nesta ele foi salvo pela volta do goleiro Flávio. Por outro lado, ao colocar o Luciano, que não deveria estar no banco, tirou o Irênio, matando as possibilidades de criação de jogadas. Não fosse a contusão do zagueiro, que ele trocou por outro para manter três, o Joãozinho(?) já estava na beira do gramado para entrar. O que será que ele pretendia com isto?
Ouvi alguns torcedores, do G-570, reclamando da presença de veteranos na equipe. Deviam, sim, reclamar da apatia que tomou conta do técnico, que não tem nenhum domínio sobre o grupo e desconhece a, ainda que limitada, capacidade da maioria. Sua entrevista foi a de quem “jogou a toalha”. Olhando para o grupo, é fácil notar que é limitado. Mas se fosse escalado, dentro do Mineirão, (oito jogos) para jogar em cima do adversário, poderia conquistar uma posição melhor.
Três zagueiros, três cabeças-de-área, dois laterais que não são laterais nem alas, um armador para um único atacante foi a tônica do técnico na maioria dos jogos. Ontem, colocou três atacantes, sem armador e sem laterais, mas não abriu mão dos três zagueiros. Técnico para time pequeno, mas muito pequeno. Opinião minha, que não tenho intenção nem obrigação de agradar ninguém: o que de melhor poderia acontecer, hoje, analisando friamente, era a não-classificação para a outra fase. Ser eliminado, de novo, por uma equipe do interior – e todas elas apresentam-se estruturadas e com o que se chama de “padrão de jogo” – é o que se avizinha, caso se classifique. Todos eles vieram jogar contra o América, falando que vieram buscar os três pontos. Talvez, não se classificando, seja aceso o alerta para a Série B.
Foram 12 pontos em dez jogos, sendo oito desses jogos em casa. Dez pontos vieram conquistados em cima da turma que vem tendo pesadelo com o Módulo II. Pelo menos esse parece que passou para o América. Não é muito, muito, muito pouco? Abraços.”
Técnico Mauro Fernandes em foto produzida pela Assessoria de Imprensa do América