* Para um clube chegar a qualquer decisão de título, muitas decisões fora de campo precisam ser tomadas antes. Da escolha do treinador, passando pelo diretor de futebol, chegando a quem sairá do elenco e quem chegará. As grandes vitórias e conquistas começam fora de campo, e a perspicácia do responsável, ou responsáveis, por essas escolhas está diretamente ligada ao sucesso ou fracasso da empreitada.
É comum um jogador ser desprezado por um ou vários clubes e brilhar em outros. Treinadores, idem. O futebol é uma ciência inexata e a história mostra.
Comecei divagar sobre isso ao lembrar dos 40 anos do Euller, comemorados terça-feira. Rejeitado por Atlético, Cruzeiro e América em suas tentativas nas categorias de base, não desistiu e teve as portas do Venda Nova abertas para ele. Pouco tempo depois o América se redimiu do equívoco e em troca de chuteiras, bolas e beliches usados, o levou de volta.
O Botafogo está arrependido por não ter aceitado Bernardo, como uma das moedas de troca com o Cruzeiro pelo Leandro Guerreiro. O volante arrumou o meio-campo do Vasco e já marcou cinco gols pelo cruzmaltino. Na sequência, poderá ser o próprio Cruzeiro a se arrepender de não ter aproveitado melhor o seu prata da casa.
Adriano
Melhor jogador do Brasileiro de 2009 pelo Palmeiras, Diego Souza foi uma decepção no Atlético em 2010 e é uma incógnita em 2011; agora, também no Vasco. Mas, a vida continua e isso não pode ser empecilho para um possível novo investimento de risco do Atlético, em um Adriano, como tem sido especulado. O Flamengo arriscou e se deu bem com ele em 2009, quando a dúvida era de quase 100%.
Mais riscos
Em Minas, quase todos, inclusive nós da imprensa, davam Fábio Júnior como em fim de linha. A notícia de sua contratação pelo América foi zombada por muitos. Além da diretoria, o técnico Mauro Fernandes também arriscou e o sustentou 14 jogos no time, sem um único gol. Ontem, rumores davam conta que o Cruzeiro estaria querendo “repatriar” o atual maior artilheiro mineiro.
Coragem
A coragem de decidir de uns resolve o problema de outros que não saem do muro. Alexandre Kalil liderou a rebelião contra a mixaria paga pela TV pelos direitos de transmissão. Hoje, o Grêmio mais que dobrou a sua cota e assinou com a Globo por R$ 50 milhões anuais. Ao Atlético sobrou um único grande aliado, que pode lhe render uma boa negociação: o São Paulo.
* Estas e outras notas estarão em minha coluna de amanhã, no O Tempo, nas bancas!