Blog do Chico Maia

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Com atuação perfeita e ótima arbitragem: Flamengo 0 x 3 Atlético

Minha coluna no BHAZ

Foto: twitter.com/Flamengo

Que exibição do Atlético, amassando o Flamengo no Maracanã

A arbitragem do catarinense Ramon Abatti Abel (FIFA) foi impecável, o Galo foi melhor do que nos 3 a 0 contra o Grêmio, e o placar foi outro 3 a 0, agora, fora de casa.

No Maracanã, também com o apoio de milhares de atleticanos que empurraram o time o tempo todo, uma atuação de cair o queixo, de todo o time, começando pelo Everson que fez quatro defesas espetaculares, três de cabeceios, outra, cortando cruzamento rasteiro do Cebolinha, que terminaria em gol, caso não houvesse a interceptação.

Defesa, meio e ataque impecáveis. Felipão pôs o time para jogar, sem abusar no ataque, e sem ficar encurralado pelos donos da casa. Teve 53% de posse de bola no primeiro tempo, sem erros de passe e contra-ataques perigosíssimos. Num desses, Paulinho recebeu assistência magistral do Hulk e abriu o placar, aos sete minutos.

No segundo tempo, o Flamengo quis voltar com tudo, mas o primeiro contra-ataque do Galo foi mortal. Em alta velocidade Edenilson recebeu de Paulinho e caprichou na saída do goleiro Rossi, ampliando para 2 a 0. Com Arrascaeta bem marcado, sem espaço para criar e atuação perfeita de todo o Atlético, Rubens, em outro belíssimo contra-ataque, aproveitou cruzamento rasteiro do Pavón e matou o jogo fazendo 3×0.

Outra vitória convincente, com as mexidas do Felipão dando muito certo. Tirou o desacreditado Edenílson da cartola do banco, deu moral, e ele fez outro jogo sensacional com a camisa do Atlético. As duas melhores partidas que vi dele até agora. No primeiro tempo Scolari teve que substituir Saravia, contundido aos 40 minutos, por Mariano, que entrou muito bem. No intervalo outra necessidade de mudança: Mauricio Lemos, também machucado, deu lugar a Igor Rabello, que manteve a qualidade.

Time cuja atuação ficará na memória dos atleticanos por muito tempo, por causa do empenho e atuação:  Everson, Saravia (Mariano), Mauricio Lemos (Igor Rabello), Jemerson e Guilherme Arana; Otávio, Edenílson, Zaracho (Alan Franco) e Igor Gomes (Rubens); Paulinho (Pavón) e Hulk. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Um ano no Atlético e duas grandes partidas do Edenilson desde que foi contratado. E hoje brindado com um belo gol contra o Flamengo (Foto: twitter/Atlético)

O passe do Hulk para Paulinho abrir o marcador foi espetacular:

https://twitter.com/i/status/1729997310577234138

O que não falta e nunca faltou é “mala preta” ou “mala branca” turbinando jogadores

Minha coluna no BHAZ:

Mala$ preta$ e mala$ branca$ voando na reta final do Bra$ileiro

O hoje senador por Goiás, Jorge Kajuru (que foi um dos maiores repórteres e comentaristas do pais), só não chamou de “santos”, os jogadores do rebaixado ABC de Natal (para a Série C), que teriam recebido R$ 200 mil, cada, para correr dobrado e derrotar o Vila Nova-GO, que estava bem perto de subir pra Série A 2024. “Canalhas” foi o mínimo, na fala irada do Kajuru. Deu ABC 3 a 1, e com o resultado, o Atlético-GO foi quem subiu.


Manchete de O Globo, hoje, replicada na imprensa de todo o país: “Palmeiras agiu nos bastidores para Hulk, do Atlético-MG, enfrentar o Flamengo”. Segundo o jornal o clube paulista teria usado sua força nos subterrâneos da CBF para que Hulk só fosse julgado pelo STJD depois do campeonato.

Foto: twitter/Atlético
Também na imprensa e principalmente nas redes sociais, pipocam informações e memes, como este da ilustração, dizendo que o América estaria turbinado pelo Flamengo, com R$ 200 mil, para cada jogador correr dobrado contra o Palmeiras.
Como se trata de dinheiro incalculável envolvido, o futebol sempre foi assim e estamos no Brasil, não duvido de nada. Além do mais, como diz o Ísio Dufles, ex-presidente do Ginástico, “não existe virgem no puteiro”.


E lá se foi Vanderlei Paiva, campeão brasileiro com Atlético em 1971

Na Vila Olímpica, que ainda estava sendo construída, o time campeão brasileiro de 1971: Renato, Humberto Monteiro, Grapete, Vanderlei, Vantuir, Oldair e Telê Santana. Agachados: Ronaldo, Humberto Ramos, Dadá Maravilha, Lola e Tião (Foto: acervo/CAM)

Os locutores e repórteres de rádio dos anos 1970 o chamavam de “carregador de piano”, pois ele era o grande volante do Atlético, que garantia a defesa e ajudava armar o ataque.
A história conta que foi um dos primeiros meio campistas defensores a sair para o ataque. Defendeu o Galo por dez anos, titular absoluto, até que surgiu na base Antônio Carlos Cerezo, que tomou seu lugar em 1976.


Vanderlei nos deixou nesta segunda-feira, 27, aos 77 anos. Do Atlético, foi para a Ponte Preta, onde foi vice-campeão paulista em 1977. O campeão foi o Corinthians, que quebrava o jejum de 23 anos se conquistas. Ele vinha se tratando de uma doença rara, inclusive teve o apoio do Atlético, que fez um leilão beneficente para ajudá-lo nos custos do tratamento.

Foto: TV Galo/reprodução
Natural de Três Corações, ganhou o Campeonato Mineiro de 1970 e o Brasileiro de 1971 com o Galo.

Em outra foto publicada pelo Terceiro Tempo, o Atlético no Morumbi em 1969. Da esquerda para a direita: Normandes, Humberto Monteiro, Grapete, Vanderlei Paiva, Mussula e Cincunegui. Agachados. Ronaldo, Oldair, Dario, Vaguinho e Tião. Foto enviada por Walter Roberto Peres

O portal Terceiro Tempo conta em detalhes toda a trajetória do Vanderlei Paiva em reportagem de Rogério Micheletti e Gustavo Grohmann. Vale a pena acessar o link e conferir:


“Vanderlei Paiva Monteiro, ex-meio-campista da Ponte Preta, Palmeiras e Atlético MG, treinador de futebol profissional e tem residência fixa em Campinas (SP).
Nascido no dia 7 de abril de 1946, em Três Corações-MG, terra do Rei Pelé e do Cidadão Tricordiano Milton Neves, Vanderlei já dirigiu o Juventus da Mooca. Em 2004, ele passou pelo Crac, da cidade de Catalão, em Goiás, e seu trabalho serviu de base para que a equipe tornasse campeã estadual daquele ano. Vanderlei dirigiu também a Ponte Preta (duas passagens, a segunda entre 2006 e 2007_foi substituído por Nelsinho Baptista), a Inter de Limeira, dentre outras equipes do interior do Brasil. Em 2007, ele foi contratado pelo União São João, de Araras. Em 2009 aceitou convite para comandar o Corinthians Alagoano.

https://terceirotempo.uol.com.br/que-fim-levou/vanderlei-paiva-821


Prata da casa, Robert, 18 anos, nascido em Pirapora, salva o Cruzeiro em Goiânia

Minha coluna no BHAZ:

Sabedor das limitações do seu time, Paulo Autuori optou pela estratégia teoricamente mais segura, de esperar o dono da casa e surpreendê-lo em um contra-ataque.
E deu certo, já nos descontos, quando o zero a zero já seria um bom resultado. Robert, acertou um chute no canto direito do goleiro e deu a vitória, que tira o time da zona do rebaixamento e dá confiança para escapar definitivamente nos jogos que faltam, contra o Athletico/PR, Botafogo e Palmeiras.


O cruzeirense Luiz Ibirité manifestou a angústia que vive nestes momentos tensos do time na luta contra a degola: “Chico Maia penso a mesma coisa q o Alê da Itatiaia quanto ao Wesley. A bola teima em sobrar pra este jogador, não tem defesa mais pra ele, se fosse outro teria guardado pelo menos uns 2 gols hoje; meu Deus! nossa base tem bons jogadores, agora é na base da vontade, pq nem quando caímos em 19 foi sofrido assim, só q o time hoje é muito ruim, como eu disse antes. Agora tem obrigação de ganhar do Atlético paranaense e praticamente resolver a parada, pq depois muita pedreira contra o Botafogo e quanto ao Palmeiras nem comentou.”
Luiz Ibirité


Time e torcida do Atlético deram show nestes 3 a 0 sobre o Grêmio

Minha coluna no BHAZ

Foto: Pedro Souza/CAM

Atlético beirou a perfeição nestes 3 a 0 sobre o Grêmio

Dentro e fora das quatro linhas. A torcida fez uma festa incrível antes de a bola rolar. Saiu o primeiro gol e a massa começou entoar o “Eu acredito!” que fez uma espécie de “milagres” em outros tempos, quando tudo parecia perdido.


Difícil citar um destaque especial, pois prevaleceu o coletivo, intenso, com raros erros de passes. Empenho absoluto na disputa de toda bola. Pena que não tenha sido assim contra adversários bem inferiores ao longo do campeonato. Estaria com a mão no título, mas… “se” não vale nada na hora da computação dos pontos.


Depois da partida, Arana soltou um desabafo contra aqueles que disseram nas redes sociais que possivelmente ele não seria o mesmo jogador quando retornasse da grave contusão que teve. Bobagem dele ficar lendo o que sai na internet. É gastar vela com maus defuntos.
Essas redes são território de todo tipo de gente, inclusive cabeças cozidas e idiotas de toda ordem, como estes que duvidaram da condição dele.


No Grêmio, Luis Suarez foi o único que se destacou. Mesmo muito bem marcado, conseguiu levar perigo ao gol atleticano, com direito a uma bola na trave.


Cruzeiro e Goiás farão o melhor e mais aguardado jogo da 35a rodada

Minha coluna no BHAZ

Goleada do Bahia no Corinthians sufoca o Cruzeiro e acirra briga contra degola

Cruzeiro e Goiás farão um jogo de vida ou morte na segunda-feira em Goiânia. Quem perder dificilmente escapará do rebaixamento. O empate manterá ambos no sufoco.

Que surpresa, não só o resultado, mas principalmente o placar: 5 a 1. Depois da partida, no Itaquerão, a torcida corintiana pediu a cabeça da diretoria e do técnico Mano Menezes, que assumiu há pouco tempo.

O perigo desse resultado é que há risco de os tietes do Rogério Ceni (técnico do Bahia) na imprensa começar campanha para que ele substitua Fernando Diniz na seleção brasileira.

Foto: twitter.com/ecbahia


E lá se foi o Rubens Minelli. No Galo, caiu porque não foi nada habilidoso com as palavras

Minha coluna no BHAZ

Obrigado ao Fred Ribeiro, que nos enviou essa reportagem da revista Placar com o Atlético de Rubens Minelli em 1984: João Leite, Fred, Luizinho, Heleno, Nena (lateral direito) e Jorge Valença; Paulinho Kiss, Marcus Vinícius, Reinaldo, Renato Dramático e Eder.

E lá se foi o Rubens Minelli. Sabia tudo de futebol, mas pouco habilidoso com as palavras

Era o treinador mais cobiçado do Brasil nos anos 1970/1980. Em todas as enquetes a imprensa nacional e torcedores o queriam como técnico da seleção brasileira. Por razões que só os dirigentes da CBF sabiam, nunca foi chamado, e ele carregou essa frustração para o túmulo.

Morreu ontem aos 94 anos de idade. Estudioso, formado em Economia, fez escola no futebol brasileiro com suas táticas defensivas e aposta em “uma bola”. Inspirou a grandes técnicos como o Felipão, por exemplo.

Tri-campeão brasileiro (Internacional 1975/1976 e São Paulo 1977). No Inter tinha grandes jogadores, como Falcão e cia. No São Paulo, operários, jogadores obedientes e fortes fisicamente. Time infinitamente inferior ao do Atlético, de Reinaldo, Cerezo, Paulo Isidoro…, mas que ganhou o Brasileiro mais improvável da história verde e amarela, em pleno Mineirão, nos pênaltis.

Na bola e na catimba, tudo planejado por Minelli, que sabia que seria impossível vencer o jovem e fantástico Galo em casa, só jogando futebol.

E foi!

Em 1984 o então presidente Elias Kalil investiu mais que os concorrentes e conseguiu contratá-lo.

Com o ótimo elenco que o Galo ainda tinha (João Leite, Nelinho, Luizinho, Heleno, Elzo, Everton, Reinaldo, Éder…), a revista Placar dedicou a capa da edição especial que fazia um raio “x” de todos os participantes do campeonato ao Galo. Com a foto do time e a manchete: “Pintou o campeão?”.

Eu era repórter da Rádio Capital e cobria o dia a dia do clube.

Foto: twitter/Atlético

Mas o que ninguém sabia era que Rubens Minelli estava entalado na garganta da maioria dos jogadores desde os seus primeiros dias em Belo Horizonte. Chegou com muita pompa e dono do pedaço. Perguntado nas entrevistas sobre o favoritismo do time naquela temporada, respondia que era preciso calma, pois o time não era “aquilo tudo” que se falava. Chegou a comparar o elenco com um ovo de páscoa: muito bonito por fora, mas sem nada por dentro!

Também tinha fama de que não gostava de jogadores de baixa estatura. Grande parte do time era de “baixinhos”, começando por duas das principais estrelas: Luizinho na zaga e Reinaldo.

Na estreia, 6 a 0 no Bahia. Empolgação geral. “Ninguém vai segurar este Atlético”, era a voz corrente em Minas e no Brasil.

A imprensa exaltando Minelli, a sua comissão técnica e as suas estratégicas “geniais” implantadas nas montanhas de Minas. Ele falava só de suas táticas e dos métodos “modernos” trazidos por ele para a Vila Olímpica. Porém, se esquecia dos jogadores, dos funcionários antigos do clube, todos de olhos e ouvidos atentos.

De repente, não mais que de repente, a bola parou de entrar nas “casinhas” adversárias, só na do Galo. Derrotas e empates inacreditáveis, dentro e fora do Mineirão.

Especulações mil sobre o que estava acontecendo e nenhuma explicação convincente. Pressionado, Elias Kalil se recusava a demitir o maior treinador do país, sonho de consumo de todos os clubes. Era inacreditável o que estava acontecendo com o Atlético.

Até que o próprio Minelli sentiu que não dava mais para continuar. O clima na cidade não era nada bom para ele. Fez um acordo e foi embora, com o Galo mal na tabela de classificação. Uma das maiores frustrações da história do Atlético e da carreira dele.

No lugar, assumiu o Mussula, ex-goleiro e que já tinha sido treinador do próprio Galo. Pessoa simples, discreta, queridíssimo dos jogadores, demais funcionários e imprensa. Como num passe de mágica, o time desandou a vencer, e jogando muito bem. Mas era tarde. Já não dava mais para brigar pelo título. Terminou em 19º lugar, num campeonato que tinha 41 participantes.

Grande treinador, grande figura humana, papo agradável, sempre gentil, Minelli pecou pela falta de habilidade no trato com seus comandados. Em suas entrevistas, raramente reconhecia o papel deles, e que sem eles, nada feito.

Que esteja em um bom lugar e descanse em paz!


Wesley perdeu a grande chance de sair de campo como herói: 2 a 2

Minha coluna no BHAZ:

Foto: twitter.com/Mineirao

2 a 2 com o Vasco. De ponto e ponto o Cruzeiro vai espantando um novo rebaixamento

Wesley perdeu a grande chance de sair de campo aclamado como herói. Mas a bola dele é limitadíssima e ele desperdiçou a melhor oportunidade de gol da partida.

Companheiros do jornalismo não o perdoaram e a cuíca está roncando pra cima dele, como mostra o Guilherme Ibraim:
@gibraim
“Por tudo o que faz e não faz. Wesley é a pior contratação da história do Cruzeiro. É pela relação investimento e rendimento. É impressionante alguém ter todos os fundamentos ruins passando na base de time grande. Ele não tem nada, absolutamente nada de útil pra um time.”

Josias Pereira pensa parecido: @josiaspereira “Pior contratação da história do Cruzeiro. Imagina o tanto que a Leila sorriu na hora que o Ronaldo falou que queria contratar o Wesley.”

Luciano Dias, da Rede Minas, faz cálculos e contava com vitória sobre o Vasco hoje, e tem outro perna de pau para xingar: @jornlucianodias “Confesso que esperava três pontos nestes jogos a menos do Cruzeiro. Derrota para o Fortaleza e vitória contra o Vasco. No fim das contas, tá no lucro. É se virar pra buscar 4 pontos contra Goiás, Athético, Botafogo e Palmeiras.
Ter um jogador como Neris é pedir sempre pra cair. Não tem base.”


Lamento que Fernando Diniz possa ter terminado a trajetória dele como técnico da seleção

Minha coluna do BHAZ:

Histórias que se repetem e o nosso futebol indo pro brejo

Dentro de campo, só lamento que Fernando Diniz, um ótimo treinador, pode ter terminado a trajetória dele como técnico da seleção, em jogos oficiais, nessa derrota para a Argentina. O time volta a campo em março para amistosos contra Espanha e Inglaterra e depois só na Copa América, provavelmente com outro treinador. Essa de técnico “interino”, dividindo as atenções com o Fluminense, ferrou com ele.

O italiano Ancelotti ou outro gringo qualquer, já que o presidente da CBF quer experimentar um estrangeiro no posto. Mas este é tema para uma outra coluna.

A vitória argentina foi normal, de um time que joga junto há quase dois anos, atual campeão do mundo menos de um ano atrás, conduzido por Messi, melhor jogador do planeta, mesmo com seus 36 anos de idade. O zagueiro Otamendi, ex-Atlético, aproveitou a oportunidade que teve e o Brasil não conseguiu aproveitar as chances que criou.

Maior problema da seleção continua sendo bolas altas cruzadas na área. Zaga comandada pelo Marquinhos, o mesmo que errou pênalti contra a Croácia na eliminação da Copa do Catar.

Fora de campo é que está a tragédia verde e amarela, e como sempre, principalmente no Rio de Janeiro, que sintomaticamente é onde está a sede da CBF. O pau cantou feio durante a execução do hino argentino, antes da bola rolar. Polícia descendo o cacete, sem dó, sangue pra todo lado, pais e mães correndo com crianças com colo, tentando escapar da confusão. Jogo quase cancelado, por falta de segurança, jogadores argentinos de volta ao vestiário. Bola rolou com 30 minutos de atraso.

Ora, ora, a CBF e a Conmebol não determinaram a separação física das torcidas no Maracanã, mesmo depois dos absurdos recentes ocorridos na final da Libertadores da América entre Fluminense e Boca Juniors.

Depois, solta “nota” dizendo que nunca houve a separação de torcidas em jogos oficiais da Conmebol. E o pior: fica por isso mesmo. Ninguém paga pelos prejuízos físicos, morais e financeiros de tanta gente prejudicada por mais essa palhaçada.

E a CBF continua como sempre foi e o Rio de Janeiro, idem.

Foto: twitter.com/CONMEBOL


Fred Melo Paiva: “Avante, General, o nosso Galo precisa de você!”

Minha coluna no BHAZ

Foto: twitter.com/BolivarB9

Enquanto busca as 50 assinaturas de conselheiros exigidas pelo estatuto para registrar a candidatura, o advogado e jornalista Frederico Bolivar vai conquistando apoios entre atleticanos de todas as áreas. Ele tem até o próximo dia 27 para o registro. A eleição será dia 12 de dezembro.
Neste fim de semana, um dos alvinegros mais famosos da massa, Fred Melo Paiva escreveu um belíssimo texto contando um pouco da história do Bolivar e falando da importância da candidatura dele à presidência do Galo:

* “Avante, General, o nosso Galo precisa de você!”

Nos bastidores do Galo, a melhor notícia dos últimos meses é o lançamento da pré-candidatura de Frederico Bolivar à presidência do Atlético. Bolivar é figura conhecida e querida pelo torcedor atleticano. Uma relação que se estreitou a partir de 2005, quando fez sua estreia na bancada do programa Alterosa Esporte. Que tarefa hercúlea era defender o Galo naquele ano tenebroso do rebaixamento. Pobre Bolivar.

No entanto, o General, como alguns o chamam, tinha suas armas. A principal delas, uma atleticanidade de quatro costados que ele podia traduzir como poucos. Porque realmente sabia – e sabe – do que se trata a nossa paixão. Os valores que ela carrega, nossos calos e nossas dores, nosso compromisso social com o povão que a levou nas costas e no coração.

Porque generais me remetiam à ditadura, ou a figuras mais novas e não menos lamentáveis, fazia sempre a ressalva: Bolivar, “o único general que a gente respeita”. Eu o conheci em 25 de julho de 2013. Sentei no Bar do Salomão, dia seguinte à conquista da Libertadores, disposto a cumprir o sonho antigo: beber o bar inteiro e celebrar o “título impossível” como se não houvesse amanhã.

O que de fato não houve. Atravessei o dia e a noite na companhia daquela maravilhosa figura, que havia passado de carro e me visto sozinho, iniciando os trabalhos. Apresentou-se, sentou-se à mesa, fez com que eu autografasse a coluna da vitória que ele trazia impressa no bolso. Choramos e nos abraçamos, rimos e bebemos. A gente sabia o que tinha se passado em 42 anos de espera. E, sobretudo, sabia a força que havia na nossa incrível capacidade de acreditar.

Poucos anos depois, Bolivar se mandou para a França, onde tornou-se Mestre em Gestão de Organizações Esportivas pela Universidade de Toulouse. Conheceu por dentro grandes clubes europeus, percorreu seus estádios, compreendeu os erros e acertos nas ligas mais importantes do mundo. Advogado de formação, preparou-se de verdade para o sonho que hoje acalenta. De seu “autoexílio”, como diz o próprio, saiu o atleticano certo na hora certa.

A candidatura de Bolivar não é uma lufada de esperança apenas porque, eleito, teríamos um verdadeiro representante da Massa na cadeira de presidente. Não apenas porque ele se preparou para a tarefa. Mas, principalmente, porque o surgimento da SAF confere aos 25% do Galo que ainda pertencem ao clube algumas responsabilidades cruciais para o nosso futuro.

Cabe a esses 25% a missão de fiscalizar o que faz a SAF, dona dos 75% restantes. Cabe aos 25% a defesa de valores que não são exclusivos do dinheiro, mas inerentes à nossa história e fundadores da nossa paixão. Cabe aos 25% a defesa da democracia dentro de uma instituição que agora tem dono e cujas eleições se pretendem um jogo de cartas marcadas em que um lado escolhe e o outro apenas endossa. E que por fim se tenha na Presidência, a exemplo de Sérgio Coelho, uma rainha da Inglaterra.

Não é saudável para o clube nem para a própria SAF que a pouca democracia que se tinha através do Conselho Deliberativo seja enterrada de vez. Ao contrário, o ideal seria ampliá-la. A candidatura de Bolivar é a oportunidade única para se impor um sistema de pesos e contrapesos capazes de regular a relação entre os novos donos do Galo, a associação que restou do clube como o conhecemos e sua massa de torcedores comuns. Se a gente desperdiçar essa chance, vai ser muito difícil reverter as coisas lá frente.

Que o Conselho tenha a sabedoria e a independência necessárias para saber avaliar a conjuntura, mesmo que tenha sido aparelhado pelos novos donos do Galo com a óbvia função de torná-lo apenas um puxadinho da SAF. Que a resposta a isso fique representada pela efetivação da candidatura do nosso Bolivar. Avante, General, o Galo precisa de você!

* Jornalista Fred Melo Paiva

https://bhaz.com.br/colunas/que-o-conselho-tenha-a-sabedoria-e-a-independencia-necessarias/