Muitos companheiros de imprensa iniciaram este ritual da volta domingo mesmo, logo após a derrota nos pênaltis para o Paraguai.
É muito interessante essa logística em qualquer evento cujo mata-mata define quem prossegue na disputa e quem volta para casa.
Quase 100% de quem estava aqui já tinha feito reservas de hotel em Mendoza, onde o Brasil jogaria contra a Venezuela, caso passasse às semifinais. E ninguém acreditava numa eliminação. Aliás, nunca acreditamos. De modo geral, brasileiro pensa que a seleção é imbatível. Nas duas últimas Copas do Mundo foi assim. Ano passado, quem estava em Port Elizabeth, na África do Sul, fazia planos para o jogo em Cape Town, mas a Holanda, foi mais competente e viajou para lá, onde eliminou o Uruguai e chegou às finais.
Em 2006 foi a França quem obrigou a brasileirada a mudar de rumos, com o show de Zidane e cia., também pelas quartas de final, em Frankfurt. E Munique recebeu franceses e portugueses para uma das semifinais, enquanto a família verde e amarela voltava para casa ou fazia turismo pela Europa.
Os argentinos continuam fazendo mais barulho pela eliminação deles, sábado, e com razão: 19 anos sem um título, e eliminação precoce dentro de casa. A imprensa pede a cabeça do técnico Sérgio Batista, que, mantendo a sua postura fria, diz que nem pensa em entregar o cargo. O todo poderoso Julio Grondona, presidente da AFA, também não fala em mudar de técnico, mas quer que Batista não convoque mais alguns jogadores, cujos nomes não revela.
Por mais incrível que pareça surgiram “viúvas” do Dunga, que se manifestaram no Brasil. Inimaginável! Mano Menezes tem os seus defeitos, mas é um treinador de futebol; Dunga não!
O atual comandante enfrenta as ondas naturais de se perder um título, como o Mineiro, mas a CBF já adiantou que ele vai continuar dando as cartas.
Seu trabalho continuará sendo testado em amistosos. Só cai se a seleção continuar empatando ou perdendo. Aí, entra Muricy.
Por causa da surpresa e por ser a seleção mais frágil do futebol Sul-Americano, a Venezuela passou a contar com a maioria da torcida argentina, mas continua desacreditada, como na primeira fase e nas quartas de final.
Ao mesmo tempo o treinador da “Vino Tinto” é sério candidato ao título de “Mala sem alça” da Copa América. Um chato!
Porém, bom de serviço, pois levou seu time à melhor campanha da história venezuelana.
A saída de Brasil e Argentina influenciou até no planejamento de atendimento aos jornalistas pelo comitê organizador da Copa América. O sempre tumultuado Centro de Imprensa de Buenos Aires deu lugar a um ambiente tranquilo, com espaço sobrando nas bancadas de trabalho. As enormes filas para a retirada dos tickets para o jogo do dia seguinte, não existem mais.
Há tribunas à vontade para quem quiser cobrir Uruguai x Peru, em La Plata.
A TV argentina dedicou grandes espaços à história de grande quantidade de pênaltis perdidos em um jogo. A façanha de Thiago Silva, Elano, André Santos e Fred só é comparada com a de Schiavi, Cascini, Burdisso e Cangele, que também perderam quatro cobranças para o Boca Juniors, em 2004, na perda do título da Libertadores para o Once Caldas, em Manizales.
O goleiro colombiano, Henao, foi o herói do jogo, defendendo duas cobranças.
Mesmo com chuva e tráfego intenso, o trânsito em Buenos Aires flui bem em horários de pico. O respeito às regras é uma marca dos condutores argentinos; claro, que, com exceções.
Mas, até ciclista aqui respeita sinal vermelho, coisa que nunca vi no Brasil.