No “país do futebol” a situação do goleiro Bruno merece reflexões e teses que envolvem toda a sociedade brasileira, para entrar para a história.
Todo cidadão erra na vida tem direito a defesa, mas desde os tempos de estudante de Direito que penso: o pagamento de uma pena deveria ser proporcional ao sofrimento da vítima e da família da vítima, principalmente em determinados tipos de crime.
Um assassino ou estuprador às vezes cumpre determinados anos de uma pena, mas a morte é eterna e a dor da família da vítima, idem.
Assunto sempre polêmico e eterno.
Neste caso do Bruno, algumas considerações que faço:
01 – Parte da imprensa passou a chamá-lo de “Bruno Fernandes”.
Para quê? Existe algum outro goleiro Bruno envolvido em situação semelhante? Só pode ser essa mania de brasileiro por nomes compostos, moda imposta por novelas e pelo mundo do futebol.
02 – Alguns condenados pelo “mensalão” conseguiram rápido o direito de trabalhar durante o dia e voltar para a cadeia à noite.
Aí, mais perguntas: Bruno ainda não conseguiu porque não paga aos advogados mais caros do país ou porque os políticos sempre têm mais privilégios? Mundo, vasto mundo! (Como diria o Drummond)
Lembrei-me também dessas fotos que vi semana passada, no Irã, onde um sujeito seria enforcado por assassinato.
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E antes que algum cabeça cozida pense que estou defendendo o que o Irã faz, digo logo: não! Isso é barbárie!
Apresento essas fotos porque são chocantes e nos fazem pensar em nosso dia a dia, fora do futebol. Porque no Brasil a maioria das pessoas só discute seriamente futebol e estamos nos degradando socialmente.
Essa tese do julgamento com as próprias mãos está crescendo, nas rodas de conversa e através da imprensa, por causa da impunidade em nosso país e do aumento absurdo da violência.
Só há uma maneira de diminuirmos o problema: através do voto; elegendo pessoas que queiram mudar o país verdadeiramente, com reformas, jurídica, fiscal e política.
Em quem votar? Haverá bons candidatos para todos os cargos em disputa, mas é preciso pesquisar e discutir, como se discute futebol, já que a maioria dos candidatos só quer se dar bem pessoalmente, se lixando para o bem comum.
Papo longo, mas pelo menos já provoco alguma discussão.
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Voltando ao Irã:
Lá, neste caso, a lei permitia que mãe da vítima perdoasse o assassino e o livrasse da morte.

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E assim foi feito. A mãe da vítima deu um tapa no rosto do assassino, já com a corda no pescoço e o perdoou.

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Em seguida, a mãe do assassino, em gratidão, beijou os pés da mãe da vítima.

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As execuções no Irã são públicas e aí está parte da platéia, onde estava a mãe do assassino, que passou entre as grades para agradecer o perdão da mãe da vítima.
A notícia da visita do Fábio, no site da Itatiaia:
* “Fábio faz visita ao ex-goleiro Bruno na Nelson Hungria após conquista do Mineiro”

Bruno foi condenado após sumiço de ex-amante (Vipcomm/Light Press)
O goleiro Fábio, do Cruzeiro, visitou o ex-goleiro Bruno na penitenciária Nelson Hungria, no último 14 de abril, um dia após a conquista do Campeonato Mineiro. Bruno, condenado pelo envolvimento no desaparecimento de Eliza Samúdio, recebeu a visita do goleiro cruzeirense e também do Pastor Jorge Linhares.
“Foi uma visita apenas para falar de Deus. Uma moça que trabalha na penitenciária frequenta a mesma igreja que eu e há muito tempo eu gostaria de ter feito isso. Fizemos orações e não falamos sobre futebol”, disse o goleiro do Cruzeiro à Itatiaia.
Sobre a situação emocional de Bruno, que espera uma decisão judicial para se transferir para a penitenciária de Montes Claros, município no qual poderá voltar a jogar futebol, já que assinou um contrato de cinco anos com o time da cidade, Fábio disse que o ex-companheiro de posição está bem tranquilo.
“Ele está tranquilo. Está bem e, principalmente, buscando a Deus”, revelou o camisa 1 do time celeste.
Tiago Lenoir, advogado do ex-goleiro, disse que ele se sentiu feliz com a visita e que é uma situação confortante para o cliente. Ainda para ele, “a fé, o trabalho, a família e esse tipo de visita são os pilares para a recuperação de quem está na situação de Bruno” – condenado a 17 anos e 6 meses em regime fechado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima), a outros 3 anos e 3 meses em regime aberto por sequestro e cárcere privado e ainda a mais 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver. A pena foi aumentada porque o ex-atleta foi considerado o mandante do crime, e reduzida por sua confissão.
http://www.itatiaia.com.br/noticia/fabio-faz-visita-ao-ex-goleiro-bruno-na-nelson-hungria-apos-conquista-do-mineiro