Cada um dos 23 gols de Kleber custou R$ 1,5 milhão. Cada minuto em campo gerou despesa de R$ 3735 para os cofres gremistas
Por essas e outras é que os clubes de futebol vivem devendo e passando por crises financeiras. Os dirigentes não têm freio. Como a legislação brasileira não os responsabiliza pessoalmente em função de negócios mal feitos, as instituições é que se lascam. Se fosse uma empresa do sujeito ele pensaria mil vezes antes de arriscar qualquer jogada.
Vejam, no Uol, este exemplo do Grêmio que está se ferrando por causa de um péssimo negócio feito pelo então presidente Paulo Odone. O rombo ficou, mas o cartola caiu fora e quase ninguém se lembra mais dele.
* “Kleber gera rombo financeiro no Grêmio. Um dos “culpados” é do Corinthians”
Rivais pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro na próxima quarta-feira, em Porto Alegre, Grêmio e Corinthians também disputavam a contratação de Kleber, cabeça a cabeça, em 2011. E foi justamente dessa concorrência que surgiu o rombo financeiro de praticamente R$ 35 milhões nos cofres gremistas causado pelo contrato feita pelo ex-presidente Paulo Odone. A novela acabou na segunda-feira com um acordo judicial.
A conduta da direção corintiana no episódio ajuda a explicar o patamar em que o Grêmio chegou para vencer a concorrência por Kleber, que deixava o Palmeiras por desentendimentos com Luiz Felipe Scolari. A prioridade pessoal do atacante era por realizar o sonho de criança, quando torcia pelo Corinthians.
Foi o então presidente Andrés Sanchez, na reta final de seu mandato, que apresentou a última oferta ao então empresário de Kleber, Giuseppe Dioguardi. O Corinthians estava disposto a pagar salários de R$ 350 mil, comprar o jogador do Palmeiras e assinar um contrato de três temporadas.
Paulo Odone, presidente gremista na ocasião, não poupou esforços e dinheiro para levar o atacante para o Grêmio. Cedeu a todas as exigências do jogador. O momento era propício, com a injeção de recursos pelos novos contratos de televisão que os clubes tinham negociado com a Rede Globo. Assim, Kleber pediu e foi atendido para um vínculo de cinco anos e salários de R$ 500 mil. No primeiro ano do contrato, os valores foram maiores, de R$ 720 mil.
Houve, ainda, a possibilidade de o Corinthians subir a oferta. Kleber aceitava receber menos do que o Grêmio pagava, mas não abria mão de um contrato por cinco temporadas. Quem participou da negociação à época atribui a Andrés a firmeza corintiana no episódio. Havia, dentro da diretoria, quem estivesse disposto a aumentar a proposta. Mas foi o então presidente Sanchez quem abdicou. Hoje ele é superintendente de futebol.
O Grêmio, por sua vez, até hoje paga o preço por esse negócio. No acordo firmado na segunda-feira, irá pagar 60 parcelas de R$ 120 mil em relação à vigência do contrato que foi rompido de forma unilateral. Dessa maneira, cada um dos 23 gols de Kleber custou R$ 1,5 milhão. Cada minuto em campo gerou despesa de R$ 3735 para os cofres gremistas. O total de tempo no departamento médico, por duas cirurgias no tornozelo, supera um ano.
Agora sem contrato, Kleber, 31 anos, está livre para negociar com outras equipes. Já sem o status que tinha em 2011. Grêmio e Corinthians, por sua vez, têm no ataque de seus elencos o maior foco de preocupação na atualidade. Os gremistas buscam reforços com uma premissa: não ultrapassar o teto salarial de R$ 150 mil.
Confira o custo de Kleber para o Grêmio:
Primeiro ano de contrato: R$ 8,6 milhões (R$ 720 mil/mês)
Segundo e terceiro anos de contrato: R$ 12 milhões (R$ 500 mil/mês)
Quarto ano de contrato, sem direitos de imagem: R$ 1,7 milhão (R$ 350 mil/mês)
Pagamento ao Cruzeiro: R$ 800 mil
Pagamento ao Palmeiras: R$ 5 milhões
Acordo de rescisão de contrato: R$ 7,2 milhões
Valor total: R$ 35,3 milhões
http://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/brasileiro/serie-a/ultimas-noticias/2015/06/02/kleber-gera-rombo-financeiro-no-gremio-um-dos-culpados-esta-no-corinthians.htm
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E este é Paulo Odone, político. A ficha dele no wikepédia começando dizendo o seguinte:
“Paulo Odone Chaves de Araujo Ribeiro, ou simplesmente Paulo Odone (Porto Alegre, 12 de maio de 1942) é um advogado e político brasileiro. Já foi filiado ao PMDB e atualmente é presidente do PPS no Rio Grande do Sul…”