Aguardo Tupi x América, mas mesmo que o Coelho melhores demais o seu futebol, precisará jogar muito para conseguir manter a tradição e ocupar uma das vagas no quadrangular decisivo do campeonato mineiro.
Ninguém duvida que Cruzeiro e Atlético estejam garantidos; o Villa Nova, em ascensão, bem montado pelo técnico Alexandre Barroso, e jogando novamente em casa, é sério candidato a uma das vagas. Atropelou o Boa, que até ontem era apontado como favorito a uma vaga.
O Tombense é o melhor do interior que vi jogar até agora, e sábado mostrou a sua força, mesmo perdendo para o Cruzeiro, no Mineirão. Com seis pontos, já passou pelos dois mais poderosos do campeonato; derrotado que foi pelo Galo na segunda rodada.
Sábado, quem foi ver Diego Souza em sua estreia diante da torcida, ficou na esperança de dias melhores dele, já que não mostrou muita coisa. Melhor mesmo foi conferir o grande potencial do Elber, que o substituiu no fim da partida e fez o terceiro gol, que aliviou a situação de todos, pois o Tombense cresceu muito em busca do empate. Além do mais, a torcida quer que o técnico Marcelo Oliveira exercite a sua fama de saber valorizar e lançar a prata da casa.
Elber, em foto do Superesportes
A Minas Arena continua apanhando na operação do Mineirão. Estima-se que quase cinco mil pessoas desistiram de tanta fila e desorganização nas bilheterias do estádio e voltaram para casa. O presidente celeste, Gilvan de Pinho Tavares ameaça retomar a venda de ingressos pelo clube, que sempre funcionou bem.
Os torcedores também reclamaram muito do tropeiro, que continua longe do tradicional, sem o famoso “zuiúdo”, o ovo inteiro que cobria o feijão, o bife e a couve.
Foto durante o jogo de ontem, do Superesportes
Infelizmente este consórcio das empreiteiras que constitui a “Minas Arena”, dominada por maioria paulista, não é do ramo e não ouve ninguém que tem experiência e poderia ajudar a resolver os problemas.
No comando, puseram o Ricardo errado, o Barra, que antes de comandar o Mineirão, estádio de futebol, comandava a Concer, a concessionária que administra (muito bem, aliás) o trecho da BR-040, entre Juiz de Fora e Rio de Janeiro. Claro que é competente na área dele, rodovias, ou contratos, já que foi diretor deste setor da Construcap, uma das empreiteiras donas da Minas Arena. Mas estádio de futebol não é a praia dele, que se tivesse bom senso, deveria ter pedido demissão, durante o clássico de reabertura do Mineirão.
Ricardo que entende de estádios é o Raso, diretor da ADEMG, que vive fazendo palestras país afora sobre o assunto, mas, inexplicavelmente jogado para escanteio pelo governo de Minas, tanto no processo de reconstrução do Independência, quanto do Mineirão. Os dois, com problemas seríssimos, onde o cidadão mineiro é o maior prejudicado. O torcedor, que frequenta estes estádios, duas vezes, porque além de pagar os impostos, que todo mineiro paga; ainda enfrenta agruras para chegar, comprar ingresso e lá dentro, de ambos, mais tormentos.
Este jogo contra o Guarani ajuda a esclarecer o principal motivo da não conquista do Brasileiro pelo Atlético ano passado. Sem quatro titulares (Ronaldinho, Bernard, Leo Silva e Pierre), as dificuldades foram grandes contra o time divinopolitano. Mas graças às peças de reposição que chegaram, os problemas foram minimizados e a vitória por 3 a 1 saiu. O time agora tem um banco confiável.
Luan caiu no gosto da massa em pouco tempo e ontem mostrou o que o atleticano mais gosta em quem veste a camisa alvinegra: raça. Mesmo com a cabeça sangrando desde o início do jogo, quis continuar jogando e foi levado de ambulância para o hospital no intervalo.
Usou a camisa 10 e a justificou, dando o passe para o Tardelli marcar o primeiro gol, depois de sofrer pênalti. Seu estilo em campo foi bem definido pelo bem humorado jornalista Henrique André: “parece um cachorro criado em apartamento quando é levado para a rua para passear”.
Foto: Globoesporte.com
Tardelli, boa partida e dois gols de pênalti
Foi um bom jogo, boas atuações dos dois times, mas o atacante Eric, do Guarani, foi o responsável pelo grande momento da partida: o gol mais bonito que vi este ano.