Escrevo da sala de embarque do aeroporto Santos Dumont, no Rio, retornando a Belo Horizonte, depois de participar do Redação Sportv, o ótimo programa comandado pelo André Rizek. Junto com o companheiro Osvaldo Reis, o “Pequitito”, grande narrador das rádios Globo/CBN, que daqui seguiu para São Paulo, onde vai transmitir mais tarde o Galo contra o Corinthians, jogo de ida pela Copa do Brasil.
Foi um dia histórico do Redação, já que o Sportv montou uma inédita bancada regional, e para a nossa honra e prazer, mineira. Segundo o Rizek, foi idéia do Lédio Carmona, um dos comentaristas de rede nacional que mais respeitam os estados. Além de muito bem informado, também, sobre os clubes fora do eixo Rio/SP, sabe a noção exata da importância do jornalista de rede respeitar e valorizar o país como um todo. Rizek é um antigo apaixonado por Minas Gerais, além de gostar do futebol mineiro.
Segundo a turma da casa o programa foi muito bom. Me senti absolutamente à vontade, como se estivesse na bancada do saudoso Minas Esporte, da Band, onde se falava o que queria e o debate era uma constante.
Tive a oportunidade de falar o que escrevo em minhas colunas e no blog, contra os desmandos da CBF, a desnecessidade da existência de tribunais esportivos estaduais e muito menos STJD, que só servem para encarecer o futebol e dar visibilidade a auditores, procuradores e outras figuras que fazem parte destas instituições “inócuas, insípidas e inodoras”. Era só copiar, na íntegra, o código de funcionamento das punições da Uefa, por exemplo, que tudo funcionaria à beira da perfeição, sem demoras, sem rodeios e o mais importante: com justiça. As regras do futebol são universais, mas no Brasil existe essa parafernália que só atrapalha.
André Rizek lembrou que a Constituição Federal exige que estes tribunais existam. Mais um item desnecessário da nossa Constituição que deveria ser revista pelos nossos congressistas, acabando de cara com este entulho.
Atualmente estes tribunais chegam ao cúmulo de interferir no que aconteceu nos jogos, dentro de campo, interpretando, julgando e punindo situações não registradas pelos árbitros nas súmulas. Até os árbitros são punidos quando não anotam alguma coisa que um auditor ou procurador viu pela TV, mas que ele não viu.
Mas o nosso país tem tradição colonial de burocracia, desde a chegada de Pedro Álvares Cabral, que resulta em cartórios, papelada, gente para ganhar dinheiro e obviamente as coisas erradas que sabemos que isso gera. Aquela velha história de se criar dificuldades para se vender facilidades.
Foi uma pena que condições técnicas impediram que o presidente do STJD participasse do programa, pois eu gostaria de ter falado isso diretamente a ele. A sua participação seria sobre o julgamento de Atlético e Cruzeiro, nesta tarde, por causa dos incidentes envolvendo os marginais das duas torcidas que soltaram bombas, foguetes, quebraram cadeiras e até provocaram a paralisação do clássico passado entre eles, pelo árbitro carioca Marcelo de Lima Henrique.
O risco de uma punição pesada era tão grande que os presidentes do Galo e da Raposa, deixaram seus afazeres em Belo Horizonte para tentar convencer a estes senhores que a segurança nos estádios é de responsabilidade da polícia e das administrações dessas praças esportivas.
Fazer o quê, né não? Os cartolas mandam, mas podemos criticá-los e cobrar mudanças que favoreçam ao futebol e não espantem mais gente desse esporte.
Pequitito, Rizek e este que “vos fala”, no stúdio do Redação Sportv