Por essas e outras é que a credibilidade do futebol no Brasil está beirando o lixo e os estádios se esvaziando cada vez mais. Vejam estas observações do villanovense Wagner Augusto, que adquiriu o cartão de fidelidade do Villa para ir ao estádio em Nova Lima, ver os jogos do time com o filho dele:
* “Prezado Chico:
Fazer o que com o meu Passaporte para o clássico de hoje? Não vou à Arena do Jacaré. Comprei para ir ao Alçapão!
Quero me aprofundar nesse assunto da mudança do jogo contra o Cruzeiro. Minhas considerações são estas:
1- O maior prejudicado, como sempre, é o torcedor do Villa, que esperava poder ir ao Castor Cifuentes para ver seu time jogar o clássico. Pior anda para os que compraram o Passaporte do Leão com os ingressos para os seis jogos em que o clube tem o mando. Uma coisa é ir ao Alçapão, localizado praticamente no Centro de Nova Lima, em que várias pessoas se deslocam a pé. Outra coisa bem diferente é viajar para Sete Lagoas, que fica a cerca de 100 quilômetros de distância.
2- A Globo Minas é a detentora dos direitos de transmissão dos jogos do Campeonato Mineiro. Pagou por isso e há cláusula no contrato que permite à emissora remanejar jogos a partir de seus interesses. Todos os clubes sabem disso, concordaram com isso e assinaram de maneira unânime o contrato com a Globo. A empresa tem um padrão internacional de qualidade e preza muito por isso. A Globo está entre as maiores TV’s do mundo e não é por acaso. Eles se esmeram para levar ao telespectador a melhor imagem possível. Recentemente, compraram uma câmara de super câmara lenta que custou 400 mil euros. Esse equipamento só funciona com boa iluminação, coisa que o Alçapão do Bonfim não pode oferecer. Pelo mesmo motivo, Guarani x Cruzeiro foi transferido de Divinópolis para Nova Serrana. A Globo tem seus motivos e está correta em fazer valer os seus direitos. Respeito aquele ditado: quem paga é dono. Os clubes deveriam ser mais espertos na hora de assinar o contrato com a TV e colocar uma cláusula: em hipótese alguma será permitida a mudança do local das partidas estabelecidas na tabela oficial do campeonato mineiro elaborada pela FMF. Simples assim.
3- Já que o jogo foi retirado de Nova Lima, por que não levá-lo para o Mineirão? Entrariam cerca de R$500 mil nos cofres leoninos. Pelo segundo ano o Villa Nova não consegue jogar no Mineirão, tal como ocorreu em 2013. A desculpa de que seria inversão de mando de campo não cola e é mentirosa. Na primeira rodada do Paulistão deste ano, a partida Grêmio Osasco x Palmeiras foi disputada na Arena do Verdão. Isso também não é inversão de mando de campo? Se em São Paulo, o maior Estado da Federação, pode, por que aqui em Minas não pode? Outro aspecto importante: o Villa, estatutariamente, tem duplo domicílio, em Nova Lima e Belo Horizonte. A diretoria do clube e a FMF devem explicações para o torcedor villa-novense, o único inocente nessa história.”
* Jornalista Wagner Augusto Álvares de Freitas