Blog do Chico Maia

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Ano novo, casa nova e possível excesso de precauções

* Um ano melhor 

Nesta última coluna do ano, agradeço aos senhores por mais um ano de companhia e desejo um 2012 melhor ainda para todos. Do ano que está terminando só tenho a lamentar a péssima campanha do futebol mineiro na Série A do Brasileiro, mas nas outras instâncias fomos muito bem: o Tupi foi campeão da D, o Ipatinga retornou à B e o Boa Esporte fez bonito na B, quase conquistando vaga na A.

Nas outras modalidades esportivas, Minas Gerais continuou abaixo das performances de anos anteriores, quando, principalmente o vôlei, masculino e feminino nos davam mais alegrias.

Em termos nacionais a supremacia paulista se manteve no futebol, nem tanto pelo maior poderio financeiro, já que o Corinthians foi campeão com um time cuja folha de pagamento é mais barata que a de vários concorrentes, e semelhante à de Atlético e Cruzeiro. Um time guerreiro, unido dentro e fora de campo, e que manteve o seu treinador, Tite, mesmo depois do vexame na fase inicial da Libertadores da América, sonho maior de todo corintiano, e a não conquista do campeonato estadual. Ponto para o presidente Andres Sanches. 

Casa nova

O fato de jogar sempre “fora de casa” teve alguma influência nas campanhas dos nossos três times no Brasileiro, porém o que os levaram a campanhas tão ruins foram as apostas equivocadas em treinadores e jogadores, contratados ou que saíram, fragilizando os elencos.

Com times sofríveis, só podia ocorrer campanhas idem, com o lamento maior pela queda do América. 

Caldeirão 

A expectativa geral é que o novo estádio Independência se torne um “caldeirão” a favor do Galo, Raposa e Coelho em 2012. O Santos na Vila Belmiro; Corinthians no Pacaembu e o Atlético-PR na Arena da Baixada sabem tirar proveito desse fator “casa” em estádios de características semelhantes ao do estádio do Horto, que será o palco do nosso futebol ano que vem.

Não basta

Mas ter um “caldeirão”, ainda que moderno e com conforto não significa boas campanhas nas competições e o Atlético-PR é o melhor exemplo, já que foi rebaixado para a Série B, mesmo vencendo a maior parte dos seus jogos em casa, inclusive o clássico final contra o Coritiba.

É preciso montar bons times, para que as torcidas prestigiem e façam a parte dela.

Excessos

São muitas as reclamações contra tantas grades de proteção no Independência. Além de atrapalhar a visão, tiram muito da mobilidade dos torcedores. Os clubes precisam fazer uma avaliação conjunta com o Corpo de Bombeiros para se certificar se realmente todo aquele aparato é necessário.

Com todo o respeito que essas autoridades merecem, excessos nessas medidas são muito comuns no Brasil.

* Coluna de amanhã, no O Tempo, nas bancas!


Quando a porrada se justifica

Concordo totalmente.

No Brasil tratam bandidos como cidadãos que merecem respeito.

Da Folha de S. Paulo:

* “Federação cassa cartão vermelho dado a goleiro que agrediu invasor”

DE SÃO PAULO – A federação holandesa cassou o cartão vermelho dado ao goleiro do AZ Alkmaar por agredir um torcedor que invadiu o campo em jogo da Copa da Holanda. O costa-riquenho Esteban Alvarado foi expulso em jogo contra o Ajax, em Amsterdã, anteontem.

O Ajax vencia por 1 a 0, quando, aos 38 minutos do 1º tempo, um torcedor entrou no gramado e partiu em direção ao goleiro, que deu uma voadora e chutes no rapaz.

“O goleiro foi atacado de forma inesperada”, declarou a federação em nota. Preso, o torcedor foi banido dos jogos do Ajax para o resto da vida.

GOLEIROPORRADEIRO

Em protesto pela expulsão, o técnico do AZ, Gertjan Verbeek mandou que seus atletas voltassem ao vestiário e a partida foi encerrada. A federação holandesa ainda não divulgou se o duelo será reiniciado ou se dará a vitória caberá ao Ajax.


Entrevista do Zico que todo dirigente do futebol mineiro deveria ler e guardar

Amigos,

aproveito este período do ano para limpar gavetas e ler ou reler coisas que guardei porque não deu tempo de fazê-lo no decorrer do ano.

Como assinante que sou do O Globo e Folha de S. Paulo, além dos nossos jornais de Belo Horizonte, tem dia que não dá para ler com calma os assuntos de maior interesse e vou empilhando páginas para ler depois.

Essa entrevista do Zico ao Globo no dia 11 de dezembro é sensacional e deveria ser lida por todo dirigente de clube.

Foi sobre os 30 anos da conquista do mundial interclubes em 1981, onde ele dá a receita para se montar times vencedores, e também como se desfazer dessa receita, citando o próprio Flamengo.

Entrevista publicada uma semana antes do Santos tomar aquela surra histórica do Barcelona. Zico refresca a memória de quem só “descobriu” o time catalão naquele jogo, como se fosse a maior novidade do mundo. Uma semana antes, é bom repetir! 

Reforça a tese que defendo: Atlético, Cruzeiro e América já estiveram no caminho das grandes glórias, mas o abandonaram e vêm se dando mal.

É simples: jogador feito em casa sempre vai dar mais retorno, dentro e fora das quatro linhas. Alinhados a jogadores vindos de fora, porém, que se identificam com o clube e a sua torcida.

Cita Jorge Valença, que tinha pegas sensacionais com Tita; fala dos grandes enfrentamentos com o Atlético daqueles tempos; conta casos do goleiro Raul; das arbitragens, seleção brasileira, vida pessoal, enfim, uma aula.

A entrevista, concedida a Pedro Motta Gueiros,

é longa, mas vale demais a pena: 

* ‘Antes de tudo, eu era um torcedor do Flamengo’

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Esse é o legítimo manto sagrado rubro-negro?

ZICO: Essa é a camisa verdadeira da maior conquista do clube. Deve ter passeado em alguma mostra no Japão, ela andou um pouquinho, porque tinha esparadrapo (no lugar da braçadeira de capitão) e caiu. O time estava muito bonito, foi a única vez que jogamos com o nome nas costas.

Os fanáticos, que celebram o Natal no dia do seu nascimento, devem reverenciar essa camisa como o Santo Sudário. O que acha dessa maluquice?

ZICO: Vejo como maluquice mesmo. É muito perigoso, ainda mais hoje dirigindo uma seleção de fanáticos, no Iraque. Tenho o maior respeito, sei da importância que eu tive para muitas pessoas, é legal, mas tudo tem limite. Agradeço pela reverência, mas acreditar nisso seria problemático.

Quando nasce o esquadrão?

ZICO: A gente ganhou unidade em 1977, quando perdeu o titulo para o Vasco nos pênaltis. O Tita entrou só para bater, mas acabou perdendo. Saímos dali, fomos todos para o Barril 1800, no Arpoador, time e comissão técnica. Acabamos até criticados pela Boca Maldita: “Porra, jogador perde e vai sair?”. Fomos principalmente para dar força a um jovem, que estava começando. Em vez de ir cada um para o seu lado, foi todo mundo no ônibus. O Jorge Ben fez até uma música (“Cadê o Pênalti?”) no ônibus naquele dia: “Cadê o pênalti?/que não deram para gente/no primeiro tempo”. Foi um lance em que o Osni foi derrubado e o juiz não deu. Era final do segundo turno. Se a gente ganhasse, haveria dois jogos. O Vasco foi campeão direto. No ano seguinte, aconteceu o contrário. Ganhamos 1978, dali começou a história dos títulos.

O time surgiu da tradição rubro-negra de toque de bola ou são vocês que fundam essa escola?

ZICO: Acho que a gente cria, porque cada um tem sua característica e a vantagem de quem comanda é saber usar isso. O grande mérito do (técnico Cláudio) Coutinho foi saber comandar essa escola, e depois o Carpegiani deu sequência, por estar dentro dela. Começou com a nossa geração, eu, Júnior, Rondinelli, Cantarele, Jaime… Depois veio a do Andrade, Adílio, Tita e Júlio César. Em seguida, Mozer, Leandro e Figueiredo até que as três gerações se juntaram naquele time. Ainda viriam Bebeto, Jorginho, Zinho, Leonardo, Aílton, Zé Carlos, Aldair. O processo continuou até a geração do Marcelinho, Júnior Baiano… que acabou tendo mais sucesso fora do Flamengo. Foi desperdício, não souberam juntar. Liberaram a geração que estava depois da gente, de Bebeto e Jorginho, e perdeu-se um elo. Dali em diante, só Sávio, Juan e Júlio César.

Você vê a aquela escola reviver no atual Barcelona?

ZICO: Claro que vejo. É parecido. O que o Barcelona faz hoje a gente já fazia: não rifar a bola, não ter esse negócio de chutão. Se puder sair jogando, sai sempre. Todo mundo joga quando está com a bola. Sem a bola, todo mundo marca. Talvez, o Barcelona ainda marque melhor A gente marcava em bloco. Pela escola europeia, eles têm mais sentido de marcação individual, só o Messi que não. Você vê que o Villa e o Pedro marcam pra cacete.

Além de técnica, têm muita força para marcar na frente…

ZICO: Se a gente estivesse jogando hoje, estaria com a mesma força física. O Tita e o Lico não marcavam pra cacete? Eu e o Adílio, a gente cercava. Meu irmão, Antunes, dizia: “Se vier muito para trás, vai perder o que tem de melhor”. Se eu não tivesse produtividade na frente, quem ia jogar por mim? Mas várias vezes eu voltava para tirar a bola da nossa área. Tinha quer dar bico, eu dava.

Movimentar-se sem a bola era a melhor forma de ficar com ela?

ZICO: Caso a criatividade não conseguisse resolver, a gente tinha alguns treinamentos de movimentação, coisas ensaiadas, como no basquete. Exemplo: a bola estava com o Leandro e com o Tita na direita. Eu e o Adílio, a gente penetrava. Se a bola não chegasse ali, a gente tinha que recuar para essa bola ser girada novamente com o Andrade, para ir pelo outro lado. Numa virada de jogo, a gente já sabia que haveria uma ultrapassagem do Lico com o Júnior Já sabia que um ia dominar e o outro, passar.

Muitas vezes o Júnior virava meia e Adílio surgia na ponta…

ZICO: Exatamente. O Mozer virava lateral-esquerdo e o Andrade, zagueiro para cobrir o Júnior. Do outro lado, o Marinho fazia lateral, e o Andrade fechava. Com o Coutinho, a gente cansou de fazer treino sobre isso. Sem bola. De ir para a Gávea e ficar só se movimentando, de um lado para outro. Era chato, mas é o tal negócio: o time tinha que jogar em bloco, porque a gente não marcava direito. Se eu saísse para ir na bola, sabia que seria driblado. Então, ía de uma forma que o adversário adiantasse um pouco a bola, para outro roubar. O Coutinho delimitava um espaço. Deu o bote, está todo mundo perto. O problema eram alguns times que viravam o jogo de uma lateral a outra. Complicava, mas não era todo time que ia arriscar.

Naquela goleada por 4 a 1 para o Palmeiras em 1979 no Maracanã foi assim?

ZICO: Ali, não. A gente estava em cima para empatar e levamos dois gols, aos 44 e 46 do segundo tempo. Ainda não tinha tanto acréscimo nem plaquinha. Bateu falta, fez o terceiro. Deu a saída, o quarto. Aquela derrota teve muita repercussão na troca do Coutinho pelo Telê (Santana, que dirigia o Palmeiras) na seleção. Mas a nossa derrota mais vergonhosa foi contra o Botafogo, da Paraíba, por 2 a 1 no Maracanã em 1980. Domingos Bosco, saudoso supervisor, era um cara espertíssimo. Depois do jogo, ele sumiu com a minha roupa e começou a dizer que o Maracanã era uma vergonha, que tinham roubado a roupa do Zico. Fez um factóide.

Os jogos com o Atlético-MG, que decidiram o Brasileiro de 80 e a vaga na semifinal da Libertadores, tinham técnica e tensão máximas. Mesmo entre companheiros de seleção, havia muitas diferenças?

ZICO: O Adílio conta uma história que mostra isso. Os dois times viajaram no mesmo avião para o jogo-extra em Goiânia e o terceiro goleiro deles tinha passado pelo Flamengo. Quando o Adílio foi cumprimentá-lo, o cara disse: “Estamos proibidos de falar com vocês.” O pior racha era entre o Jorge Valença e o Tita, eles se engalfinhavam.

O que aconteceu naquela noite em que o jogo terminou no primeiro tempo? Por que o Atlético teve quase todo o time expulso?

ZICO: Até estranhei quando o (juiz José Roberto) Wright parou o jogo e chamou os dois capitães: “Olha aqui, o primeiro que der por trás eu vou botar para fora, podem avisar seus times”. Eu fui lá, reuni o Flamengo, e o Cerezo fez o mesmo com o Atlético. Não deu cinco minutos, o Reinaldo me deu uma tesoura, eu estranhei: “Porra, não é possível”. Às vezes, o juiz fala alguma coisa, e o cara não acredita. Teve um, não sei se foi o Éder ou o Palhinha, que falou: “Tu não é (sic) homem de me botar para fora”. Aí vai lá, expulsa. Sinceramente, com pureza d’alma, em nenhum momento fiquei feliz de ter ganho daquela forma. Para quem passasse, a chance do título era muito grande. Dos 22 em campo, doze deviam ser da seleção, para que acabar daquela forma? O Flamengo não foi ajudado em nada.

Depois, vocês sofreram juntos na Copa de 82. Faltou algum rubro-negro naquela seleção?

ZICO: O Adílio era um jogador que poderia estar lá. Era muito liso. Com a bola, tinha essa coisa que falam do Messi. Quando botava no pé, era difícil de tirar. O futsal ajudou muito. Quando pegava naquele cantinho do campo, eu sabia que ele ia passar, fiz muito gol assim. A gente tinha uma jogada: quando ele entrava pela meia direita, eu acompanhava pela esquerda. Sem olhar, ele já podia dar a bola. Do outro lado, a mesma coisa. Ficava sempre paralelo a ele. Sabia que o passe vinha. O Adílio era muito rápido para levar o time da defesa para o ataque. Isso me ajudava, porque eu não precisava voltar tanto. Uma coisa completa a outra. Tem que saber do que seu companheiro é capaz e onde ele vai resolver. A gente sabia.

Fizeram vários gols assim…

ZICO: No primeiro jogo da final da Libertadores, eu venho da esquerda, o Adílio dribla pelo meio, rola a bola e eu toco no canto. Contra o Colorado tem um gol bem parecido, e outro no Botafogo, em que eu toco por cima do goleiro. É o Adílio quem vem pela direita e me dá a bola no meio. No primeiro gol lá no Uruguai (na finalíssima), é ele quem tenta fazer isso primeiro. Aí a bola sobra, o Andrade me devolve e eu faço de virada.

Fale do goleiro Raul…

ZICO: A gente brincava muito com ele: “Raul, aí só vai uma bola, mas tem que pegar”. Ele mesmo falava que não era de se jogar muito: “Se não vou pegar a bola, vou me jogar para quê?” Estava num período da carreira que não podia se desgastar tanto. Já tinha feito uma cirurgia na coluna. Tanto é que a gente chamava ele de Paletó Velho, todo amassado. Mas tinha muita personalidade.

Leandro…

ZICO: Foi o primeiro brasileiro que eu vi ser tão bom com a perna direita e com a esquerda. Era um cara que chegava no fundo e não jogava na área: te olhava e dava o passe. Sabia dar o drible, cortava para dentro e metia de esquerda. Fazia as ultrapassagens bem com Tita. E se emocionava com qualquer coisa. Na conquista da Libertadores, ele sobe no carro, faz uma loucura lá no aeroporto. Parece um torcedor. Era uma identificação muito grande que a gente tinha com a torcida, com o time e com o clube.

Júnior…

ZICO: O capacete era qualidade pura, técnica pura. Um cara que tinha um espírito de liderança muito grande, não aceitava derrota em nada. Todo mundo sabia que o desejo dele era jogar no meio, mas foi o melhor na posição que não era dele. Na verdade, jogava quase que no meio, porque havia um grande sincronismo. O Júnior armava o time ali pela esquerda, enxergava tudo.

Complete a escalação…

ZICO: Os dois zagueiros eram de muita firmeza. Bola no alto não tinha para ninguém. Antes mesmo, com o Rondinelli, era difícil de a gente tomar gol bobo. Nosso time era altamente ofensivo e não era tão vazado, ficava muito com a bola, tinha muito mais iniciativa. O Andrade era um cara de quem a bola saía limpa. Marcava e jogava, fazia gol, chegava ao ataque. Era colocação e precisão. Tinha passe e virada de jogo maravilhosos. Aí, havia o Tita e o Lico, um de cada lado. O Lico era de uma habilidade… dificilmente perdia a bola. Meu irmão (Edu) foi técnico dele no Joinville e o indicou ao Flamengo.

Por que o Lico só se firma nos 6 x 0 sobre o Botafogo, a cinco dias da final da Libertadores?

ZICO: Ele já tinha entrado no jogo anterior, no segundo tempo contra o Wilsterman (na vitória de 4 a 1 no Maracanã). Contra o Botafogo, o time começou com o Lico, aí metemos seis e encontramos o tipo de jogo que o Carpegiani queria. Liberam eu e Adílio, puxa Tita e Lico fechando o meio com Andrade, e deixa o Nunes caindo pelos dois lados. Então, tudo encaixou. Sintonia fina.

Além do grande futebol, a conquista sul-americana é lembrada pelo soco do Anselmo e pelas declarações do então presidente Dunshee de Abranches, de que foram oferecidos comprimidos de açúcar aos jogadores como se fosse doping para ter efeito emocional.

ZICO: Não tem sentido brincar com coisa séria, ainda mais o comandante. Pode ter sido um papo entre dirigentes no saguão do hotel. Claro que não chegou na gente. O negócio do Anselmo também foi muito ruim, acabou com a carreira dele. A maior porrada que a gente podia ter dado foi ganhar na bola.

Nunes não era só folclore…

ZICO: Pelo contrário. Vi poucos jogadores com a movimentação dele, de um lado para o outro para receber a bola. Chutava muito bem, tinha uma firmeza grande com as duas pernas. Eu dizia a ele que não precisava sair da área, nada de tabela: “A bola vai chegar, não se preocupa, só se posiciona. Quando eu pego a bola, fica atento que a primeira pessoa que eu olho é você. E quando for lá pelos cantos, mete para trás que tem eu e o Adílio entrando.” Ele entendeu bem, sabia o que tinha o que fazer.

No primeiro gol em Tóquio, ele vem roubar bola na intermediária e o time troca passes até dar tempo de você deixá-lo livre…

ZICO: Eu já tinha visto que ele estava lá. Quando pego a bola, a primeira pessoa que eu olho é o centroavante, sempre foi assim. É o cara mais perto do gol. Tem que matar logo. Só que às vezes eles perdiam e eu tinha que fazer o gol também. Mas o Nunes nunca foi de perder muito gol. Para aproveitar as chances, primeiro é preciso estar bem treinado. Depois, você tem que ser mais rápido, saber que, quanto menos toques na área, melhor para não deixar o goleiro se armar.

Seu gol contra o Grêmio na final de 1982 não ensina isso?

ZICO: Considero aquele um dos gols mais importantes. Domino, ela quica, e tum… Às vezes, você ajeita demais e perde tempo. Se não pudesse dar só um toque, tinha que dar dois mais rápido. Meus gols eram quase sempre com dois toques. O goleiro estava chegando, estava saindo… aprendi com o Antunes. Treinava muito isso: dominar com uma perna e bater com a outra.

Por usar cabelo parecido com o seu e querer vestir a 10, o Tita não tinha certa fixação contigo?

ZICO: Não era comigo, era a camisa 10. Era o desejo dele. Se soubesse disso bem antes, não teria problema. Joguei com a 7, 8, 9, 11… Ele ficava chateado só quando eu não jogava. Aí, os caras passaram a brincar. O Reinaldo era fogo. Uma vez na Itália, ele chegou para o Coutinho: “Quem vai entrar no lugar do Zico sou eu? Então quem vai jogar com a dez sou eu”. Só para implicar, para mexer, coisa de garoto, mas é o tal negócio. Por isso, o Tita acabou perdendo a chance da seleção. Ele fez dois gols contra a Venezuela, de repente, todo mundo se assustou, a gente jogando junto no Flamengo, e ele: “Eu quero jogar no meio.” Aí, o Telê ficou pau da vida. Com ele, e era uma vez só. Depois o Tita viu que foi desnecessário. Você podia tabelar com o Tita, porque a bola vinha redonda, era um dos jogadores que mais tinha técnica, sabia dominar, passar com as duas pernas, cabecear. Era muito bom em todos os fundamentos.

O mesmo Coutinho que preferiu a força do Chicão à técnica do Falcão em 1978 foi quem começou a fazer do Flamengo uma obra de arte. Como os conceitos dele foram se transformando?

ZICO: Primeiro, o Coutinho era muito ligado com negócio de Copa do Mundo, de Holanda e o cacete a quatro. Queria que a gente jogasse igual na seleção e perdeu um pouco a essência do Brasil. Uma vez, fomos jogar contra a seleção do Paraná antes da Copa. O Edu estava lá e virou: “Porra, vocês estão robotizados dentro do campo, ninguém cria nada, nem parece o Brasil”. Na Copa, quando o Coutinho me tirou, não teve problema, falei o que tinha a dizer e me pus à disposição, tanto que voltei. Nunca fui de tomar satisfação com treinador, só disse que o presidente da confederação não precisava anunciar a todos antes de ele falar para mim. Voltei para o Flamengo, acabou, boto uma pedra. A morte dele foi muito dura, a gente tinha uma amizade muito grande. Ele voltou dos EUA dizendo que o Flamengo seria campeão da Libertadores, e a gente foi. Era um cara que confiava no nosso time, então foi um trauma do cacete para todos. Ele foi um dos responsáveis pela montagem daquela equipe e pela forma de jogar. Todos reconheciam isso.

O trabalho tinha uma orientação multidisciplinar?

ZICO: Havia duas modalidades que o Coutinho usava muito, a primeira era a posse de bola do basquete. Lá, os caras têm 24 segundos para arremessar. No futebol, você não tem tempo para chutar em gol. Se puder chegar em cinco segundos, ótimo. Senão, fica com a bola. A bola é ouro. Então, você não vai dar o ouro para o bandido. A outra que era do boxe, do pugilista, que dá uma porrada. Se o cara bambeou, dá a segunda, se puder dá a terceira, derruba logo. Se deixa o cara respirar, ele levanta, mete a faca no seu peito, já era. Nosso time fazia um gol, e corria para tentar decidir logo.

O Flamengo à época era uma potência olímpica…

ZICO: O trabalho integrado nos ajudava muito. Quando me machucava, sempre fazia minha recuperação com o pessoal da natação. Tinha o basquete, atletismo, tiro, o pessoal da bocha… O conhecimento circulava pelo clube.

Entre a goleada no Botafogo e o título sul-americano, o Flamengo fez seis jogos em 15 dias. Como o time ganhou essa maratona?

ZICO: Foi ali que o Francalacci (preparador físico) criou o famoso pijama trainning, aquela coisa de você jogar, dormir, se alimentar e jogar. Ganhando títulos, gratificações e tendo tantas alegrias, todo mundo via que, se fizesse aquilo, o time só ia se dar vem. A gente tinha prazer de estar jogando sempre, de estar todo mundo junto, se cuidando. Por conta da reforma no gramado, treinamos no campo dois (soçaite, de areia) por uns cinco meses naquela época. Como o time jogava muito, era só recuperação e dois toques. A gente ganhou a Libertadores e foi jogar com o Volta Redonda.

Pelé foi ao Maracanã no jogo contra o Cobreloa. Ele tinha um olhar generoso para você?

ZICO: Nunca foi generoso como se tornou depois que eu parei. Sempre muito crítico, disse coisas que machucaram. Quando fui para o Udinese, deu entrevista dizendo que eu não era jogador para dar certo na Itália. Na época, respondi que “da boca do Pelé e de bunda de neném, ninguém sabe o que vem”. Mas para quê lembrar agora? A contribuição dele está acima disso tudo. O Pelé foi o maior de todos. Na primeira vez que o enfrentei, num empate em 0 a 0 no Pacaembu, passei o jogo todo olhando para ele. Quando jogamos juntos (num amistoso contra o Atlético-MG), deu para a gente tabelar, mas ele pipocou para bater o pênalti. (risos)

Quem foi melhor que você?

ZICO: Entre os maiores que vi, ponho Pelé, Garrincha, Maradona, Cruyff e Beckenbauer.

Destino marcante, o Japão é o lugar em que você foi mais longe?

ZICO: São coisas da vida. Lembro que a gente chegou lá às duas da tarde na véspera do jogo, aquele fuso ferrado. Acordei às seis e pouco e fiquei esperando o café. A Sandra estava comigo no quarto. Depois do café, acho que a gente ainda namorou um pouco. Hoje, já posso falar isso. No treino da véspera, eles chegaram depois, todo mundo estranhou aquele campo amarelo, mas não tinha buraco, era uma grama baixinha. A gente tinha muita informação do Liverpool, e eles não procuram nenhuma nossa, acho que isso fez diferença. Normalmente, a gente fazia a corrente no vestiário, mas daquela vez fizemos ali embaixo, antes de entrar em campo. Como os dois times estavam juntos, os ingleses pararam para olhar, mas não teve desprezo nem nada. A gente é que usou aquilo para se motivar, dizendo que eles estavam debochando da nossa reza.

Nos primórdios do marketing, por que sua camisa, em campanhas anteriores ao Mundial, era a única que tinha tarja para cobrir a marca da Adidas?

ZICO: Eu era patrocinado pela Silze. São certos problemas de relacionamento que você se aborrece. Depois, vi que estava errado, e o contrato foi modificado. Tinha também a questão do 13º salário, que vinha incluído nas luvas e era contra lei. Por orientação da diretoria, todos os jogadores tiveram que entrar na Justiça, e o Flamengo passou a pagar.

O Rio e o futebol profissional estavam se transformando…

ZICO: Em 1981, já morava na Barra. Casei em 1975, fui morar na Rua do Matoso até 1977. Para ir treinar, saía de casa, entrava na Haddock Lobo, pegava a Paulo de Frontin e estava na Gávea. Dez minutos na ida e na volta. Quando começou aquela coisa do Metrô, parecia que havia um terremoto no apartamento. Levava 40 minutos no mesmo percurso. Teve um dia que peguei um trânsito do caramba, fiquei irritado e liguei pra Sandra: “Não aguento mais, vamos ver um apartamento na Zona Sul.” Já tinha comprado cobertura na Barra, mas só ficava pronta em 1978.

Virou garoto de Ipanema?

ZICO: Foi uma merda, consegui alugar um três quartos num dos melhores pontos: Prudente de Morais, quase esquina com Garcia D’Ávila, do lado da praia. Minha mulher descia, ia passear com as crianças, andava tudo a pé. Quando ficou pronto, não queria mais ir embora. Na Barra, foi a única vez que fui síndico na vida, porque era o único morador. Aí, falei para o vigia que morava em baixo: “O síndico, vai ser você.” Ainda estava na faculdade, minha mulher com dois filhos, fiz uma maluquice do caramba. Saía da Gávea às cinco da tarde, ía pra Realengo estudar, para depois voltar.

Seus filhos nasceram juntos com as maiores conquistas….

ZICO: O Júnior é de 1977, e o Bruno, de 1978. A diferença é de um ano e um dia. Era o único mês que eu passava inteiro em casa. Fazia em janeiro, nascia em outubro, nossas férias, pô. O Thiago é que nasceu em janeiro, foi (feito) na Copa de 1982.

Qual era o lugar do jogador na sociedade?

ZICO: Jogador não saía em coluna social, não era celebridade, mas já era vigiado. Às vezes, saía que eu tinha bebido uma cerveja a mais. Como a gente estava ganhando sempre, então toda hora tinha festa, mas boate não era a minha. Eu ia muito no restaurante do Mário, no Leblon. Foi ali que eu vi o Djavan surgir. A gente ia a teatro, muito show no Canecão, assistia a todas as atrações internacionais.

Trinta anos depois, o que guarda de mais valioso?

ZICO: O que fica é ter ajudado o meu clube de coração a ganhar o título mais importante de sua história. Antes de tudo, eu era um torcedor. Não entrei no clube para ser profissional, mas para jogar bola pelo Flamengo, que era o meu time. O título é um filme que passa, mas não fico pensando, nem revendo os jogos. Não tem essa de que foi ontem, já faz tempo pra caramba, muita coisa já aconteceu com todos nós depois disso. Só lamento que a gente tenha sido campeão tão longe do nosso torcedor. No Maracanã, gostava de ouvir quando eles cantavam “Oh, meu Mengão”. Quando chegava naquela parte “conte comigo Mengão, acima de tudo rubro-negro”, a gente tinha que fazer um gol. O Cerezo brincava comigo que o jogo já começava 1 a 0 para gente, porque enquanto a torcida do Atlético-MG ainda cantava “é canja, é canja, é canja de galinha”, a nossa estava no “Bumbum, paticumbum, prugurundum”.

Ainda falta alguma coisa?

ZICO: Voltar a jogar no Maracanã. Já que o Brasil não vai passar por lá antes da final da Copa, eu quero ir com o Iraque.


Exagero nos gastos

Cuidado gente!

Mesmo fora do futebol, o Duke tem verdades verdadeiras, como essa:DUKENo Super Notícia de hoje


Mea-culpa, culpados e incaultos!

Onde a imprensa tem culpa

Perguntam-me o que estou achando das contratações e dispensas dos nossos times nos preparativos para a temporada de 2012. A resposta é a mesma de sempre: dos que estão chegando, só depois de, no mínimo, cinco jogos consecutivos. Dos que estão indo, as explicações são simples: não renderam o que se esperava ou estão com a data de validade vencida.

Bula

Mas há máximas que não podem ser desprezadas de forma alguma pelos dirigentes responsáveis pelas degolas e contratações, como: não se dispensa um elenco inteiro, por pior que tenha sido a campanha anterior; não se contrata sem informações minuciosas, de diferentes fontes, sobre o jogador pretendido.

Picaretagem

O futebol está cada dia mais recheado de empresários inescrupulosos, picaretas que dominam a cena e têm jogadores de todas as idades, todas as posições e de todas as partes do mundo. Empurram promessas, foguetes molhados e ex-jogadores em atividade aos clubes dirigidos por incautos ou desonestos.

Errantes

Há dirigentes que erram de boa fé e na ânsia de dar boas notícias à sua torcida, caem em grandes contos do vigário. Outros, querem levar vantagem, custe o que custar, e mesmo sabendo que o clube está está entrando numa fria, contratam, pois trata-se de um bom negócio pessoal.

Dificuldade

Distinguir uma coisa da outra; um safado de um bem intencionado, não é fácil, especialmente porque é gente demais para buzinar informações e palpites na cabeça de quem tem o poder de decidir e mandar contratar ou não. Os melhores dirigentes são os que sabem conciliar a gestão administrativa com a montagem do time. Essas ações estão diretamente ligadas ao sucesso ou fracasso ao fim de cada temporada.

Hora certa

É este período, de “entressafra” e férias, o mais importante de qualquer clube. As decisões dos dirigentes em suas opções de contratações e dispensas vão influir diretamente na performance de cada clube em 2012.

As choradeiras, desesperos, euforias e comemorações são arquitetadas agora; e exemplos passados e recentes não faltam.

Atlético, Cruzeiro e América penaram no Brasileiro 2011 porque erraram em suas opções.

Uma ressalva

Sempre com a ressalva de que o América não tinha os recursos financeiros da dupla mais famosa, a cartolagem errou demais na virada de 2010 para 2011. E é importante assumir que esses erros contam, em grande parte dos casos, talvez maioria, com a complacência nossa, da imprensa. Por erro mesmo, ou por outros interesses que infelizmente existem, a cartolagem leva menos porradas que deveria.

Mea-culpa

Da minha parte, sobre as atuais mexidas, se fosse dirigente do Cruzeiro, eu não teria deixado o Fabrício sair. Trata-se de um “cavalo cansado”, mas ainda útil demais ao plantel azul. No Galo, Richarlysson e Guilherme deveriam ser usados como “moeda de troca”, pois não se encaixaram ao perfil alvinegro. No América, a aposta deveria ser na excelente base que o clube tem; inclusive no treinador.

DUKE

E faço minhas a imagem e palavras do Duke, hoje, no Super Notícia!

* Minha coluna de amanhã, no Super Notícia!


Galo 5 x 2 Cruzeiro

CMDRecebi e publico, na íntegra, do amigo Betinho do Banco do Brasil, de Conceição do Mato Dentro.

Sem alterar uma vírgula:

CHICO MAIA,

COMO TODO ANO, AÍ VAI MAIS UMA FICHA DO RAPOGALO DA AABB AQUI DE CONCEIÇÃO, E É CLARO COM MAIS UMA VITÓRIA DO GALO!!!

DA-LHE CHICO, ABRAÇÃO!!!

BETO CACI                   

XVI   RAPOGALO DA AABB                      

Atlético   5   x   2   Cruzeiro

Local: AABB

Data: 18.12.2011

Arbitragem: Leonardo Sérgio Moreira Lima

Auxiliares: Tité e Carlinhos Tchok

Gols: Jordane(2), Marcinho, Dudu e Nandinho (Galo) e Warley e Ricardo Canal (Cruzeiro)

Times: Galo:

Felipe, Edvar(Jaime Jr.), Renato RCD(Joubert),Cabo Jr. e Rafael Heleno; Jordane, Ivan(Nandinho), Dudu e Paulinho(Lúcio); Marcinho e Beto Caci(Renato Biscoito).

Cruzeiro:

Samuel, Jorginho(John Lenon), Bebeto, Pezão e Nardinho(Heleno); Bolão, Tadeu(Ricardo Canal), Tatão(Juninho) e Jefinho(Antônio); Digão e Warley(Lobão)


Os royalties do minério e uma pergunta simples: para que serve o IPHAN ?

Agradeço e destaco comentário do Mauro Werkema, um dos expoentes da cultura, turismo e desenvolvimento humano de Minas Gerais, que escreveu:

“Prezado Chico Maia:

Justa e oportuna a lembrança da campanha do José Fernando Aparecido de Oliveira como responsável pela retomada e ampliação da questão do insignificantes royalties pagos pela mineração. O Governo fica com míseros 0,26 centados de cada tonelada de minério retirada. E hoje a tonelada de minério de ferro é vendida a U$ 150. E era pouco mais de US$ 40, em 2001. O rolyalty, fixado por lei em 2%, está reduzido, no pagamento final, a 1,2% por artimanhas das mineradoras. E os municípios mineradores arcam com a questão ambiental, o crescimento urbano e populacional, a prestação de serviços de saúde e outros. E, além do mais, esta é a maior riqueza de Minas, que hoje engorda grandes empresas que não têm qualquer compromisso com o Estado. Devemos ao José Fernando, com coragem, ousadia e até repressões pessoais, que hoje se exercem sobre ele, ter colocado esta questão em debate público. Mas, até hoje, infelizmente, sem qualquer medida corretiva.”

Mauro Werkema

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Para reavivar a memória de todos, mais uma foto feita por mim sobre as montanhas de Minas e o arraso que as mineradoras promovem a custo quase zero para elas nessa questão dos royalties:

MINERACAO

Região pouco depois de Nova Lima a caminho de Juiz de Fora

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A propósito, dentro desse tema, agradeço também ao Raff Catalan, que enviou um vídeo-denúncia, muito interessante, sobre o processo de destruição da cidade de Conceição do Mato Dentro, em função da incompetência e omissão das autoridades locais, estaduais e federais, além da ação devastadora e incontrolável da mineradora que está se instalando lá. Começou com o Eike Batista (MMX) que a negociou com a Anglo American.

Dê uma olhada nesse vídeo:

“Passeando por Conceição do Mato Dentro – MG”

http://youtu.be/KJNHFLBSPeE

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E esta é a primeira visão que o visitante tem, quando entra em Conceição:

CMD

Tomara que este casarão resista às chuvas dessa virada de ano.

E pergunto: para que serve o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN ?

No site da instituição diz que “… foi criado em 13 de janeiro de 1937 pela Lei nº 378, no governo de Getúlio Vargas … 

… organismo federal de proteção ao patrimônio… confiada a intelectuais e artistas brasileiros ligados ao movimento modernista. Era o início do despertar de uma vontade que datava do século XVII em proteger os monumentos históricos…”

* http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaSecao.do?id=11175&retorno=paginaIphan


Jogo beneficente do Neymar

Terça-feira tem jogo beneficente em Sete Lagoas, 20 horas, na Arena do Jacaré.

Amigos do Mancini x Amigos do Neymar

Os “amigos” do Neymar jogaram ontem em Salvador-BA, também “beneficente”.

Veja detalhes de toda essa beneficência, publicados pelo caderno de esportes da Folha de S. Paulo de hoje: 

 * “Em jogo beneficente, Neymar ganha cachê de R$ 200 mil”

NELSON BARROS NETO
DE SÃO PAULO

Dois dias após chegar de uma viagem de aproximadamente 25 horas do Japão, onde perdeu o Mundial para o Barcelona, o atacante Neymar, 19, disputou uma partida de final de ano na Bahia.

“Hoje [ontem], o mais importante aqui é ajudar a quem precisa, fazer o povo de Salvador feliz. É muito bom ser solidário”, disse em meio à gritaria das Neymarzetes, responsáveis por não deixar o estádio de Pituaçu vazio numa tarde de quinta-feira (e com transmissão do Sportv) -dos 32 mil lugares, menos de 5.000 foram ocupados.

O ingresso custou R$ 25, mais um quilo de alimento. Porém, se a comida arrecadada foi para um projeto social do governo baiano, a única instituição beneficiada com parte da renda pertence ao meia Deco, do Fluminense, em Indaiatuba (SP).

E, embora a assessoria do evento negue, Neymar recebeu um cachê para participar do jogo. Empresário que costurou o contrato revela que o valor chegou a R$ 200 mil.

Segundo o estafe do santista, trata-se de “assunto dele” e fruto de acordo comercial que envolve outros negócios do pai com a HWT Promoções Esportivas, marca que estampou o uniforme de todos os atletas em campo.

Fundada em 2010, em São Paulo, a HWT anuncia fazer “assessoria de jogadores, desenvolvimento de carreiras e captação de patrocínios”.

Chegou a pensar em vender cada cota de publicidade por R$ 3 milhões. Depois, reduziu para cerca de R$ 400 mil, mas terminou sem conseguir convencer qualquer empresa privada a investir.

Além dos R$ 200 mil de Neymar, a HWT gastou mais R$ 300 mil entre despesas com transporte, hospedagem, material promocional e equipe de serviços.

Para completar, a jogadora Marta, eleita cinco vezes melhor do mundo e única mulher no gramado, perdeu o voo de Maceió para Salvador. A organização, então, fretou um jatinho e ela apareceu no segundo tempo.

A assessoria esportiva Antoniu’s, de Salvador, entrou com as peças que faltavam para a equipe reserva, um combinado local.

O time de Neymar, repleto de nomes conhecidos no futebol, como Elano, Rincón, D’Alessandro e Vagner Love, venceu por 6 a 4. Neymar pai foi o treinador. Durante o jogo, o ídolo santista cavou dois pênaltis e fez um único gol.

neymar


Feliz Natal!

Amigos,

retribuo aqui a todas as mensagens de boas festas que estão chegando e desejo um ótimo Natal a todos.

Se for dirigir, dentro da cidade ou nas estradas, muita calma e todos os cuidados.

Devagar e sempre!

ChargeSuper-09-12-11

 

E pegando essa carona do Duke!


Contagem regressiva para o Independência e Mineirão

Nessa história toda, a diretoria do América é que merece ser homenageada com uma placa pela sua competência em negociar a cessão do Independência.

O que seria apenas uma reforma básica, obra “meia-boca” virou um estádio novo, moderno e o mais importante: mais uma fonte de renda para o Coelho, sem nenhum risco, sem nenhum custo mensal.

Atlético e Cruzeiro, donos das maiores torcidas, vão continuar reféns do governo e administradores privados. 

Notícias enviadas pela Assessoria de Imprensa da Secopa sobre os nossos principais estádios:

* “Secretário Sergio Barroso recebe conselheiros do América no Independência Belo Horizonte” 

O secretário de Estado Extraordinário da Copa (Secopa), Sergio Barroso, recebeu um grupo de conselheiros do América em visita ao estádio Independência, na tarde de quinta-feira.

Estiveram presentes o presidente e o integrante do conselho de administração do clube, Afonso Celso Raso e Marcus Salum, respectivamente, além de vários torcedores do Coelho.

Na ocasião, os convidados tiveram a oportunidade de conhecer os avanços das obras de modernização do estádio. “O Governo do estado, olhando para o futuro, acredita na importancia de se profissionalizar a gestão dos estádios de futebol. A parceira com o América vai permitir que os resultados sejam maximizados para que o torcedor seja a parte mais beneficiada com a entrega do novo Independência”, ressaltou Barroso. Salum reiterou o compromisso do clube. “O governo de Minas Gerais está de parabéns. Tenho certeza de que o torcedor mineiro será bem atendido. O América e o governo confiam mutuamente no projeto do novo independência. O América vai fazer de tudo pela satisfação do torcedor”, disse. O novo Independência tem previsão de entrega em fevereiro de 2012.

Cerca de 600 operários trabalham hoje na obra. Foram concluídos já os trabalhos de fundação e contenções dos prédios de serviço e arquibancada, da montagem da cobertura das ruas Ismênia e Pitangui, dos arrimos e contenções, e de plantio e drenagem da grama. Cerca de 90% da vedação e alvenaria dos prédios e das arquibancadas foram feitos e 80% dos guarda-corpos foram instalados.

O estádio terá capacidade para 25 mil pessoas assentadas, estacionamento com 422 vagas, seis portões de acesso, duas torres de serviços para abrigar bares, centro de comando, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Os vestiários terão área ampliada e haverá ainda um auditório para entrevistas coletivas.

A imprensa de rádio e TV contará com 18 cabines e a escrita terá 72 estações de trabalhos. Os camarotes e áreas VIP´s terão capacidade para 2.225 pessoas.

america

Marcus Vinícius Salum, integrante do Conselho Administrativo do América, Sergio Barroso e Afonso Celso Raso, presidente do Conselho Administrativo do América.

Foto: Bruno Sales/Secopa

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A um ano do fim das obras

Falta um ano para o fim das obras de modernização do Mineirão. O novo estádio estará pronto em 21 de dezembro de 2012 para realização do calendário esportivo de 2013 em diante.

A nova arena multiuso será palco de duas grandes competições internacionais: a Copa das Confederações da FIFA, em 2013, com três jogos, e a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, com seis partidas. “A reabertura do estádio vai representar um momento histórico em Minas Gerais. Isso porque o Mineirão é um dos templos mais sagrados do futebol brasileiro, bem como será uma das arenas mais modernas do país.

Sua memória estará preservada tanto no coração do torcedor, como também no futuro museu dedicado ao futebol, que vai abrigar a história dos maiores espetáculos e protagonistas dessa paixão nacional”, diz o secretário Sergio Barroso.

Para o diretor-presidente da empresa Minas Arena, empresa responsável pelas obras do estádio e posterior operação, o momento é de orgulho. “Trabalhamos muito em 2011 para que o empreendimento seja executado conforme o previsto. Falta pouco para podermos unir a tradição dos belo-horizontinos a um estádio moderno. Tenho certeza de que o Mineirão será motivo de alegria e orgulho para todos”, diz Ricardo Barra. Inaugurado em 1965, o estádio começou a ser modernizado em janeiro de 2010.

Atualmente, as obras encontram-se na terceira e última etapa. Foram concluídas várias intervenções nesse período, mantendo a fachada como um dos bens tombados pelo Patrimônio Histórico. Entre as obras de maior destaque estão o rebaixamento do campo em 3,4 metros, a conclusão das demolições estabelecidas nas áreas interna e externa e a doação do gramado e cadeiras. O trabalho de fundação nas áreas externas e internas também está na reta final. 

O novo estádio terá 64 mil lugares com 100% de visibilidade. Parte deles estará concentrada na nova arquibancada inferior, que vai aproximar o torcedor do campo. Cerca de 15% de sua estrutura já foi construída.

Na parte externa, uma esplanada de 80 mil m2 toma forma a cada dia. Será um espaço para a prática de lazer com capacidade para 65 mil pessoas. Vinte e cinco por cento das peças pré-moldadas da esplanada já foram instaladas.

Atualmente 1.500 operários trabalham na obra. Todos são devidamente capacitados. Entre eles há desde detentos a um time feminino de operárias. Um dos melhores exemplos de inclusão social é o curso de alfabetização oferecido aos empregados dentro do estádio. A reforma é modelo no país de iniciativa ambientalmente sustentável.

Uma das metas da obra é obter o selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). Para isso, o novo estádio já prioriza padrões, ferramentas e procedimentos aceitos e entendidos internacionalmente como ecologicamente corretos. Desde o início das obras, em 2010, o Mineirão tem contratado um serviço de consultoria LEED, habilitado a acompanhar a obra e realizar o controle dos processos e registro rigoroso dos documentos exigidos para a certificação. O procedimento permite o controle de execução das práticas sustentáveis junto ao conselho do Green Building Council Institute (GBCI), organização com sede nos Estados Unidos que confere a certificação. 

Fotos: Sylvio CoutinhoANTES_2011-12-20_11_33_14

 Antes: Vista interna do Mineirão, em outubro de 2010

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Depois: Vista interna do Mineirão, em dezembro de 2011

Fonte: Assessoria de Comunicação

Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa)