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Política partidária provoca troca de porradas verbais entre figurões da imprensa

Como diria o Ísio Duflles, ex-presidente do Ginástico Clube: “neste meio não virgem em puteiro”. A única certeza que tenho é que não se trata de uma discussão ideológica, já que ideologia política no Brasil foi pro espaço há muitas décadas.

Notícia da Folha de S. Paulo:

* “Comentaristas da mídia trocam farpas após ofensas a Dilma”

Os xingamentos à presidente Dilma na abertura da Copa descambaram em ataques entre comentaristas da mídia brasileira.

O jornalista José Trajano, da ESPN, disse nesse canal que os autores dos xingamentos tinham “como gurus gente que só semeia o ódio e a inveja, como Demétrio Magnoli, Augusto Nunes, Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo”.

No seu blog no site da revista “Veja”, Reinaldo reagiu escrevendo que “jornalista que chama Dilma de ‘presidenta’ se define de saída e de joelhos”.
Ele diz que já tinha sido avisado que a ESPN era “uma espécie de gaiola das loucas do lulo-esquerdismo”.

Depois disso, após a vitória do Uruguai sobre a Inglaterra nesta quinta, Trajano desistiu de falar ao vivo de dentro do Itaquerão, pois torcedores ao redor gritavam “Trajano vendido”.

À Folha ele disse ter sido chamado também de “petista de merda”, entre outras coisas. “São seguidores daqueles que disseminam o ódio. Eu não imaginava que pudesse ser tão feroz. Fazem isso quando você está trabalhando, esperam entrar ao vivo, é uma covardia.”

Sobre Reinaldo, ele critica a tentativa tanto de atacá-lo pessoalmente quanto de atingir a ESPN. “Ele quer desempregar as 500 famílias de quem trabalha na empresa? É coisa de louco. Ele não vai conseguir”, afirma.

Questionado pela Folha, em que é colunista, Reinaldo diz que só ficou sabendo que existia um Trajano, “que não o bom imperador romano”, porque foi atacado.

“A turma da ESPN lançou a tese de que a vaia de Dilma era coisa da elite branca. Os espectadores reagiram. Aí o Trajano diz que nós somos os culpados? É ridículo.”

O também colunista da Folha Demétrio Magnoli diz ser inacreditável afirmar que alguns comentaristas teriam poder de provocar a reação de um estádio. “De qualquer forma, não tenho o menor interesse pela opinião do Trajano sobre qualquer assunto, inclusive sobre futebol.”

Tanto Demétrio quanto Reinaldo dizem que o problema não é a lista de Trajano, mas a de Alberto Cantalice, vice-presidente do PT.

Na segunda, três dias após a primeira fala de Trajano, Cantalice, no site do PT, apontou nove comentaristas “propagadores do ódio”. Além dos citados por Trajano, apareciam Arnaldo Jabor, Guilherme Fiúza, Lobão, Danilo Gentili e Marcelo Madureira.

“Trajano apenas antecipou a lista negra do PT. Nunca houve lista negra de jornalistas no Brasil na vigência da democracia”, diz Reinaldo.

Para Demétrio, “essa é a notícia, não a do Trajano. Aparentemente, ele foi apenas o encarregado original de listar os inimigos da pátria”.

http://www1.folha.uol.com.br/esporte/folhanacopa/2014/06/1473956-comentaristas-da-midia-trocam-farpas-apos-ofensas-a-dilma.shtml

ABERTURA

Cena da festa de abertura no Itaquerão, uma das piores da história da Copa.


Doce de Leite Viçosa faz a alegria da seleção uruguaia

Obrigado ao Samuel Borges que enviou esta interessante notícia publicada no site do ESPN

* “Depois de ter guloseima confiscada, Uruguai recebe 39 quilos de doce de leite mineiro”

Os dias estão sendo melhores para o Uruguai. Depois de ter quilos de doce de leite confiscados na chegada ao Brasil, a Celeste recebeu um presente na última sexta-feira. Um fabricante de Minas Gerais enviou cerca de 40 quilos da guloseima no hotel da seleção, em Sete Lagoas, para superar a carga apreendida pela vigilância agropecuária.

No desembarque no aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, os produtos não tinham a documentação exigida para entrarem no país e foram retidos. Segundo a Receita Federal, eles estão guardados em uma geladeira e podem ser retirados na saída.

Em parceria com a Secretaria de Esportes de Sete Lagoas e com o chef Felipe Rangel, responsável pela cozinha uruguaia no JN resort, o Laticínio Funarbe, fabricante do doce de leite Viçosa, enviou a cortesia, para desejar mais sorte ao time de Luiz Suárez e companhia.

De acordo com Rangel, a ação da empresa caiu nas graças de toda a delegação, que só naquela noite chegou a consumir quatro quilos da sobremesa enviada.

SUAREZ

Luis Suárez, artilheiro uruguaio, esperança de mais gols contra a Itália amanhã.

A seleção uruguaia enfrentará a Itália nesta terça-feira às 13h, em Natal, na Arena das Dunas. O jogo vai definir a segunda vaga para as oitavas de final, já que a Costa Rica já se garantiu ao ganhar também a segunda partida, contra a Inglaterra.

http://espn.uol.com.br/noticia/420169_depois-de-ter-guloseima-confiscada-uruguai-recebe-39-quilos-de-doce-de-leite-mineiro


Nem quebra do ônibus em Betim tira a alegria dos holandeses

Esta turma é sensacional e faz a festa nas estradas desde a Alemanha 2006. Depois que o Brasil foi eliminado pela Holanda em 2010, nos encontramos em vários trechos da estrada de Port Elizabeth à Cidade do Cabo.

ORANJEBUS

Reportagem do Uol:

* “Ônibus de holandeses quebra em MG e traz peça da Europa para seguir viagem”

Se a Holanda está a mil por hora na Copa, o mesmo não se pode dizer da torcida –ou de parte dela. Oito holandeses que seguem a seleção em um ônibus velho ficaram pela estrada, ao menos por ora.

Depois de muito perrengue desde o último domingo (15), na noite desta sexta (20) eles esperavam uma peça chegar da Holanda para colocar o “Oranjebus” de 1980, como é chamado, de novo na rua.

Os torcedores seguiam de Salvador –onde o time goleou a Espanha– para Porto Alegre, quando uma lombada mal sinalizada deixou a trupe na mão em plena Fernão Dias, na Grande BH.

O eixo traseiro do veículo se partiu, forçando a parada. E o conserto já ganhou tom de jornada épica. Para começar, o fabricante do ônibus não existe mais. “Tentamos conseguir a peça no Brasil, mas teria que ser artesanal e iria demorar”, disse Harm Otten, 51, líder da trupe.

Uma concessionária próxima deu uma força com a mão de obra. E para conseguir o novo eixo, sorte foi chave.

“Temos no grupo uma brasileira casada com um holandês. Ele viu no Twitter sobre a quebra do ônibus e disse que poderia trazer a peça. Ele está a caminho”, disse ontem Otten, na concessionária.

A estreia do “Oranjebus” em Copas foi na Alemanha, em 2006. E o ônibus, que chegou ao Brasil de navio, já deixou o grupo na mão outras vezes, como na África.

Para a gerente da concessionária, o mais difícil foi retirar a parte quebrada, presa na engrenagem. “Precisamos desvendar como o ônibus, todo mecânico, funciona. Quatro pessoas estão no trabalho com os holandeses”, diz Desirée Calicchio, da Treviso.

Tudo é precário no ônibus de dois andares: a velocidade não passa de 65 km/h, não há ar-condicionado e os bancos originais são “meio bambos”. Para disfarçar a barulheira, só aumentando o som.

Mas nada que abale Otten: “Ele é nosso bebê”.

O veículo, todo adaptado, se tornou uma espécie de mascote da seleção. Além dos bancos, há um bar e um som potente no térreo. O chão tem grama sintética. Do deque aberto no andar de cima, os viajantes comandam a festa com outros holandeses que não encaram a estrada.

Sábado (21) o grupo espera cair na estrada rumo a São Paulo, torcendo por vitória contra o Chile na segunda.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/172228-onibus-de-holandeses-quebra-em-mg-e-traz-peca-da-europa-para-seguir-viagem.shtml


Messi resolve mais uma parada. As semelhanças entre craques de ontem e de hoje!

Como a roda do tempo é interessante e algumas coisas no futebol pouco ou nada mudam. Fui cobrir um jogo do Atlético pelo Brasileiro de 1994 em Porto Alegre. O jogo era num domingo à tarde e pela manhã o título da coluna do prestigiado Ruy Carlos Ostermann, no jornal Zero Hora, era: “Vou ver o Éder!”. O grande ponta esquerda estava iniciando o fim da carreira e a imprensa brasileira impressionada com a qualidade do futebol dele, cérebro do time comandado na época pelo Levir Culpi, que chegou à semifinal naquele ano. O professor Ostermann relembrava as antigas características do Éder e as comparava com as daquele momento, quando jogava armando, correndo pouco, dando passes perfeitos e com chutes ainda muito potentes que decidia jogos complicados. Os colegas de Éder no Atlético brincavam e diziam que ele era o “8 x 8” da equipe; que “corria” numa faixa de oito metros quadrados, e bastava isso para carregar o time nas costas.

Fui ver o Messi no Mineirão contra o Irã e lembrei-me desta coluna do grande jornalista porto-alegrense. O craque da Argentina atuou como Éder naqueles tempos.

MINEIRAOJOGO

O astro argentino jogou também à Ronaldinho Gaúcho da atualidade, sem querer muita coisa com o jogo, “ancorado” pelo lado direito do campo, enquanto o R10 “ancora” pela meia esquerda. Enquanto finge de morto, as torcidas ficam apreensivas aguardando o que sairá dos pés dele a qualquer momento, que pode mudar completamente o curso do jogo.

E não deu outra! Quando tudo se encaminhava para um frustrante empate, o baixinho marcou o gol da vitória portenha.

Os craques têm esse direito, e quando bem fisicamente, têm também o poder de evitar frustrações como as que se abateriam sobre os argentinos caso a partida tivesse terminado sem gols. O Irã se defendeu com 11. O ataque argentino não estava inspirado e só mesmo uma jogada individual para resolver. Messi fez o que costuma fazer pelo Barcelona. É o que a torcida brasileira espera do Neymar.

A arbitragem da Copa continua madrasta contra as seleções das prateleiras do meio e de baixo. O Irã teve um pênalti não apitado a seu favor, e na dúvida, o sérvio Milorad Mazic, não pensava duas vezes em decidir a favor da Argentina. Mas, ao contrário dos demais treinadores de seleções prejudicadas, que sempre polidos, contém as palavras, o português Carlos Queiroz, do Irã, desabafou: “o árbitro e Messi nos derrotaram”.

MINEIRAOSONO

Centro de Imprensa do MineirÃO está excelente e permite até uma cochilada!

MINEIRAOIRANIANOS

Entrosamento dos iranianos com os brasileiros e argentinos foi o melhor possível.

Grande jogo entre Alemanha e Gana que pareciam decidir o título da Copa, tamanha a entrega dos jogadores de lado a lado. Gana não se intimidou com o 1 a 0, virou o placar e continuou buscando mais gols. A Alemanha acordou, empatou e deu tudo que tinha para vencer, esbarrando na ótima postura defensiva africana.

Tenho dúvida se os alemães manterão essa obsessão pelo ataque quando tiverem pela frente seleções como a brasileira, argentina ou holandesa.


Nenhum "expert" da bola ao menos sonhou com a Costa Rica, nesta Copa que está derrubando todos os bolões

Entrevistado após a rodada de ontem em um dos programas do ESPN, Zico brincou: “Essa Copa já derrubou todos os bolões”. Sem dúvida, no Brasil e no mundo inteiro. Quem poderia imaginar que a Costa Rica poderia ao menos constar entre as supostas surpresas ou “sensações”? Ninguém. Nem jornalistas, nem treinadores ou jogadores de lugar nenhum do mundo. Surpresa até para os simpáticos costariquenhos! Futebol envolvente, jogadores habilidosos, time bem treinado, deu coro no Uruguai; bateu a Itália, mesmo sendo prejudicada vergonhosamente pelo árbitro chileno Enrique Osses, que não marcou um pênalti claro do zagueiro Chiellini em Campbel.

De repente, aquela que foi apontada por todos os “experts” mundiais como o grande saco de pancadas deste grupo composto por mais três campeões mundiais, foi a primeira a se classificar, mandando dois campeões de volta para casa mais cedo.

Ainda bem que o técnico italiano Cesare Prandelli é realista e sabe usar o bom senso nas palavras. Reconheceu a superioridade costariquenha na partida e que “Não se ganha taças com as glórias conquistadas no passado”.

BRYAN

Bryan Ruiz, autor do gol da Costa Rica

Mais tarde a França entrou arrasadora contra a Suíça, apontada como uma das possíveis “surpresas”, de sistema defensivo elogiadíssimo por nove entre 10 analistas nacionais e internacionais. Quase os mesmos que passaram a fazer as previsões mais pessimistas quando o atacante Ribery foi cortado por contusão. Uma goleada de cinco a dois que entra para a história das Copas, sem contestações.

FRANCA

A França faz a melhor campanha até aqui.


Marcas insuperáveis da Copa 2014: o "mico" do jornalismo, que dificilmente será batido

Senhoras e senhores,

a Copa tem algumas marcas que dificilmente serão batidas nesta edição 2014. O “maior frango”, por exemplo, será que algum outro goleiro conseguirá bater o russo Akinfeev, no jogo de estréia contra a Coreia do Sul?

Gol mais bonito: Van Persie da Holanda contra a Espanha; alguém supera?

Espanha, maior vexame dentro de campo!

Mas, o “grande mico” do jornalismo, duvido que alguém consiga superar o do Mario Sergio Conti, da Folha, Globo e Globo News: entrevistou um sósia do Felipão, acreditando que se tratasse do próprio!

Quando alguém me contou isso não acreditei, pensei que fosse gozação, já que o Conti é uma das melhores e mais experientes feras do Brasil. Um dos melhores livros que já li, “Notícias do Planalto”, é de autoria dele. Todo brasileiro deveria ler este livro para entender melhor como funciona o “negócio imprensa” no país.

Mas, li no O Tempo que aconteceu sim: o Conti caiu no conto de uma “exclusiva” com o técnico da seleção, dentro de um avião.

Como não é ligado ao futebol, deu uma de foca e agora agüenta a zoação. Aliás, em toda Copa os jornalões do país convidam figuras de fora da crônica esportiva para dar a sua visão do Mundial. Em 1998 tive a honra de conviver em alguns treinos, jogos e bares com ninguém menos que Chico Buarque, colunista convidado do “Estadão” naquela Copa.

Fantástico, que aliás completou ontem 70 anos de idade e continua recebendo todas as homenagens que merece.

Este ano o nível dos convidados caiu demais. Tanto que a repercussão do que estão escrevendo é zero, ou quase isso.

A notícia do mico do Conti, no O Tempo:

CONTI

* “ERRATA”

Colunista se desculpa por publicar entrevista com ‘falso Felipão’

Mario Segio Conti, que escreve na Folha de S. Paulo e O Globo, entrevistou sósia do treinador em vez do próprio Scolari

Em Minas Gerais, mais precisamente em Belo Horizonte, dentro do estádio Independência, o grande astro argentino Messi e companhia se divertiram com o sósia de Ronaldinho Gaúcho, que invadiu um dos treinos da seleção hermana no Horto. Enquanto uns se divertem com “cópias personificadas” de celebridades da bola, outros lamentam profundamente. Caso do colunista Mario Sergio Conti, que escreve nos sites da Folha de S. Paulo e do O Globo.

Conti caiu em uma grande pegadinha envolvendo o sósia do técnico Luiz Felipe Scolari e precisou se retratar publicamente pelo fato. No deslocamento que fez, de avião, entre Rio de Janeiro e São Paulo, o colunista bateu um papo com Vladimir Palomo – conhecido imitador de Felipão – e publicou em suas colunas a conversa que teve com o técnico de mentirinha.

No diálogo entre Mario Sergio Conti e Palomo, o sósia de Felipão chegou a falar da sua confiança nos jogadores brasileiros, aprovou os aeroportos do país e revelou sua identidade apenas quando o colunista chegou a cogitar um entrevista no programa “Diálogos”, do canal fechado GloboNews.

Os textos escritos por Conti para as duas mídias, site da Folha de S. Paulo e O Globo, foram retirados do ar. Agora, apenas uma errata em ambos os sites pode ser vista.

“Diferentemente do que foi publicado (…), o técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, não falou com o colunista Mario Sergio Conti. Quem falou ao jornalista foi um sósia do treinador, Vladimir Palomo (…) Felipão não estava em um voo do Rio para São Paulo. Ele passou o dia em Fortaleza (…). Mario Sergio Conti pede desculpas a Scolari, a Palomo e aos leitores pela confusão”, publicou à Folha em nota.

SCOLARIFAKE

http://www.otempo.com.br/superfc/copa-do-mundo/colunista-se-desculpa-por-publicar-entrevista-com-falso-felip%C3%A3o-1.867904

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O jornal Zero Hora, de Porto Alegre, entrevistou depois os envolvidos: o jornalista Mario Sergio Conti e o sósia do Felipão. Pelo que o próprio Conti informa, ele realmente caiu no maior erro que qualquer jornalista pode cair: soberba! Achar alguma coisa e não conferir se aquilo é aquilo mesmo ou apenas semelhança.

Confira:

“Após a polêmica envolvendo a entrevista com um sósia de Luiz Felipe Scolari, o jornalista Mario Sergio Conti admitiu, em entrevista por e-mail a ZH, que realmente confundiu o ator com o técnico da Seleção Brasileira. O colunista de O Globo e da Folha de S.Paulo/UOL e apresentador da Globonews conversou com o sósia Wladimir Palomo em um voo do Rio de Janeiro para São Paulo.”

O encontro foi relatado em um texto — publicado pela Folha e O Globo — com o título “Felipão sobre Neymar: ‘Se tivéssemos três como ele, a Copa seria uma tranquilidade’“. Horas depois, os veículos admitiram o erro e retiraram a matéria do ar.

Mesmo com a errata publicada pelos veículos, internautas suspeitavam que Conti poderia estar sendo irônico, já que, na matéria, o jornalista contava ter recebido um cartão de visitas com os dizeres “Vladimir [sic] Palomo — Sósia de Felipão — Eventos”. ZH conversou com o colunista e com o sósia.

Entrevista: Mario Sergio Conti
“Não afetará a Bolsa, a Copa ou as eleições”

Zero Hora — Foi uma brincadeira ou o senhor realmente confundiu o sósia de Felipão com o próprio técnico?

Mário Sergio Conti — Pensei realmente que era o Scolari. Nunca estive com Felipão. Sequer vi entrevistas dele na televisão; só nas partidas, ao lado do campo. Achei todas as respostas dele sensatas.

ZH — Vocês conversaram sobre Neymar, empate com o México, aeroportos, vaias a Dilma… Quanto tempo durou essa conversa? Em nenhum momento, o senhor desconfiou?

Conti — Cerca de meia hora. O tempo do voo do Rio a São Paulo. Não desconfiei em nenhum momento que não fosse ele. Lera em algum lugar que a seleção estava de folga.

ZH — O texto publicado pelo O Globo (que foi atualizado quase 30 min depois da publicação) termina com a história do cartão de visitas do sósia. Essa informação constava na primeira versão ou foi acrescentada depois?

Conti — A informação constava do texto enviado originalmente. Nada foi alterado nele. Quando perguntei se toparia ser entrevistado na televisão, ele disse que sim, mas que estava muito ocupado naqueles dias. Aí me deu o cartão e rimos. Imaginei que era uma piada dele: entreviste esse sósia meu…

ZH — O que o senhor tem a dizer aos seus leitores?

Conti — Perdão pela confusão. Felizmente, ela não prejudica ninguém. Não afetará a Bolsa, a Copa ou as eleições.

Entrevista: Wladimir Palomo
“Você acha que o Felipão ia ficar andando sozinho em um avião no dia da Copa?”

Trabalhando como sósia de Felipão há cerca de um ano, Wladimir Palomo (com W, e não V como foi publicado por Folha e O Globo), que interpreta o técnico da Seleção no humorístico Zorra Total, parecia nervoso com a repercussão de sua conversa com o colunista Mario Sergio Conti. Em entrevista por telefone, ele garantiu que “não teve maldade”.

Zero Hora — Foi o senhor que deu uma entrevista ao colunista Mario Sergio Conti?

Palomo — Sim, estávamos dentro do avião, sentei ao lado dele. Foi uma conversa com um pessoa comum, como eu converso com você. Cinco a dez minutinhos no voo, só isso. E outra coisa: nem sabia que ele era jornalista. Só na hora de ir embora, eu perguntei quem ele era, e ele disse que era repórter.

ZH — O senhor entregou um cartão para ele?

Palomo — Entreguei um cartão onde diz que eu faço eventos como sósia do Felipão. Eu sou aquele rapaz que trabalha no Zorra Total.

ZH — O senhor acha que ele se confundiu ou que ele sabia que se tratava de um sósia?

Palomo — Provavelmente ele deveria saber. Tinha um monte de gente tirando foto com o sósia do Felipão e com o sósia do Neymar.

ZH — Foi uma brincadeira ou ele estava levando o senhor a sério?

Palomo — Eu acho que foi uma brincadeira o tempo inteiro. Ou então ele se confundiu. Você acha que o Felipão ia ficar andando sozinho em um avião no dia da Copa?

ZH — Entramos em contato com o Mario Sergio Conti e ele afirma que se confundiu mesmo. O senhor acha que a sua imitação está tão boa assim?

Palomo — Eu não imito, sou eu mesmo. Não imito nada.

http://zh.clicrbs.com.br/rs/esportes/copa-2014/noticia/2014/06/mario-sergio-conti-pensei-realmente-que-era-o-scolari-4530859.html


Os melhores estão em toda Copa; inclusive os malandros

Quase 100 estrangeiros que vieram para a Copa, já detidos por crimes de todo tipo: furto de colombianos, tentativa de estupro de argelinos, traficante mexicano, traficantes norte-americano e inglês, corruptor francês, invasores do Maracanã chilenos e por aí vai.

Durante a Copa da Itália em 1990 o companheiro Hélio Fotógrafo, de Betim, foi vítima de furto e calote de brasileiro, e pior, mineiro, conhecido dele, de muitos anos, porém que vivia em São Paulo há décadas. Sujeito bom de lábia, abusou da boa fé do Hélio que teve de engolir o prejuízo. Nunca mais o viu nem sabia do seu paradeiro. Na época, o repórter Paulo Roberto Pinto, testemunha dos fotos, e experiente em outras Copas, fez um alerta ao Hélio nunca me esqueci: “Numa Copa estão os melhores, inclusive os bandidos”.

Por incrível que pareça, quatro anos depois, na Copa dos Estados Unidos, quem estava todo serelepe num treino da seleção brasileira na Universidade de Santa Clara? O próprio bandido de 1990. O Hélio o viu, chamou o Paulo Roberto; chamou-me como outra testemunha, mais o Roberto Abras.

Paulo Roberto que já tinha sido policial civil em Belo Horizonte gastou o inglês dele com um policial norte-americano e conseguiu “prender” o sujeito. Confusão formada, apareceram amigos do gatuno, dentre eles um funcionário da CBF, que disse ao policial: “Este fato, se ocorreu, foi quatro anos atrás, na Itália e os senhores não têm nada a ver com isso; soltem-no imediatamente”.

A confusão rendeu mais uma meia hora e os policiais americanos só soltaram o elemento depois que chegou um oficial superior que ficou convencido de que realmente se tratava de “águas passadas”.

Solto, o sujeito sumiu, mas antes ainda sacaneou a vítima: “Você continua bobo, né Hélio?”.

As falhas de segurança que permitiram aos chilenos invadirem o Maracanã foram primárias.

A segurança do Rio, entre militar e privada, caiu em conversas tipo: tem um colega passando mal, ou que alguém na frente está com o “meu” ingresso, até que quase 300 conseguiram avançar. Em qualquer Copa, Olimpíada ou evento semelhante ninguém chega perto do estádio sem passar por, pelo menos, cinco revistas. Já na primeira a, no mínimo, 500 metros, o ingresso ou credencial precisa ser apresentado à segurança.

Que espetáculo esta vitória do Uruguai! Jogos como este é que mantém o futebol no topo dos esportes mundiais, apesar de tantos pesare, de jogadas sujas da cartolagem internacional nos bastidores. Exemplo de determinação, entrega, crença na própria capacidade e acima de tudo, união de um grupo. E contra uma Inglaterra, que apesar de estar praticamente fora, veio com um time competitivo para a Copa.


O Chile e as comparações com o “Carrossel” holandês de 1974

Há seleções no cenário mundial que nunca recebem muita atenção porque sempre fracassam depois da primeira ou segunda fase das Copas ou nem se classificam para determinadas edições. Na América do Sul o Chile é o maior exemplo. Mas, na semana passada o ex-zagueiro Wim Rijsbergen, um dos grandes nomes do “Carrossel holandês” de 1974 comparou a forma de jogar do atual time chileno com aquele, de Cruyff e cia. Ora, como o Rijsbergen não está senil fui obrigado a assistir Chile x Espanha com atenção dobrada. Em alta velocidade e rotatividade os chilenos tontearam a Espanha longo no início e no fim do primeiro tempo deram sacramentaram a volta para casa mais cedo dos atuais campeões do mundo.

Achei exagerada a comparação com o “Carrossel”, mas realmente é um time muito bem montado pelo técnico argentino Jorge Sampaoli, que ontem deixou Valdívia no banco, porque tem uma escalação para cada tipo de adversário. Vamos ver se Sampaoli vai conseguir acabar com sina de perdedora nas primeiras fases da seleção chilena. Liquidou sem grandes dificuldades a Espanha, que mesmo desfigurada técnica e psicologicamente era, até ontem, uma das maiores candidatas ao titulo desta Copa.

A fragilidade da segurança na Copa voltou a se manifestar escandalosamente antes de Chile x Espanha, quando quase 200 chilenos simplesmente invadiram o Maracanã, sem ingressos. Sobrou para o Centro de Imprensa do estádio onde o tumulto gerou pânico e quebra quebra de equipamentos da estrutura temporária e de jornalistas. Nenhuma das partes do Comitê Organizador assume a incompetência.

A Espanha repete agora a França em 2002 na Copa da Coreia/Japão. Depois de conquistar o Mundial pela primeira vez chega ao país sede como candidata natural ao título, cercada de todos os holofotes do mundo. Quando a bola rola não se vê nem a sombra daquela campeã de quatro anos atrás, cujo futebol ficou adormecido e acomodado nas lembranças da conquista passada.

DELBOSQUE

Grandes lideranças se mostram maiores ainda em momentos adversos cujos atos e palavras têm que ser bem calculados. Provocado nas entrevistas depois da eliminação, o técnico espanhol Vicente Del Bosque não perdeu a elegância em momento algum. Assumiu suas culpas, não culpou nem atacou a ninguém, não se esquivou de perguntas e nem foi mal educado em nenhuma resposta.


Outro jogo para a história desta Copa: Holanda 3 x 2 Austrália

Que jogaço entre Holanda e Austrália que não diminuíram o ritmo em nenhum momento sequer do jogo. O técnico australiano, Ange Postecoglouainda, repetiu a estratégia do México de encarar sem medo o Brasil. Uma tática Kamikaze do tudo ou nada.

Mas ao contrário do 0 a 0 de ontem o placar foi 3 a 2 para a Holanda que passou o maior aperto e teve que jogar tudo que sabe para conseguir vencer. Fez 1 a 0, tomou a virada, aliás em pênalti mal marcado pelo árbitro, empatou e fez o terceiro.

HOLAUS

Jogão com direito a outro gol espetacular, também candidato a mais bonito da Copa: Tim Cahill no primeiro gol da Austrália; voleio inacreditável.


Exemplo baiano que mantém a esperança de um país melhor!

Em todo o Brasil há exemplos de gente boa demais da conta que nos faz pensar: porque este país não dá certo de jeito nenhum!?

Vejam que relato interessante da Vanessa Barbara, colunista da Folha de S. Paulo sobre a experiência vivida por ela como turista em Salvador

* “Ninguém trata os turistas como Eliézer, o motorista”

Ninguém trata os turistas como Eliézer, motorista do ônibus executivo que sai do aeroporto de Salvador, passa por hotéis ao longo da orla e chega à praça da Sé, depois de aproximadamente 34 quilômetros de percurso.

Já na saída, Eliézer pergunta a cada um dos passageiros qual o destino desejado –como não fala inglês, pede ajuda a outros turistas.

No meu caso, chegou a telefonar para o hotel usando o próprio celular: “Boa noite, meu nome é Eliézer, sou motorista da empresa Transalvador, estou transportando uma hóspede de vocês e vou deixá-la no largo da Piedade”, disse ele, com a clareza e a circunspecção de um lorde.

“Gostaria de pedir um ponto de referência do hotel. É próximo ao Bradesco? Ali no Campo da Pólvora? Pronto… perfeito.”

Ele não só indica o caminho como dá conselhos firmes, tal qual um pai postiço soteropolitano. Quando um rapaz perguntou se poderia caminhar até o hotel em vez de tomar um táxi, ele reagiu com preocupação e me explicou: “É melhor que ele não faça isso. Ali tem muito ladrão”.

Num trajeto que demorou uma hora e meia, na véspera da partida entre Alemanha e Portugal, Eliézer despachou ao conforto de seus hotéis um total de 15 turistas, entre mexicanos, ingleses e alemães, revisando de vez em quando o trajeto: “Pituba, depois Rio Vermelho… Mar Hotel, Ondina… O senhor vai ficar onde mesmo?”.

A certa altura, chegou a sair do ônibus, atravessar a rua e pedir informação sobre a localização de um albergue.

Aos estrangeiros que desceriam no Pelourinho rogou que não pedissem indicações a estranhos, mas recorressem a policiais ou taxistas. A um turista apressado insistiu: “Tenha paciência… Por favor, tenha paciência”.

A linha S10, que opera apenas durante a Copa, tem uma tarifa de R$ 28 e passa de 20 em 20 minutos. É uma alternativa razoável aos táxis, que, nos quiosques localizados dentro do aeroporto, cobram R$ 130 pelo trajeto.

É uma opção também ao metrô de Salvador, que, depois de 14 anos em obras, finalmente foi inaugurado. Por enquanto, o sistema possui 6,6 km de extensão e consumiu R$ 1 bilhão, entre denúncias de superfaturamento e paralisações sucessivas. Nos dias de jogos, será exclusivo para torcedores com ingresso.

Na véspera da partida de ontem, de forma irônica, Eliézer acabou trabalhando até tarde e não sabia como ele próprio voltaria para casa. Talvez precisasse chamar um táxi e pedir reembolso da firma.

Ninguém trata os turistas como Eliézer. Resta saber como ele está sendo tratado.