As estatísticas que a imprensa tanto gosta para lembrar “tabus” só servem para atrair a atenção dos incautos, aumentando audiência e venda de jornais.
Assim como as projeções matemáticas e previsões de todo tipo utilizando números.
Na hora “H” o que vale mesmo é o craque, o time melhor preparado e mais determinado. E, muitas vezes, a zebra entra em campo, derrubando tudo.
O Atlético goleou o Botafogo, de quem perdeu a maioria absoluta dos jogos nos últimos dez anos. E daí?
Cada jogo é uma história diferente.
O Botafogo perdeu dois gols no início do jogo que poderiam ter mudado o rumo da partida. Sem falar no pênalti perdido pelo Loco Abreu, quando estava 2 x 0, no fim do primeiro tempo.
A precipitação de muitos, aliada à desinformação, fazem chegar informações equivocadas ao público, principalmente na mídia nacional, que sabe pouco ou nada o que está acontecendo nos Estados fora do eixo Rio-SP e chuta mais que Nelinho e Eder, juntos!
Peguemos todas as previsões feitas pelas mídias de São Paulo e Rio, antes de começar o Brasileiro e veremos que o Cruzeiro era apontado como candidato ao título. O Atlético brigaria por uma vaga na Libertadores da América na maioria dessas “bolas de cristal”.
Veja a situação dos dois no returno, nessa tabela publicada no site do Tristão Garcia, o Infobola:
A bela campanha do Figueirense é um bom exemplo: de repente, o clube catarinense tornou-se um “modelo” de gestão e planejamento. Tenho visto entrevistas em TVs e jornais com o presidente do clube, falando como se fosse o presidente do Barcelona.
Ninguém perguntou a ele, o que o clube fará quando o empresário Eduardo Uran, vender, emprestar ou fizer o que quiser com os seus 19 jogadores, que compõem o elenco.
Periodicamente aparece um time surpreendente, que antes era chamado pela imprensa de o “fantasma” do Campeonato. Essa expressão nos dias de hoje foi transportada para a zona do rebaixamento, referindo-se aos clubes ameaçados.
O América já foi o “Figueirense” da vez, no Brasileiro de 1973, com um timaço, que ficou entre os primeiros da competição.
E o São Caetano? Chegou a decidir (e perder em casa) uma Libertadores da América.
O Avaí, atual lanterna, teve o seu momento e liderou durante várias rodadas o Campeonato de 2009, terminando em 6º lugar. Colocação eta, comemorada como a melhor de um clube catarinense na história do Brasileiro, superando o arquirrival Figueirense, que detinha esta condição, pelo 7º em 2006.
São sucessos efêmeros, proporcionados pela coincidência de um bom treinador, um bom grupo de jogadores e às vezes um craque, ou um acima da média, que desequilibra.
Como a Portuguesa de Rodrigo Fabri e Alex Alves em 1996, vice-campeã, derrotada pelo Grêmio na final. Eliminou o Cruzeiro nas quartas de final e o Atlético na semifinal. Candinho era o técnico, que contava também com o Zé Roberto, outro que desequilibrava e até hoje joga na Europa.
Há incontáveis exemplos, basta buscar na memória e nas pesquisas.
Na verdade o sucesso desse Figueirense se deve ao técnico Jorginho, que já mostrou ser bom de serviço logo em sua primeira experiência, como técnico do América do Rio, quando chegou à final da Taça Guanabara, e aos jogadores do Eduardo Uran, que usa o clube como “barriga de aluguel”.
Veja essa resposta do Jorginho a uma entrevista ao jornal Correio Brasiliense:
“A gente fez uma conta aqui, e o empresário Eduardo Uram tem 19 jogadores no elenco do Figueirense. Até que ponto incomoda ser refém de um agente?
Hoje, existe uma lei chamada Pelé. Ela tirou todo o poder dos clubes. Hoje, há um limite de contrato. O cara fica livre no máximo até os 21 anos. Isso é uma realidade. O Eduardo Uram é praticamente um parceiro do clube. A gente tem que reconhecer que existem vários empresários sérios.”
A atual Portuguesa, comandada pelo outro Jorginho, o que fez sucesso no meio campo do Atlético como jogador, e comandando o Palmeiras até a chegada do Felipão, é outro exemplo, na Série B. Melhor campanha da história da disputa até hoje.
Ontem ouvi entrevista dele ao Carlos Eduardo Eboli, de manhã, na Rádio CBN.
Deu a fórmula, a mais simples possível, que é a realidade: muito treino, disciplina, jogadores em forma técnica e física, onde todos os atletas pensam no grupo e que não haja nenhum que pense só em seu próprio umbigo.
O resto é complemento!
Aliás, o Jorginho disse também que telefonema de um empresário que estaria autorizado pelo Cruzeiro a fazer-lhe uma proposta, quando o Joel Santana ainda era treinador.
Ele disse que não conversava com clube que tinha treinador trabalhando.
Se vier agora, certamente o Cruzeiro fará uma ótima aquisição.
Para mim, este Jorginho, é a bola da vez entre os treinadores emergentes do futebol brasileiro.
E o Duke retrata bem o clássico de domingo, na última rodada.
Hoje, no Super Notícia
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