Como faço quase todo domingo, passei na Banca da Marília, na orla da Lagoa Paulino (Sete Lagoas), e durante a resenha com o Chapinha (esquerda) e o Geraldinho Ramalho, além da própria Marília, bati os olhos na Placar.
Ela mesmo! A revista da minha infância, cuja leitura eu devorava toda semana, colecionava os pôsteres e ficava aguardando ansioso a próxima edição. Até poucos anos atrás tinha a minha coleção, que infelizmente foi comida por cupins, formigas, traças e goteiras, já que ficou esquecida num barraco de despejos, na roça.
Que legal que os novos donos da Editora Abril a mantiveram circulando, agora mensalmente.
Por R$ 25, comprei o exemplar que estava na banca, edição de julho, com o Guia Brasileirão 2021, primeira e segunda divisões. Aquele cheiro inconfundível de tinta ainda é o mesmo foleei as 66 páginas rapidamente, para uma olhada rápida, deixando a leitura para “amanhã”.
Na página 2, o editorial da revista homenageando ao jornalista Milton Coelho da Graça, um dos grandes responsáveis pelo sucesso da revista nos anos 1970. Ele morreu dia 29 de maio, aos 91 anos.
Muitos treinadores e jogadores já não estão mais nos clubes mostrados pelo Guia, como o Lisca, no América; Tiago Nunes no Grêmio e Felipe Conceição, no Cruzeiro, por exemplo.
Nas páginas 10 e 11, dados bem resumidos sobre o Atlético e uma foto grande, do Telê Santana sendo carregado por torcedores do Galo, após a conquista do título de 1971.
Sob o título de “Quero ser grande”, o América está nas páginas 40 e 41, com destaque para a melhor campanha no Brasileiro, em 1973 quando ficou em sétimo lugar. Destaque também para as piores campanhas, rebaixado seis vezes: 1993, 1998, 2001, 2011, 2016 e 2018.
Nas páginas 50 e 51, “Histórias da Primeirona”, com curiosidades desde a primeira edição do campeonato da Série A em 1971 . . .
Inclusive com essa foto dos jogadores do Atlético saindo abraçados do gramado do Mineirão, depois da perda do título de 1977 para o São Paulo, nos pênaltis, invicto, com incríveis 17 vitórias e quatro empates.
A Série B está a partir das páginas 52 e 53, sob o título “A maior de todas”, que nunca teve antes tantos times tradicionais, com “cinco ex-campeões nacionais da Série A”, numa alusão ao Cruzeiro, Vasco, Botafogo, Coritiba e Guarani.Destaque para essa foto da decisão do título de 1974, em que o Vasco venceu o Cruzeiro, com a ajuda do árbitro Armando Marques.
Meia página para cada time. O Cruzeiro está na parte de cima da 61, dividindo-a com o Brasil de Pelotas. Com fotos do Fábio e do já ex-técnico Felipe Conceição, e o título “Raposa ferida”.
Além dos assuntos quentes do futebol, fico de olho nos anúncios, que sustentam qualquer veículo impresso. Para o meu espanto e preocupação, apenas quatro das 66 páginas com anúncios, e pior, da própria Editora Abril, com seus demais produtos: revistas Super Interessante (páginas 2 e 3), Quatro Rodas (página 67) e a contracapa, com autopropaganda da própria Placar.
Nas bancas, está custando R$ 25, mas assinante tem desconto de 62%.
Nestes tempos digitais em que a informação, fotos, vídeos e textos circulam instantaneamente, quem se habilita a pagar R$ 25 por uma publicação impressa, mensal? Possivelmente, saudosistas como eu e mais um punhado. O que não banca os custos, que são altíssimos de qualquer veículo impresso.
Foi ótimo rever a Placar. Matei saudade. Tomara que continue circulando.