Todo cuidado com essa turma do Eike Batista é pouco.
Se bobearmos, já já, a água servida às residências de Belo Horizonte estará comprometida.
Se fazem isso na Capital, imagine do que são capazes no interior do estado!
Reportagem da Folha de S. Paulo, do dia 2, quinta-feira:
* Empresa de Eike é acusada de poluir água
Para mineradora Emicon, danos podem prejudicar abastecimento de BH; MMX diz que denúncia “causa perplexidade’
Para Emicon, material é retirado sem cuidados ambientais adequados; MMX nega e diz que há “inspeções periódicas”
PEDRO LEAL FONSECA
DE SÃO PAULO
A MMX Mineração, empresa do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, é acusada pela mineradora Emicon, de Minas Gerais, de causar danos ambientais em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.
De acordo com a Emicon, os danos poderiam prejudicar o abastecimento de água na capital mineira.
A MMX afirma que as denúncias “causam perplexidade”, pois os problemas ambientais na região são de “inteira e exclusiva” responsabilidade da Emicon, que explorou minério de ferro no local antes da mineradora de Eike Batista.
A Emicon foi proibida de explorar a área por conta de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado em 2007 com o Ministério Público do Estado, que moveu uma ação contra a empresa por danos ambientais.
A Emicon também foi obrigada a pagar quase R$ 7 milhões de indenização pelos danos e tem de manter outros R$ 21 milhões depositados como garantia de que o prejuízo será reparado.
O TAC previu ainda que a MMX -que havia adquirido 10 milhões de toneladas de finos de minério da Emicon- deveria fazer reparos ambientais na área. Os finos são rejeitos que ganham valor econômico após beneficiamento. Para a retirada desse material, a MMX opera na área da Emicon desde 2008.
A MMX tem também o direito de usar uma “barragem de rejeito”, onde são lançados os resíduos da operação.
SEM CUIDADOS
Segundo a Emicon, a MMX está retirando o material sem os cuidados ambientais adequados, o que estaria causando o assoreamento de rios e córregos. As barragens também estão acima do nível seguro, conforme a empresa.
A MMX nega e diz que “são feitas inspeções periódicas em estrita consonância com a legislação específica”.
O Sisema (Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos) de Minas Gerais afirmou que está vistoriando a área e que não foram encontrados indícios de contaminação no reservatório Rio Manso, responsável por parte do abastecimento de água da capital.
O órgão afirmou ainda que as barragens foram auditadas e estão estáveis.
YOUTUBE
Quatro vídeos postados no YouTube anunciam que “a maior catástrofe ambiental da década está para ocorrer na região da Serra Azul, em Minas Gerais”.
Os vídeos -que são apócrifos, mas têm teor idêntico a filmes enviados à Redação da Folha pela empresa Emicon- fazem acusações diretas à MMX e a Eike Batista.
Segundo o narrador, “não será surpresa se, com uma chuva forte, as manchetes internacionais em breve forem “Eike Batista deixa 2 milhões de habitantes sem água na Grande BH”, ou “O maior desastre ambiental da década é realizado por Eike'”.
A MMX pediu que a Justiça mineira determinasse que o Google -que administra o site- retirasse os vídeos do ar.
Uma liminar foi concedida, mas os filmes continuam sendo veiculados.
A empresa de Eike Batista afirmou ainda que tomará todas as medidas judiciais cabíveis, “inclusive de caráter criminal”, contra os responsáveis pela produção dos vídeos.
MMX afirma que Emicon causou o dano
DE SÃO PAULO
A MMX afirma que as denúncias “causam perplexidade”, pois os problemas ambientais na região são de “inteira e exclusiva” responsabilidade da Emicon, que explorou minério no local antes da empresa de Eike Batista.
A mineradora nega as acusações de que estaria causando assoreamento de rios e córregos e diz que “são feitas inspeções periódicas em consonância com a legislação”.
A respeito de vídeos com alertas para uma catástrofe na região, a MMX diz que tomará as medidas judiciais cabíveis, “inclusive de caráter criminal”, contra os responsáveis pela produção. A companhia já conseguiu uma liminar para tirar as peças do ar.