Blog do Chico Maia

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Quem vai e quem corre risco: o Mineiro na reta final. E o fracasso do Thiago Ribeiro no Democrata Jacaré

Portal Futebol Mineiro  @portalfutebolmg

“FASE FINAL! A fase final do Campeonato Mineiro foi definida. Confira: • Semifinal: Atlético x Athletic América x Cruzeiro (Times à esquerda decidem em casa) • Troféu Inconfidência: Tombense x Pouso Alegre Villa Nova x Democrata-GV (Times à esquerda decidem em casa)”

Fred Ribeiro, do Globoesporte.com:

@fredfr

FMF comunica dias e horários da semifinal: – Cruzeiro x América (11/03, sab às 16:30) – Arena do Jacaré – Athletic x Atletico (12/03, dom às 16:00) – São João Del-Rei

E o Democrata de Sette Lagoas mandou a primeira leva embora:

Democrata Futebol Clube  @democratajacare

Foto: Democrata

Comunicado O Democrata Futebol Clube informa que os atletas Gustavo Silva, Khawan, Thiago Ribeiro e Felipe Muranga não fazem mais parte do plantel do clube para o campeonato mineiro.


E lá se foi a Fabi, do Fred Melo Paiva e do Francisco!

 

Tive o prazer de conhecer a Fabi em Caraíva, onde ela, o Fred e o filho Francisco moravam, com o pastor Fidel

Toda força (mais ainda) ao querido Fred Melo Paiva que se despediu da eposa Fabi. Na coluna dele de hoje, no Estado de Minas, contou um pouco o drama da família ao mesmo tempo que prestou uma belíssima homenagem à companheira.

* “Você estará viva no Francisco, e em cada gol do Galo”

“Vamos enterrar umas coisinhas suas embaixo do cajueiro, para que você se espalhe por seus troncos, eternos, e abrace a gente com sua copa gigante”

Naquela manhã eu ajudei o Francisco a vestir o terno, dei o nó na gravata, e tava pronta a sua fantasia. Antes que eu o levasse para a escola, ele foi se despedir da Fabi. Ela abriu os olhos ainda dormindo e viu aquele sujeito já bastante crescido, quase 1,80 metro, vestido, vamos dizer, como um advogado, um alto executivo, um jovem na sua armadura de homem. Entre o sono e a vigília, custou pra entender que era o seu menino.

Quando eu voltei, a Fabi me abraçou na cozinha enquanto eu lavava a louça. Com o jeito errático que a doença lhe havia proporcionado, me abraçou e chorou, emocionada: “Fred, hoje de manhã eu vi o Francisco adulto. Eu tinha tanto medo de não ver isso, mas hoje eu vi. E ele era um homem lindo”. Então eu disse pra ela que não era só o terno. Naqueles quase três anos de luta, ele tinha se tornado uma pessoa solidária e justa, íntegra e amorosa – e estávamos profundamente emocionados com isso.

A Fabi me viu chorar poucas vezes na vida. Quase 100% delas por causa do Galo. Nunca nas derrotas, porque faz tempo não choro nas derrotas, apenas nas vitórias. Ela estava comigo no Mineirão lotado quando o Galo foi campeão mineiro em 2010. Marques entrou no finzinho e fez o gol do título. Era a sua despedida. Então correu até o córner, pegou a bandeirinha de escanteio, pendurou nela a própria camisa, e fez daquilo uma bandeira. Eu chorei de soluçar e ela me olhou espantada. Ainda não entendia de Galo.

Viria a compreender o que aquilo significava quando a doença passou a provocar metástase para fora do corpo. Seis meses depois do diagnóstico, estávamos completamente falidos, já tínhamos dado o cano em todos os cartões de crédito, e não havia mais como pagar o aluguel. Eu guardava no quartinho da garagem os últimos 350 exemplares do meu livro do Galo, O Atleticano Vai ao Paraíso. O irmão Afonso Borges decidiu promover uma campanha de venda, expondo a delicada situação daquele atleticano que fora ao inferno.

Em pouco mais de 24 horas, enquanto a Fabi era submetida a uma nova cirurgia de cérebro, a torcida do Galo pagou todas as nossas dívidas. Fui inundado de mensagens vindas de dezenas de milhares de pessoas, numa corrente de amor que eu nunca havia experimentado. “Eu acredito, eu acredito”, repetiam o mantra de 2013, evocando o milagre de são Víctor. Eu não acreditava como o ser humano podia ser tão bom.

Eu tava sozinho na sala de espera. Podia ver o Mineirão lotado, e era como se aquela gente toda carregasse a Fabi numa palma da mão gigante, não tinha como dar errado. Eu vestia uma camisa do Galo, escondida sob a camisa de botões para que a equipe médica não me tomasse por um idiota. Quando a Fabi acordou da anestesia, eu disse pra ela: “A Galoucura pagou todas as nossas contas, e o amor dessas pessoas salvou a sua vida”. Ela disse que assim que melhorasse íamos agradecer in loco. Nunca conseguiu.

A Fabi não viu mais o Galo, mas viu Lula presidente (era importante pra ela que houvesse um país a deixar para o Francisco). Viu o Francisco um homem, ainda que uma miragem. E esperou pra me ver, já sem de fato ver, no último dia do hospital. Eu olhei pra ela, tentando fazê-la mirar os meus olhos, e soube do que se tratava. Lembrei os nossos 100 dias de hospitais e clínicas (teriam sido 200? 300?). A primeira tomografia nas minhas mãos, 8 da noite de um Réveillon, o diagnóstico chocante, a expectativa de vida na mensagem do médico, meu aniversário de 48 anos no hospital, meu aniversário de 49 anos no hospital, o Galo campeão no hospital.

A conversa com o Francisco: é irreversível, neguinho, a mamãe agora estará em cuidados apenas paliativos. Ele ficou paralisado, como que em estado de choque. Meu amor, a mamãe morreu.

Um amigo indigenista informa: há um povo que só considera que alguém morreu quando morre a última pessoa que se lembra da pessoa morta. “A vida sempre vence a morte”, me lembro do Chico Pinheiro falando da Páscoa quando deram o Lula por morto, na sua prisão.

Então me lembro do nosso primeiro beijo, na roda de samba da praça Roosevelt. A primeira vez que ela me mostrou Caraíva, ainda sem luz. O parto. A casa do Butantã. A casa da Vila Mariana. O apartamento da Bela Cintra. O de Perdizes. A casa onde estou. Os cachorros que se foram e os que estão vivos. O seu preferido, o estranho Fantasminha. Agora, na lousa em que ela anotava a lista do supermercado, permanece anotado com a esferográfica vermelha: “Bom fim de semana. Fabi. Mummy”.

É como a velha fotografia aérea que o Ferreira Gullar viu nos arquivos mortos que, funcionário público, tinha sido incumbido de eliminar. Mas ele, menino em São Luiz do Maranhão, devia estar lá embaixo (“Eu devo ter ouvido aquela tarde um avião passar”), “àquela hora dos legumes que ficaram sem vender, no sistema de cheiros e negócios do nosso Mercado Velho”. Agora tinha o papel em suas mãos, como a lousa na parede. “O papel que (se quisermos) podemos rasgar.”

Obrigado por tudo, Fabizinha, por tanto e por todos. Vou mandar fazer uma camisa do Galo escrito seu nome, para que você vá aos jogos e agradeça a essa gente maravilhosa. Francisco vai ficar com aquela sua assinada pelo Ronaldinho, usufruto deste que vos fala. Vou criar o bichinho como você faria. Cuide da gente. Peça ao homem aí em cima que nos livre da maldade das pessoas boas. São as piores.

Vamos fazer um samba em Caraíva. Vamos chamar o Caraivana e todos os amigos. Vamos enterrar umas coisinhas suas embaixo do cajueiro, para que você se espalhe por seus troncos, eternos, e abrace a gente com sua copa gigante. Você estará viva no Francisco e em cada gol do Galo, afinal a nossa religião. Obrigado por existir em nossas vidas. Seremos felizes em sua homenagem.

https://www.em.com.br/app/colunistas/fred-melo-paiva/2023/03/04/interna_fred_melo_paiva,1464465/voce-estara-viva-no-francisco-e-em-cada-gol-do-galo.shtml


Reta final do Mineiro: Atlético e América brigando pelo topo; Cruzeiro e mais 5 por vagas na decisão; Democrata Jacaré e mais três contra o rebaixamento

O twitter@mineiromodulo2 resumiu bem a situação dos times na última rodada da primeira fase do campeonato:

 

“A última rodada da Primeira Fase do Campeonato mineiro 2023 está chegando e 11 times lutam por vagas ou contra o Triangular de rebaixamento, confira o que cada time briga na última rodada.”

 

Federação Mineira de Futebol @FMF_Oficial

A classificação geral, no twitter da FMF


Galo passa sem maiores dificuldades pelo Carabobo, com o zagueiro uruguaio Maurício Lemos muito promissor

Em foto do @Mineirao, Paulinho comemora o segundo gol deste 3 x 1 do  Galo no Carabobo

Excelente público para uma quarta-feira à noite contra um adversário pouco conhecido, da Venezuela: 46.482 para uma renda: R$ 2.290.179,00. A torcida do Atlético cismou de copiar um dos cânticos mais horrorosos do futebol mundial, da seleção brasileira de 2014, “olê, olê, olê, olê…”, repetida com fracasso na Rússia em 2018 e no Catar em 2022. Tão criativos em incontáveis músicas que marcaram época no apoio ao time, os atleticanos bem que poderiam voltar a criar e lançar uma novidade nos próximos jogos.

Ainda não foi a exibição incontestável que todos os atleticanos estão aguardando, mas foi uma vitória bem tranquila, contra adversário limitado, mas que marca bem e corre muito.

Eduardo Coudet escalou o uruguaio Maurício Lemos, 27 anos, como titular e o zagueiro foi muito bem. Retornando de contusão, saiu aos 19 do segundo tempo, dando lugar a Nathan, quando o jogo estava 2 x 1.

Foto do Pedro Souza/Atlético

O treinador também deu oportunidade ao argentino Renzo Saravia, 29 anos, que praticou um feijão com arroz, sem comprometer, e sem mostrar nada de espectacular. Um bom reserva para o Mariano, inspira bem mais confiança que o Guga.

No mais, o trivial, com Hulk puxando o time, dando passes certeiros e marcando mais um gol, o primeiro, aos 16 minutos do primeiro tempo, depois de receber de Paulinho, que fez outra grande partida.

O segundo foi do próprio Paulinho, dois minutos depois. Aos 47 o Carabobo marcou, num chute muito longe do Pernia, cuja bola resvalou no Jemerson. Previa-se que o time venezuelano voltaria para o segundo tempo com mais vontade, porém, o mesmo Pernia exagerou numa disputa de bola com o Hulk e foi expulso, logo aos quatro minutos. Foi uma ducha fria no Carabobo, que aos 29 tomou o terceiro, por meio do Edenilson.

Aos 36, Patrick foi derrubado dentro da área, e todo mundo imaginou que Hulk fosse aumentar a sua artilharia. Mas que pegou a bola para bater foi o Vargas, que chutou para fora.

Agora é aguardar o vencedor de Millonários (Colômbia) e Universidade Católica (Equador), que ficaram no 0 x 0 semana passada, em Quito. Voltam a se enfrentar nesta quinta-feira, às 21 horas, no Estádio El Campín, em Bogotá, às 21 horas.


Atlético x Carabobo, no Mineirão com grande público. Noite para o Galo mostrar serviço diante da massa

Mais de 41.500 ingressos vendidos! – Foto: twitter.com/Atletico 

O adversário é fraco, mas corre bastante e quase venceu em Caracas. Eduardo Coudet está no início do trabalho à frente do time, mas chegou a hora de mostrar algo mais animador do que tem sido visto até agora. Uma grande oportunidade esta noite, 21h30, com o Mineirão com mais de 30 mil atleticanos empurrando.

O campeonato mineiro e esta pré-Libertadores servem para arrumar a casa, mas o treinador esbarra na deficiência do grupo em certas posições fundamentais. Nas laterais e na zaga, por exemplo. Mariano é muito bom, mas aguenta 45 minutos em alto rendimento. Réver, que deverá ser titular hoje, aguenta menos tempo que o Mariano. Na esquerda, Dodô é muito fraco, Rubens, improvisado, está mais à altura para substituir o Arana, que não sabemos quando voltará. No futebol atual, em que a força física e a velocidade fazem diferença enorme, dificilmente um time consegue ser campeão ou chegar perto, com jogadores beirando 40 anos de idade.

Mas o Atlético insiste.

O time provável para enfrentar os venezuelanos hoje: Everson, Mariano, Jemerson, Réver (Nathan Silva ou Lemos) e Dodô (Rubens); Allan, Edenilson (Zaracho), Pedrinho e Patrick; Paulinho e Hulk.


Cruzeirenses reclamam do preço dos ingressos em Cariacica: “times de segunda, estádio de terceira e ingresso de Copa”

Estádio Kléber Andrade, que terá Cruzeiro x Democrata de Sete Lagoas na rodada final da primeira fase do Mineiro – (Foto/Governo do Espírito Santo)

Esta frase veio de Brasília, de um jornalista mineiro, cruzeirense, que pagou R$ 80,98 para assistir o clássico contra o América, no Mané Garrincha. Ele se revoltou ao tomar conhecimento que o jogo contra o Democrata Jacaré, em Cariacica/ES, custa até R$ 220.

Kléber Andrade receberá o Cruzeiro na rodada final do estadual (Divulgação/Governo do Espírito Santo)

O jornal Hoje em Dia ouviu cruzeirenses em Belo Horizonte sobre o assunto:

* “Torcida do Cruzeiro reclama de preço alto do ingresso para jogo do clube no Espírito Santo; confira”

esportes@hojeemdia.com.br

Os ingressos para o duelo da última rodada do Campeonato Mineiro entre Cruzeiro e Democrata-SL, começaram a ser vendidos nesta segunda-feira (27), para os sócios torcedores do Cruzeiro. Já a venda para o público em geral só se inicia na quarta-feira (01), às 10h. O confronto acontecerá no estádio Kléber Andrade, em Cariacica, no Espírito Santo, e a torcida reclamou nas redes sociais dos valores.

Os quatro setores do Kléber Andrade terão o mesmo preço: R$ 220 a inteira e R$ 110 a meia e o ingresso social, todos com um adicional de uma taxa de 10% do site. A venda na bilheteria do estádio acontecerá apenas no dia do jogo, a partir das 10h.

Os sócios cativos do Cruzeiro poderão resgatar os ingressos que lhe são de direito, já outros planos terão descontos de 65%, ou seja, o ingresso sairá por R$ 77.

Nas redes sociais, inúmeros torcedores, principalmente os que vivem no Espírito Santo e esperavam ansiosamente para ter a oportunidade de ver o time, reclamaram do preço alto…

https://www.hojeemdia.com.br/esportes/cruzeiro/torcida-do-cruzeiro-reclama-de-preco-alto-do-ingresso-para-jogo-do-clube-no-espirito-santo-confira-1.950271


E o Flamengo, hein!? Toda arrogância será castigada, versão III

Imagem: twitter.com/Flamengo

O time carioca confirma a tese de que para montar time vencedor não basta ter dinheiro. Tem, possivelmente, o melhor elenco do futebol brasileiro, mas erra em suas opções fora de campo.

Apunhalou pelas costas o Dorival Junior, que tinha consertado as lambanças do português Paulo Sousa. Contratou um outro português, arrogante, que saiu pela porta dos fundos do patrão anterior. Nos primeiros dois meses do ano perdeu três decisões. Pensou no Real Madri na final do Mundial de Clubes, caiu antes contra o Al Hillal; dançou contra o Palmeiras, pela Recopa brasileira e agora, em pleno Maracanã lotado, para o Independiente del Valle, do Equador.


Coisa rara, mas acontece para quem merece: Atlético e Cruzeiro rendem homenagens a Levir Culpi, 70 anos, hoje! Parabéns Levir!

Eu, Alexandre Barroso, André (meu sobrinho), Levir, Francisco e o Dr. Uarlem Marcelo Dias, o saudoso “Tiuaia”

Em 1998 fui à Toca da Raposa II com o saudoso amigo Uarlem Marcelo Dias (direita), cujo filho, Francisco, morria de vontade de conhecer e era fã do Levir. Aproveitei e levei meu sobrinho André (cruzeirense desses chatos), que futuramente se tornaria fisioterapeuta e faria estágio lá. Hoje ele é médico, conceituado psiquiatra. Muitíssimo bem recebidos por todos, em especial pelo Levir, que se tornou um amigo, e a quem desejo sempre toda felicidade do mundo.

***

Competente e profissional correto, consegue essa “façanha” de ser homenageado pelos maiores rivais mineiros, onde fez ótimos trabalhos e foi grande ganhador de títulos.

Bem cedo, o Cruzeiro publicou: @Cruzeiro

Hoje é aniversário do técnico Levir Culpi, que completa 70 anos. Pelo Cabuloso, Levir conquistou a Copa do Brasil de 1996, a Recopa Sul-Americana de 1998 e os Mineiros de 1996 e 1998. Deixe sua mensagem pra ele nos comentários.

 

Minutos depois foi a vez do Galo: @Atletico

Feliz aniversário, @LevirCulpi! 3º treinador que mais comandou o #Galo, com 320 partidas, Levir treinou equipes marcantes do clube em sua história e conquistou títulos como a Copa do Brasil e Recopa Sul-Americana. Parabéns, Levir. Você é um cara legal!

***

Um dos melhores treinadores que já vi trabalhar. Também uma pessoa sensacional.

A carreira dele deslanchou quando foi contratado pelo Atlético, pelo então presidente Afonso Paulino. Até então só era conhecido no Paraná, Assumiu o que sobrou da fatídica “selegalo”, em 1994, na “repescagem” do Campeonato Brasileiro. Naqueles tempos o regulamento tinha isso: os clubes que não conseguiam se classificar para a fase decisiva, disputavam uma competição paralela e tinham a oportunidade de se juntar novamente aos que disputariam o título. A “selegalo” de Neto, Éder, Adilson Batista, Darci, Gaúcho, Luiz Carlos Wink e Renato Gaúcho, comandada por Waldir Espinosa, fracassou na primeira fase do Brasileiro, e os principais medalhões, mais o técnico foram embora.

Sem dinheiro para novas contratações de peso, a diretoria recorreu a uma aposta como treinador, Levir, e a jogadores igualmente desconhecidos e da base.

O pessimismo da imprensa e torcida era geral. Pelo menos, não havia rebaixamento naquela época. Porém, Levir era um líder de verdade e competente como treinador, para treinar, escalar e mexer no time. Audacioso, tirou o Éder do time; única estrela que sobrou, e disse que o retornaria quando estivesse 100% fisicamente. Já em fim de carreira, Éder se empenhou, abraçou as ideias do Levir e daí a pouco se tornou o grande líder do time em campo, jogando na meia esquerda.

O Galo surpreendeu a todo o país e se classificou para a fase decisiva do Brasileiro. Eliminou o Botafogo nas quartas de final e parou no Corinthians, na semifinal, ao perder de 1 x 0 no jogo da volta, no Morumbi. No Mineirão foi 3 x 2 para o Galo. Em São Paulo, o goleiro Humberto falhou numa falta batida pelo Branco, lateral campeão do mundo naquele ano.

Jogou lá com: Humberto, Dinho, Luís Eduardo, Adílson e Paulo Roberto Prestes; Valdir Todinho, Éder Lopes, Darci e Reinaldo; Carlos André (Clayton) e Zé Carlos (Gaúcho). Téc: Levir Culpi.

O gol do Branco foi aos sete minutos do segundo tempo.

O jogo em Belo Horizonte foi sensacional, e aqui está a ficha, “datilografada” pelo José França naqueles tempos, hoje peça importante do acervo do Mineirão, que pode ser acessada pela internet:

http://estadiomineirao.com.br/o-mineirao/jogos-e-eventos/atletico-3-x-2-corinthians-2/


Com dor no coração, Democrata Jacaré demite Paulinho Guará, mas age rápido e contrata Wallace Lemos para reagir

Wallace Lemos em foto do democratajacare.com.br

Paulinho Guará, além de ser um democratense desde criança, está na história do clube como um dos seus grandes beneméritos, como jogador e treinador, que permaneceu no cargo por mais de cinco anos.

Porém, chegou o momento de mudar, na tentativa de evitar o rebaixamento no campeonato, cuja última rodada da primeira fase será esta semana.

A diretoria buscou Wallace Lemos, ex-meia do Atlético, nos anos 1990, bom treinador, de carreira emergente, e que tem experiência em situações como essa vivida pelo Jacaré. Toda força a ele, ótima pessoa, que tenha todo o sucesso no nosso Democrata.

Todo mundo me pergunta o que aconteceu para o Democrata ir tão mal como está indo no estadual em seu retorno à primeira divisão. Conversei longamente com um alto dirigente do clube na segunda-feira de Carnaval e a explicação pode ser resumida em uma palavra: inexperiência.

Diretoria toda jovem, brilhante em gestão administrativa/financeira, transparente, porém, caiu naquela conversa de torcedores e grande parte da imprensa que dizia: “tem que montar um time de primeira divisão, pois este campeão da segundona, não aguenta”.

Foi o grande erro, pois na verdade, como disse este próprio alto dirigente, “o nível da primeira divisão mineira é o mesmo da segunda. A única diferença é que tem Atlético, Cruzeiro e América”.

No que concordo 100%

Vida que segue.

Pelo menos, com esta nova fórmula de disputa, a esperança de permanência continua, já que haverá um triangular “da morte” para que o primeiro colocado escape da degola. Difícil? Sim, mas não há nada fácil pra ninguém no futebol, nem na vida.

Força Jacaré!

Detalhes da saída do Paulinho e da chegada do Wallace no site e twitter do Democrata:

@democratajacare

“Nome histórico e ídolo do Democrata Futebol Clube, Paulinho Guará não é mais técnico da equipe profissional. A decisão foi tomada pela diretoria na manhã de domingo (26), um dia após a derrota para o Athletic por 2×1.

Democrata acerta com Wallace Lemos para reta final do campeonato mineiro (mais…)


E lá se foi o Jamil Salomão, representante da última safra de grandes dirigentes reveladores de craques do Atlético

Em 1980 Jamil Salomão virou figurinha concorrida do álbum do Atlético, criado pelo Adelchi Ziller

Nunca é tarde para se homenagear a quem merece.

Na quinta-feira, 23, o primeiro a deixar uma mensagem com a triste notícia foi  o Marco Antônio Bruck, famoso e histórico “plantão” da Itatiaia, atualmente aposentado, grande companheiro dos meus tempos de Rádio Capital. Ele e o Jamil se tratavam como “primo” e eram muito amigos.

Mais tarde o Conselho Deliberativo do Atlético emitiu um comunicado oficial:

“Com enorme pesar comunicamos o falecimento do nosso Conselheiro Nato, Sr. Jamil Geraldo Salomão.

Nascido no dia 15/08/1930, em sua passagem, foi o primeiro Diretor da categoria Dente de Leite, cargo esse que ocupou por mais de 20 anos, contribuindo assim para formação de craques que escreveram a história do Clube e um deles, em especial, encantou o Brasil e o mundo, o genial Reinaldo. Sempre atuante nas reuniões do Conselho Deliberativo, participou de importantes pautas que engrandeceram ainda mais a nossa instituição.

O velório será realizado hoje, dia 23/02, das 13h às 16h30min, no Cemitério do Bonfim (Rua Bonfim, 1120 – Bonfim – Belo Horizonte)

Aos familiares e amigos, nossos sinceros sentimentos…”

Daí a pouco o Globoesporte.com divulgou e o Fred Ribeiro twittou:

“Faleceu Jamil Salomão, conselheiro e ex-diretor das categorias de base do Atlético. Seu filho, Eugênio Salomão (o Baiano) também tem anos de serviços na base do Galo, e cuida da Aexcam, associação dos ex-atletas do clube.”

Pela idade dele, 92 anos, e pelo nome citado, dentre os jogadores “garimpados” pela base do Atlético nos tempos em que ele diretor, vocês já sentiram o tamanho da importância dele no futebol, em especial no Galo, por quem ele era apaixonado, não é?

Acima de tudo, era uma figura humana fantástica, sempre disposto a ajudar a quem o procurava. Sempre de bom humor, sorriso permanente. Dirigente de uma era romântica do futebol, que ao invés de receber excelentes salários, como é atualmente, muito pelo contrário, punha dinheiro do bolso, ajudando a bancar a estrutura do clube.

O futebol mudou demais, virou um grande negócio, e piorou em muitos aspectos. Nas categorias de base, por exemplo. Mistério total, em que os interesses do clube muitas vezes são deixados de lado, em prol dos interesses particulares dos dirigentes e seus sócios ocultos, empresários e agentes.

Jamil pertencia à última geração romântica e transparente dessa área no país. Pai do Eugênio Salomão (Baiano) e do Branco, que tentaram se tornar jogadores profissionais, mas não conseguiram chegar ao estrelato, porque a concorrência era gigante e o pai era honesto, e não passava dos limites para dar força aos filhos. Baiano se tornou um treinador de sucesso, principalmente na revelação de jogadores e em clubes do interior; Branco seguiu a trajetória do Jamil, porém, como empresário do ramo de material elétrico.

Sempre apoiados pela mãe, D. Vilma, a patroa do Jamil, outra figura sensacional, a quem mando meu abraço, e aos filhos e tanta gente mais que admirava o “mestre”.

Aqui, o convite para a missa de sétimo dia, que será na próxima terça-feira:

Saudades do Jamil Salomão. Que descanse em paz, e até um dia.