Não se trata do Vanderlei Eustáquio de Oliveira, um dos melhores que já vi jogar, ex-Cruzeiro, Corinthians, Atlético, América, que teve também bons momentos como treinador, cuja última atividade pública foi de Secretário Municipal de Esportes da PBH.
Refiro-me ao outro, que teve grandes passagens no América, Cruzeiro, São Paulo, e assim como o Palhinha original, conquistou grandes títulos e tenta um lugar no mercado de treinadores. Dirige o São Bernardo na Série A2 paulista.
Ouvi entrevista dele em rede nacional pela Rádio CBN, ontem a noite e chamou-me a atenção o cuidado zero da parte dele em evitar problemas com colegas e jogadores atuais.
Perguntado sobre a atual Libertadores da América, disse que Inter e São Paulo são os clubes brasileiros em melhores condições para chegar ao título. Afirmou que os jogadores brasileiros fraquejam na hora de enfrentar argentinos e uruguaios e citou o Cruzeiro na final contra o Estudiantes ano passado no Mineirão. Não se lembrava do nome do Ramires e teve que ser ajudado pelos entrevistadores, Carlos Eduardo Éboli e Vitor Birner, depois que disse, “aquele meia que vem até sendo convocado pelo Dunga para a seleção”.
Disse que Ramires se intimidou diante do Verón, que ele supõe, ter dito coisas como “vou te cuspir na cara, vou te arrebentar”, afinando o então melhor jogador cruzeirense.
Lembrou que para ser campeão da Libertadores e do Mundo, o São Paulo no qual ele jogava tinha jogadores como Pintado, Dinho e Cerezo, que encaravam qualquer adversário do jeito que eles quisessem.
Sobre o atual São Paulo, Palhinha disse que o Washington é um problema, porque obriga o time todo a jogar em função dele, e que já não tem mais a mobilidade para ir atrás de bolas que não vão nele. Escalaria jogadores mais jovens em seu lugar e até do Dagoberto, que se sente dono do time. Que há jogadores que peitam treinadores e se escalam porque tem muito tempo de casa.
Citou Vanderlei Luxemburgo como quem tem medo de lançar jogadores jovens e disse que Neymar só está deslanchando porque o treinador saiu do Santos.
Até os entrevistadores ficaram surpresos com a verborragia do novato treinador, sem papas na língua, destacando essa “sinceridade” dele. Diante disso, afirmou que não se preocupa em esconder o que pensa, porque leva uma vida tranquila e para ele tanto faz trabalhar em clubes pequenos ou grandes. Se pintar um clube maior algum dia, “tudo bem”, mas se dá por satisfeito do jeito que está.
Certamente este Palhinha não tem com as palavras a mesma habilidade que tinha com a bola!