Num gesto gentil, discreto e rápido, Sorin impediu que o rapaz, com os olhos cheios de lágrimas, se ajoelhasse. O jovem tremia, chorava e dizia não estar acreditando naquilo que estava vivendo naquele momento.
A cena fez lembrar os antigos filmes épicos que narram passagens bíblicas, por onde Jesus Cristo passava ou algum futuro canonizado se convertia ao cristianismo.
Sim senhores, eu vi isso, a menos de dois metros de mim, junto de mais uma dezena de testemunhas que foram se transformando em centenas, à medida que as pessoas ficavam sabendo que o craque argentino, ídolo do Cruzeiro estava ali, jantando, em uma churrascaria de Montes Claros.
Até Raul Plasman ficou tocado pela cena. Não por ser novidade, já que ele próprio já foi alvo de cenas semelhantes, nos anos 1960/70/80, mas pelo fato do futebol brasileiro ter cada vez menos ídolos que provoquem reações como essas; Minas principalmente.
A última vez que vi isso o alvo foi o atleticano Reinaldo, no início dos anos 1980.
Importante ressaltar o carinho e boa vontade do ex-lateral cruzeirense com este e todos os torcedores que o abordaram, em todos os lugares da cidade.
Dono de um carisma raro, Sorin é sabedor da importância e responsabilidade de um ídolo eterno como ele, em ser paciente e gentil com o público. Grande ser humano!
O ex-atacante Euller estava na mesma mesa e certamente vai levar mais essa história para discussão no curso de Psicologia no Esporte, que está fazendo em São Paulo, na sua preparação para se tornar treinador ou executivo do futebol em futuro próximo.
Este fato ocorreu por volta da meia noite dessa terça para quarta-feira, durante a confraternização entre os organizadores e convidados do “Troféu Bola”, em sua 10ª edição, uma promoção exemplar realizada anualmente, que premia os destaques do esporte do Norte de Minas, em todas as categorias, modalidades e funções. Criada pelo ex-jogador Denarte D’Ávila, realizada por ele e pela Unimontes, com a fundamental ajuda da imprensa de Montes Claros e região.
O mais interessante é que são homenageados, de jovens promessas em algum esporte, de 10 anos de idade, a guerreiros que já cumpriram sua missão na prática ou ensino do esporte, e que hoje são lembrados como exemplos. Uma senhora, na faixa dos 90 anos, torcedora símbolo do Ateneu, recebeu o seu troféu, sentada em sua cadeira de rodas, aplaudida por mais de mil pessoas que lotavam o salão do Automóvel Clube da cidade. Foi colaboradora do clube, décadas passadas, lavando o uniforme alvinegro.
Volto à lembrança da cena com o Sorin, para realçar a importância e o perigo que o futebol representa. Ao mesmo tempo que é paixão cega; costuma ser pano de fundo para marginais se juntarem em gangs e promoverem badernas e mortes como temos visto de forma crescente em todos os estados do Brasil.
Um problema mal conduzido por autoridades e imprensa, que insistimos em chamar essas gangs, de “torcidas organizadas”.
Na confratenização após a entrega do Troféu Bola Cheia, da esquerda para a direita, jornalistas Leo Maciel e Christiano Jilvan, Sorin, Euller, CM e o também jornalista e radialista Rubem Ribeiro, o “Rubão”.
Outro campeão de simpatia, o ex-goleiro Raul, entregando o Troféu Bola Cheia à D. Zu, torcedora símbolo do futsal de Moc, em foto do blog do jornalista e professor de Educação Física Heberth Halley.
Um dos momentos mais marcantes da festa: D. Albertina, torcedora símbolo do Ateneu, recebendo a sua homenagem das mãos do Sorin. De pé, à direita, Denarte D”Avila, o grande idealizador do Troféu Bola Cheia.
* Mais detalhes e mais fotos no: http://bolaprafrentemoc.blogspot.com.br/2012/03/noite-de-gala-na-10-edicao-do-trofeu.html
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