* Estou em Lisboa desde segunda-feira, e embarco hoje de volta a Belo Horizonte. É bom demais chegar direto em Confins, saindo da Europa, sem ter que “baldear” em São Paulo ou Rio de Janeiro.
Graças a este excelente vôo da TAP, que há mais de um ano deu este presente a todos os mineiros, que agradecem em forma de retorno à empresa portuguesa, que opera com uma média de quase 90% de ocupação. De causar inveja em qualquer companhia concorrente!
Vaidades
Na imprensa esportiva de Portugal, destaque para um show de egos inflados de jogadores e principalmente treinadores, apesar de serem conhecidos apenas aqui na “terrinha”. O nome do momento é André Villas-Boas, que tenta imitar em tudo o seu padrinho, José Mourinho, de quem foi auxiliar. Dirige o FC Porto e está invicto há 34 partidas. Porém, tem que dividir este mérito com o antecessor, Jesualdo Ferreira, que atualmente dirige o Panathinaikos da Grécia. Foi ele quem iniciou esta série, cujo recorde pertencia exatamente a Mourinho, com os mesmos 34 jogos invictos no Porto.
Picareta falante
André Villas-Boas é um iniciante na carreira, mas já soma incontáveis polêmicas no futebol português, por falar demais, se auto-elogiar a cada sucesso do time e sempre colocar culpa nos árbitros pela perda de algum ponto.
Seus atritos com a imprensa e adversários fazem lembrar Vanderlei Luxemburgo, até no terno impecável à beira do gramado.
Numa carta aberta no jornal Record, um dos principais do país, foi chamado, ontem, de “Picareta falante”, pelo jornalista Domingos Amaral.
Vaidade e suspeição
O técnico do Benfica, Jorge Jesus, é outro que se acha o “Rei da bala Chita”; mascarado demais da conta. Tenta justificar a surra de muitos anos que o seu clube, e o arquirival Sporting, tomam há anos do Porto, botando culpa nas arbitragens.
Nisso, os tradicionais rivais são unidos, e dizem que o Porto é especializado em armar resultados, “comprando juízes”. Pelo que tenho lido e conversado com as pessoas em Lisboa, o FC Porto é visto aqui como o Corinthians tem sido acusado no Brasil, de se beneficiar das arbitragens nos últimos anos.
Luizão e Eder Luiz
O zagueiro Luizão, ex-Cruzeiro, continua sendo um dos jogadores mais queridos pela torcida do Benfica. Teve uma lesão muscular domingo e deve voltar a jogar só em janeiro de 2011.
Perguntei a muita gente aqui porque o atacante Eder Luiz durou tão pouco no futebol português, se foi tão bem no Vasco no Brasileiro deste ano. Sete pessoas em dez perguntadas, disseram que a maioria dos jogadores que vêm do Brasil, são muito “mimados” em nosso pais, e quando se deparam com as porradas e todo tipo de maldade do futebol português, “afinam”.
Mais vaidade
Outro destaque desses dias na imprensa de Portugal foi a troca de farpas entre o técnico português José Mourinho e o lateral brasileiro Daniel Alves, ainda em função do coro do Barcelona no Real Madri. O lateral brasileiro disse que “não foi Mourinho quem inventou o futebol; e o treinador respondeu que “realmente, mas que descobriu o país dele foi um português”.
Ou seja, duas falas ridículas: uma derrota no clássico espanhol não tira a condição de Mourinho de um dos melhores do mundo; e ele, que é tão bom frasista, se esqueceu que, Portugal em relação ao Brasil no futebol, não consta nem na prateleira de baixo. Coitado do Pedro Álvares Cabral!
Que coisa!
E o Celso Roth, hein!? Imagino o que a imprensa gaúcha deve estar falando dele neste momento. O canal Sportv 1 de Lisboa, mostrou o jogo, e o locutor vibrou muito com a vitória do Mazembe, do Congo.
Prisão em Linate
De Milão, saí do Aeroporto de Linate para Lisboa. Lembrei-me de uma cena que testemunhei lá numa viagem do Atlético pela Europa nos anos 1980. A delegação quase toda desembarcou numa boa, mas alguém sussurrava entre os dentes na imigração: “He-le-no, cha-me o Dr.-Flá-vio!”.
Era o ex-goleiro e supervisor Mussula, pedindo ao meio-campista Heleno (hoje, vereador em Belo Horizonte), para chamar o advogado Flávio Dalva Simão, chefe da delegação.
Mussula tinha os fuzis de uns 10 carabinieri, a polícia italiana, apontados para ele. Estava recebendo uma pordem de prisão e todo o aeroporto parou.
É que, ao olhar o seu passaporte, o agente da imigração se assustou ao ler Luiz de Mattos LUCHESI, sobrenome do maior procurado da Itália daquela época, “Don Luchesi”, chefe da Máfia, caçado em todo o mundo.
Até que o Dr. Flávio Dalva Simão conseguiu resolver o problema, foram-se cinco horas, contando com a presença de funcionários do Consulado Brasileiro, que foram até a delegacia para onde o Mussula foi levado.
Mussula é uma das pessoas mais queridas do nosso futebol e dos bons amigos que tive o prazer de fazer graças à minha profissão.
* Estas e outras notas estarão em minha coluna de amanhã, no Super Notícia! Nas bancas!