Blog do Chico Maia

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Falha nossa com o América e resposta da Secopa-MG sobre a multa à Minas Arena

Antes de mais nada, aos americanos, especialmente ao Márcio Amorim, que cobrou com toda razão, desculpem-me pela falha: escrevi, não revisei e o post anterior saiu faltando o nome do Coelhão na frase “…fechou o Mineirão, sem necessidade, deixando Atlético, Cruzeiro na mão por mais de dois anos…”.

Falha digna das lambanças do governo e Minas Arena! Perdão, novamente!

Sobre a pergunta do Guilherme Cunha sobre a forma do pagamento da multa da Minas Arena ao governo, enviei e-mail à Secopa-MG e gentilmente, a Juliana Alvim, da assessoria de imprensa, respondeu-me:

“Chico, a multa será paga ao erário estadual, a Fazenda define a destinação. Sobre a contrapartida precisaríamos marcar uma conversa para explicar melhor, não é tão simples. Existe uma parcela fixa e uma variável. Para vc ter uma ideia, apenas para ter uma ideia, somente o jogo de domingo já extrapola a faixa de corte, isso significa que o governo não pagaria nada a Minas Arena no que diz respeito à parcela variável . Esta parcela funciona assim: quanto mais a Minas Arena ganhar, menos o Governo paga. Caro, é complexo…”.


Quando a esperterza engole o esperto

Podemos resumir a situação dos problemas dos estádios mineiros numa só palavra: política.

Na ânsia de mostrar serviço para o Brasil, como modelo de gestão, o governo tentou queimar etapas e o tiro acabou saindo pela culatra.

Fechou o Mineirão, sem necessidade, deixando Atlético e Cruzeiro na mão por mais de dois anos. Poderia ter seguido o modelo italiano da Copa de 1990, onde os estádios eram fechados apenas parcialmente, mantendo os jogos com capacidade limitada de público durante as obras.

Para quem alegar que ficaria uma reforma “meia-boca”, cito o exemplo do San Siro – Giusepe Meazza, de Milão; excelente até hoje.

Fechou o Mineirão sem o Independência pronto. Optou por Sete Lagoas, abriu a Arena do Jacaré antes da hora e tomou pancada de todos os lados. Lembram?

Aí veio o Independência, também reaberto antes da hora, e com sérios problemas, até hoje não resolvidos. Mais pancadaria no governo, geral.

O Mineirão também foi reaberto antes da hora e como tudo é proporcional, os problemas foram maiores, mais sentidos e a repercussão negativa gigantesca, com direito a quase um bloco do Jornal Nacional, e pesadas críticas de toda a grande mídia do país.

De matizes políticos diferentes, que vão se enfrentar nas urnas em 2014, o governo federal não perdeu a oportunidade de tirar uma boa casca na tucanada: o Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo –PC do B, soltou nota, divulgada pelas redes de TV, rádio e jornais em todo o país, que “nada justifica” os erros que causaram sérios danos aos torcedores no Mineirão, antes, durante e depois do jogo.

Nunca me esqueci de uma frase do saudoso professor João Lima, de Conceição do Mato Dentro: “se o velhaco soubesse o quanto é bom ser honesto; ele seria honesto, até por velhacaria”.

Sobre a possível multa que o governo anunciou à Minas Arena, repassei à assessoria de imprensa da Secopa-MG, a pergunta que o Guilherme Cunha fez aqui no blog:

“Só uma dúvida.

No contrato da Minas Arena é previsto que, caso a administradora do estádio não consiga o lucro mínimo esperado no mês, por contrato, é o próprio Governo que vai complementar (com nosso dinheiro) esses valores até atingir o patamar estabelecido.

Pois bem.

Com essa multa aí, quem vai receber?

O próprio governo?

E se houver necessidade de complementação da verba mensal da Minas Arena? Eles vão abater a multa?

A Minas Arena vai receber do governo estadual em 07/02 a quantia de R$11.452.632,00 referente a parcela acordada. Com a multa vai cair p/ R$10.452.632,00?”.

JEANGALVAO

Esta charge do Jean Galvão, publicada na Folha de S. Paulo no dia 31 de janeiro, ilustra bem essa corrida maluca dos políticos país afora, na busca por holofotes se aproveitando da Copa, visando votos.

 

 

N’quel N‡usea

E este quadrinho, do Níquel Náusea, da Folha do dia 30 de janeiro, exemplifica um “esperto” se ferrando pela própria esperteza!


Governo do Estado diz que vai multar a Minas Arena

Li no site do Lance! Que o governo do estado vai multar em R$ 1 milhão a Minas Arena.

Também que o senhor Ricardo Barra, presidente do Consórcio que reformou o Mineirão e o administrará por 25 anos, estava presente na entrevista coletiva onde o governador fez este discurso.

Só não sei ainda até onde vão os poderes e interesses de cada uma dessas partes, porque ontem, após o jogo, o governo do estado disparava releases de entrevistas com artistas e ex-jogadores, presentes ao estádio, alguns nos camarotes, enchendo a bola de tudo lá, dizendo que o Mineirão estava uma maravilha.

A notícia do Lance:

* “Governo de Minas penaliza consórcio do Novo Mineirão em R$ 1 milhão”

Minas Arena terá que pagar multa por erros graves apresentados na reabertura do Estádio. No clássico mineiro, problemas de toda ordem irritaram as torcidas de Galo e Cruzeiro

mineirao

O desastre que foi a volta do Estádio Mineirão para a torcida de Minas Gerais, na vitória do Cruzeiro contra o Atlético-MG, no último domingo, não passou em branco para o Governo do Estado. O consórcio que ganhou a licitação para modernizar e administrar o Gigante da Pampulha, Minas Arena, acabou sendo multado pelo governador Antônia Anastasia, em R$ 1 milhão.

– Conseguimos identificar algumas falhas que são normais, questão de acesso, estacionamento, são falhas passíveis de serem corrigidas. Mas tivemos falhas graves, em relação aos bares, falta de água. Por isso, vamos aplicar multa no valor de 1 milhão de reais, por estes acontecidos – disse o secretário extraordinário da Copa do Mundo em Minas Gerais, Tiago Lacerda.

 O valor parece pouco se for analisar que o preço gasto no investimento de um estádio de primeiro mundo, e que apresentou falhas bizarras como a falta d’água, foi de astronômicos R$ 665 milhões.

Durante o clássico mineiro, o primeiro teste para o palco da Copa das Confederações deste ano e o Mundial de 2014, as duas torcidas rivais se uniram na reclamação de infraestrutura e serviços. Bares e restaurantes fechados, banheiros sujos, iluminação comprometida e a falta d’água para beber e de higiene básica foram os principais empecilhos encontrados por cruzeirenses e atleticanos.

A multa aplicada ao consórcio foi anunciada em uma coletiva de imprensa que reuniu, além do secretário da Secopa/MG, o Governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia e o presidente da Minas Arena, Ricardo Barra.

Anastasia, que se mostrou muito empolgado no dia do clássico, disse que o Mineirão, apesar do erros, possui capacidade de continuar sendo uma das sedes da Copa do Mundo. Além disso, o Governador ainda acrescentou que haverá fiscalização nas mudanças que precisam ser tomadas.

– O estádio Mineirão, do seu ponto de vista, está no padrão digno de Copa do Mundo. Lamentavelmente, tivemos problemas de operação, chamamos a Minas Arena, para saber imediatamente das mudanças que serão feitas para os próximos jogos e shows. Determinei o Tiago Lacerda (Secretário extraordinário da Copa do Mundo) para aplicar as medidas cabíveis e tomadas juntas a Minas Arena. Ele já tomou – declarou o Governador de Minas, em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira, na Cidade Adminstrativa.

* http://www.lancenet.com.br/minuto/Governo-Minas-penaliza-consorcio-Mineirao_0_859714100.html#ixzz2JxAq3QzF


Acredite: já falam em fechar o Mineirão para reformar o gramado

Raramente alguém assume responsabilidade em qualquer tipo de erro no Brasil.

Na tragédia da boate Kiss, em Santa Maria-RS, os donos empurram para os engenheiros, bombeiros, prefeitura e a banda que usou fogos na exibição; estes por sua vez, devolvem a acusação e jogam para os outros também.

No Mineirão o jogo de empurra já começou.

Vejam o que diz o responsável pelo gramado, neste link do Globoesporte.com enviado pelo Thales Rosa, a quem agradeço:

* “Após ficar encharcado, gramado
do Mineirão pode ser substituído”

Engenheiro agrônomo da empresa responsável pelo campo do estádio diz que excessos de fibra e areia fina exigidos pela Fifa prejudicam drenagem

mineiraoImagem da grama após a chuva: excesso de fibra retém água, evitando drenagem (Foto: Divulgação) 

. . . Lucas Pedrosa, engenheiro agrônomo da Greenleaf e responsável pelo campo do Mineirão, revelou que uma reunião deve acontecer na próxima semana para definir essa situação.

– Os consultores da Fifa barraram minha areia, pois achavam muito grossa e indicaram uma mais fina. Essa mistura com a fibra formou uma compactação que impermeabiliza a água. Eles não têm noção do clima, pois na Europa não chove assim. Nossa recomendação não foi levada em consideração. Agora, estamos trabalhando para evitar esse tipo de situação (troca do gramado). Porém, faz um mês que fazemos perfurações para quebrar a fibra, mas não está adiantando. Vamos ter que tomar uma posição mais severa. Teremos uma reunião na próxima semana com a Minas Arena – disse Lucas.

Responsável por todos os estádios da Copa das Confederações (Maracanã, Nacional Mané Garrincha, Arena Pernambuco, Castelão e Fonte Nova também receberão jogos), a Greenleaf conseguiu evitar esse excesso de fibra em outros campos. Segundo Lucas, o Mineirão acabou sendo “prejudicado” por ter sido o primeiro.

* http://globoesporte.globo.com/mg/noticia/2013/02/apos-ficar-encharcado-gramado-do-mineirao-pode-ser-substituido.html


Verdade verdadeira do leitor

“Estao tentando fazer do torcedor de futebol um “telespectador de uma partida de tênis”; mas não teem capacidade para vender um ingresso.”

Antonio Brasil Netto

E para exemplificar a frase, o e-mail que recebi do Cláudio Santiago Dias Jr.:

“Prezado Chico Maia,
te escrevo para desabafar. Depois de muito custo e tempo, consegui comprar, via internet, dois ingressos para assistir ao jogo do Cruzeiro X Atlético no Mineirão. Consegui essa façanha no final da tarde da quinta-feria. No dia do jogo, saí de casa por volta das 14:40 da tarde com minha esposa. Pegamos um ônibus, pois não queríamos gerar mais desconforto no trânsito e não tínhamos esperança de conseguir estacionar o carro em lugar perto do estádio. Ao chegar no Minerão, ouvi pelo rádio que não havia água no estádio para beber, apesar do calor. Andei várias quadras até encontrar um ambulante. No caminho da entrada fui informado que não poderia entrar com a garrafinha de água.
Ao entrar, fui atrás do meu assento marcado e que fora reservado pela internet. Ao chegar, o local já estava ocupado e os senhores que ali estavam me disseram que não iriam sair. Fui atrás do pessoal da Minas Arena. Eles foram ao local mas a dupla continuou insistindo que continuaria ali. Em seguida, foi chamada a PM que compareceu com quatro soldados que, para meu espanto, depois de ouvirem da dupla que não sairia do local, foram embora, me deixando com a maior cara de tacho e com um sentimento de desrespeito aos meus direitos. Aos 41 minutos do primeiro tempo fui embora (não conseguia ver o campo, acompanhava o jogo pelo telão do estádio), com a sensação de ter sido passado para trás. Prometi a mim mesmo que nunca mais voltaria ao Mineirão, e espero cumprir essa promessa.
Abs,
Cláudio.”


Comprou arquibancada e foi parar no camarote

Amigos,

às vezes comentários são barrados pelo sistema, por motivos que nem os provedores sabem explicar.

É o caso do Emilio Melo Figueiredo, conterrâneo, gente boa, sempre presente por aqui.

Seus comentários não estavam chegando e ele enviou e-mail para o chicomaia@otempo.com.br relatando o problema.

Peço a todos que tenham passado por este tipo de situação, que façam o mesmo e aceite as nossas desculpas.

Óbvio, que baixarias, acusações e agressões, felizmente raras que chegam, são barradas mesmo; mas nunca foi o caso do Emilio e tantos outros que já reclamaram do mesmo problema.

Peço também que não escrevam frases em caixa alta, pois além de não haver necessidade para se fazer entender, destoa da maioria de quem escreve no blog.

Vejam na íntegra o e-mail dele, com histórias da exepriência dele no Mineirão, ontem: 

* “Bom dia meu caro.

Aqui, algum tempo, venho tentando comentar no blog e não consigo…

google chrome, IE, mozila… nada!!! tentei postar o comentario abaixo:

 

“Sempre bom voltar ao Mineirão, clássico com duas torcidas e vendo a maior de MG gritar e calar os atleticanos.

Vergonha, O NOVO E ainda não acabado Mineirão!!!

1 – A começar pela venda de ingressos. Vários amigos meus saíram de Sete Lagoas no Sábado, com a certeza de ingresso na mão, pela categoria de sócio Cruzeiro Sempre! Sem comentários. Acho que todos deveriam processar os responsáveis.

2 – Chegamos no estádio às 12:30 e nada de estacionamento aberto.

3 – Deixei para comer dentro do estádio. Resultado: passei raiva e fiquei com fome. Logo após o gol do Cruzeiro e momentos antes do intervalo começou a guerra da comida. GUERRA literalmente. Parecíamos selvagens, famintos e por momentos praticamos uma verdadeira corrida, sendo um por si e Deus por todos. Na esperança de conseguir um pão de hamburguer, ganhei um pão de SAL com TAIO. Ou seja, um pão, cortado ao meio. Não vou mencionar o bife, pois esse devia ser de músculo dianteiro e ainda por cima congelado (detalhe: R$ 8,00). Os refrigerantes eram vendidos por ambulantes de fora do estádio. Não consegui comprar, mesmo com os R$ 6,00 na mão!!!

4 – O pior foi a briga por ÁGUA. Filas enormes nos poucos bebedouros. E A AGUA ACABOU!

5 – Um dos banheiros estava alagado (água suja e urina). Não havia água para lavar mãos e rosto.

6 – Cada um na sua cadeira??? kkkkkkkkkkkkkkkkkkk.. essa piada foi ótima!!!

7 – Sei lá quantas pessoas da MINAS ARENA para orientar???… kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk… não vi nenhuma!!!

Não tirei fotos por que meu celular estava sem bateria!!!

8 – O MAIS ABSURDO AINDA: Aa sair do estádio, conversei um amigo (atleticano), para saber como estava no lado do Atlético: IDEM para tudo quje falei acima e outro detalhe:

Ele entrou, as catracas não estavam funcionando. Comprou ingresso de arquibancadas e foi parar nos camarotes, KKKKKKKKKKKKKKK…. e ainda conseguiu passar um ingresso de dentro do estádio para outra pessoa que estava do lado de fora!!! Essa pessoa não quis entrar e vendeu por R$ 100,00…

Meu Deus!!!

Fiquei sabendo também, que pessoas portadoras de necessidades especiais estavam voltando por não conseguir ter acesso ao estádio.

Minas Arena, favor retirar o nome “Minas” de sua empresa. Vai queimar o filme do nosso Estado.

Por fim, apesar de tudo isso ai, valeu demais!

Emílio Melo Figueiredo

Engº Ambiental”


A experiência feminina, nada agradável, no Mineirão

A Isabella escreveu falando das agruras do público feminino, principalmente no que se refere aos banheiros do Mineirão:

* “Chico, depois do desastre e do descaso com que os
Torcedores foram tratados hoje no Mineirão, o governador do Estado tem a obrigação de se pronunciar, desculpar e explicar porque ele entregou o Mineirão que demonstrou não saber gerir um estádio desse porte.

Sou atleticana e nao tive problemas com o transito porque cheguei cedo e fui de taxi. Desci na Antônio Carlos e subi a Abraão Caran à pé, que estava tomada por carros em fila esperando o estacionamento abrir. Absurdo isso. Na hora de entrar muito tumulto. Quando passei meu ingresso na catraca constou que ja havia sido utilizado. Me perguntaram onde comprei, respondi que foi no Minas, queimaram um parte, viram que era verdadeiro e liberaram minha entrada.

Dentro do estádio, esteticamente tudo muito lindo. Algumas pessoas tentaram procurar seus lugares, mas o jogo começou com muita gente nos corredores como acontecia antigamente.

Sentamos e um amigo foi no bar comprar agua e p famoso tropeiro que disseram que voltaria com o retorno do estadio e, para nossa surpresa os bares estavam fechados. A fome batia, ja que chegamos cedo e resolvemos comprar um chips com um ambulante (funcionário da Minas Arena), que nos cobrou a absurda e extorsiva quantia de R$ 8,00. Neste meio tempo disseram que estavam vendendo bebidas perto dos bares. Longas filas pra comprar bebida com os ambulantes, que foram orientados a servir a bebida no copo e nao dar a garrafinha ou latinha para as pessoas, o que atrasava mais ainda. Água, naquele calor escaldante foi artigo de luxo e as poucas que tinha estava sendo vendida por R$ 5,00. Refrigerante R$7,00. Um cachorro quente vagabundo feito de pão e salsinha, R$8,00; um senhor me disse que comprou por R$10,00 (não se tinha critérios).
Os banheiros femininos estavam imundos, nojentos e cheio de poças d’água no chão. As cadeiras tambem estavam imundas.
Enfim, o estádio esta lindo, a esplanada esta bacana, mas em termos de serviço, nos cobraram o preço de uma Ferrari e nos deram produtos e serviços relativos a de um fusquinha. Falta muito a ser feito, mas posso dizer que comigo e meu dinheiro é que nao precisam contar. Quem cobra caro deve oferecer serviço de qualidade, o que nao foi feito. Que os Cruzeirenses façam bom proveito.
Abraços”

Isabella


Informações de quem pagou ingresso e esteve nas arquibancadas

Obrigado ao Filipe Papini, que enviou um relato importante de quem esteve nas arquibancadas do Mineirão ontem.

Vale a pena acessar o site dele, onde estão fotos e vídeos.

Confira:

* “Olá, Chico. Tudo bem? Certa vez entrei em contato contigo para lhe apresentar o projeto da ”Doentes por Futebol”, uma fanpage colaborativa no Facebook e tudo mais.

Hoje a página deu uma crescida boa e já lançamos site. Estamos caminhando bem.

Mas este não é o assunto do meu contato contigo. Venho aqui lhe mostrar o texto que fiz em protesto aos absurdos que vi ontem no novo Mineirão.

Conto com a sua leitura:
http://www.doentesporfutebol.com.br/2013/02/novo-mineirao-se-a-inauguracao-foi-um-teste-o-estadio-esta-sumariamente-reprovado/

Obrigado! – Filipe Papini – Belo Horizonte”

* “Novo Mineirão: se a inauguração foi um teste, o estádio está sumariamente reprovado!”

Tenho 24 anos. Frequento estádio de futebol em Belo Horizonte desde os meus sete, oito anos de idade… Durante a semana passada, imaginava que ir ao Mineirão neste domingo seria um dia de consagração. Não importa de que lado: seja do Cruzeiro ou do Atlético. Acima de tudo, o Mineirão é um patrimônio de todos os torcedores de BH. Supostamente atendendo aos padrões FIFA, previ que os torcedores teriam um tratamento VIP, bem diferente do que já estávamos acostumados a ver por aqui. Não só em Belo Horizonte, como em qualquer canto do Brasil.

Ledo engano! Os problemas começaram já na venda de ingressos. Muito tumulto, erros, atrasos, e até mesmo o nome do Cruzeiro sendo impresso de maneira vergonhosamente incorreta no próprio bilhete do estádio. Além disso, cerca de 600 sócios-torcedores do lado azul ficaram sem conseguir entradas para o jogo de hoje.

Até então, eu imaginava que poderia ser um acidente de percurso. Tudo é novo e essas coisas acontecem. Mas em relação à partida deste domingo, eu ainda tenha plena consciência que todos os empecilhos da semana seriam esquecidos. Novamente me enganei.

A partida começava às 17h do horário Brasília. Ainda às 13h, a primeira briga era relatada na estação do metrô do bairro Eldorado. De alguma maneira, a polícia simplesmente “esqueceu” de fazer a vigilância no local, que sempre se torna ponto de confusões em dia de clássico. Segundo o relato de um agente da estação, em entrevista a Rádio Itatiaia, o confronto entre os torcedores tinha cerca de 300 pessoas reunidas. Anote aí e não perca as contas: é o primeiro absurdo do dia. Felizmente, por milagre, não tivemos problemas mais sérios neste episódio.

Avançando um pouco o relógio, agora para as 14h. Resolvi sair de casa, de carro, perto do centro da cidade, em direção ao Mineirão. Três horas antes da partida se iniciar, enormes pontos de engarrafamento já eram relatados nas duas vias de acesso ao Mineirão: as avenidas Catalão e Antônio Carlos.

Na chegada aos arredores do novo Mineirão, a notícia que vinha dos meios de comunicação é a de que as portas do estacionamento do estádio não foram abertas no horário previsto, ocasionando grande parte do engarrafamento. Quando abertas, só havia 2.640 vagas, para uma quantidade de quase 50mil torcedores. Isso sem falar que os estacionamentos nos arredores do estádio foram proibidos, durante a semana, de serem abertos no dia do clássico. O motivo? Ninguém sabe ainda.

Quando finalmente arrumei uma vaga para estacionar – relativamente longe do estádio – me dirigi a minha entrada. Ao ingressar no Mineirão, tudo parecia estar bem. Passei pelo primeiro portão sem problemas. Pelo segundo, um agente da “Minas Arena”, empresa que gere o novo estádio, apenas conferiu o meu setor no ingresso e me pediu para prosseguir. Na hora de passar pelas roletas, encontrei um enorme tumulto. Muita gente se digladiava para passar pelo local. Um empurra- empurra sem nenhuma explicação. Havia poucos agentes para organizar a situação e cerca de quatro PMs para controlar uma multidão que já passava das duzentas pessoas. A situação beirava o caos. Se desse um princípio de briga, as grades de proteção fatalmente cairiam no chão e muita gente seria pisoteada. Felizmente nada disso ocorreu. Pelo menos até a minha passagem pelas roletas.

Já finalmente dentro do Mineirão, senti falta de um dos serviços mais básicos de qualquer grande evento: simplesmente não passei por nenhuma revista policial. Nada! Qualquer um ali poderia entrar com arma sem ser incomodado ou barrado por alguém. Ao que parece, o tal “padrão FIFA” exige uma revista de seguranças particulares e não de PMs. E não vi nenhum, nem outro por lá.

Subi as escadas e, quando me dei conta, estava no meio de uma das torcidas organizadas. Queria procurar o meu local, descrito no ingresso, mas quando olhei para o lado e vi todo mundo em “qualquer lugar”, e nem me dei ao trabalho de procurar a minha cadeira numerada. Somente visualizei um espaço aleatório, com cadeiras vazias, e sentei por lá, junto com alguns colegas.

Ainda faltava uma hora para o começo da partida. Um dos meus colegas, ao se levantar de uma das cadeiras (que até então eram descritas como super-resistentes, inclusive com a necessidade de uma ferramenta para arrancá-las do lugar) simplesmente a mesma se soltou e caiu no chão. Ele ainda tentou volta-la para o lugar… Em vão. Ficou por isso mesmo.

Tarde de sol forte e um calor tradicional do verão brasileiro. Em certo momento, a sede bateu. Na hora de procurar água – ou qualquer tipo de bebida – nada foi encontrado. Os bares do Mineirão estavam todos fechados. Pasmem: estavam sem o alvará de funcionamento. A burocracia impediu que qualquer tipo de serviço fosse comercializado dentro do novo Mineirão. Mas como não avisaram isso antes? Como colocar um evento desse porte sem poder vender sequer um copo d’água? Pode parecer clichê, mas IMAGINA NA COPA???

Pessoas se empurravam e faziam enormes filas para usar os poucos bebedouros encontrados. Aqueles que não funcionavam, eram depredados pelos torcedores que não se conformavam com o descaso. Os vídeos aqui anexados são do blog atleticano do Cam1sa Do2e, do jornalista Fael Lima. Reparem o nível de revolta daqueles presentes, que sentiam sede, e nada podiam fazer em relação a isso.

Sobre essa questão de água e refrigerantes, até mesmo nos camarotes, onde os preços dos ingressos eram, em média, de R$200,00, também chegou ao fim e não havia o que fazer para suprir a necessidade. O jeito era sentir sede mesmo, esperar a partida terminar, e “dar o seu jeito”.

E quem disse que o problema era somente com os comes e bebes? Os banheiros também estavam em situações precárias. Em praticamente todos eles não tinha papel higiênico. Relatos de torcedores apontam que em alguns toaletes ainda estavam em processo de construção. Isso quer dizer que o banheiro estava mal acabado. Mais um grande absurdo para um evento do porte de um Cruzeiro x Atlético na grande reinauguração do estádio.

Outro fato lamentável relatado por alguns amigos era a falta de divisão de setores dentro do Mineirão. Nas vendas, existiam valores diferenciados nos ingressos. Alguns, inclusive, eram comercializados pelo dobro do preço dos outros. Mas lá dentro do estádio, nas arquibancadas, não existia qualquer tipo de divisão. Nem grades, nem cordas, nem um agente da “Minas Arena” para resolver. Resultado? Obviamente alguns vários “espertões” passaram para o setor mais caro, o que causou superlotação nesses locais.

Durante o intervalo do jogo, poucas pessoas chegaram a perceber isto: O sistema de irrigação do gramado foi acionado. O calor era forte e o gramado realmente precisava daquilo. Acontece que alguns irrigadores foram colocados exatamente atrás das placas de publicidade. Ao serem acionados, começaram a molhar equipamentos e pertences das equipes de imprensa que por aquele lado trabalhavam. Vi câmeras filmadoras, máquinas fotográficas e mochilas sendo exaustivamente molhadas, enquanto os profissionais corriam para tentar salvar os seus objetos.

Somente tenho duas coisas a exaltar positivamente: 1) Dentro ou fora do estádio, não vi nenhuma confusão envolvendo torcedores (mesmo que meus irmãos, que foram em outro setor, tenham relatado um princípio de briga em função das cadeiras numeradas, que alguns queriam respeitar, mas que a gigantesca maioria não estava nem aí). 2) A partida, em si, que acabou se tornando um coadjuvante da coisa toda, foi um jogo digno de clássico e, ela sim, honrou a presença massiva dos torcedores. Sem querer julgar time A ou B, o jogo foi aguerrido, ao menos.

Juro que queria escrever um relato elogioso ao novo estádio de Belo Horizonte, mas o sentimento de revolta faz com que eu descrevesse situações como estas acima. A justificativa de que era o primeiro jogo não cabe. Faltou (e muito) preparo por parte de todo mundo, e bom senso também. Por hora, só voltarei ao Mineirão na Copa das Confederações… Isso somente porque já comprei os meus ingressos. Caso contrário, passaria longe.

Fico na torcida para que tudo se resolva o mais depressa possível. Hoje, o Mineirão virou um exemplo de vergonha, péssimo serviço, e mau-caratismo dos engravatados responsáveis por inaugurar um local que, ao que parece, não estava pronto para receber o jogo que recebeu hoje.

Termino aqui com um vídeo produzido pelo jornalista Carlos Brant, do site MG Esportes

* http://www.doentesporfutebol.com.br/2013/02/novo-mineirao-se-a-inauguracao-foi-um-teste-o-estadio-esta-sumariamente-reprovado/


Araxá voltou bem; dentro e fora de campo

Obrigado ao Gilberto Santos, que enviou boas notícias de Araxá, sobre a volta feliz do “Ganso” à Primeira Divisão estadual, vencendo o América:

* “Estive a passeio em ARAXÁ neste ultimo final de semana,e aproveitei para assistir o jogo do GANSO contra o AMERICA no sabado,na cidade a euforia era total e todo mundo acreditava que o ARAXÁ começaria o campeonato conquistando 3 pontos,fiquei impressionado com as excelentes condições do estádio FAUSTO ALVIM ,o gramado esta um verdadeiro tapete verde,do lado de fora estacionamento organizado e sem flanelinhas,nas arquibancadas ,torcedores preocupados exclusivamente em apoiar o seu time,o que mais me impressionou foi o grande numero de jovens e mulheres que compareceram ao estádio para torcerem para o GANSO.”


Marcelo Oliveira cala muitos e tem ótimo começo

Foi ótimo voltar a trabalhar no Mineirão, mas ainda falta muito para que o estádio justifique tantos investimentos, transtornos e prejuízos causados principalmente aos nossos principais clubes. Para uma obra que consumiu, somente no projeto, R$ 17,8 milhões, algumas falhas jamais poderiam se verificar. A começar pelo gramado, completamente alagado no sábado. Em defesa, alguém poderia alegar que foi um “dilúvio” que caiu sobre a Pampulha, mas e as cadeiras mais próximas, que também ficaram submersas?

O placar eletrônico é muito acanhado.

 

Chiqueirinho

Momentos antes de a bola rolar fui convidado a visitar o vestiário dos árbitros, inacreditavelmente pequeno e sem nenhum conforto: um vaso sanitário e um chuveiro para cinco, e somente homens; não há um exclusivo para mulheres. Absolutamente fora de qualquer padrão Fifa. O antigo, do próprio Mineirão era muito superior; o do Parque do Sabiá, em Uberlândia dá show. Segundo um apitador, os melhores do Brasil são da Arena Barueri e do Engenhão.

 

Contramão mundial

Um cadeirante pediu para ser levado até o setor da imprensa para protestar contra a falta de acessibilidade em vários setores do estádio; na contramão mundial; problema aliás, já denunciado pelo Ministério Público.

 

Sem informação

As falhas na operação do estádio foram muitas. Até infantis; de fácil solução nos próximos jogos: o público atendeu ao apelo geral para que chegasse mais cedo, porém, os portões só foram abertos às 14h30; os bares demoraram a abrir e muitos nem foram abertos; as pessoas com camisas “Posso ajudar?”, muito gentis, mas também não sabiam informar quase nada a qualquer tipo de pergunta.

 

Muito ruins

Não me alongarei sobre as instalações e condições de trabalho para a imprensa, porque não é problema do torcedor em geral. Mas como há muito dinheiro público envolvido e estamos nos preparando para uma Copa do Mundo, digo que o Mineirão fica devendo à maioria absoluta de todos onde já trabalhei, em sete copas e cinco olimpíadas. De 1 a 10, nota 4.

No velho Mineirão era muito melhor!

 

 

Vergonha

O maior problema, entretanto, foi aquela pedra já cantada há anos: o tráfego até o Mineirão. Mais que um estádio novo, precisávamos é de um metrô ou uma solução de transporte coletivo decente.

E absurdo dos absurdos foi a demonstração de nenhuma afinidade da Minas Arena com o futebol: na confecção do ingresso, tirou o Esporte Clube do Cruzeiro e o chamou de “Futebol Clube”.

 

Ótimo começo

O Cruzeiro mereceu a vitória, que poderia ter sido por placar mais amplo. Maior preocupação do time, o sistema defensivo do funcionou muito bem; meio e ataque melhor ainda. Ótima primeira impressão do trabalho do técnico Marcelo Oliveira.

O Galo cresceu ofensivamente no segundo tempo quando Cuca trocou Pierre e Leandro Donizete por Gilberto Silva e Serginho, mas se enfraqueceu na defesa.

 

Destaques

A defesa do Cruzeiro, com destaque para a zaga; Éverton Ribeiro e Dagoberto, mesmo jogando só um tempo, foram os destaques celestes.

No Atlético o goleiro Vitor evitou que o placar fosse mais elástico.

O jogo, tecnicamente, foi fiel ao começo de toda temporada; ainda mais em primeira partida oficial do ano: os dois times sem ritmo, porém correndo muito, justificando a condição de um dos maiores clássicos do futebol brasileiro.