Lamentável a ação dos bandidos contra o Leandro Ferreira do América, terceiro jogador do Coelho, vítima de violência, nas imediações da Pampulha.
Menos mal que o dano tenha sido “apenas” material e psicológico. O Brasil é desse jeito: comemoramos o fato dos marginais não nos machucarem fisicamente ou nos matarem.
E mais lamentável ainda é o tratamento que a maioria da imprensa e a sociedade dá ás ocorrências policiais: apenas mais um número nos registros; como se fosse normal isso.
Anteontem com cidadãos anônimos, ontem com o Leandro Ferreira, hoje pode ser comigo, com você, com um parente ou amigo.
Especialmente em ano eleitoral a cobrança deveria ser total para cima das autoridades dos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário, e com mais intensidade aos candidatos a cargos eletivos.
* A atuação do Victor em sua estreia no Atlético, me fez lembrar a teoria do Kafunga, que dizia: “Goleiro tem que ficar na meta igual a um macaco, sempre gesticulando e se flexionando, para a qualquer momento, pular para um lado ou outro”.
Ligado o tempo todo, mostrou que fará diferença. E outra atitude digna do agora reserva Giovani: foi o primeiro a entrar no gramado para abraçar o estreante após o fim do jogo.
Certamente Victor terá as suas falhas e engolirá seus franguinhos e frangões, assim como qualquer grande goleiro do mundo, mas o importante é a média geral, e quando o time precisa, ele corresponde. Como nos dois lances cruciais contra a Portuguesa, que poderiam ser fatais.
Sobre Ronaldinho Gaúcho, não fez muita coisa não: “só” participou ativamente dos dois gols do Galo.
Aliás, a parte da torcida que adora pegar no pé de jogadores da base, precisa repensar essa postura. Marcos Rocha não está merecendo as vaias que vem recebendo.
* Dida surpreendeu nas entrevistas nessa sua volta a Belo Horizonte. Está mais falante. Antes, respondia às perguntas com pouquíssimas palavras.
* Vi uma enorme foto do Riquelme hoje no Super Notícia e a especulação de que, além do Flamengo, o Cruzeiro também estaria interessado nele.
Quase três anos atrás, esteve perto da Toca da Raposa, mas as negociações emperraram e ele ficou no Boca. O Cruzeiro descobriu Montillo, que rendeu demais e continua sendo o craque do time. Tanto tempo depois e com o Montillo jogando muito, Riquelme pode não ter mais tanta utilidade assim.
Aliás, a Fifa divulgou ontem que o Brasil deixou de ser o maior exportador e passou a ser um dos maiores “importadores” de jogadores de futebol. De janeiro a junho deste ano foram 230 idas para o exterior e inacreditáveis 478 vindas; entre repatriados e gringos; incluindo nomes de astros caros como Seerdof (Botafogo) e Diego Forlán (Internacional).
O futebol espelha o que é a sociedade brasileira: todos os indicadores mostram que a nossa economia está em declínio, mas o negócio é gastar; mesmo estando endividado até o pescoço, como é o caso dos clubes brasileiros.
* Gostei de ouvir a Dimara Oliveira na CBN, sábado, na transmissão de Inter 2 x 1 Cruzeiro, e no dia a dia dos programas da rádio, cobrindo o Cruzeiro.
Ótima pessoa e profissional, acrescentou muito à emissora, que dobrou o salário do igualmente ótimo Osvaldo Reis, o “Pequitito” e o segurou na casa. A Band fez uma proposta que quase fez o locutor mudar de rádio.
* O Coritiba foi prejudicado pelo árbitro goiano Wiltom Pereira Sampaio, na derrota de 2 a 0 para o Palmeiras no primeiro jogo decisivo da Copa do Brasil, em Barueri.
No jogo da volta, amanhã, o apitador será o Sandro Meira Ricci, mineiro, que apita pela Federação do Distrito Federal, que já errou muito a favor de paulistas contra clubes fora do “eixo” Rio/SP.
Sucesso ao Marcelo Oliveira que está consolidando seu nome como treinador de ponta do futebol brasileiro, no comando do Coxa.
Meses atrás, recusou proposta do Japão para dar continuidade ao seu trabalho na capital paranaense. Substituiria o Levir Culpi.
Mais detalhes da importação de jogadores nessa reportagem do “Estadão”:
“Em 2012, futebol do Brasil importa mais que exporta”
Entre janeiro e junho, 230 jogadores do País se transferiram para fora, enquanto 478 chegaram de clubes estrangeiros
Depois de ser por décadas o maior exportador de jogadores do mundo, o Brasil vive uma transformação. Dados oficiais da Fifa revelados ao Estado com exclusividade apontam que, em pelo menos na primeira metade de 2012, o mercado brasileiro se transformou no maior “importador” de jogadores do mundo, ainda que muitos sejam brasileiros optando por retornar para clubes nacionais.
Entre janeiro e junho, 230 jogadores brasileiros se transferiram para clubes em todo o mundo. Mas, no mesmo período, 478 atletas foram negociados por clubes estrangeiros com os do Brasil, mais do que o dobro. Muitos deles são brasileiros, optando por retornar ao mercado nacional, seja por falta de opções no exterior ou por conta de ofertas de salários altos no Brasil.
A tendência não é nova. Mas ganhou um forte incentivo neste ano. Dados coletados pelas federações estaduais no Brasil mostravam que, já em 2011, apenas 23 jogadores da Primeira Divisão deixaram o País em direção à Europa. Em 2008, foram 65 jogadores. Entre 2010 e 2011, mais de 120 também retornaram ao País.
Os números oficiais colocam o Brasil na liderança entre os países com maior número de transferências de jogadores registrados pela Fifa. Desde o ano passado, a entidade máxima do futebol conta com um sistema informatizado, em que todas as federações são obrigadas a registrar compras e vendas de atletas. O objetivo é transformar o mercado de transferências em um setor mais transparente.
Com 708 jogadores profissionais trocando de clubes apenas no primeiro semestre do ano, o Brasil tem um número quase três vezes maior que o de Argentina, Portugal ou Espanha.
A Fifa ainda não revela os valores envolvidos nas transferências brasileiras. Mas os dados apontam que o volume geral de dinheiro envolvido na venda e compra de jogadores pelo mundo em 2012 despencou em 34% no primeiro semestre do ano, em grande parte por causa da crise na Europa.
Espanha, Itália, Portugal e Grécia são apenas algumas das economias que estão em recessão. A crise, portanto, não tem poupado os clubes que, por anos, pediram dinheiro emprestado de bancos para pagar por suas estrelas em parcelas. Foi assim, por exemplo, que Kaká e Cristiano Ronaldo foram para o Real Madrid. Hoje, esses bancos admitem que não sabem nem mesmo qual o tamanho do buraco em suas próprias contas. Conseguir empréstimos, portanto, não tem sido fácil.
O número de contratos de jogadores também caiu, em 9%. O primeiro semestre terminou com 4,9 mil transferências, envolvendo US$ 576 milhões (R$ 1,1 bilhão). Os valores não incluem transferências domésticas e apenas registra a venda de jogadores para o exterior.
Além da crise, outro fator que começa a pesar na decisão de clubes é a regra imposta pela Uefa de garantir um equilíbrio nas contas dos clubes. Times que não apresentarem balanças de pagamentos em dia são punidos e até suspensos de campeonatos. A Uefa tomou a medida depois que descobriu que 52% dos clubes europeus tinham dívidas. Vinte por cento deles estavam em situação crítica.
Na prática, a lei estipula que clubes apenas podem gastar o que sabem que podem arrecadar. Empréstimos de bancos ou injeção de dinheiro de magnatas russos ou árabes não poderiam ser contabilizados. Na janela de transferência de janeiro, quando há um forte fluxo de jogadores sul-americanos para a Europa, a migração foi abaixo da tendência dos últimos anos.