Silvio Torres comentou:
“Chico Maia, só eu que notei? O climão que foi armado antes do clássico mineiro, e que funcionou, quebrando a sequência mágica do galo, está sendo montado também para esta partica contra o mengo. E, como acontece em várias outras áreas do país, a grande mídia de Rio e tb de SP??!! está sendo usada num bombardeio anormal para acirrar os ânimos. E será que o galo vai cair de novo na esparrela? Tá tudo armado pro time já entrar pilhado, descontrolado, levando amarelos e uns dois vermelhinhos prá ajudar…”
Aí liguei a TV e vi o André Rizek mostrando as manchetes dos jornais do Rio.
O mais calmo é o Globo que fala em “acerto de contas”; um outro lá, fala em “hora da vingança” e por aí vai.
E o Silvio tem razão: não são apenas os jornais do Rio. São Paulo também entrou no “climão”.
Se tudo se resumir ao gramado será ótimo, como disse o vocalista Nazi, que participava do programa Redação Sport. Ele alertou aos flamenguistas para segurarem a onda e ficar apenas nas provocações de boca e faixas, pois se jogarem um copo d’água no gramado ou aprontarem alguma com o ônibus do Galo, chegando ou saindo, a punição será pesada.
A bancada do programa citou os exemplos do Cruzeiro e Palmeiras que foram punidos neste campeonato com perdas de mando de campo.
Veja essa capa do caderno de esportes do O Globo, de hoje:
“Rinha de galo e urubu”
Rivalidade histórica e saída traumática de Ronaldinho anunciam acerto de contas na quarta-feira
Flamengo tem reencontro marcado com Ronaldinho Gaúcho para quarta-feira, no Engenhão Pablo Jacob e Marcos Alves / Agência O Globo
RIO – Jogo adiado da 14ª rodada, o Flamengo x Atlético-MG de amanhã no Engenhão traz a oportunidade de um acerto de contas muito além da tabela que será, enfim, regularizada. Embora os times esperem pelo clássico desde 5 de agosto, as emoções estão represadas há mais tempo pela rivalidade histórica que virou questão de honra após Ronaldinho trocar o lugar de ídolo rubro-negro pelo de algoz nos campos esportivo e jurídico. Ao encontrar um belo horizonte na capital mineira, o craque mostrou que o problema do Flamengo não era ele. Na luta pelo título e por indenização milionária, Ronaldinho tem muito mais a ganhar do que o ex-clube, sob ameaça do rebaixamento.
— Vou fazer o Atlético voltar a ser campeão brasileiro — disse, em sua chegada.
Para confirmar a promessa é preciso passar pelo Flamengo. Depois da conquista do Brasileiro de 1971, três tentativas do Atlético-MG de recuperar a força nacional acabaram em derrotas para os cariocas. No segundo jogo da decisão de 1980, qualquer vitória dava o título ao Flamengo, mas foi para os mineiros que a chance se ofereceu quando o jogo do Maracanã estava empatado em 2 a 2. Palhinha entraria livre se o juiz José Assis de Aragão não parasse o lance por impedimento polêmico. Com Reinaldo expulso por reclamação, a revolta deu lugar a festa rubro-negra quando Nunes chutou entre João Leite e a trave para fazer o gol do primeiro título nacional do Flamengo.
Mineiros têm segurança reforçada
Na Libertadores do ano seguinte, os rivais decidiram vaga num jogo extra em Goiânia. Após início com muitas faltas, Zico conta que o juiz José Roberto Wright avisou aos capitães que a violência não mais seria tolerada. No lance seguinte, Reinaldo deu uma entrada dura em Zico e foi expulso. Com reclamações e cartões vermelhos em cascata, o Atlético-MG ficou sem o número mínimo de jogadores e o jogo acabou ainda no primeiro tempo, com a classificação do Flamengo.
No título rubro-negro da Copa União, em 1987, a bronca dos mineiros é com Renato Gaúcho e com o regulamento. Mesmo tendo ganho os dois turnos, o Atlético-MG teve que disputar vaga na final com o segundo do grupo. Após vencer por 1 a 0 no Rio, o Flamengo abriu 2 a 0 no Mineirão mas cedeu o empate. Quando o Atlético-MG pressionava, Renato arrancou do meio campo para driblar João Leite e repetir o placar de 1980.
Os dois times voltaram a brigar pelo título na reta final do Brasileiro 2009. Mais uma vez, o Flamengo foi campeão depois de despachar o Atlético-MG, com vitória por 3 a 1 no Mineirão e gol olímpico de Petkovic. Diante da longa ficha corrida, os mineiros têm enfim a chance de se libertarem da escrita.
— O momento é mais favorável para eles, mas temos todas as condições — disse Liédson, que marcou seu primeiro gol em sua volta ao Flamengo na vitória de domingo por 2 a 1 sobre o lanterna Atlético-GO. — Voltamos com a sensação de que é possível sair dessa situação e conseguir posições bem melhores.
A melhor forma de atingi-las, para Ronaldinho, foi sair do Rio. Cuca também se valorizou ao mudar de ares. Mesmo que tenha conquistado o título carioca de 2009, deixou na Gávea o estigma de um treinador supersticioso e com problemas de relacionamento. Após salvar o Fluminense do rebaixamento, Cuca viu renascer o respeito pela sua rara capacidade de armar times envolventes. O Atlético-MG é um deles, mesmo que não possa contar com Bernard, suspenso, e Júnior César, impedido por contrato de enfrentar o Flamengo. Numa rivalidade acirrada por questões pessoais e jurídicas, qualquer infração é sujeita a penalidades. Com escolta de 12 policiais no ônibus do Atlético, o dobro do contingente normal, jogo terá o mesmo aparato de segurança de um clássico regional.
— A polícia do Rio faz ótimo trabalho, o Atlético-MG não terá problema — disse o chefe da segurança do Flamengo, José Pinheiro, mais preocupado com os riscos que o jogo oferece aos rubro-negros. — Vaiar e xingar faz parte, mas a torcida não pode jogar nada em campo, se não a gente vai ter que jogar em Volta Redonda.
Ao contrário do desembarque após derrota para o Santos, ontem não havia qualquer tensão na chegada dos jogadores. A única ameaça à ordem pública veio do estacionamento do ônibus rubro-negro numa das curvas de acesso ao Santos Dumont. Em campo, o time não pode parar em local de risco. Machucado, Ibson deve dar lugar a Léo Moura no meio. Depois do Atlético-MG, o Fla-Flu de domingo é a chance de o rubro-negro se recuperar ou perder de vez a esperança.
Com tantas variáveis em jogo, Cléber Santana só pensa no que pode dar certo. Autor do primeiro gol logo em sua estreia, celebrou a alegria de ser rubro-negro ao aproveitar sua grande oportunidade onde só havia pessimismo. A cara nova do Flamengo não se espanta com a carga dramática do jogo e com o que pode haver entre Ronaldinho e a torcida:
— Faz parte. Temos que jogar com inteligência para dar alegria ao torcedor
Por ora, só há apreensão seja pelo momento rubro-negro ou pelo histórico de um clássico que impede os mineiros de voltar ao topo. Os torcedores dos dois lados já se cansaram de esperar pelo acerto de contas. Não dá mais para adiar.
—————————————————————————————————————–
E na “Enquete do dia”, do portal do O Globo, Ronaldinho está bem na fita:
* “Como será o reencontro entre Fla e Ronaldinho?”
- Ronaldinho vai sentir a pressão da torcida do Fla, jogar mal e perder 41.0%
- Ronaldinho vai dar show e calar o Engenhão 55.0%
- Ronaldinho vai ganhar, mas sem jogar bem 4.0%
Total de votos: 1234
* http://oglobo.globo.com/esportes/rinha-de-galo-urubu-no-flamengo-atletico-mg-6185495