Algumas notas da minha coluna de amanhã no O Tempo, nas bancas!
Muito oportuna a entrevista do coordenador do comitê organizador da Copa de 2014 do governo de Minas, Tadeu Barreto Guimarães, à webtv, do portal O Tempo. Além de matar a curiosidade do público sobre tantas dúvidas envolvendo a infra-estrutura de Belo Horizonte e do Mineirão, deu uma notícia que interessa a todo cidadão que paga impostos: a conta das obras do estádio não será paga pelo contribuinte e sim pelas empresas que vencerem a concorrência, através do uso de espaços do próprio Mineirão. Ou seja: os clubes terão um estádio modelo mundial, mas nada de graça: terão, também, pagar por isso.
Cada um terá direito a 54 mil lugares em seus jogos e mais a arrecadação total do estacionamento. Os demais 15 mil pertencerão às empresas em um período de 25 anos. Farão o uso que bem entenderem, como camarotes, cadeiras comuns, ofertas a clientes, enfim, da forma que quiserem comercializar.
O Mineirão terá administração compartilhada, entre Atlético, Cruzeiro e América, bem como o estádio Independência.
Nessa história toda o maior beneficiado foi o América, que ganha um estádio novo e ainda passa a ter participação no Mineirão. Força política do Coelho, que começa a se recuperar dentro e fora de campo.
Resultados
Tadeu Barreto é economista e está no governo de Minas desde 2003, no programa Estado de Resultados, do qual é o Coordenador Executivo. Era da equipe do então vice-governador Antônio Anastasia, um dos responsáveis por essa fórmula adotada para viabilizar as obras para a Copa, sem comprometer as contas do estado.
Casa própria
É claro que os clubes gostariam de ficar com 100% do Mineirão depois da Copa de 2014, como chegou a ser ventilado por muita gente no início dessas tratativas. Mas certamente estão se saindo bem na história. É como se estivessem construindo um moderníssimo estádio, multiuso, para futebol e grandes eventos, para 54 mil pagantes, sem gastar um tostão diretamente.
Legado
Tanto se fala em “legado” para a população no pós-Copa, mas raramente alguém entra neste assunto, que considero muito mais importante que os estádios. Hoje, o Mineirão estaria apto a receber um jogo da Copa da África do Sul, mas o nosso tão sonhado metrô, está difícil, assim como não existe em Joanesburgo atualmente, e nem depois da Copa.
Isso sim!
Se fosse para escolher, eu trocaria essa reconstrução do Mineirão por um metrô decente, que ligasse a Pampulha ao Centro de Belo Horizonte e cidades mais populosas da região metropolitana. Tipo o que liga o Centro de Paris ao estádio Saint. Dennis. Percurso de quase 50 Km, que fiz em 30 minutos, momentos antes da decisão da Copa de 1998. Isso é que é legado.