* Estas e outras notas estarão em minha coluna de O Tempo, amanhã, nas bancas!
Numa crônica do ano passado aqui no O TEMPO, Vitório Medioli antevia que a aliança política que se formava para a sucessão municipal traria problemas para Belo Horizonte muito antes do que se imaginava. Esta semana o prefeito Márcio Lacerda externou publicamente aquilo que a imprensa tem falado: a cidade está sendo discriminada pelo governo federal na distribuição das verbas para obras de infraestrutura. Os reflexos diretos envolvem o PAC da Copa do Mundo, e o próprio prefeito reclamou em seminário realizado pela Fundação Dom Cabral, que Brasília nem tinha analisado ainda o projeto apresentado pela prefeitura para as questões viárias e do transporte público.
Temos quatro ministros fortes no governo, além do vice-presidente da república e até agora, apenas Hélio Costa, das Comunicações, negou, de forma tímida, que isso esteja acontecendo. Estou ansioso para ouvir o que tem a dizer a respeito, Patrus Ananias, Luiz Dulci, José Alencar e até Fernando Pimentel, autor pelo PT, da aliança política que elegeu Márcio Lacerda, e um dos articuladores da candidatura da belorizontina Dilma Roussef à presidência.
Me recuso a acreditar que com tantas autoridades de grosso calibre no governo Lula, a população mineira ficará no prejuízo por causa de questões políticas.
Visível
No futebol a discriminação a Minas Gerais é concreta: Atlético e Cruzeiro tentaram até se cansarem, aquilo que o Botafogo e o Vasco conseguiram sob o governo Lula: patrocínios da Liquigás e Eletrobras. O Flamengo já contava, desde o governo Sarney, com a Petrobras, mantida até pouco tempo. Galo e Raposa foram empurrados com a barriga até agora e já desistiram.
Perdas
Para que não me acusem de estar sendo partidário de alguma sigla política, lembro que os clubes do Rio Grande do Sul são patrocinados pelo Banrisul, do governo do Estado. Minas tem empresas fortes, como Cemig e Copasa, que investem pesado em mídia nacional, e poderiam estar nas camisas da nossa dupla. Nossos bancos não existem mais, pois foram privatizados pelos tucanos.
Proveito
O que mais irrita é que o futebol é usado escancaradamente pelos políticos para mostrarem simpatia e proximidade com o povo. Vão aos estádios, dão entrevistas, aparecem bastante, mas na hora de algum retorno prático aos clubes, tiram o corpo fora. Isso em Minas, porque em outros estados é diferente com governos estaduais e federal.