Foto: Raul Baretta/Santos FC/Globoesporte.com
O Ministério Público de Goiás saiu na frente nas investigações e apresentação de nomes do esquema safado de manipulação de resultados no futebol brasileiro. Importante demais que este tema seja debatido, pois atualmente é uma farra a jogatina via sites internacionais, que não pagam impostos e não têm que respeitar a nenhuma regulamentação, já que isso não existe.
Que maravilha, ter um negócio que envolve milhões, sem ter que pagar impostos. Brasiiiilll
Que o MP dos demais estados, Minas inclusive, siga o exemplo.
Quando surgiu o nome do ex-zagueiro do América, atualmente no Santos, fiquei chocado. Grande jogador, muito importante na recuperação do Coelho. Ontem, novamente o nome dele foi manchete. Em princípio, fiquei incomodado com o nome dele jogado na mídia, apenas por ser investigado. Pensei: e se não for verdade? A carreira dele já está comprometida e pessoalmente ele está arrasado, junto com família, amigos e fãs.
O caso poderia ficar em “segredo de justiça” (artifício que protege a gente graúda ou famosa que está sob investigação), até que o inquérito fosse concluído e houve as devidas sentenças.
Só que mais tarde, surgiram transcrições de conversas, que nos deixa em dúvidas e nos entristece mais ainda, publicadas no Globoesporte.com e mais informações no jornal Extra:
* “Em conversa com apostador, Bauermann, do Santos, foi cobrado por não cumprir acordo: “O barato vai ficar louco para você””
Zagueiro teria recebido adiantamento de R$ 50 mil para levar cartão amarelo em jogo do Peixe, mas não foi advertido e foi cobrado pelo grupo investigado por manipular partidas no Brasil
A Veja revelou nesta segunda-feira conversas entre Eduardo Bauermann, zagueiro do Santos, e um apostador envolvido com a quadrilha investigada por manipular jogos do futebol brasileiro.
O defensor, segundo o Ministério Público, teria recebido R$ 50 mil para levar cartão amarelo no empate entre Santos e Avaí, pelo Brasileirão do ano passado, mas não foi advertido. Ele teve uma conversa antes da partida e foi cobrado por ter terminado o jogo sem a punição.
Veja a transcrição da conversa:
Eduardo Bauermann: “Mano, só me avisa antes se realmente vai dar pra fazer, senão nem tomo cartão a toa, entende”.
Apostador: “Fica em paz, irmão. Vai dar certo. Nois (sic) sempre dá um jeito. Mano se você falou pra alguém (da) aposta manda não apostar mais, demoro (sic). Tmj vamos pra cima”.
Eduardo Bauermann: “Não, não, nem falei nada mano… quem comentou que faria uma aposta também foi o Luiz Taveira (empresário do zagueiro), mas ele falou brincando.. acho que não iria fazer. Mas se alguém me chamar aqui pra fazer vou cortar já”.
(Horas depois)
Apostador:”Truta, o que você fez da sua vida, mano? Qual a fita? Truta, você foi pago para fazer o que, mano???? Você vai pagar todo meu prejuízo, mano. E aí, truta?????”.
Como já tinha recebido o dinheiro e não cumpriu o esperado pelo apostador, o zagueiro do Santos aceitou outra aposta: seria expulso no jogo seguinte, contra o Botafogo. Ele de fato recebeu o cartão vermelho, mas após o término da partida, o que irritou novamente o apostador. Apostador: “Olha a porra da merda que você fez. Mano, pq você não fez a porra que eu te falei. Mano, pq não tomou essa porra no primeiro tempo. Pq não deu uma porra de uma cutuvelada (cotovelada). Mano, pq você não me escuta, mano. Você me fudeu de novo mano. Mais (sic) dessa vez você vai resolver. Mano, você vai me pagar, tudo. Eu te pedi, eu confiei em você mano. E você me desonrou. De novo mano. Não tô acreditando nisso. Não deu certo porque você não escuta os outros. Era uma porra de uma curuvelada (sic), um tapa na cara do jogador. Só isso, você não fez mano, pq você não quis”.
Eduardo Bauermann: “Mano, de coração, não foi porque eu não quis, eu te juro! Senão não tinha tomado nem no final e teria inventado uma desculpa para você…”.
Apostador: “Pq você não deu uma cotovelada no cara???? O barato vai ficar louco para você”.
Eduardo Bauermann: “Mas estou correndo atrás pra conseguir te pagar esses 800 mil que você falou”.
Apostador: “Cadê os 50 (mil) que eu já te mandei mano?”.
Eduardo Bauermann: “Tá aqui, nem mexi nesse dinheiro”.
Apostador: “Já vê aí pra já mandar esse dinheiro mano”.
O Santos afirmou que não vai se pronunciar sobre o caso de Eduardo Bauermann até conversar com o jogador, o que está previsto para ocorrer nesta terça-feira.
Em contato com o ge, o empresário Luiz Taveira, citado por Bauermann em uma das mensagens, disse que nunca realizou apostas, reforçou a confiança no jogador e garantiu que não sabia que o atleta havia sido procurado por apostadores.
Entenda o caso (mais…)